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A Condromalácia Patelar é uma condição clínica caracterizada pela degeneração da cartilagem articular da patela. Ela é causada pela diminuição na concentração de mucopolissacarídeos na substância fundamental das células. Quando o quadro clínico apresenta dor, a patologia é comumente confundida com a Síndrome da Dor Patelofemoral. Apesar disso, é possível utilizar Pilates para Condromalácia Patelar como uma forma de prevenir e tratar seus casos. Continue lendo para descobrir como isso pode ser feito!

O que são mucopolissacarídeos?

Os mucopolissacarídeos, também chamados de glicosaminoglicanos, são longas cadeias de formações de dissacarídeos (duas moléculas de açúcares) ligadas entre si. Essa substância é encontrada nos tecidos corporais e sua presença é extremamente importante na cartilagem, líquido sinovial e matriz celular. 

Esses polissacarídeos proporcionam lubrificação tecidual e o grande número de moléculas de água em sua superfície os torna componentes perfeitos da cartilagem e dos tendões, pois lhes confere resistência à pressão.

Classificação da Condromalácia Patelar

O sistema de categorização da Condromalácia segue a classificação proposta por Outerbridge (1961), que foi desenvolvida para ser um sistema de classificação simples, fácil de usar e reproduzível de lesões da cartilagem articular. O sistema atribui uma nota de 0 a IV para a área condral de interesse, sendo que:

  • Grau 0: representa a cartilagem normal;
  • Grau I: representa início de lesão, quando ocorre amolecimento e inchaço da cartilagem (geralmente são detectáveis por feedback tátil com uma sonda durante o procedimento cirúrgico);
  • Grau II: representa uma alteração parcial na espessura cartilaginosa com fissuras discretas, não atingindo o osso subcondral;
  • Grau III: ocorre quando a fissura da cartilagem é maior (> 0,5 polegadas), com a lesão atingindo a área subcondral;
  • Grau IV: é o grau mais grave e representa a erosão da cartilagem articular, expondo o osso subcondral.

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As lesões condrais

A cartilagem articular é um tecido hipocelular, avascular e aneural. Portanto, trata-se de um tecido com pouca capacidade regenerativa.

No dia-a-dia, as lesões condrais podem ocorrer devido a um único episódio de excesso de carga na articulação ou através de vários pequenos episódios cíclicos e cumulativos de sobrecargas. Para lembrar-se disso, pense na “Teoria do Envelope de Função”, teoria importante para condução do paciente na reabilitação articular, principalmente de joelho. 

Nessa região, as lesões da cartilagem patelar podem ter diversas etiologias. Elas podem ocorrer devido a fatores como:

  • Mau alinhamento dos membros inferiores;
  • Excesso de compressão patelar devido a má postura;
  • Realização de atividades físicas em demasia;
  • Realização de exercícios físicos de forma incorreta;
  • Obesidade;
  • Altura da patela;
  • Desequilíbrio musculares. 

Durante atividades cotidianas – como caminhar, subir e descer escadas, agachar e outros – a cartilagem articular do joelho sofre períodos de compressão, mas logo retorna a seu tamanho normal. Isso é fisiológico e benéfico, desde que ocorra dentro de uma faixa de segurança (“Envelope de Função”).

Entretanto, quando há lesão condral, a cartilagem articular perderá progressivamente sua característica de elasticidade. Com isso, também ocorre a diminuição da capacidade de retorno a sua posição e tamanho original após episódio(s) de compressão.

Essa perda progressiva ocorrerá antes da fibrilação ou de qualquer outra modificação morfológica ser evidente em exames de imagem. É justamente por isso que a prevenção é tão importante!

Pilates para Condromalácia Patelar: sua importância para lidar com a patologia

Como visto anteriormente, o Pilates para Condromalácia Patelar pode ser bastante útil. Vejamos como isso acontece.

Você já sabe que o seu paciente pode apresentar vários estágios de lesão cartilaginosa, certo? Quando iniciamos um programa de prevenção ou tratamento, é importante levar em consideração a idade da pessoa, seu histórico clínico e diversos outros fatores.

Sabendo que a cartilagem é um tecido que não se regenera, evitar a progressão da lesão condral torna-se um dos pilares do sucesso da reabilitação. Obviamente, o Pilates para Condromalácia Patelar não é a única estratégia para tratar o paciente. Apesar disso, o método desenvolvido por Joseph Pilates apresenta fatores que aumentam a chance de evitar a agressão condral sem alterar os objetivos da reabilitação.

