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A Síndrome do Túnel do Carpo tem sido um problema muito comum do século XXI. Esta patologia está entre uma das que mais limitam a função e a qualidade de vida, principalmente das pessoas que se encontram na fase produtiva.

Este problema pode causar dores intensas, choque, queimação e até perda de força do membro superior acometido. Muito mais importante que o tratamento é saber como prevenir e evitar que a Síndrome do Túnel do Carpo não se transforme em uma doença crônica e grave que, por muitas vezes, somente terá solução com cirurgia e, ainda assim, as chances de cura não são totalmente positivas.

Continue lendo esta matéria e confira tudo sobre essa patologia!

O que é a Síndrome do Túnel do Carpo?

Antes de falarmos da Síndrome, precisamos conhecer a anatomia com todas as estruturas que o Túnel do Carpo contém para, então, entendermos porque esta disfunção é tão comum.

O Túnel do Carpo é um espaço entre os ossos do carpo na região dorsal e o retináculo flexor na região palmar. Dentro dele passam diversas estruturas como:

  • Nervo mediano;
  • Tendão do flexor longo do polegar;
  • Tendões dos flexores digitais superficiais;
  • Tendões dos flexores digitais profundo;
  • Flexor radial do carpo.

O túnel é delimitado lateralmente pelo tubérculo dos ossos escafóide e trapézio, medialmente pelos ossos hamato e psiforme, dorsalmente pelo capitato e na face palmar pelo ligamento transverso do carpo.

O nervo mediano, por sua vez, se origina das raízes nervosas de C5 a T1 da medula cervical, passa pelo plexo braquial, antebraço, braço e mão. E por ser um nervo que, diante de suas ramificações originadas da medula vertebral possui ramos motores e sensoriais, sendo o responsável por inervar a maior parte dos músculos do antebraço de mão.

Este nervo é responsável por inervar:

  • Músculos pronadores;
  • Flexores do punho;
  • Flexores longos dos dedos, com exceção do anular e dedo mínimo;
  • A maior parte dos músculos intrínsecos do polegar e lumbricais laterais.

A sua função sensorial supre as sensações da face palmar da mão ao longo dos dedos polegar, indicador médio e metade do anelar.

A Síndrome do Túnel do Carpo é definida pela perda sensorial e fraqueza motora que ocorrem quando o nervo mediano é comprometido no Túnel do Carpo e qualquer coisa que diminua o espaço dentro dele pode comprimir ou restringir a mobilidade do nervo, causando uma lesão por compressão ou tração e gerando, assim, sintomas neurológicos distais ao punho.

Quais são os sintomas?

Dentre os principais sintomas, destacam-se:

  • Dor na mão com uso repetitivo;
  • Fraqueza e atrofia muscular;
  • Perda sensorial (hipoestesia e/ou parestesia) no caminho do nervo mediano;
  • Diminuição na mobilidade do punho.

Todos estes sintomas podem acarretar em diminuição da preensão, principalmente em atividades que requerem coordenação motora fina e restrição de atividades que necessitam do movimento do punho como, por exemplo, digitação, uso de celulares e outros.

Os sintomas geralmente pioram no período noturno e essa patologia pode ser classificada em três estágios:

  • Estágio inicial: a sintomatologia se dá de forma intermitente e unicamente noturna;
  • Estágio intermediário: os sintomas ocorrem tanto no período noturno quanto diurno;
  • Estágio avançado: os sintomas são permanentes, há sinais de déficits sensitivos e motores

Quais são as causas?

Ela é considerada a segunda compressão nervosa mais recorrente do membro superior, sendo mais comum diagnosticá-la em homens do que nas mulheres entre os 13 e 20 anos de idade, essa prevalência se inverte nas idades entre 40 a 60 anos.

Na fase jovem ocorre mais em homens pois eles possuem a tendência de participar de atividades repetitivas e de alta velocidade.

Já na fase adulta e durante o processo de envelhecimento, as mulheres possuem um fator predisponente pois o stress ergonômico é um grande fator e pode estar associada a outros fatores e comorbidades como:

  • Tenossinovites;
  • Hipotireoidismo;
  • Artrite reumatóide;
  • Lúpus;
  • Diabetes;
  • Outros.

Na maioria dos casos de Síndrome do Túnel do Carpo, nenhuma causa óbvia pode ser identificada. Em alguns casos, a compressão será causada por inflamação sinovial ou edema tecidual no Túnel do Carpo, algo que ocorre frequentemente durante a gravidez ou, ainda, associado a outros problemas pré-existentes:

  • Tenossinovite flexora;
  • Cistos;
  • Osteófitos;
  • Aneurismas;
  • Hematomas.

