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Já é de conhecimento comum que a prática do exercício físico regular é extremamente importante para a qualidade de vida das pessoas. Manter uma frequência na prática de exercícios promove melhorias gerais no organismo do indivíduo, como o aumento do condicionamento cardiovascular e melhoria na imunidade. Além disso, ocorrem aprimoramentos específicos como por exemplo, o aumento da força muscular e ganho de flexibilidade de estruturas. Entretanto, com o maior número de pessoas engajadas na prática de exercícios físicos e, com cada vez mais pessoas interessadas em praticar esportes, as lesões físicas relacionadas a estas práticas aumentam também. Dessa forma, neste texto iremos conversar um pouco sobre lesão esportiva. Todavia, também serão incluídas nessa discussão as lesões decorrentes da prática do exercício físico regular, seja ele em academias, em grupos de corrida ou outras formas de atividade física.

Você sabe o que é uma lesão esportiva?

Segundo Brad Walker (2013), “lesão física geralmente pode ser definida como qualquer estresse no corpo que impede o organismo de funcionar adequadamente, resultando na necessidade de um processo de reparo”. 

Corroborando com a afirmação acima, a lesão esportiva pode ser definida como qualquer tipo de lesão, dor ou dano físico que ocorre como resultado do esporte praticado, ou do exercício realizado, gerando alterações fisiológicas com objetivo de “curar” o dano. 

Assim, as lesões esportivas mais comuns estão associadas ao sistema musculoesquelético, que incluem músculos, ossos e articulações. Também, outro tipo de lesão recorrente são as associadas a tecidos como ligamentos e tendões. 

Classificação das lesões esportivas

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Lesões agudas: essas lesões são relacionadas àquelas que ocorrem naquele momento, no instante da atividade. Como exemplo temos as fraturas ósseas, tensionamentos musculares e tendíneos, entorses ligamentares e contusões. Geralmente, essas lesões agudas geram dor, edema, frouxidão, fraqueza e incapacidade de usar ou de realizar descarga de peso na área lesionada. 

Lesões crônicas: por sua vez, essas lesões referem-se a lesões esportivas que ocorrem durante um longo período de tempo. Às vezes, esses tipos de lesões são chamados de lesões por uso excessivo, como tendinites, bursites e fraturas por estresse. 

Porém, há uma consideração importante a se fazer para evitar confusão: apesar da tendinite e a bursite, por exemplo, serem condições patológicas classificadas como inflamações agudas, essas condições se desenvolvem com o tempo. Portanto, na maior parte dos casos, o indivíduo não desenvolve uma tendinite “agudamente” (a não ser que essa pessoa tenha um trauma agudo que desencadeará a inflamação aguda no tendão). A tendinite se desenvolve progressivamente devido a sobrecargas, a pequenos traumas repetitivos, ou ao uso incorreto do membro. Por isso que, geralmente, tendinites e bursites, apesar de serem condições inflamatórias agudas, são consideradas lesões crônicas. Logo, a mesma analogia se faz com as fraturas por estresse.

As lesões crônicas, assim como as lesões agudas, também geram dor, frouxidão, fraqueza, edema e inabilidade de realizar descarga de peso na área lesionada. 

A gravidade das lesões 

Contudo, além dessas classificações entre agudas e crônicas, as lesões esportivas também são classificadas de acordo com a gravidade em leve, moderada e severa.

Lesões leves: as lesões leves resultam em pouca dor e pouco edema. Geralmente, essas lesões não afetam de modo severo a performance esportiva e a área lesionada não é tão sensível à palpação. 

Lesão moderada: a lesão esportiva de gravidade moderada pode levar a algum grau de dor (maior que a que ocorre na lesão leve) e algum grau de edema. Pode limitar o desempenho esportivo, e a área lesionada tem certa sensibilidade à palpação. Além disso, pode ocorrer alguma alteração na coloração da pele no local da lesão. 

Lesão severa: a lesão severa levará a dor e edema maiores. Essa lesão afeta a performance esportiva de forma significativa e também as atividades de vida diárias. Também, a área lesionada é muito sensível à palpação. Ademais, ocorre alteração de coloração da pele, e a área pode apresentar-se deformada. 

Visão multifatorial da lesão

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É importante para o fisioterapeuta entender que a lesão esportiva é o resultado da interação entre vários fatores e que perfis específicos de indivíduos podem aumentar o risco da ocorrência de uma dada lesão. 

Ao invés do fisioterapeuta apenas concentrar-se nos fatores de risco para lesão existentes e já conhecidos pela literatura, como por exemplo, joelhos valgos, valgismo dinâmico, hiperlordose lombar, etc. O profissional deste área deve ter uma visão ampla, dinâmica e macroscópica do atleta, apresentando uma abordagem de sistemas complexos e não específicos. 

Portanto, o fisioterapeuta deve lembrar que o organismo do paciente é um sistema complexo que sofre influência de vários fatores. A complexidade está presente em todas as áreas da ciência que tratam sistemas evolutivos que mudam com o tempo, como é o caso do corpo humano. Sistemas complexos são dinâmicos, não lineares, ou seja, não seguem um padrão único; são mutáveis.

As lesões no esporte 

Nos esportes, o processo de ocorrência de lesões depende de muitos fatores ou restrições que interagem de maneiras diferentes e desconhecidas. Por exemplo, as lesões nos músculos isquiotibiais em atletas podem ser descritas como o resultado da interação entre fatores como flexibilidade, força, estabilidade do core, fadiga, lesão anterior e arquitetura do sistema músculoesquelético. Assim, observe que, nesse exemplo, não há um único fator de risco, e sim vários! Logo, estes fatores podem ou não estar presentes no atleta. Além disso, estas condições podem ou não se modificar dentro de 6 meses devido a intervenções ou mudanças de hábito do próprio atleta.

Por isso, perceba quão ampla é a gama de opções que podem estar envolvidas no desenvolvimento das lesões desportivas. Reitero ainda que, neste presente texto, nem falamos dos comportamentos emocionais que podem influenciar de forma direta o desenvolvimento da injúria. 

Conclusão

Então, é importante lembrar da importância da avaliação fisioterapêutica prévia e recorrente de um atleta. Quanto mais conseguimos entender o sistema complexo do indivíduo, mais conseguimos cercar os inúmeros fatores que podem desencadear uma lesão. Mas tenha em mente que esses fatores são dinâmicos, mutáveis e sofrem influência de sistemas externos.

Referências

  1. Walker B. The anatomy of sports injuries : your illustrated guide to prevention, diagnosis and treatment [Internet]. North Atlantic Books; 2013. 256 p. Available from: https://stretchcoach.com/articles/fitt-principle/?fbclid=IwAR2j-MFer3KOQjKQ_MB00oTFqwiXD-WQUIjkYKqOHBsNQdJHCVZptVeBOj8
  2. Fonseca ST, Souza TR, Verhagen E, van Emmerik R, Bittencourt NFN, Mendonça LDM, et al. Sports Injury Forecasting and Complexity: A Synergetic Approach. Sport Med [Internet]. 2020;50(10):1757–70. Available from: https://doi.org/10.1007/s40279-020-01326-4

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