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Você já parou para observar ao seu redor a quantidade de idosos que temos na sociedade?

Eu também não tinha observado, admito!

Quando entrei para o mercado de trabalho, porém, comecei a observar essa população, bem como suas necessidades e suas carências — principalmente as voltadas para a área da saúde.

É importante refletir sobre o envelhecimento humano e ter um olhar humanizado para com aqueles que já estão passando por este processo, especialmente quando se trata sobre ele através do olhar da Fisioterapia

Descobri um universo que vai muito além do que aprendemos teoricamente. Por isso decidi me aprofundar e estudar esse processo complexo, progressivo e desafiador que são as alterações no envelhecimento.

Vamos entender um pouco mais sobre o envelhecimento?

Epidemiologia do envelhecimento

É possível observar, desde o anos de 1940, uma alteração demográfica com pequenas alterações ao longo do tempo. A diminuição das taxas de fecundidade expressivas por volta dos anos de 1960, por exemplo, acarretou um menor crescimento populacional.

Esse fato iniciou uma modificação da pirâmide etária, com consequente diminuição da população infantil e de adolescentes. Assim sendo, pode-se observar o início do processo de envelhecimento populacional a partir dos anos de 1970.

Fatores como a queda das taxas de fecundidade, de natalidade e mortalidade, observados entre os anos de 1940 e 1970, foram cruciais para tais mudanças demográficas. Elas continuaram a evoluir com o avanço da medicina e da tecnologia e, consequentemente, da qualidade de vida das pessoas. 

Hoje, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de novembro de 2019, a expectativa de vida é de 79,9 anos para as mulheres e de 72,8 anos para os homens.

Essa diferença pode ser explicada devido à prevalência de doenças que afetam o sexo masculino, muitas vezes acarretadas pelo estilo de vida, e também ao fato de as mulheres em geral estarem mais abertas aos tratamentos médicos e cuidados com a saúde.

A imagem abaixo, retirada do site Mundo Educação, traz uma projeção da pirâmide etária da população brasileira para os anos de 2050. Nela pode-se observar claramente a mudança demográfica da população.

A base da pirâmide, praticamente invertida até os anos de 2050, indica um maior número de pessoas ativas e idosas e em um menor número de crianças e adolescentes. 

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A importância da fisioterapia para as alterações no envelhecimento

Os pontos acima abordados a respeito da proporção do envelhecimento populacional nos levam a direcionar nossa atenção para este público. A exigência sobre os profissionais da saúde e do governo será cada vez maior.

Por isso, é importante que sejam desenvolvidas políticas públicas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida desses indivíduos, abrangendo aspectos físicos, mentais, sociais e econômicos.

A abordagem ao indivíduo idoso é um grande desafio. Por isso, devemos olhar para ele e identificar não somente as alterações físicas, mas principalmente as necessidades psicológicas do mesmo. 

Ao entendermos como o organismo sofre com as alterações no envelhecimento, estaremos preparados para abordar e identificar de forma eficaz as necessidades físicas a serem trabalhadas. 

Esse esforço deve ser feito, é claro, objetivando minimizar os danos causados pela idade e maximizar as capacidades funcionais deste indivíduo. Isso proporcionaria aos idosos mais qualidade de vida, independência e autonomia, dentro de suas limitações. 

Apesar disso, é importante pontuar que de nada valerá tanto conhecimento técnico se na prática não existir o cuidado e olhar humanizado do profissional da saúde. Sim, eles necessitam da sua atenção, do seu toque, do seu cuidado. 

Muitas vezes, o principal para o idoso não são os exercícios propostos, mas sim a possibilidade de falar e ser ouvido. Isso não significa deixar de fazer a terapia, mas é fundamental saber diferenciar, no momento do atendimento, o que aquele indivíduo precisa naquele dia. 

Muitas vezes existirão dificuldades para fazer com que o paciente entenda a importância da reabilitação proposta. Nesses momentos, é através da empatia, do cuidado e da atenção que a sua confiança será conquistada e, consequentemente, o tratamento físico será bem sucedido.

