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Os rins desempenham diversas funções: a função excretora, na qual é responsável pela excreção de catabólitos provenientes do nosso metabolismo e de muitas substâncias ingeridas que não são aproveitadas em nosso organismo; a função homeostática, na qual ele mantém o equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico; e também a função endócrina, em que é responsável pela produção de hormônios, da vitamina D, eritropetina e renina, por exemplo.

A prevalência crescente de Diabetes Mellitus (DM), obesidade e hipertensão podem influenciar na perda da função renal.

A DM é uma das doenças mais importantes causadoras da falência renal, podendo danificar os vasos sanguíneos renais. O não monitoramento adequado dessa patologia pode acelerar o dano, ocasionando a Doença Renal Crônica (DRC).

Então, que tal entendermos mais sobre a Diabetes Mellitus e ver como ela pode favorecer o surgimento e a evolução da DRC? Continue lendo e confira!

O que é Diabetes Mellitus?

A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia), decorrentes de alterações na secreção e/ou na ação da insulina. O pâncreas é o responsável por produz a insulina, hormônio que tem o papel de controlar o nível de glicose no sangue, ajustando sua produção e armazenamento.

Há um aumento significante da prevalência mundial da DM devido a fatores como: envelhecimento populacional, níveis crescentes de obesidade e sedentarismo.

Existem tipos distintos de Diabetes Mellitus, causados por uma complexa interação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. A alteração metabólica associada à diabetes pode gerar alterações fisiopatológicas secundárias em múltiplos sistemas orgânicos e pode causar inúmeras doenças crônicas como a insuficiência renal crônica, uma enfermidade que se caracteriza por lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins.

Quais as chances de um paciente com Diabetes Mellitus desenvolver Doença Renal Crônica?

A Diabetes Mellitus caracteriza a causa mais frequente de DRC no mundo e já é a segunda etiologia mais comum entre os pacientes em diálise no Brasil. A hiperglicemia é um fator de risco independente para nefropatia diabética (acomete de 20 a 40% dos indivíduos com diabetes), por isso, é importante o diagnóstico de microalbuminúria para minimizar as lesões pré-renais, renais e pós-renais.

A DM é umas das causas da nefropatia diabética que resulta na perda progressiva e irreversível de um grande número de néfrons funcionais, fazendo com que o organismo não consiga manter o equilíbrio metabólico e também, sendo responsável por aproximadamente 1/3 dos pacientes que iniciam o programa de hemodiálise.

Essa redução do número de néfrons provoca a retenção de eletrólitos e de líquido, podendo levar o óbito quando o número de néfrons está abaixo de 5% a 10% do normal.

O controle dos níveis de glicose plasmática em pacientes diabéticos, que desenvolvem a doença renal crônica, é extremamente difícil, pois podem haver períodos de hiperglicemia e hipoglicemia que contrapõem a ação da insulina estar elevada, por causa de excreção renal reduzida. Devido à glicose elevada, a secreção pancreática de insulina pode estar também afetada, acarretando uma alteração atribuída à depleção de potássio intracelular.

Tratamento para a Diabetes Mellitus

Pela fisiopatologia da doença renal diabética ser complexa, abrangendo fatores hemodinâmicos, concentração plasmática dos produtos finais de glicosilação avançada e disfunção endotelial, o controle glicêmico nesses pacientes é um desafio, pois envolve orientação dietética complexa, aderência medicamentosa e limitação no uso dos hipoglicemiantes orais, particularmente nos estágios mais avançados da DRC.

O tratamento atual visa diminuir a resistência à insulina e melhorar a função da célula beta pancreática com dieta, exercícios, hipoglicemiantes orais (biguanidas – metformina e a fenformina; Inibidores da alfa-glicosidase – acarbose, o miglitol e a voglibose; tiazolidinedionas – rosiglitazona e pioglitazona; sulfoniluréias – clorpropamida; outros secretagogos de insulina), anti-hiperglicemiantes e drogas anti-obesidade. Vale ressaltar que novas drogas no tratamento da Diabetes Mellitus estão surgindo, tornando possíveis múltiplas opções terapêuticas.

Recomendações e cuidados        

Para um controle adequado a verificação periódica da hemoglobina glicosilada ou frutosamina são de grande utilidade no acompanhamento do diabético.

Recomenda-se manter a hemoglobina glicosilada em níveis <7,0% e a glicemia pós-prandial <140mg/dL no sangue total ou 90 e 130mg/dL no plasma, antes do deitar entre 100 e 140mg/dL no sangue total ou 110 e 150mg/dL no plasma. Estes níveis podem ser maiores nos pacientes com doença renal em estágio final.

O controle da dislipidemia também é de extrema importância quando presente. Os níveis de LDL-colesterol devem ficar abaixo de 100mg/dL, de HDL-colesterol maiores do que 45mg/dl nas mulheres e 35mg/dL nos homens e de triglicérides abaixo de 200mg/dL, nem que seja necessário o uso de medicações hipolipemiantes.

Para monitorização glicêmica domiciliar, os glicosímetros têm sido utilizados, existem vários tipos no mercado, cada qual com sua fita reagente apropriada, que diferem entre si pelo tempo de leitura, além de outros recursos, como memória para armazenamento das leituras das glicemias, adaptação ao computador, entre outros. O número de testes a serem feitos diariamente é variável, quando a Diabetes Mellitus já está bem controlado, este número pode ser reduzido a 1 ou 2 leituras (antes do desjejum ou 2h após o jantar).

A melhora do controle glicêmico da Diabetes Mellitus previne as complicações agudas e crônicas, diminui a morbimortalidade e melhora a qualidade de vida do diabético.

Mudanças no estilo de vida são de suma importância, como: interromper o tabagismo, adequar o peso corporal de maneira a manter o índice de massa corporal entre 18,5 e 24,9 kg/m2 e a circunferência abdominal <102cm nos homens e <88cm nas mulheres, reduzir o consumo de álcool, praticar exercícios físicos (caminhadas, bicicletas, natação, entre outros) por pelos menos 30 a 60 minutos e reduzir a ingestão de sódio seguindo as recomendações médicas.

Conclusão

A Diabetes Mellitus é uma doença de incidência crescente na atual população mundial e está associada ao estilo de vida, hábitos alimentares e fatores genéticos.

A nefropatia diabética faz parte das importantes causas de morbidade e mortalidade nesses pacientes e se torna fundamental o reconhecimento da doença renal e seu prognóstico precoce.

Mudanças no estilo de vida são fundamentais para prevenir ou retardar o surgimento das complicações crônicas da diabetes, além de diminuir o risco de progressão da doença.

 

 

Referências

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