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A gestação é um processo complexo que envolve grandes modificações fisiológicas, biomecânicas e hormonais em um curto espaço de tempo. Os eventos que participam deste processo, principalmente as alterações no sistema locomotor, podem desencadear dores musculoesqueléticas e influenciar negativamente na qualidade de vida.

Muitas gestantes apresentam dores musculoesqueléticas no período do pré e pós-parto sendo a maior incidência de dores na região lombo pélvica, porém, além das dores na região lombar, há relatos de mulheres com incômodos na sínfise púbica, articulações sacroilíacas, cervical, punho e tornozelos. 

A incidência de dor nas costas na gestação também é elevada, variando entre 30 e 70% em mulheres puérperas, sendo uma das três maiores causas de afastamento do trabalho em gestantes.

Não sabe como as dores musculoesqueléticas podem atrapalhar as gestantes ou não tem conhecimento de como a fisioterapia pode ajudar no processo de tratamento? Continue a leitura para entender melhor sobre este assunto! 

Quais são as causas das dores musculoesqueléticas

Além das alterações que veremos adiante, alguns fatores associados incluem: o ganho excessivo de peso que sobrecarrega as estruturas ósseas e ligamentares, além da ação hormonal intensa, como o hormônio relaxina, que tem a função de diminuir a tensão sistêmica das estruturas ligamentares, causando hipermobilidade.

Por isso, entender as alterações, principalmente no sistema locomotor durante os trimestres, é de fundamental importância para que o profissional que atenda esta população consiga trabalhar de maneira segura, evitando desconfortos e lesões durante a gestação.

Alterações musculoesqueléticas no período gestacional

As alterações que ocorrem no decorrer dos trimestres são mudanças temporárias e que tendem a desaparecer logo após o parto. Todas elas vão influenciar na funcionalidade destas mulheres, porém em graus e níveis diferentes. 

E o que influencia? São vários fatores, como: nível de instrução, saúde e hábitos de vida.

O útero é o principal órgão que irá se modificar durante os trimestres. Ele tem o formato de pera e no decorrer da gestação vai pesar em torno de 1kg a 1,5kg.

Este órgão é pequeno e está localizado na pelve, acima da bexiga, tornando-se um órgão abdominal conforme o bebê cresce. 

Conforme o desenvolvimento do útero gravídico, este aumentará a pressão intra-abdominal que favorecerá a compressão da maioria das vísceras como o diafragma, intestino, estômago e bexiga, sendo comum sintomas como prisão de ventre, refluxos, azias, poliúria e dispnéia.

O peso das mamas e da barriga faz uma anteriorização do centro da gravidade. Isto fará com que a gestante aumente sua base de sustentação para manter o equilíbrio.

Os músculos da parede abdominal encontram-se distendidos e relaxados e isto pode provocar aumento da lordose lombar, ou, como um mecanismo de compensação postural, a gestante pode diminuir a curvatura da lordose lombar e torácica, gerando compensações. 

Estas alterações, associadas à má postura e ao sedentarismo, podem ocasionar compressão ciática, dores nas costas por sobrecarga na musculatura paravertebral e impacto articular.

Há uma tendência no afastamento das escápulas, aumentando a cifose torácica e hiperextensão dos joelhos por compensação. 

As retificações são comuns na região torácica e cervical, dependendo da postura que a gestante adota na execução das suas atividades da vida diária (AVD’S).

Estas alterações podem desencadear dores musculoesqueléticas no período de pré e pós-parto com maior incidência de dores na região lombopélvica.

As dores musculoesqueléticas durante a gestação

Além das dores na região lombar, há mulheres com queixas de incômodos na sínfise púbica e articulações sacroilíacas, punhos, cervicalgias e edemas. 

Estas queixas são o motivo mais comum de licença médica durante o período gestacional, principalmente nos países desenvolvidos.

As causas das dores musculoesqueléticas no período gestacional incluem o ganho excessivo de peso que sobrecarrega as estruturas ósseas e ligamentares.

As alterações hormonais contribuem com estas modificações como a produção de estrogênio e prolactina, que podem aumentar a retenção de líquidos, podendo propiciar compressão do mediano no túnel do carpo. 

Uma mecânica corporal defeituosa pode ocasionar uma congestão do abdômen, congestão dos órgãos pélvicos e aumento da pressão destes órgãos nas veias ilíacas e nas artérias da pelve, sendo um fator de risco para o desenvolvimento de veias varicosas.

Alterações musculoesqueléticas no pós-parto

Logo após o parto, intensas modificações hormonais começam a ocorrer. O abdômen após 40 semanas em estado de distensão, estará mais fragilizado e com o tônus muscular diminuído. 

É comum a presença da diástase não fisiológica no pós-parto imediato, porém seu retorno a níveis fisiológicos ocorre entre quatro meses a um ano. Por essa razão, é importante a mulher iniciar o trabalho de ativação dos músculos do assoalho pélvico e do transverso do abdômen o quanto antes o seu obstetra liberar.

A postura em relação à coluna vertebral estará alterada, por isso os desconfortos musculoesqueléticos são comuns durante o primeiro ano após o parto, além de problemas nas mamas decorrentes da amamentação.

O posicionamento inadequado da mãe e do bebê durante a amamentação pode levar a pega incorreta da mama pelo bebê, dificultando a sucção e consequentemente lesões nos mamilos, que podem gerar certos desconfortos para a mulher e ocasionar o desmame precoce.

Devido ao tempo dedicado aos cuidados com o bebê e a amamentação, a mulher pode adotar uma postura cifótica, com sobrecarga na cintura escapular, retificação da lordose lombar e retroversão pélvica, devido ao posicionamento inadequado ao carregar o bebê.

Estas alterações são por muitas vezes negligenciado pela mulher e pelo profissional da saúde.

Conclusão

As alterações nos vários sistemas da mulher no decorrer das semanas gestacionais serão inevitáveis e temporárias, mas o suficiente para causar desconfortos e comprometer a qualidade de vida das gestantes.

As dores musculoesqueléticas podem variar em cada gestante e estas diferenças têm impacto direto na funcionalidade de cada uma.

Por isso, incentivar a prática de exercícios físicos durante o período do pré-parto e do pós-parto, desde que sejam ambos no período certo, com uma dosagem segura, favorecerá a diminuição dos desconfortos e dores que podem aparecer durante a gestação.

Referências Bibliográficas

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