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A gastroplastia redutora, também conhecida como cirurgia bariátrica, é um procedimento cada vez mais utilizado para o tratamento da obesidade grave e suas comorbidades associadas. 

Essa intervenção tem como objetivo reduzir o tamanho do estômago, limitando a quantidade de alimentos que uma pessoa pode ingerir, o que resulta em uma significativa perda de peso. 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade caracteriza-se por uma doença crônica, marcada pelo excesso de peso, de forma a causar danos intensos à saúde.

É uma condição marcada pelo excesso de gordura corporal subcutânea que se desenvolve como resultado da hipertrofia e hiperplasia das células do tecido adiposo. 

O desequilíbrio energético, com uma ingestão calórica desigual em relação ao gasto, sendo o principal contribuinte para esse problema.

A obesidade pode ser classificada através do Índice de Massa Corporal (IMC), calculado a partir da divisão do peso em Kg, pela altura do quadrado em metros. 

O resultado do IMC entre 30,0 e 34,9 Kg/m2 classifica a obesidade grau I, resultados entre 35,0 e 39,9 Kg/m2 classificam a obesidade grau II, sendo considerada severa, resultados acima de 40,0 Kg/m2 classificam a obesidade grau III, apontada como mórbida.

Sendo uma doença crônica, há significativas alterações, principalmente metabólicas e mecânicas. 

Portanto, a presença de diabetes tipo 2, hiperlipidemia, hipertensão arterial, depressão, sobrecarga articular e problemas respiratórios como apneia obstrutiva do sono, síndrome de hipoventilação e asma são as principais consequências da obesidade.

Mas afinal o que é gastroplastia redutora, quais os cuidados e qual o papel da fisioterapia no tratamento? Neste texto explicaremos mais sobre a cirurgia bariátrica e os procedimentos durante o atendimento. 

O que é a gastroplastia redutora?

A gastroplastia redutora, trata-se de um método invasivo e eficaz para perda de peso, quando bem indicada. A cirurgia bariátrica (CB) não promove a cura da obesidade, mas sim o seu controle, diminuindo as complicações clínicas de curto e longo prazo decorrentes da doença.

Segundo o Ministério da Saúde (2018), a CB é indicada para pacientes que apresentam o IMC ≥ 40 Kg/m² ou IMC ≥ 35 Kg/m2 relacionado a comorbidades como diabetes mellitus de difícil controle, como doença cardiovascular, apneia obstrutiva do sono, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) e depressão.

Conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) (2019), em 2018 no Brasil foram realizados cerca de 63.969 procedimentos de CB. Sendo que 11.402 foram feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 49.521 pela saúde suplementar e 3.046 em cirurgias particulares. 

Ademais, o número de CB realizadas cresceu em média 84,73% entre 2011 e 2018, os estudos apontam um crescimento exponencial nos próximos anos. 

Esse crescimento pode ser justificado pelo aumento dos índices de obesidade na última década, e consequentemente o número elevado de comorbidades associadas à doença.

As técnicas cirúrgicas diferenciam-se entre si de acordo com o mecanismo de ação e podem ser restritivas, disabsortivas e mistas. 

Os principais mecanismos de perda ponderal se classificam no mecanismo restritivo em que há uma redução da capacidade gástrica levando a uma redução do consumo alimentar, obtido por ressecção gástrica ou gastroplastia redutora

A técnica disabsortiva limita a absorção dos nutrientes, causando a perda de peso, obtido por desvio do trânsito para mais distal no intestino delgado. 

A técnica mista é uma associação entre as técnicas restritivas e disabsortiva o qual reduz a capacidade gástrica e a capacidade de absorção dos nutrientes.

Destaca-se que o tratamento fisioterapêutico se torna essencial no pós-operatório da CB colaborando para prevenção e redução das complicações pulmonares. 

O tratamento, quando iniciado precocemente, garante a redução do tempo de internação e por consequência a diminuição dos riscos de complicações.

Diante das possíveis complicações que podem ocorrer em uma gastroplastia redutora, devemos observar de forma principal a função pulmonar do paciente, devido a quantidade de gordura corporal que afeta diretamente os volumes e capacidades pulmonar e com significativas alterações nas variáveis espirométricas dos pacientes.

Complicações pós-cirurgia da gastroplastia redutora

Por se tratar de um método invasivo, pode haver efeitos colaterais cirúrgicos graves, sendo o mais comum a peritonite induzida por fístula anastomótica, que tem uma incidência de 1-6% após bypass gástrico e uma incidência de 3-7% após gastrectomia vertical. 

Outras complicações da CB incluem hemorragias, hérnias, estenose anastomótica, erosão gástrica e obstrução intestinal do intestino delgado. 

A trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar (EP) e pneumonia pós-operatória são possíveis consequências pulmonares. Juntamente com problemas neurológicos e ginecológicos, a fase pós-operatória também parece estar ligada ao desenvolvimento de cálculos biliares. 

