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Todos conhecemos aquele aluno com tantos desvios posturais que é até difícil fazer os exercícios em aulas. Esses desvios são bastante prejudiciais para o seu corpo e geram compensações importantes que podem levar a dores e patologias.

Se não forem corrigidos seu aluno pode acabar até em um quadro de dor crônica. É aí que encontramos uma das muitas vantagens de trabalhar com movimento: temos diversas maneiras de corrigir esses desvios, um deles é a hiperlordose lombar.

A hiperlordose lombar é um desses desvios bastante comuns que encontramos com frequência em qualquer profissão relacionada ao movimento. Você é fisioterapeuta ou instrutor de Pilates? Talvez encontre um desses alunos. Por isso resolvi separar algumas dicas para te ajudar no tratamento de indivíduos hiperlordóticos. Vamos lá?

O que é hiperlordose lombar?

A coluna humana apresenta algumas curvaturas fisiológicas que existem para proteger órgãos internos e manter sua mobilidade. Essas curvaturas começam a formar-se com os primeiros movimentos que fazemos quando bebês e podem ser divididas em:

  • Cifoses;
  • Lordoses.

Ao todo, existem quatro curvaturas na coluna: lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar, cifose pélvica. O corpo precisa dessas curvaturas, já que elas nos ajudam a nos mover e também devem proporcionar a menor sobrecarga possível nos discos. Claro que essa função só acontece quando a coluna possui tais curvaturas com ângulos dentro do considerado fisiológico.

Infelizmente hoje em dia, começamos a encontrar alunos com alterações nessas curvas fisiológicas com bastante frequência. Existem diversos desvios posturais que levam à exagero, desvios ou até apagamento das curvaturas fisiológicas. Um desses desvios é a hiperlordose, extremamente comum entre nossos alunos no Pilates e no Treinamento Funcional.

A hiperlordose lombar é um desvio patológico dessa região da coluna. Ela acontece no plano sagital e pode ser identificada através de radiografias e avaliações. Em alunos com uma curvatura fisiológica encontraremos ângulos entre 31º e 79º. Já quem possui hiperlordose apresenta uma extensão da coluna lombar acima desse ângulo.

É possível que pacientes com esse desvio também apresentem uma anteversão pélvica associada. O contrário também acontece: alunos que possuem uma falta de mobilidade pélvica desenvolvem uma anteversão que, consequentemente, influencia o ângulo da lordose lombar.

Como surge a hiperlordose?

Existem diversos fatores que levam um corpo a desenvolver uma hiperlordose lombar. Um dos grandes culpados da grande incidência de desvio posturais são os hábitos de vida modernos. Já sabemos que o sedentarismo, a má postura e uso frequente da tecnologia deixa marcas no corpo.

O mesmo acontece no caso da hiperlordose lombar. Então sabemos, o aluno pode desenvolver hiperlordose lombar devido a tempo excessivo numa postura errada. Também podemos identificar outros fatores, como:

  • Gravidez;
  • Obesidade;
  • Genética;
  • Movimentos repetitivos;
  • Lesões e traumas;
  • Hérnia de disco;
  • Fraqueza e encurtamentos musculares;
  • Espondilolistese.

Percebeu que mencionei hérnia de disco como um dos possíveis causadores da hiperlordose? Isso vale para quase todas as patologias que causem dor na região lombar.

Apesar da dor, o corpo precisa continuar a se mover de alguma maneira. Ele sempre escolherá o caminho que lhe dê mais conforto no movimento, o que muitas vezes quer dizer alterar a postura. Com o tempo, isso se desenvolve e acaba se tornando uma hiperlordose lombar que continua mesmo depois que a dor for corrigida.

Adaptações para escapar da dor também podem existir em alunos com patologias como escolioses e hipercifoses.

Avaliação e diagnóstico

Você recebeu essa semana um aluno que reclamou da dor lombar e que aparentava um desvio na coluna. Será que ele tinha hiperlordose? Calma, não conseguimos chegar a uma conclusão tão rápido assim. Mesmo que você suspeite do caso, precisará de uma combinação de diversos exames para ter certeza. Será necessário passar por alguns procedimentos, como:

A avaliação postural precisa envolver tanto posições estáticas quanto em movimento. Devemos também avaliar as posições que o aluno adota durante o dia a dia, já que elas também têm forte influência sobre o desvio. É bem provável que seu aluno apresente posturas erradas no trabalho ou até na prática esportiva.

Sintomas do aluno

Por fim, analise os sintomas apresentados pelo aluno.

