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Boa parte do mundo está passando por uma mudança na faixa etária média da população e o Brasil não é exceção. De acordo com dados do IBGE, a população com 60 anos ou mais deve triplicar até o ano de 2050. Porém, muitos não estão preparados para enfrentar os desafios de ter uma população mais idosa. A prática de atividades físicas para essa população é especialmente complicada. Muitos não a praticam ou praticam de maneira errada e sem orientação.

Sabemos que durante o processo de envelhecimento as aptidões físicas e funcionais do indivíduo são afetadas de diversas formas. Uma das principais mudanças se refere à diminuição de força muscular, impactando diretamente a mobilidade e capacidade funcional.

Definimos a capacidade funcional do idoso pela ausência de dificuldade para desempenhar gestos e atividades cotidianas. Ela tem ligação direta com o envelhecimento saudável do indivíduo.

Considerando o aumento da população idosa, devemos mais que nunca incentivar e informar a população quanto à prática de atividades físicas. Elas são capazes de melhorar a qualidade de vida e garantir um envelhecimento mais saudável.

A atividade física pode trazer diversos benefícios para idosos, como:

  • Melhoria do bem-estar geral;
  • Melhora da condição da saúde física;
  • Diminuição do % de gordura;
  • Melhora do equilíbrio, evitando lesões por quedas;
  • Contribuição na manutenção e do aumento da densidade óssea;
  • Auxilia no controle e prevenção de diabetes e doenças cardíacas.

Porém, um dos efeitos mais importantes de todos esses benefícios é a preservação da independência e autonomia do idoso. Um idoso que precisa depender de família, amigos e conhecidos para suas atividades cotidianas tem uma queda brusca na qualidade de vida. Ele também apresenta maior tendência a desenvolver quadros de depressão.

Quando idosos praticam atividades físicas eles precisam garantir sua segurança e respeito à individualidade biológica. Por isso é importante sempre praticar sob supervisão e orientação de um profissional.

Na busca por melhores resultados, a ciência e diversos profissionais lançam mão de estratégias mais específicas para atingir tais resultados. O treinamento em oclusão vascular é uma dessas estratégias. Ele permite a obtenção de resultados significativos no que se refere à ganho de força e hipertrofia, sem a utilização de altas cargas e impactos elevados que as mesmas podem causar nas articulações.

O que é o treinamento com oclusão vascular?

O método foi idealizado por Yoshiaki Sato nos anos 60. A ideia surgiu após um evento religioso no qual Sato ficou por muito tempo sentado, notando dormência nas pernas e panturrilha sensível. Para aliviar os sintomas, Sato massageou a panturrilha. A sensação foi similar ao que sentia finalizando suas sessões de treinamento com pesos, destacando a panturrilha. (SATO et al., 2005)

O método envolve a aplicação de pressão nas extremidades proximais dos membros superiores (como a inserção distal do músculo deltóide) ou inferiores (prega inguinal).

O principal efeito da oclusão vascular é a diminuição do aporte de oxigênio ao músculo (hipóxia muscular). Isso contribui com o aumento metabólico resultando numa rápida e intensa fadiga durante o exercício. Esse aumento, consequentemente gera:

  • Maior recrutamento das fibras do tipo II precocemente;
  • Aumento da síntese de GH;
  • Aumento da atividade motora.

Todos esses fatores listados contribuem com a hipertrofia muscular, mesmo com baixa ou nenhuma sobrecarga.

Um treino para a recuperação de lesões

A técnica de oclusão vascular já foi utilizada nos EUA em pesquisas para reabilitação de veteranos de guerra feridos. Desde então, a técnica tem sido amplamente adaptada no mundo esportivo profissional. Ela também demonstra alto desempenho para a recuperação de lesões em atletas.

Pesquisas também demonstram que o método não traz ganhos e benefícios apenas nas áreas onde a oclusão é aplicada. Apesar de gerar ativação e fadiga no ponto de aplicação, os resultados do pós-treino são sistêmicos, beneficiando o organismo em geral.

O que ocorre quando se utiliza o treino de oclusão vascular?

Considera-se que o óxido nítrico e lactato são compostos prejudiciais para o corpo. No entanto, cada um deles é conhecido por ter profundo impacto sobre o metabolismo. Assim, eles se tornam parte benéfica da prática de exercícios.

O sinal enviado pelo lactato e pelo óxido nítrico é um sinal adaptativo, no qual ambos aumentam a síntese mitocondrial. A ação do lactato tem possível relação hormonal, estimulando a produção de GH.

A IL-6, que é gerada durante o exercício, é altamente anti-inflamatória.

Utilização do método em idosos

Num estudo de Karabulut e colaboradores (2009), o método foi utilizado no exercício de extensão dos joelhos aplicando-se uma intensidade de:

  • 20% de 1RM com a oclusão vascular;
  • 80% de 1RM sem a oclusão.

Os testes constataram ganhos similares em força e hipertrofia muscular.

Em outro estudo, Takarada e colaboradores (2000) aplicaram o método à 50% de 1RM. Ele demonstrou aumentos de 20,3% de hipertrofia muscular. Já a intensidade de 80% e 1RM promoveu um aumento de 18,4%.

O American College of Sports Medicine (2009) em seu último posicionamento, preconizou a utilização de cargas acima de 65% de 1RM para obtenção de hipertrofia e força muscular.

Só devemos lembrar que estamos falando de idosos. Sabemos que, em sua grande maioria, eles possuem sistema músculo esquelético prejudicado. Isso acaba por impedir treinos com intensidade elevada. (Takarada e colaboradores, 2000).

Levando em consideração as pesquisas citadas acima e algumas outras já publicadas, é possível entender que idosos podem se beneficiar do método. O mesmo proporciona ganhos semelhantes aos treinos de alta intensidade. Combinado a isso temos o benefícios de que o método não gera sobrecarga articular e auxilia na recuperação de regiões com alta inflamação do corpo.

Conclusão

Percebemos que a oclusão vascular é uma técnica que apresenta diversos benefícios para a terceira idade. Além dos ganhos funcionais e estéticos tão importantes, ela também ajuda a recuperar dores e lesões. É uma maneira de melhorar as habilidades funcionais do idoso e recuperar sua independência. Indivíduos dessa faixa etária precisam manter uma prática de atividades físicas que consiga ajudar em um envelhecimento saudável, mas que também seja segura para seu corpo mais fragilizado. É exatamente isso que encontramos ao praticar a oclusão vascular.

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