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Sabe quando pedimos para o nosso aluno realizar um teste simples de flexão de tronco, mas ele não consegue? Parece que o corpo está todo travado! É comum reparar isso na anamnese ou até mesmo no início de aulas de Pilates. 

Nesse caso, você conseguiria imaginar que essa dificuldade pode estar acontecendo não pela falta de alongamento, mas pela falta de mobilidade em tecidos intrínsecos do sistema nervoso?

Você imaginaria que a falta de amplitude em diferentes tipos de movimento poderia advir não somente da interferência muscular ou articular? Então, quanto você conhece sobre dor e suas variantes?

Sim, é possível assegurar essas questões com base nos Conceitos da Neurodinâmica. E digo mais: eis, aqui, a chave para reabilitar muitos casos de pacientes com hérnia de disco ou protusão discal que te procuram no consultório ou estúdio. 

Como isso pode ser feito? Através da Mobilização Neural e alongamento! Quer compreender melhor esse raciocínio? Então continue lendo.

O hábito do sedentarismo

Pessoas sedentárias geralmente possuem um alto nível de dor devido a restrição articular e fraqueza muscular associadas. Segundo Santos e Domingues (2008), o sedentarismo refere-se à diminuição ou falta de qualquer atividade física. Esse quadro causa atrofias e perda de mobilidade, interferindo em qualquer rotina de atividades diárias.

Nesse contexto, existe uma área do conhecimento denominada “epidemiologia da inatividade física” – ou “do comportamento sedentário”. Ela é recente e teve um salto em seus estudos nas últimas três décadas.

Como profissionais da saúde, identificamos a necessidade da ampliação de estudos nesta área como uma tentativa de amenizar o comportamento sedentário das pessoas e sua inatividade física – e é aí que essa abordagem se torna tão importante. (MENEGUCE, 2015)

Em época de pandemia, tivemos intenso aumento nas taxas de sedentarismo. Isso porque até mesmo as atividades rotineiras, como caminhar pelas ruas do bairro, foram impedidas. Essa situação ocasionou, também, a constatação profissional frente ao aumento de pacientes com quadro de dor lombar agudizada.

Seguem abaixo alguns exemplos das atividades sedentárias mais práticas pela população, segundo Amorim & Faria, 2012, e Owen et al., 2010. Tais atividades, é claro, possuem um gasto energético muito baixo e aumentam o risco de obesidade. São elas:

  • Assistir televisão;
  • O uso contínuo de computadores;
  • Assistir aulas, trabalhar, estudar e jogar jogos online em uma mesa e na posição sentada.

Agora, vamos entender as possíveis consequências desse hábito abaixo.

As consequências e as “desculpas” relacionadas ao sedentarismo

Muitos órgãos da Saúde, tal como cita Meneguci (2015), alertam para o fato de que, somadas as disfunções articulares e musculares, os sedentários adquirem muitas patologias de ordem cardiovascular e respiratória – o que pode levá-los a óbito.

As pessoas deixam de praticar atividades físicas porque trabalham demais, têm afazeres domésticos e compromissos sociais. Elas não conseguem decretar um tempo da semana para a prática regular de exercícios e, além disso, existe o mito de que para ser considerado um “bom exercício”, ele deve ser intenso demais.

Segundo Meneguci (2015), devemos ter o objetivo de informar às pessoas que as atividades físicas de intensidade moderadas também proporcionam diversos benefícios para a saúde. Ainda, elas podem ser realizadas por qualquer pessoa, desde que exista uma disciplina e cuidado na execução do exercício.

Algumas pessoas até têm o hábito de fazer caminhadas em parques ou nas esteiras dos prédios aos fins de semana. O hábito do alongamento, porém, é bem difícil de se encontrar, haja visto a grande dificuldade observada neste aspecto dentro dos nossos consultórios.

Antigamente, imaginávamos que esta perda de “elasticidade” (outro nome atribuído a flexibilidade) se dava somente pela dificuldade da prática regular dos alongamentos. Além disto, a prática de exercitar o alongamento também pode ser inexistente mesmo que a pessoa pratique exercícios. Este hábito é pouco reconhecido e valorizado, embora seja imprescindível para a melhora de qualquer treino ou performance esportiva.