“Mas como assim sintomas se nem toda hiperlordose lombar causa dor?”

Sabemos que os alunos raramente buscam profissionais do movimento para consertar problemas posturais indolores. Eles geralmente só resolvem procurar ajuda quando alguma dor começa a incomodar muito. É por isso que quando o problema chega em nossas mãos ele não tem só o desvio, mas diversas camadas de compensações.

Então sim, provavelmente esse aluno terá algum sintoma, provavelmente dor lombar. Sempre analise também sintomas que ele sente em outras partes do corpo, inclusive formigamentos, dificuldades motoras e problemas nos órgãos.

Essa avaliação completa te ajudará a determinar quão comprometida está a coluna lombar do aluno. Você também saberá as consequências dessa hiperlordose, se a curva da coluna está comprimindo nervos e músculos afetados. Ela será o ponto inicial do tratamento, se você deixar algo passar poderá errar todo o processo mais tarde.

Algo normal entre os profissionais do movimento é confiar demais no exame de imagem. Ele te ajuda a diagnosticar a hiperlordose, porém não é o suficiente. Precisaremos da avaliação física para ter certeza dos desequilíbrios.

Sempre se lembre que a coluna do aluno não está isolada. Ele terá tensões, encurtamentos, fraquezas e diversos outros problemas conectados a ele. Esses desequilíbrios se espalham pelo corpo, fazendo com que todas as regiões do corpo sofram.

Problemas criados pela hiperlordose 

A hiperlordose lombar muitas vezes é assintomática. Assim, muitos alunos só deixam para buscar ajuda para resolver o problema postural. Quando conseguimos atender o paciente ele já desenvolveu dores e diversos desequilíbrios.

Podemos encontrar alguns sintomas em nossos pacientes com hiperlordose lombar:

  • Dor lombar;
  • Fraqueza de musculaturas abdominais;
  • Abdômen para a frente;
  • Aumento da flacidez abdominal e de celulite nos glúteos;
  • Fraqueza de músculos de base como glúteos;
  • Hipercifose torácica;
  • Anteriorização pélvica.

Veja bem: não é só a lombar que sofre com esse desvio. Sua posição leva a fraqueza de musculaturas de base do corpo como os glúteos, influenciando na posição da pelve. O desvio lombar também leva a uma compensação feita pela torácica.

O que quer dizer que é normal encontrar alunos com hiperlordose lombar que tenham hipercifose torácica ou falta de mobilidade. A hiperlordose também deixa a coluna mais instável por deixar musculaturas de suporte fracas e encurtadas.

Hiperlordose pode causar dor lombar?

Sim, mas nem sempre é a causadora. Como vimos, a dor também pode levar a uma hiperlordose. Por isso é importante que você faça uma avaliação completa nesse corpo cheio de compensações.

Quando a hiperlordose é fonte de dor lombar, isso acontece pela falta de estabilidade nessa região da coluna. Com musculaturas do Core enfraquecidas pelo desvio ela sofrerá uma sobrecarga.

Em alunos com outras condições também teremos o risco de lesões e fraturas. Tome cuidado com seus alunos que apresentam problemas como:

  • Osteoporose;
  • Espondilolistese.

Condições como essas fragilizam a estrutura vertebral. Se combinarmos essa fragilidade com a pressão nas vértebras criada pela hiperlordose lombar o aluno pode sofrer pequenas fraturas nas vértebras.

Como fazer o tratamento da hiperlordose lombar

Será que podemos tratar a hiperlordose lombar através do movimento?

Te garanto que sim. O método Pilates e o Treinamento Funcional possuem diversos exercícios extremamente úteis para resolver esse desvio postural. Em um aluno com esse desvio precisaremos trabalhar:

  • Fortalecimento;
  • Alongamento;
  • Flexibilidade;
  • Estabilidade.

Devido à posição da coluna lombar o aluno terá essa região bastante instável, o que não quer dizer que devemos trabalhar só estabilidade. A coluna precisa de um equilíbrio entre estabilidade e mobilidade para manter-se saudável e com movimento.

Se focarmos demais na estabilidade ela pode acabar rígida, o que também trará problemas futuros. Já mobilidade demais é um dos motivos da dor lombar do aluno. Portanto mescle os exercícios para essas características tentando encontrar a combinação ideal para seu aluno.

O Pilates em especial é a técnica ideal para corrigir desvios posturais como a hiperlordose lombar. Seus exercícios ajudam a alinhar as articulações e ganhar consciência do movimento. Conforme o aluno pratica ele aprende a se posicionar de maneira melhor e também a manter uma postura mais correta.