Senescência e senilidade

Antes de citarmos como o organismo sofre alterações no envelhecimento, vamos entender dois termos importantes: senescência e senilidade.

  • Senescência:

É o nome utilizado para descrever o envelhecimento fisiológico, ou seja, as alterações que todo ser humano passará durante o envelhecimento. Esse processo é marcado pela diminuição gradativa das funções sistêmicas, mas não há a originação de incapacidades no indivíduo.

  • Senilidade:

É o nome utilizado para caracterizar o envelhecimento patológico, ou seja, as alterações no envelhecimento que afetam o organismo e levam ao desenvolvimento de doenças. Ela pode acarretar a incapacidade funcional; como exemplo, pode-se citar a osteoartrose

Artigos mostram que, a partir dos 70 anos, de 25% a 50% da população idosa apresenta alterações no envelhecimento patológicas. 

Mas quais serão as principais alterações no envelhecimento se pensarmos na biologia do corpo humano?

É sobre isso que vamos falar a seguir! 

Alterações no envelhecimento: efeitos biológicos

Composição Corporal

Entre as principais alterações no envelhecimento está a composição corporal. Com o avanço da idade, uma das consequências é a redução do teor de água no organismo do idoso, o que pode levar à desidratação.

Além disso, também há uma redução da massa muscular, o que pode desenvolver a sarcopenia, e uma redução da massa óssea, o que pode desenvolver um quadro de osteoporose. Por fim, há um aumento do tecido adiposo, normalmente observado em forma de acúmulo abdominal, fator que pode ser um risco para doenças cardiovasculares.

Temperatura

Os idosos apresentam uma temperatura basal mais baixa em comparação às dos jovens devido a diversos fatores. Dois deles podem ser a redução da gordura subcutânea e a dificuldade em manter o calor corporal. Por isso, em casos de processos infecciosos pode ser observado um quadro de hipotermia. 

Órgãos do sentido

Os sentidos também podem sofrer alterações no envelhecimento. Entre as modificações estão:

  • Alterações no paladar, podendo apresentar os sabores azedos e amargos com frequência; isso está relacionado a um menor prazer na ingestão de alimentos, o que muitas vezes pode levar à desnutrição, com associação de diversos outros fatores;
  • Diminuição do olfato;
  • Alteração visual, como a diminuição da visão relacionada à catarata e a outras doenças. Essas alterações podem causar diversos problemas ao indivíduo, como ocasionar quedas;
  • Diminuição da audição, muitas vezes sendo necessário o uso de aparelho auditivo;

Pele

A pele do indivíduo idoso é potencialmente frágil devido à diminuição da produção de colágeno, o que torna a pele menos elástica. Além disso, a diminuição da água torna a pele mais ressecada, tornando-a suscetível ao surgimento de hematomas, devido à fragilidade capilar. 

Por fim, também ocorre diminuição da sensibilidade e alteração de pigmentos da pele, o que acarreta o aparecimento de manchas e afins.

Mas as alterações no envelhecimento não afetam os idosos apenas das maneiras citadas acima: os sistemas do corpo também são afetados.

Continue lendo para saber mais!

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Alterações no envelhecimento: os sistemas 

Sistema Imunológico

O timo é o órgão responsável pela produção e maturação dos linfócitos T, importante célula do sistema imunológico, que ajuda o organismo a se proteger contra processos infecciosos.

No envelhecimento, o timo reduz seu tamanho consideravelmente, levando à consequente diminuição na produção dessas células. Isso faz com que o organismo fique mais suscetível a infecções.

