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A Tuberculose Pulmonar é uma doença infectocontagiosa que apresenta sintomas respiratórios. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), sua mortalidade é de 2 milhões de pessoas a cada ano em todo o mundo.

Apesar da doença poder ser prevenida e curada, desde 1993 ela é considerada uma emergência global. A OMS estima que um terço da população mundial está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, que se multiplica a cada 14 a 20 horas (BOTEZEL et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2008).

Nesse sentido, a Tuberculose é uma das doenças infecciosas que tem uma alta contribuição para morbidade e mortalidade em todo o mundo. Há um comprometimento dos pulmões, mas também podem ocorrer nos gânglios, rins, ossos, meninges ou outros locais do organismo (BOTEZEL et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2017).

Por isso, hoje iremos tratar da Tuberculose Pulmonar e descobrir quais são seus sintomas, como é realizado seu diagnóstico e estratégias para prevenir o desenvolvimento da patologia. Vamos lá?

*Este texto foi produzido pela Liga Acadêmica de Fisioterapia Respiratória e Tabagismo (LAFREST) através das integrantes Joyce Mara de Souza, Mariana Ferreira e Tainara Nielly Alves, sob a orientação da Professora Pâmela Pereira;

Propagação

A propagação da Tuberculose Pulmonar se dá através do indivíduo bacilífero que, ao tossir, lança na atmosfera gotículas de secreção com bacilos. Estas gotículas, ao serem inaladas, podem alcançar bronquíolos e alvéolos, iniciando a multiplicação bacilar. Em um ano, um indivíduo bacilífero pode infectar de 10 a 15 pessoas (BOTEZEL et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2008). 

A Tuberculose é dividida em primária, que ocorre em indivíduos que ainda não tiveram contato com o bacilo (sendo, portanto, mais comum em crianças) e secundária, que desenvolve-se a partir de uma nova infecção ou da reativação de bacilos latentes (BOMBARDA et al., 2001).

Sintomas da Tuberculose Pulmonar

Os sintomas da Tuberculose Pulmonar são de evolução lenta, sendo eles:

  • Tosse com inicio seco e depois produtivo;
  • Hemoptise;
  • Febre baixa e vespertina;
  • Sudorese noturna;
  • Astenia;
  • Emagrecimento.

Os pacientes podem manifestar distúrbios ventilatórios e, entre os mais comuns, encontram-se o enfisema regional, estrias atelectásicas e fibrose pleural. Isso pode levar a uma lobectomia, toracoplastia ou pneumectomia, diminuindo a tolerância ao exercício e uma queda da qualidade de vida.

Além das manifestações pulmonares, o emagrecimento que é causado pela doença corrobora para uma redução de massa muscular, podendo causar uma diminuição da força muscular respiratória (BOTEZEL et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2008). 

A Tuberculose Pulmonar, ainda, compromete as vias aéreas, causando efeitos como:

  • Edema de mucosa;
  • Hipertrofia e hiperplasia das glândulas mucosas;
  • Aumento da secreção de muco;
  • Hipertrofia muscular lisa.

Com isso, ela afeta o calibre das vias aéreas, aumentando a sua resistência e diminuindo o fluxo aéreo. Por mecanismo de fibrose cicatricial há também a redução da capacidade pulmonar total (NASO et al., 2011).

Outra complicação é o desenvolvimento de obstrução crônica de fluxo aéreo, resultante de alterações que destroem o parênquima pulmonar. Essa alteração pode afetar a complacência pulmonar, tendo como resultado um colapso de vias aéreas periféricas. Isto, por sua vez, causa um aprisionamento aéreo, o que predispõe a alterações da função pulmonar.

A presença de sequelas pulmonares consequente da Tuberculose Pulmonar pode ser um fator relacionado à invalidez permanente. Isso ocorre devido à insuficiência respiratória secundária à destruição tecidual e cor pulmonale (uma forma de insuficiência cardíaca) (BOTEZEL et al., 2016).

Assim, temos que quanto mais tardio for o diagnóstico da Tuberculose, piores serão os danos – como prejuízo da qualidade de vida. A falência do tratamento levando à multirresistência pode ser um fator de gravidade sobre o prognóstico funcional dos pacientes (NASO et al., 2011).