O espessamento do tecido sinovial ou uma compressão de outras estruturas localizadas no Túnel do Carpo podem ocasionar um aumento da pressão dentro dele, principalmente em posições de flexão e extensão do punho.

Como prevenir?

A prevenção continua sendo uma das alternativas mais eficazes para evitar este tipo de patologia osteomioarticular. Dentre os cuidados destacam-se:

  • Orientações sobre as posições ergonômicas a fim de evitar o seu desenvolvimento por estresse laboral;
  • Orientações sobre posições na hora de dormir pois posições sustentadas em flexão ou extensão do punho pode favorecer o desencadeamento do quadro;
  • Exercícios de consciência corporal que auxiliam no relaxamento e fortalecimento das estruturas da cintura escapular e membros superiores;
  • Exercícios para manutenção da boa postura;
  • Evitar movimentos repetitivos e que estressam a região do punho (uso de celulares, digitação, carregar peso sem a devida sustentação dos músculos dos membros superiores, sobrecarregando o punho).

Como tratar a Síndrome do Túnel do Carpo?

O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. Assim como o tratamento conservador, o uso de antiinflamatórios e corticóides e fisioterapia também deve ser prescrita por um médico.

A fisioterapia tem como objetivo promover analgesia, controlar o processo inflamatório, relaxamento muscular e evitar que ocorram deformidades que possam comprometer a funcionalidade do paciente.

O fisioterapeuta, após uma avaliação minuciosa, utilizará várias ferramentas para o tratamento, de acordo com o quadro clínico do paciente. Estes recursos podem ser:

  • Laserterapia: utilizado para analgesia e regeneração tecidual;
  • TENS (neuroestimulação elétrica transcutânea): auxilia, principalmente, na fase aguda, promovendo analgesia;
  • Crioterapia e termoterapia: objetivo de controlar o quadro álgico, promover a melhora da circulação sanguínea e regeneração tecidual;
  • Cinesioterapia: exercícios de alongamento, ativos livres e resistidos;
  • Terapia manual: mobilização neural, liberação miofascial, mulligan e agulhamento a seco.

O médico ainda pode prescrever o uso de órteses, com o objetivo de manter o punho na posição neutra e diminuir a pressão das estruturas, porém, estas órteses só devem ser prescritas pelo médico e sob medida de acordo com cada paciente.

A cirurgia somente é realizada em casos moderados e graves da patologia, ou seja, quando não houve sucesso no tratamento conservador com uso de medicamentos e fisioterapia. A cirurgia para a Síndrome do Túnel do Carpo é feita para liberar os nervos comprimidos na área do punho e aliviar os sintomas típicos, como formigamento nas mãos e nos dedos.

Como vimos, este procedimento é necessário quando medicamentos, imobilizadores (órteses) e fisioterapia não melhoram os sintomas ou quando há muita pressão nos nervos.

A operação deve ser realizada por um cirurgião ortopedista, sendo esta bem simples, podendo ser realizada sob anestesia local ou geral e o pós-operatório deve ser seguido à risca com imobilização seguida por fisioterapia para não ocorrer recidivas da doença.

Conclusão

O papel do fisioterapeuta é essencial dentro deste cenário, pois ele possui habilidades para atuar na prevenção e na reabilitação em todas as fases da Síndrome do Túnel do Carpo, inclusive durante o período do pós-cirúrgico.

O acompanhamento interdisciplinar deve existir em todo o processo: desde o diagnóstico até o tratamento, visando um prognóstico rápido e positivo para o paciente.

 

 

Referências 

BLUNER, M. Pilates nas patologias dos ombros, cotovelos e punhos.1ª edição.Ideograf, Porto Alegre, 2019.

CHAMMAS, Michel et al. Síndrome do túnel do carpo-Parte I (anatomia, fisiologia, etiologia e diagnóstico)☆. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 49, p. 429-436, 2014.

CHAMMAS, Michel et al. Síndrome do túnel do carpo-Parte II (tratamento)☆. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 49, p. 437-445, 2014.

DE MATTIA BROLESI, Patrícia; LONGEN, Willians. ESPECTRO DOS TRATAMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS NA SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO (STC): UMA REVISÃO. Inova Saúde, v. 9, n. 2, p. 100-123, 2020.

ALEXANDRE, Liliane Ferreira et al. Síndrome do túnel do carpo: uma revisão bibliográfica. Revista Científica da Faculdade de Medicina de Campos, v. 16, n. 2, p. 49-55, 2021.

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