Sistema Cardiovascular

É possível observar que as alterações no envelhecimento afetam diretamente o sistema cardíaco. Tais mudanças causam efeitos como:

  • o enrijecimento das artérias, resultado da diminuição das fibras elásticas e do aumento de colágeno;
  • a deposição de gordura caracterizando a aterosclerose;
  • o aumento da pressão sistólica;
  • a hipertrofia da parede do ventrículo esquerdo e enrijecimento da aorta;
  • outras alterações relacionadas a um maior risco de acometimentos cardiovasculares;

Sistema Respiratório

Toda a mecânica respiratória no indivíduo idoso se altera devido à diminuição da força das musculaturas inspiratórias e expiratórias. Isso resulta em fraqueza muscular e enrijecimento da caixa torácica, o que pode ser ocasionado pela calcificação das cartilagens e pela redução dos espaços intercostais.

Além disso, o pulmão, assim como os outros órgãos do corpo, sofre alterações no envelhecimento a níveis celulares, fazendo com que sua funcionalidade seja prejudicada. Quando isso acontece, a Fisioterapia Respiratória pode ser uma aliada.

Sistema Digestório

As alterações no sistema digestório ocorrem em todas as partes. Na cavidade oral, por exemplo, há a perda da dentição, a diminuição salivar e alterações na deglutição que dificultam a alimentação do idoso, podendo levar até mesmo à desnutrição.

Já no reto, por sua vez, as alterações podem causar a perda de controle para evacuação devido a fraqueza muscular. Todos os órgãos digestórios sofrem alterações no envelhecimento a nível celular que levam a alterações funcionais. Estas, por fim, causam modificações no metabolismo como um todo.

Sistema Urinário

Talvez um dos maiores problemas relacionados a este sistema seja a incontinência urinária. Essa complicação está relacionada à fraqueza muscular do assoalho pélvico, bem como a alterações no sistema nervoso, o que gera dificuldade para o controle do esfíncter. Os rins também apresentam grande acometimento funcional, podendo provocar insuficiência renal.

Sistema Nervoso

As alterações no envelhecimento também atingem o sistema nervoso, causando a perda neuronal, ou seja, uma diminuição das células do sistema nervoso, com consequentes alterações que refletem em todo o organismo. 

Com uma menor funcionalidade neurológica, ocorrem também alterações no padrão postural, no equilíbrio, propriocepção, alterações na sensibilidade, entre outros. Isso é comum especialmente na presença de acometimentos como o acidente vascular encefálico.

Sistema Musculoesquelético

Outro sistema afetado com alterações no envelhecimento é o sistema musculoesquelético. Nele, as massas muscular e óssea sofrem grande perda, podendo ocasionar diversas patologias no idoso. Isso está diretamente relacionado à diminuição da mobilidade, quedas com consequentes fraturas, maior dependência e limitação funcional.

A massa muscular sofre grande diminuição, o que gera a sarcopenia, uma grande preocupação para a qualidade de vida do idoso. A massa óssea também reduz, acarretando a fragilidade dos ossos. Isso está relacionado a diversos fatores complexos, como a nutrição do indivíduo ao longo da vida, o sedentarismo e fatores hormonais e genéticos.

Conclusão

Nesse texto você teve acesso a algumas das principais alterações no envelhecimento que ocorrem em todos os sistemas do nosso organismo. Ele serve especialmente como um panorama, pois os processos metabólicos são muito complexos e merecem ser estudados a fundo.

É importante ressaltar que a alteração de um sistema pode estar diretamente relacionada a alteração de outros sistemas. Por isso, deve-se sempre olhar o indivíduo idoso como um todo, levando em conta que a intervenção a ser feita poderá causar estímulos em sistemas diferentes.

A partir daí, percebe-se que a atenção ao indivíduo idoso deve ser feita de forma multiprofissional, ou seja, incluindo diferentes áreas da medicina voltadas a atender suas necessidades.

Fontes utilizadas

Andrea Ferreira Cardoso – Particularidades dos idosos: uma revisão sobre a fisiologia do envelhecimento

Edgar Nunes de Moraes – Processo de envelhecimento e bases da avaliação multidimensional do idoso

Instituto Oncoguia – O Timo

THOMAZ, M. C. A.; Conceitos de geriatria e gerontologia: o envelhecer. Apostila da pós-graduação, 1ª edição.

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