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A fisioterapia envolve várias áreas e técnicas que podem ser utilizadas para auxiliar no bem-estar do indivíduo, e claro, inclui-se o Método Pilates, que está ganhando destaque, apesar da literatura ser limitada ao se tratar da resposta ao volume pulmonar.

O Método Pilates é conhecido por ter a habilidade de trabalhar o corpo e mente, através de alguns movimentos que incluem contrações excêntricas e concêntricas, de preferência isométricas, realizados através dos fundamentos da respiração e da utilização da força, que favorece o reparo de alterações posturais e aumento da flexibilidade. 

Os exercícios provocam a ativação e contração dos músculos profundos estabilizadores do tronco associados à respiração: os intertransversais, os interespinhais, os multífidos e os eretores da espinha seguem os princípios do Método, como contração dos músculos multífidos e transverso abdominal associados à respiração

O movimento do músculo diafragma é oposto ao músculo transverso do abdômen, mas faz parte da contração do abdômen e, sendo fortalecido, promove um aumento da força muscular respiratória do praticante. 

A respiração diafragmática é amplamente utilizada na reabilitação de pacientes com doenças pulmonares.

Neste texto, vamos explicar como o Método Pilates pode ser um grande aliado para problemas respiratórios e também no aumento de volume pulmonar. Continue a leitura!

Método Pilates como aliado no volume pulmonar

Dentre as várias possibilidades de exercício físico, o Pilates vem apresentando-se como importante forma de treinamento físico através de seis princípios: controle, concentração, precisão, fluidez, centralização e respiração.

O estilo respiratório do Método Pilates aumenta a respiração costal por movimentar as costelas póstero-lateralmente, fazendo com que subam e desçam durante o fluxo. 

O princípio da respiração do Método Pilates exige uma expiração máxima durante os exercícios. 

Essa expiração máxima é realizada através dos músculos abdominais superficiais, que são ativados durante a realização dos exercícios do Pilates, principalmente do músculo reto abdominal, justificando, assim, o aumento da força muscular expiratória nos praticantes do Método. 

Ademais, os exercícios que visavam ao fortalecimento direto da musculatura abdominal superficial também contribuíram para o aumento, visto que os músculos abdominais superficiais são os principais músculos expiratórios em uma expiração forçada.

O fortalecimento dos músculos abdominais superficiais não contribui apenas para aumentar a força dos músculos expiratórios, mas também é importante para melhorar o desempenho do diafragma, principal músculo inspiratório. 

O aumento no tônus dos músculos abdominais fornece estabilidade proprioceptiva à parede abdominal durante a incursão do diafragma no momento da inspiração, de forma que seu centro tendíneo consiga se apoiar nas vísceras abdominais e gerar uma amplitude de movimento maior.  

Isso faz com que o aumento dos diâmetros cefalocaudal e transverso do tórax sejam mais acentuados durante a inspiração, contribuindo para uma maior amplitude de movimento.

Outra característica importante do Pilates é o recrutamento, através da respiração, de fibras de músculos profundos que, juntamente com a contração abdominal que sempre é solicitada, são os principais fatores responsáveis pelo trabalho de centralização e controle do corpo. 

Os exercícios do Método Pilates executados na presente pesquisa utilizam a inspiração para preparar o movimento e, em contrapartida, a expiração é utilizada para trabalho do abdômen através do recrutamento dos músculos expiratórios, incluindo transverso do abdômen e oblíquos interno e externo.

As alterações positivas que ocorrem no pulmão do paciente, são devido ao princípio de respiração do Método Pilates. Esse padrão respiratório é denominado “respiração lateral” que evita a amplificação da região abdominal durante as inspirações. 

O espaço para a expansão pulmonar aumenta à medida que se utiliza predominantemente o tórax e os músculos da caixa torácica, favorecendo a expansão lateral, melhorando o nível de concentração, relaxando e alongando os músculos rígidos, além de beneficiar o volume pulmonar

O que é volume pulmonar?

O volume de gás nos pulmões, em qualquer momento, depende da mecânica dos pulmões, da parede torácica e da atividade dos músculos da inspiração e da expiração. O volume pulmonar sob quaisquer condições pode ser alterado por processos comuns patológicos e fisiológicos. 

Embora o Método Pilates não seja diretamente focado no aumento do volume pulmonar, ele pode ter benefícios indiretos para a função pulmonar e respiratória.

A padronização das condições sob os quais os volumes pulmonares são medidos permite comparações entre indivíduos ou pacientes. 

O tamanho dos pulmões de uma pessoa depende da altura e do peso ou da área de superfície corporal, bem como da idade e do sexo do indivíduo. 

Portanto, os volumes pulmonares são, em geral, comparados de acordo com a idade, o sexo e a constituição física, sendo normalmente expressos de acordo com a temperatura corporal e com a pressão barométrica ambiente saturada com vapor de água (BTPS).