Nesse sentido, temos que Mobilização Neural e alongamento podem ser muito úteis e acarretar uma série de vantagens para o bem estar do indivíduo. Continue lendo para entender os motivos disso.

Mobilização Neural e alongamento: qual a sua importância?

A imobilização é um mecanismo que promove muitas lesões, como a diminuição da utilização de glicose pelos músculos e o aumento da resistência à insulina – o que pode levar a diabetes e ocasionar atrofia muscular, diminuindo a utilização de energia dos músculos inativos (MENEGUCI, 2015).

O grupo muscular dos isquiotibiais são os que mais sofrem este impacto e, portanto, encontram-se encurtados em grande parte da população. Isso faz com que eles sobrecarreguem as estruturas da coluna vertebral. Por isso, frequentemente encontram-se sinais de formigamento e dor associados a este déficit. (SANTOS E DOMINGUES, 2008).

O isquiotibial é formado pelos músculos semimembranoso, semitendinoso e bíceps da coxa. Ele é responsável pela mobilidade do quadril e dos joelhos, interferindo indiretamente na curvatura lombar e seus desvios. Sendo assim, sua falta de mobilidade compromete o quadril, os joelhos e a coluna lombar. (SANTOS E DOMINGUES, 2008).

Nesse sentido, temos que o alongamento é um dos métodos mais utilizados na Fisioterapia para reconquistar a amplitude de movimento. Através do aumento da flexibilidade muscular, devolve-se às articulações sua liberdade e mobilidade. Apesar disso, o que pouco se discute é a influência neural sobre este fato – ou seja, a relação entre Mobilização Neural e alongamento.

Já se sabe que, para haver um aumento da flexibilidade (ou apenas para mantê-la), um indivíduo sedentário deve se alongar ao menos uma vez por dia e de três a cinco dias por semana. Outro ponto importante é que, durante a prática, a pessoa deve manter cada postura por um período mínimo de tempo. 

Por outro lado, não se pode esquecer que músculos e articulações estão conectados ao sistema nervoso. Este, por sua vez, possui grande importância funcional, bem como as estruturas por ele inervadas.

Nesse contexto, te convido a entrar em um universo que alia terapia manual e o trabalho de ortopedia, porém com toda a base de sustentação apoiada sobre conhecimentos de neurologia. Vamos lá?

Benefícios da Mobilização Neural e alongamento

Compreenda que as articulações, os músculos e suas fáscias estão todos interligados ao sistema nervoso e seus comandos, tal como afirma o mentor da técnica denominada de Mobilização Neural (BUTLER, 2003).

Inúmeros estudos publicados em revistas científicas relatam que a realização da Mobilização Neural antes dos treinos de alongamento promove um aumento significativo da amplitude de movimento, principalmente em relação aos isquiotibiais.

Fisioterapeutas que conhecem o método de Mobilização Neural e alongamento compreendem sua amplitude de atuação, uma vez que identificam que o encurtamento clínico observado pode provir da falta de biomecânica neural. Em termos práticos, isto significa que a inervação do corpo está presa e perdeu sua capacidade natural de movimentar-se.

Com este achado clínico, identificado através de testes específicos, o fisioterapeuta consegue realizar o diagnóstico correto e trata a lesão neural de forma simples. As conquistas do método, alcançadas através de manuseios a princípio passivos e posteriormente ativos, permitem uma reabilitação mais eficaz e duradoura.

Além disso, grandes nomes na Fisioterapia – tal como Maitland e Cyriax – conseguiram apontar não somente que o sistema nervoso tem relação com o movimento (algo já conhecido), como também deixaram rastros investigativos sobre a influência da microanatomia do sistema nervoso frente à dor do paciente. 

A influência da parte mecânica dos nervos e sua interferência no movimento humano não é aprofundada nas escolas de fisioterapia. Os conceitos não são amarrados, e uma prática deficitária sobre o assunto dificulta a verdadeira reabilitação do paciente.