Finalmente, também estão presentes relatos de problemas gastrointestinais, como úlceras estomacais, síndrome de dumping, movimentos intestinais mais frequentes, trombose do sistema porta ou veia mesentérica e obstrução alimentar (em pacientes com anel), causando vômitos, regurgitação e doença do refluxo gastroesofágico.

A disfunção dos músculos respiratórios está ligada às complicações pulmonares acarretadas por essa abordagem cirúrgica, sendo necessário avaliar a força muscular inspiratória e expiratória, função pulmonar e mobilidade torácica do paciente, no período pré e pós-operatório. 

Os valores espirométricos menores no pré-operatório apresentam maior índice de desenvolvimento de complicações pulmonares. 

E de forma relevante a via de incisão da cirurgia também interfere na mecânica ventilatória dos pacientes de forma direta, limitando a reexpansão pulmonar e ao grau de dor desse paciente ao realizar os movimentos respiratórios.

Dentre as complicações cardiopulmonares a embolia pulmonar e trombose venosa profunda, possuem 2% de incidência calculada e mortalidade de 20 a 30%, caracterizando a segunda principal causa de morte pós-operatória após cirurgia gástrica. 

A pneumonia pós-operatória ocorre em menos de 1% dos casos, sendo rara por conta da mobilização precoce estabelecida pela fisioterapia aos pacientes.

Atuação da fisioterapia na gastroplastia redutora

A prevenção e a diminuição das complicações pós-operatórias desse tipo de cirurgia é um papel importante do fisioterapeuta, atuando de forma mais precoce possível para que ocorra uma recuperação precoce da função pulmonar desse paciente. 

Essa atuação pode ocorrer até mesmo de forma ambulatorial anteriormente à data da cirurgia desse paciente.

A intervenção fisioterapêutica no pré-operatório tem estudos comprovando recomendação na realização de exercícios aeróbicos antes da cirurgia bariátrica, podendo ser caminhada na esteira, bicicleta ergométrica, ergômetro de braço e elíptico. 

O principal intuito é melhorar a condição cardiopulmonar desse paciente, consequentemente diminuindo os riscos de complicações e auxiliando na recuperação pós-operatória. 

O uso de exercício resistido inicialmente não contempla em muitos estudos sobre sua eficácia, mas quando prescritos abordam exercícios simples com grandes grupamentos musculares, visando aumento de força muscular, perda ou até manutenção da massa livre de gordura, mas sendo necessário mais estudos com protocolos para comprovação.

No pré-operatório a maioria dos pacientes não procura por exercícios físicos diários, mas a realização por 30 minutos diariamente, para a manutenção do peso já traria benefícios à saúde desse paciente. 

Nesse caso o treinamento muscular respiratório por meio dos dispositivos lineares se mostra eficaz para o aumento da força dos músculos respiratórios e consequente melhora dos volumes pulmonares, melhora de oxigenação arterial, diminuição de atelectasias e pneumonia pós-operatória.

Já na intervenção fisioterapêutica no pós-operatório, artigos mostram melhora da capacidade funcional desses paciente através da utilização de treinamento aeróbico e utilização de exercício resistido com faixas elásticas, halteres e caneleiras, os programas de exercícios foram baseados em frequência cardíaca, consumo máximo de oxigênio.

No teste de 1 repetição máxima (1RM) sendo o protocolo diferenciado a cada paciente, e dessa forma, são promovidos um aumento na força muscular global, melhora na capacidade cardiopulmonar e consequentemente uma diminuição da perda de massa muscular, garantindo a recuperação mais rápida e sem complicações.

O treinamento fisioterapêutico para paciente pós-cirurgia de gastroplastia redutora é de suma importância, garantindo benefícios que podem se perpetuar em até 24 meses após a cirurgia.

Podemos observar que a intervenção fisioterapêutica no pré e pós-operatório de paciente de gastroplastia redutora é capaz melhorar a capacidade funcional, volume pulmonar e trazer menores riscos de complicações pós-operatória para esses pacientes.

Através de protocolos individualizados proporcionar aderência de paciente ao tratamento e assim levando a resultados mais significativos.

Através da presença do fisioterapeuta no âmbito hospitalar, é observado uma redução no tempo de internação dos pacientes em pós-operatório de cirurgia bariátrica, trazendo uma evolução mais rápida e eficaz para essas pacientes e diminuindo custos hospitalares.

Conclusão

Conclui-se que a gastroplastia redutora contribui para o tratamento da obesidade, garantindo a melhora e o controle das doenças associadas, consequentemente diminuindo as comorbidades e a mortalidade causada pela condição.

A fisioterapia é imprescindível tanto no pré como pós-operatório, garantindo recuperação precoce e melhora da condição pulmonar e funcional relacionadas diretamente ao aumento da qualidade de vida do paciente.

Referências Bibliográficas

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