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A drenagem linfática foi criada em 1936 por Emil Vodder, um médico dinamarquês que utilizava a técnica para complementar o tratamento de linfedema em seus pacientes. Vendo que sua técnica gerava resultados, passou a utilizá-la com frequência. Assim, ela passou ser considerada a técnica mais importante durante o tratamento de linfedema

O principal objetivo da drenagem linfática é criar pressões diferentes no organismo humano. Isso gera novas informações no sistema linfático, promovendo o deslocamento da linfa e do fluido intersticial e, consequentemente, transferindo a corrente sanguínea para todo o corpo (e não somente num lugar específico).

Esse processo faz com que os edemas sejam reabsorvidos, acelerando o processo de cicatrização e tratando diferentes patologias. Alguns dos principais efeitos da drenagem linfática são:

  • O relaxamento do indivíduo;
  • A redução de acúmulo de sangue no local específico;
  • Melhora da oxigenação e nutrição celular;
  • Desintoxicação dos tecidos;
  • Redução da sensação de desconforto gerado por determinadas patologias;
  • Melhora da qualidade de vida do cliente/paciente. 

E então, vamos entender mais sobre a drenagem linfática e como ela é realizada? Continue lendo!

Como é feita a drenagem linfática?

As manobras da drenagem linfática são realizadas de maneira leve (atuando nos tecidos superficiais da pele), rítmica e repetitiva. Sua ação ocorre apenas no líquido dos tecidos superficiais do corpo, mantendo uma pressão de 30 a 40 mmHg durante a execução das manobras. 

Na resolução do COFFITO de 2010, é abordada a necessidade de que a drenagem linfática seja executada por profissionais capacitados, evitando, assim, o surgimento de dores e hematomas pelo corpo. 

Entre as técnicas de drenagem linfática, as mais conhecidas são as de Vodder e Leduc. Ambas foram elaboradas respeitando os conhecimentos básicos sobre anatomia e fisiologia humana, entendendo os trajetos percorridos pelos sistemas linfáticos e linfonodos.

Além disso, as duas associam as manobras em 3 categorias, sendo elas: manobras de captação, reabsorção e evacuação. A diferença entre essas manobras surge de acordo com os locais de aplicação, sendo utilizadas conforme a necessidade apresentada. 

A seguir, você descobrirá as manobras básicas da drenagem linfática conforme cada uma das técnicas.

Manobras básicas da drenagem linfática: técnica de Vodder

Conforme dito anteriormente, existem duas técnicas diferentes para realizar a drenagem linfática – a de Vodder e Leduc. 

A técnica de Vodder, primeiramente, utiliza 4 movimentos para executar a drenagem. Assim, ela realiza o círculo fixo, movimentos de bombeamento, movimento de doador e o movimento giratório ou de rotação. Veja a seguir como cada um deles é realizado.

Círculos fixos 

Esse movimento promove um estiramento do tecido, efetuando pressão ou descompressão. A execução da manobra deve ser realizada com a mão apoiada na pele, enquanto os dedos fazem movimentos circulares num ponto fixo e realizando repetições. 

Movimentos de bombeamentos

Essa manobra traz o movimento em forma de ondas, mantendo a pressão entre os dedos e a palma da mão até completar as repetições no local específico. 

Movimentos de doador

Aqui, posiciona-se a palma da mão nas vias da drenagem e realizam-se manobras com combinações de movimentos desde a posição da mão até os movimentos do braço e antebraço. 

Movimento giratório ou de rotação

Nessa manobra, é importante manter uma sequência de movimentos e ritmos durante a execução do movimento, seguindo sempre o fluxo da linfa com a posição da mão.

Manobras básicas da drenagem linfática: técnica de Leduc

A técnica de Leduc, por outro lado, utiliza de 5 movimentos combinados entre si, realizando: drenagem dos linfonodos, círculo com os dedos, círculo com o polegar, movimentos combinados (utilizando o polegar e os dedos ao mesmo tempo) e pressão em braceletes. Veja abaixo a descrição de cada um deles:

Drenagem dos linfonodos

Esse movimento é realizado de forma rítmica e com pressão moderada, fazendo uso do contato dos dedos indicador e médio na pele do paciente.