Fatores de risco

Os fatores de risco para o desenvolvimento da Tuberculose Pulmonar, de acordo com Botezel et al. e Oliveira et al., incluem pontos como os abaixo:

  • Residências em regiões de maior prevalência da doença;
  • Asilos, presídios, hospitais psiquiátricos ou de doentes crônicos;
  • Profissionais da área de saúde;
  • Predisposição genética, como para negros;
  • Idosos, devido à queda da imunidade;
  • Alcoolismo, uso de drogas ilícitas e tabagismo.

Como prevenir a Tuberculose Pulmonar

Dentre algumas atividades preventivas da Tuberculose Pulmonar, pode-se destacar primeiramente a vacina BCG, recomendada para aplicação no primeiro mês de vida da criança.

Destaca-se, ainda, a importância da realização de visita domiciliar e de ações educativas realizadas pelas equipes dos serviços da Atenção Primária à Saúde. Elas são realizadas de maneira pontual e voltadas a esclarecimentos, realizando orientações individuais sobre a doença e o empoderamento do paciente com Tuberculose. (ALENCAR, et al., 2019).

Ainda, sabemos que para prevenir a doença é importante melhorar as condições de habitação. Isso diminui a chance do contágio, ou seja: se há muitas pessoas dormindo no mesmo quarto em uma casa mal ventiladas e na qual não entram raios solares, por exemplo, o risco de contágio é muito maior (ALENCAR, et al., 2019). 

Diagnóstico

O diagnóstico tardio de Tuberculose Pulmonar muitas vezes é responsável por extensas lesões bilaterais. Elas geralmente são causadas por bronquiectasias, cicatrizes, deformação do parênquima, perda do volume pulmonar e espessamento pleural, quadros que podem evoluir para o chamado “pulmão destruído” (TORRICO et al., 2016).

Achados histopatológicos resultantes da Tuberculose apresentam a formação de granuloma caseoso, liquefação tecidual e formação de cavidades pulmonares. Dessas alterações perduram lesões residuais em muitos pacientes, o que resulta em sequelas pulmonares caracterizadas por comprometimentos na estrutura brônquica e do parênquima. Estas alterações estruturais, por sua vez, incluem distorções broncovasculares, bronquiectasias, enfisema e fibrose (NASO et al., 2011).

Como detectar a Tuberculose Pulmonar

A radiografia do tórax é o método escolhido na avaliação inicial e no acompanhamento da Tuberculose Pulmonar. A linfonodomegalia mediastinal é a manifestação radiológica mais comum na forma primária da patologia. Ela acomete cerca de 83% a 96% das crianças e sua incidência diminui entre os adultos.

Já a atelectasia obstrutiva decorrente da compressão extrínseca por linfonodomegalias, por sua vez, ocorre em 9% a 30% das crianças com a forma primária da doença (BOMBARDA et al., 2001).

O derrame pleural ocorre de 6% a 8% dos casos e geralmente é unilateral, com volume que varia de pequeno a moderado. A pneumonia se manifesta na forma de consolidações segmentares ou lobares, muitas vezes com aspecto semelhante ao da pneumonia bacteriana típica (BOMBARDA et al., 2001).

A tomografia computadorizada do tórax é utilizada na suspeita clínica de Tuberculose Pulmonar, principalmente nos casos em que a radiografia inicial é normal. A tomografia computadorizada do tórax é mais efetiva na avaliação da extensão da doença parenquimatosa, embora a radiografia do tórax seja um método diagnóstico eficiente na detecção de atividade da Tuberculose (BOMBARDA et al., 2001).

Os achados tomográficos mais frequentes encontrados na Tuberculose Pulmonar são: sugestivos de atividade (cavidades de paredes espessas, nódulos, consolidações, espessamento das paredes brônquicas e bronquiectasias) e sugestivos de inatividade – sequelas: cavidade das paredes finas, estrias, enfisema e nódulos (BOMBARDA et al., 2001).

A espirometria permite diagnosticar e quantificar os distúrbios ventilatórios. Então, temos que as alterações da função pulmonar causada pela Tuberculose podem ser aclaradas por esse exame.

O Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6M), que avalia a capacidade de exercício, é um teste submáximo que proporciona uma avaliação da resposta global e integrada de todos os sistemas envolvidos (pulmonar, cardiovascular, circulação sistêmica e periférica, sangue, unidade neuromuscular e metabolismo muscular) na realização do exercício (NISHI. 2018). 

Tratamento medicamentoso

O tratamento medicamentoso da Tuberculose Pulmonar é baseado na administração de antibióticos resistentes ao bacilo como Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol durante 6 meses. Esses medicamentos estão disponíveis nos postos de saúde, e é fundamental não interromper o tratamento mesmo que os sintomas desapareçam para evitar recidiva da doença (BOTEZEL et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2008).

Fisioterapia para Tuberculose Pulmonar

Os programas de Fisioterapia Respiratória podem contribuir na melhora da qualidade de vida dos pacientes com Tuberculose Pulmonar e auxiliar na melhora da função pulmonar e na força muscular respiratória dos mesmos (BOTEZEL et al., 2016).

Na Fisioterapia Respiratória podem ser realizadas, de acordo com Rech et al. e Oliveira et al., a fim de auxiliar na recuperação clínica do indivíduo:

  • Manobras de higiene brônquica;
  • Reexpansão pulmonar;
  • Exercícios de condicionamento físico e fortalecimento dos músculos respiratórios;
  • Exercícios de fortalecimento de membros superiores e inferiores.

Os programas de reabilitação pulmonar incluem relaxamento, retreinamento respiratório, treinamento de exercício, treinamento muscular respiratório e apoio educacional. Isso traz grande melhora das atividades da vida diária, dos sintomas de dispneia, função pulmonar, tolerância ao exercício e da qualidade de vida em pacientes com sequelas causadas pela Tuberculose Pulmonar (TORRICO et al., 2016).

Referências

ALENCAR, I. F. P. DA S.; MEDEIROS, D. T. DE; PEDROSA, N. J. M.; et al. Estratégias preventivas da tuberculose na atenção primária à saúde. Revista Eletrônica Acervo Saúde. v. 11 n. 14,  2019.

BOMBARDA, S.; FIGUEIREDO, C. M.; FUNARI, M. B. G.; SOARES JÚNIOR, J.; SEISCENTO, M.; TERRA FILHO, M. Imagem em tuberculose pulmonar. J. Pneumologia. v.27 n.6, 2001.

BOTEZEL. D. M.; DOSSENA, L. O.; NAUE, W. S. Efeito de um programa de fisioterapia em pacientes com tuberculose pulmonar. R. Perspect. Ci. e Saúde. v.1 n.1 p.52-61, 2016.

NISHI, M. P. Avaliação Funcional em Pacientes Tratados de Tuberculose Pulmonar. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais, 2018.

NASO, F. C.; PEREIRA, J. S.; SCHUH, S. J.; UNIS, G. Avaliação funcional em pacientes com sequela pulmonar de tuberculose. Rev Port Pneumol. v.17 n.5 p.216-221, 2011.

OLIVEIRA, D. C.; COUTINHO, C. M.; TAKATA, G. L.; SCHIAVETO, R. C.; ROSEIRO, M. N. V. Recursos fisioterapêuticos em tuberculose pulmonar. Revista do Centro de Ciências da Saúde. v.34 n.1 e 2 p.9-11, 2008.

OLIVEIRA, G. M.; PETRONI, T. F. Avaliação de indicadores epidemiológicos da tuberculose no Brasil. Rev. Saúde UniToledo. v. 1 n.1, p.134-146, 2017.

RECH, V. V.; BERVIG, D.; RODRIGUES, L. F.; SANCHES, C.; FROTA, R. Efeitos de um programa de exercícios físicos na tolerância ao esforço de indivíduos com tuberculose pulmonar. Rev fisioterapia e pesquisa. V.12 n.3 p.35-40, 2006.

TORRICO, M. M.; RENDON, A. R. C.; AMBROSIO, L .D .; et al. Existe razão para reabilitação pulmonar após o tratamento quimioterápico bem-sucedido para tuberculose?   Rev. J Bras Pneumol.. v.42 n.5 p.374-385, 2016.

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