Outros aspectos do uso da Mobilização Neural e alongamento

Aliado a todos esses aspectos, temos também a deficiência de pesquisas na área e a eterna forma de se protocolar atendimentos – imaginando-se que receitas prontas resolvem todos os casos.

Nesse contexto, compreenda que, independentemente do sistema articular e muscular estarem afetados em uma disfunção, de forma direta ou indireta o sistema nervoso estará envolvido. Assim, fica aqui a ressalva de que por muitas vezes este sistema não é levado em conta nem na avaliação, nem no tratamento do paciente, tal como nos apresenta Butler, 2003.

Para exemplificar este assunto, pensemos na dor lombar. Ela é responsável por 50% das disfunções musculoesqueléticas e acomete de pessoas jovens a idosos gerando dor, rigidez e imobilidade. No Brasil, segundo Machado e Bigolin (2010), 10 milhões de pessoas sofrem de incapacidade devido as lombalgias.

A etiologia é totalmente diversificada, uma vez que a coluna possui inúmeras estruturas que podem causar dor. Mendes (2005) alega que alguns fatores são contribuintes para esta lesão, tais como:

Apesar disso, a dor ainda é inespecífica em 85% dos casos. Os sintomas podem derivar de diversas estruturas. Entre elas estão os ligamentos, disco, articulações, músculos e/ou sistema nervoso. Por isso, muitos estudos são feitos acerca do tema, uma vez que se trata de uma disfunção extremamente comum em nossos pacientes (MACHADO E BIGOLIN, 2010).

Nesse contexto, devemos sempre levar em consideração que a Mobilização Neural e alongamento estão intimamente ligados e podem ser a chave para uma melhoria na qualidade de vida do indivíduo que sofre com quadros como os abordados ao longo do texto.

Conclusão

Por fim, trago um estudo de Machado e Bigolin (2010), que se propuseram a analisar os efeitos da Mobilização Neural e alongamento muscular em pacientes com lombalgia crônica. Neste estudo, notou-se que ambos programas de reabilitação surtiram efeito positivo na melhora do paciente.

Apesar disso, a significância foi observada no programa de Mobilização Neural. Isso pode ser justificado devido à presença de tensão neural responsiva nos testes investigativos.

Estes autores também são partidários da ideia de que, na reabilitação, não é necessário abordar somente uma técnica. Na verdade, considera-se que o paciente deve ser avaliado e atendido mediante suas necessidades e através de uma abordagem multidisciplinar

Assim, fica a ressalva frente à presença de testes neurais na avaliação do paciente: quantos fisioterapeutas, em verdade, conhecem isto? Será que a influência da técnica como abordagem de tratamento pode ser um trunfo em suas mãos também? Não seriam a Mobilização Neural e alongamento pontos a serem explorados para melhorar seu atendimento?

Comente abaixo sua opinião sobre essa questão!

Referências Bibliográficas

Amorim, P. R. S., & Faria, F. R. Dispêndio energético das atividades humanas e sua repercussão para a saúdeMotricidade8(Supl. 2), S295–S302. [ [Internet ] 2012.

Butler, D.S. Mobilização do sistema nervoso. São Paulo: Manole, 2003.

Machado, GF e Bigolin, SE. Estudo comparativo de casos entre a mobilização neural e um programa de alongamento muscular em lombálgicos crônicos.  Fisioter. Mov, 2010; 23(4); 545-54.

Meneguci, J. et al. Comportamento sedentário: conceito, implicações fisiológicas e os procedimentos de avaliação. Motri, 2015; vol.11 n.1 Ribeira de Pena.

Owen, N., Healy, G. N., Matthews, C. E., & Dunstan, D. W. Too much sitting: the population health science of sedentary behaviorExercise and Sport Sciences Reviews, 2010; 38(3), 105–113.

Santos, F. Domingues, C. Avaliação pré e pós-mobilização neural para ganho de ADM na flexão de quadril por meio de alongamento de isquiotibiais. ConScintiae Sáude [Internet] 2008; 7(4) 497-495.

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