O volume corrente (VC) é o volume que entra ou sai da boca a cada incursão respiratória. Ele é determinado pela atividade dos centros de controle respiratório no cérebro, enquanto afetam os músculos respiratórios pelos mecanismos do pulmão e da parede torácica. 

Durante a respiração normal de repouso (eupneia), o VC de um adulto de 70 kg é de cerca de 500 mL a cada incursão respiratória, mas pode aumentar consideravelmente durante o exercício.

O volume residual (VR) é o volume de gás que permanece nos pulmões após uma expiração máxima forçada. 

O VR é determinado pela força gerada pelos músculos da expiração e pela retração elástica no sentido interno dos pulmões oposto pela retração elástica no sentido externo da parede torácica. 

A compressão dinâmica das vias aéreas durante a expiração forçada pode ser também um importante determinante do VR, por causa do aprisionamento de ar que ocorre no interior dos alvéolos quando as vias aéreas entram em colapso. 

O VR é importante para uma pessoa saudável porque previne o colapso dos alvéolos em volumes muito baixos. O colapso alveolar tornaria necessário um maior esforço inspiratório para a insuflação alveolar.

O volume de reserva expiratório (VRE) é o volume de gás exalado dos pulmões durante uma expiração máxima forçada que se inicia no final de uma expiração corrente normal. É, portanto, determinado pela diferença entre a capacidade residual funcional (CRF) e o VR. O VRE é de cerca de 1,5 L em um adulto saudável de 70 kg.

O volume de reserva inspiratório (VRI) é o volume de gás inspirado para os pulmões durante uma inspiração máxima forçada que se inicia no final de uma inspiração corrente normal. 

O VRI é determinado pela força de contração dos músculos inspiratórios, pela retração elástica dos pulmões e da parede torácica e pelo ponto de partida, que é a CRF mais o VC. O VRI de um adulto saudável de 70 kg é de aproximadamente 2,5 L. 

A mobilidade torácica através do Método Pilates

A mobilidade torácica é definida como o movimento percebido no tórax durante a inspiração e a expiração e é dependente da contração dos músculos respiratórios e da integridade da caixa torácica. 

Estudos apontam que o aumento dessa mobilidade pode estar associado à coordenação dos músculos envolvidos na respiração, por meio de uma baixa atividade da musculatura acessória (superficial) que trabalha de forma sinérgica aos músculos profundos estabilizadores do pescoço.

Porém, os aspectos como: envelhecimento, obesidade, doença de Parkinson, má postura, anomalias congênitas e doenças respiratórias, como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), podem alterar tal mobilidade, modificando a dinâmica ventilatória. 

Dessa forma, é fundamental a manutenção e/ou recuperação dessa para o funcionamento efetivo do sistema respiratório associado a demais fatores que o constituem. 

Portanto, favorece-se uma ventilação apropriada e coordenada com os movimentos, proporcionando melhora na mobilidade da caixa torácica, força muscular respiratória, modificação do padrão e função respiratória.

Como o Método Pilates ajuda no volume pulmonar

O Método Pilates, desenvolvido por Joseph Pilates, é conhecido por seus benefícios no condicionamento físico, flexibilidade e equilíbrio, mas também pode contribuir para melhorias no volume pulmonar

Através da intensidade na força muscular controlada, os praticantes aprendem a utilizar a técnica da força muscular diafragmática, promovendo uma expansão eficaz dos pulmões e aumentando a oxigenação do corpo. 

Além disso, certos exercícios de Pilates visam fortalecer os músculos intercostais e da parede abdominal, essenciais para uma expansão adequada da caixa torácica e, consequentemente, para a melhora da capacidade pulmonar.

A busca pela postura correta é um pilar fundamental no Método Pilates, e isso pode ter um impacto positivo na função pulmonar. Ao enfatizar o controle corporal, o Método ajuda a fornecer mais espaço para a expansão dos pulmões durante o atleta. 

O fortalecimento dos músculos envolvidos na manutenção da postura também contribui para otimizar o volume pulmonar.

A prática do Pilates promove uma maior consciência corporal, incentivando os praticantes a prestarem atenção na forma como o corpo se movimenta e funciona, incluindo um praticante. 

Essa consciência pode levar a uma musculatura mais consciente e à correção de padrões inadequados de musculatura, potencialmente beneficiando a função pulmonar.

Além disso, o Pilates tem um componente de relaxamento e foco mental, o que pode contribuir para a redução do estresse e da ansiedade. 

Como o estresse emocional pode afetar o volume pulmonar, a prática regular do Pilates pode ajudar a melhorar a saúde respiratória.

É importante ressaltar que, embora o Método Pilates possa trazer benefícios para a função pulmonar, ele não substitui tratamentos médicos específicos para condições respiratórias crônicas. 

Conclusão

O Método Pilates traz grandes benefícios na mobilidade toracoabdominal, na força muscular respiratória e aumento do volume pulmonar, pois o princípio da respiração promove um reequilíbrio da função pulmonar, proporcionando resultados positivos em relação a volumes e capacidades pulmonares.

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