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Como o próprio nome diz, a síndrome da dor patelofemoral é uma síndrome sem causa definida e que apresenta um quadro clínico bem abrangente, podendo variar sua apresentação de pessoa para pessoa.

As lesões na corrida apresentam uma característica multifatorial, ou seja, não é apenas um fator que causa a lesão, mas, na maioria das vezes, é uma junção de diversos fatores que irão atuar conjuntamente em seu desenvolvimento.

As lesões podem decorrer, por exemplo, devido a alterações na mecânica da corrida e de alguma sobrecarga nos tecidos moles, são eles: músculos, ligamentos e tendões, uso de calçados inadequados, tipo de superfícies que corremos, quantidade de treinamento, etc.

Nesse, e nos próximos textos falaremos das principais lesões que ocorrem nos corredores e alguns exemplos de tratamentos. 

Mas lembrem-se que estaremos conversando de uma forma geral e que o tratamento adequado da lesão do paciente deve ser feito pelo médico e fisioterapeuta, e que nenhuma informação dada aqui deve ser seguida de forma “cega”. 

Lembrem-se também que cada corpo é um corpo e a lesão pode se manifestar de formas diferentes em cada um, o que vai requerer diferentes abordagens para o tratamento.

Então vamos lá? Boa leitura!

Quadro clínico da síndrome da dor patelofemoral

A dor patelofemoral é o principal sintoma que geralmente tem início gradual, é difusa e explicada pelo paciente como “espalhada” na região retropatelar.

Essa dor patelofemoral apresenta-se frequentemente quando a pessoa fica sentada por tempo prolongado, quando sobe e, principalmente, desce escadas.

Além da dor, outros sinais e sintomas podem estar presentes, como:

  • Crepitação;
  • Sensibilidade à palpação;
  • “Enrijecimento” do joelho principalmente no início da manhã.

Etiologia

A síndrome da dor patelofemoral pode ser causada por vários fatores que podem levar a maior compressão da patela no sulco troclear, incluindo:

  • Mal alinhamento dos membros inferiores (anteversão do colo do fêmur, genu valgum, aumento do ângulo Q, hiperextensão do joelho, varum tibial e excessiva pronação do retropé);
  • Desequilíbrio muscular através do excesso de força e/ou fraqueza muscular de grupamentos relacionados ao joelho (Vasto Medial Oblíquo, Banda Iliotibial, Retináculo Lateral, Vasto Lateral) e/ou ao quadril (fraqueza de força excêntrica dos abdutores do quadril e rotadores externos);
  • Diminuição de flexibilidade muscular ou miofascial (maior tensão em grupamentos como flexores do quadril, quadríceps, tensor da fáscia lata e sua inserção fascial, isquiotibiais e panturrilha);
  • Hipermobilidade patelar;
  • Mecânica de corrida inapropriada (adução do quadril com rotação interna durante a fase de médio apoio, drop pélvico excessivo, maior impacto durante a aterrissagem, maior distância do pé em relação ao tronco durante a aterrissagem).
  • Overuse (excesso de sobrecarga);
  • Alterações bruscas no treinamento (tanto em relação a corrida quanto indoor).

Avaliação da dor patelofemoral

Assim como na maioria das patologias, a avaliação é essencial para o planejamento correto do tratamento, pois, é necessário descobrir os principais fatores causais da lesão, lembrando que a lesão tem caráter multifatorial. 

Portanto, inclua na avaliação a anamnese para buscar a história clínica e a sua linha do tempo, análise da corrida, avaliação física, observando os desequilíbrios musculares, amplitude de movimento e flexibilidade muscular.

Tratamento

O tratamento deve ser individualizado, pois cada pessoa apresentará um déficit e/ou um excesso em diversos segmentos que não necessariamente será igual a de outro paciente. 

Então, uma vez tendo ideia da situação de cada um, o fisioterapeuta pode traçar seu plano de tratamento.

Aqui, falaremos de uma forma geral sobre o tratamento da síndrome da dor patelofemoral.

Fase aguda da dor

Nessa fase é importante dar tempo para a recuperação dos tecidos moles que eventualmente podem estar em processo inflamatório. Nada de repouso! Entretanto, uma diminuição na atividade física e/ou laboral talvez seja necessário. Associado a isso, a fisioterapia complementa através de:

  • Terapias manuais;
  • Liberação miofascial;
  • Bandagens funcionais;
  • Exercícios de alongamento com intensidade leve, exercícios de mobilização articular, etc.

Lembre-se que, apesar da síndrome da dor patelofemoral no joelho, não devemos esquecer de trabalhar as articulações e grupos musculares próximos, como quadris, tornozelos e coluna.

Fase dos exercícios para tratamento da dor patelofemoral

Quando a dor patelofemoral responde positivamente à fase anterior, já podemos iniciar o treinamento com exercícios específicos para segmentos que o fisioterapeuta detectou déficits ou excesso de atividade durante a avaliação. Não há receita de bolo. 

O importante é inserir no plano de exercícios que irão suprir as necessidades do paciente. Os exercícios podem ser feitos através do Pilates, do treinamento funcional ou ambos. Entretanto, algumas considerações devem ser dadas. 

A questão mais importante que devemos lembrar quando lidamos com exercício é que o fisioterapeuta precisa seguir o princípio da progressão quando vai traçar o plano de tratamento, pois o corpo do paciente precisa se adaptar aos estímulos dados para conseguir força e flexibilidade adequados.

O Princípio da Progressão deve ser inserido tanto para o treinamento de força quanto para o de flexibilidade. Portanto, sempre inicie os exercícios de forma leve, com baixa intensidade e observe como seu paciente irá responder.

Vá aumentando a intensidade/estímulo de forma gradativa, tendo como referência a dor e a execução do exercício com qualidade.

Se o paciente sente dor durante e/ou após a execução do exercício, ou não está fazendo de forma correta, pode ser que aquela carga esteja muito elevada naquele momento. Dessa forma, podemos diminuir um pouco o estímulo para aumentarmos novamente mais tarde.

Mais pra frente, inclua exercícios funcionais de corrida (ou da atividade física que o paciente pratica) para que vá recobrando a propriocepção e a segurança de retornar ao esporte.

Fase de retorno ao esporte

Faça um trabalho em conjunto com o treinador do paciente. Agora é a vez do profissional de educação física promover a melhor forma do paciente retornar ao seu desempenho anterior à lesão!

Conclusão

A dor patelofemoral é localizada na região da frente do joelho, e antes de realizar qualquer esforço físico ou tratamento para dores na região, o ideal é procurar um médico ortopedista para avaliar a situação e determinar o correto a fazer.

Os exames de ressonância magnética podem identificar desgaste da cartilagem, tendinites, inflamação por atrito ou sobrecarga dos tecidos articulares. 

Referência Bibliográfica

Mellinger, S., & Neurohr, G. A. (2019). Evidence based treatment options for common knee injuries in runners. Annals of translational medicine, 7 (Suppl 7).

Grupo VOLL

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