Movimentos circulares com os dedos

Aqui, realizam-se movimentos circulares utilizando todos os dedos. Isso precisa ser feito de forma leve, mantendo o ritmo e a pressão adequada. 

Movimentos circulares com o polegar

É um movimento é realizado em círculos, utilizando somente o polegar na execução das manobras. Para isso, deve-se sempre respeitar os pontos fisiológicos para drenar a pele.

Movimentos combinados

Nesses movimentos são associadas as duas técnicas anteriores, respeitando os pontos fisiológicos da drenagem e mantendo o cuidado para não machucar a pele do cliente/paciente. 

Bracelete

Por fim, nesse movimento é utilizado em grandes áreas edemaciadas. Aqui, pode-se trabalhar em um lado ou ambos os lados do segmento que apresenta-se edemaciado e será drenado. 

Indicações da drenagem linfática

Ainda segundo a resolução do COFFITO de 2010, a drenagem linfática, além de prevenir e reduzir o acúmulo de líquido, auxilia no combate a infecções e estimula as defesas imunológicas – reduzindo, assim, o edema. 

 A drenagem linfática é indicada em casos de: 

  • Presença de edemas ou linfedemas;
  • Fibro edema gelóide (celulite);
  • Queimaduras;
  • Enxertos;
  • Pele com acnes;
  • Pré e pós-operatório de cirurgias – pois ajuda na recuperação da forma física, amenizando a tensão dos tecidos e a dor da região operada. 

Apesar disso, existem casos nos quais a realização da drenagem linfática é contra-indicada. Continue lendo para descobrir quais são esses casos e o motivo da contra-indicação.

Contra-indicações da drenagem linfática

Conforme dito anteriormente, a drenagem linfática não é recomendada para todos os tipos de retenção de líquidos. Por isso, ela é contra-indicada em casos como:

  • Presença de processos infecciosos;
  • Neoplasias;
  • Trombose venosa profunda;
  • Presença de erisipela na pele;
  • Insuficiência renal;
  • Portadores de tumores no sistema linfático;
  • Mulheres com gravidez de riscos;
  • Pessoas que apresentam problemas cardíacos, tromboses e hipertireoidismo. 

A drenagem linfática é importante não apenas nos tratamentos estéticos, mas também para os tratamentos patológicos. Ela tem por função auxiliar o organismo a eliminar o acúmulo de líquido dos tecidos. Essa eliminação traz os seguintes avanços:

  • Permite uma melhora na execução dos movimentos, como a melhora da mobilidade articular, por exemplo;
  • Reduz o desconforto corporal, tirando a sensação de peso ou certo mal estar ao realizar as atividades de vida diárias;
  • Evita o surgimento de patologias mais graves que necessitam de procedimentos cirúrgicos, como a trombose venosa profunda.

Ainda, a drenagem linfática pode ser utilizada como uma ferramenta complementar ao tratamento fisioterapêutico. Isso deve ser feito, é claro, sempre por um profissional capacitado, evitando que surja a sensação de dor e presença de hematomas na pele.

Trabalhar com profissionais capacitados também evita o aspecto de vermelhidão ou mesmo arroxeamento da pele. Além disso, é importante respeitar sempre os aspectos fisiológicos dos tecidos da pele para drená-los. Assim, se obtém uma evolução mais rápida do paciente durante o tratamento.  

Conclusão

Atualmente, já existem outros métodos para se trabalhar a drenagem linfática. Esses métodos mais recentes têm mostrado resultados na prática. Apesar disso, as técnicas de Vodder e Leduc são as mais conhecidas e ensinadas há anos a vários profissionais da saúde.

Por esse motivo, considerou-se relevante dar prioridade a estes métodos neste artigo, para trazer um pouco dos ensinos destas técnicas. Assim, torna-se possível aprofundar mais os estudos da drenagem linfática, trazendo sua importância e abrangendo o aspecto clínico e o funcional na evolução do paciente.

E então, o que achou do artigo? Ficou com alguma dúvida? Comente abaixo!

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