Como exemplo disso temos o fato de que, com o Pilates para Condromalácia Patelar, podemos trabalhar força e flexibilidade musculares sem ocasionar excessiva sobrecarga ao joelho. Por isso, leia abaixo os princípios do método e sua importância para lidarmos com a patologia.

Princípios do Pilates para Condromalácia Patelar

Os princípios do Pilates para Condromalácia Patelar devem ser seguidos durante a execução de todos os exercícios, sejam eles realizados nos aparelhos ou no solo. Dessa forma, o primeiro ponto a favor do método é a busca prioritária da qualidade do movimento, e não da quantidade.

Assim, leia abaixo os principais pontos para os quais a atenção deve se voltar na realização do Pilates para Condromalácia Patelar.

1: Concentração

O paciente que apresenta o quadro de Condromalácia Patelar, mesmo que assintomático, deve ter cuidado durante a execução dos exercícios. Ele deve fazer isso para adquirir autoconhecimento corporal e prestar atenção no exercício que está fazendo. Dessa forma, ele aumentará a possibilidade de realização dos movimentos de forma correta e reduzirá a probabilidade de gerar micro-lesões condrais, por exemplo. 

​2: Controle

Durante a realização dos exercícios, a postura merece total atenção, já que uma das possíveis causas da Condromalácia Patelar é justamente a negligência da postura durante o dia-a-dia (seja para sentar, caminhar ou simplesmente para ficar em pé). O trabalho concomitante do controle postural e do movimento durante a realização dos exercícios de Pilates para Condromalácia Patelar conscientiza o paciente e o estimula a manter a postura mais adequada para deambulação ou posição ortostática no seu cotidiano. 

3: Fluidez

A fluidez, por sua vez, permite a transição suave dos movimentos. No Pilates, nenhum movimento deve ser rígido, ríspido ou irregular. Por isso, é de extrema importância evitar “trancos” e impactos nas articulações para, assim, evitar a progressão da lesão condral.

4: Precisão

Exercitar o grupamento correto, da maneira correta está embutido nesse princípio. Aproveitar o movimento para que se consiga recrutar com maior qualidade as fibras musculares é de extrema importância na conduta da condromalácia patelar.

5: Centralização

Os exercícios no Pilates para Condromalácia Patelar se concentram em fortalecer o powerhouse, ou “centro de força”, que é uma região que compreende alguns músculos que dão estrutura de suporte entre as áreas das cinturas escapular e pélvica.

Pacientes com Condromalácia Patelar podem apresentar desequilíbrios musculares na região pélvica. Alguns, por exemplo, podem contar com uma hipo ativação da musculatura glútea, levando a alterações posturais e de movimento. Dessa forma, temos que um bom trabalho dessa região trará maior sustentação da postura através da melhora da força e flexibilidade da região.

6: Respiração

Apesar da respiração aparentemente não ter relação direta com a Condromalácia Patelar, devemos lembrar que não estamos lidando apenas com uma patologia. Lidamos com um ser humano com vários sistemas fisiológicos, que apresenta um quadro patológico que pode lhe causar diminuição da funcionalidade.

Essa situação pode levá-lo a um processo de ansiedade e depressão, e um trabalho respiratório pode ajudá-lo a amenizar esse quadro. Além disso, a respiração, quando realizada de maneira correta, permite a boa oxigenação dos tecidos durante o exercício.

Conclusão

Vale ressaltar que, como todos os métodos que lidam com exercício, o Pilates para Condromalácia Patelar também requer bastante atenção do profissional que o está aplicando; assim, torna-se possível evitar movimentos errôneos que prejudiquem o paciente.

Embora tenhamos inúmeros métodos eficazes para prevenir/reabilitar os pacientes com a patologia, o Pilates para Condromalácia Patelar apresenta inúmeras vantagens para esses pacientes.

E então, o que achou da ideia de usar o Pilates para Condromalácia Patelar? Comente abaixo!

Referências

Cavalcanti Filho MM da C, Doca D, Cohen M, Ferretti M. Updating on diagnosis and treatment of chondral lesion of the knee. Revista Brasileira de Ortopedia. fevereiro de 2012;47(1):12–20. 

Outerbridge RE. The etiology of chondromalacia patellae. J Bone Joint Surg Br. novembro de 1961;43-B:752–7. 

Rezende MU of, Hernandez AJ, Camanho GL, Amatuzzi MM. Cartilagem Articular e Osteoartrose. Acta Ortopédica Brasileira. junho de 2000;8(2):100–4.

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