Se você está em dúvida de qual modalidade utilizar no tratamento do seu aluno eu te digo: use quantas quiser ou tiver domínio. Tanto o Pilates, quanto a fisioterapia e o RPG te trarão benefícios. Como bom profissional, você deve saber identificar quais são os exercícios corretos e que trarão melhores resultados para o seu aluno.

Como trabalhar com um aluno que sente dor?

Durante a correção postural da hiperlordose utilizaremos muitos exercícios para mobilidade e estabilidade lombar. Mas um aluno com dor dificilmente conseguirá fazê-los sem sentir incômodo. Será que eu o forço a fazer o movimento?

Claro que não. Se seu aluno sente dor comece aliviando o ponto dolorido. Existem diversas técnicas que ajudam, como a liberação miofascial, e também exercícios e alongamentos. Você também pode aproveitar para trabalhar as bases enfraquecidas do seu aluno. Lembra dos glúteos e musculaturas estabilizadoras da pelve pouco ativados? Está na hora de corrigir isso.

Cuidado com alongamentos. Sei que muitos alunos acham que quanto mais forçarem o alongamento melhor. Mas isso nem sempre é verdade, principalmente quando envolve dor. Evite levar o aluno ao alongamento de maneira dolorida.

Além de ser incômodo, a prática pode piorar pontos gatilho que existem nessa musculatura. Antes de alongar sempre procure o ponto e alivie, assim você evita piorar ainda mais a dor do seu aluno.

Quais exercícios NÃO posso fazer com alunos com hiperlordose lombar?

Não tem como te dar uma lista de exercícios proibidos no caso da hiperlordose lombar. Cada aluno é único e possui compensações diferentes, além de outras patologias agregadas. Você precisará de uma avaliação cuidadosa e do conhecimento do paciente.

“Então como eu vou saber o que o aluno não pode fazer, Keyner?”

Tem uma dica bem simples: evite a dor e o desconforto do aluno. Comece o trabalho em posições estáveis e com movimentos em amplitudes baixas. Isso não quer dizer que o aluno nunca poderá fazer movimentos mais complexos, ele pode e deve. Porém, deveremos progredir aos poucos com a aula.

A progressão ajuda o aluno a se preparar para movimentos mais complexos e ganhar confiança no movimento. Se você quer corrigir sua postura, melhorar seus padrões de movimento e eliminar o desvio patológico esse é o melhor caminho.

Tome sempre cuidado com a posição da pelve do seu aluno. A hiperlordose lombar tem como uma de suas características uma anteversão pélvica. Alguns exercícios podem exagerar essa posição, especialmente se você ainda não fez um trabalho de fortalecimento.

Repetindo: não vou deixar o aluno sem fazer essas posição, só começo trabalhando algumas necessidades básicas para não expor seu corpo a riscos.

Cuidados na hora de realizar os exercícios

Lembre-se sempre de que você está trabalhando com um aluno repleto de compensações. Preste muita atenção em seus movimentos e sempre corrija quando ele fizer um movimento errado. Livrar esse corpo de suas compensações faz parte do trabalho de reabilitação da hiperlordose lombar.

Também preste atenção na maneira como o aluno realiza os movimentos. Não estamos atrás de algo rápido e dinâmico, como muitos gostam de fazer. Os exercícios precisam ser feitos de maneira fluida para que exista um movimento realmente de qualidade.

Seu aluno precisará trabalhar muito com a ativação do Core. Como essas musculaturas estão pouco ativadas, inicialmente ele encontrará bastante dificuldade. Afinal de contas, a maioria das pessoas não está acostumada a fazer um exercício e se concentrar numa área diferente da que está trabalhando.

Para que ele consiga ativar essa região de maneira eficiente seus comandos verbais e até o toque ajudarão muito. Por isso você precisa prestar uma atenção especial no aluno com hiperlordose lombar durante a aula.

Conclusão

Um aluno pode desenvolver hiperlordose lombar por diversos motivos, que você será capaz de identificar através de um bom diagnóstico. Ao descobrir o problema não podemos simplesmente deixá-lo sem solução, será necessário trabalhar com esse aluno para corrigir sua postura e seus movimentos funcionais.

Podemos e devemos preparar um bom tratamento através de de exercícios contemplando características como estabilidade de coluna lombar, além de alongamento e fortalecimento. Os movimentos em aula devem auxiliar o aluno a melhorar sua postura inclusive em atividades do dia a dia. Para isso também precisaremos de um Core fortalecido e estabilizado.

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