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Veja um adolescente usando o notebook e você tem uma noção boa do que é a Hipercifose Torácica.

Essa alteração postural é considerada um desvio cada vez mais comum no mundo moderno, devido aos novos hábitos adotados para interagir com as novas tecnologias e atender a rotina de trabalho em frente ao computador.

A Hipercifose Torácica é caracterizada por uma posição errônea da coluna torácica durante posturas estáticas. No caso do adolescente que mencionei, você percebe como seus ombros estão em rotação interna e a cervical protusa. É exatamente isso que encontramos em pacientes com Hipercifose na coluna torácica.

Além disso, a cifose torácica encontra-se exagerada em casos como esses. Você também perceberá que existe pouca ou nenhuma mobilidade, levando a uma coluna bastante rígida e com músculos extensores da coluna tensionados suportando uma carga excêntrica constante.

Essa falta de movimento da coluna causa diversas dores provenientes de contraturas e aumenta o risco de lesões, devido a deficiência no sistema de dissipação de impacto da coluna. Além disso, gera dificuldades para quem realiza o tratamento do paciente hiper cifótico. Porém, nunca podemos deixar a coluna torácica dessa maneira, já que isso levará a diversas compensações que veremos a seguir mais detalhadamente.

Anatomia da coluna torácica

Existem diversas causas que podem levar alguém a desenvolver uma hipercifose na coluna torácica. Mas antes de estudá-las, precisamos ver como a própria anatomia dessa parte da coluna deixa o corpo predisposto a essa situação.

A coluna torácica encontra-se logo abaixo da coluna cervical. Ela faz parte de um complexo que chamamos de cintura escapular, tornando-se importantíssima para todo o movimento do corpo, especialmente de membros superiores.

Existem algumas curvaturas que consideramos fisiológicas na coluna. Elas podem ser cifoses e lordoses. As cifoses são concavidades na coluna que surgem para a proteção de estruturas internas. É exatamente esse tipo de curvatura que encontramos na coluna torácica.

Preste atenção: essas curvaturas são fisiológicas. Portanto, não queremos que o aluno fique com a coluna completamente retificada. Isso também seria um problema postural que gera diversos tipos de adaptações. No caso da hipercifose o nome já explica o que está acontecendo: a torácica está com uma curvatura além do normal.

Outro fator que devemos lembrar são algumas características das vértebras torácicas. Como essa região da coluna está ligada à caixa torácica, as vértebras possuem naturalmente menor mobilidade.

A tendência é que essa região já com uma mobilidade diminuída fique ainda mais rígida. Agora combinando isso com as tensões musculares que uma postura errada cria. Temos o corpo perfeito para desenvolver uma hipercifose.

Causas da Hipercifose Torácica

Apesar de ser um problema postural, a hipercifose pode ser causada por alguns fatores específicos. O primeiro deles, é mais comum em idosos, são as patologias. Existem algumas delas que conseguem causar alterações biomecânicas grandes o suficiente para alterar a postura.

Esse é o caso da osteoporose, por exemplo. Tais patologias fazem com que a morfologia das vértebras fique alterada. Assim, elas ficam incapazes de sustentar a postura correta. Outras levam a quadros de fraqueza muscular que atrapalham a sustentação da coluna levando o paciente a se curvar, acentuando a cifose torácica.

A osteoporose que mencionei acima causa microfraturas nas estruturas vertebrais. Elas acontecem pela força de compressão aplicada na coluna, que está com vértebras enfraquecidas pela patologia. Claro que nem sempre uma pessoa idosa com patologias terá uma hipercifose causada por essa patologia. Por isso você precisará de uma avaliação cuidadosa e uma anamnese bem ampla em busca da causa do problema.

Estima-se que entre 20% e 40% dos indivíduos acima de 60 anos apresentem esse desvio.

Apesar de importante, esse tipo de hipercifose, causado devido à alguma patologia com interferência osteomuscular, é mais raro. O que realmente costumamos encontrar nos Studios são alunos com hipercifose postural, resultante de maus hábitos. Os alunos com esse tipo de desvio criaram o próprio problema através da posição que usam no dia-a-dia.

Ela pode ser causada pela coluna curvada durante as aulas nos adolescentes ou pelo corpo inclinado para a frente olhando o computador em adultos, por exemplo. As novas tecnologias e passar muito tempo sentado só ajudam a deixar esse tipo de desvio mais comum.  Além disso, é comum encontrarmos hipercifoses relacionadas a características psicossociais. Pessoas tímidas ou que estejam passando por momentos depressivos, quadros  que envolvam sentimentos de fragilidade tendem a aumentar a cifose torácica em resposta à necessidade de “proteção” ou de se “esconder”.  Além do tratamento da causa, a manutenção de má postura pode levar a outras lesões que devem estar presentes.

Além disso, o processo natural de envelhecimento consegue levar alguém a desenvolver essa curvatura exagerada da coluna. Ela pode ser gerada pela degeneração dos discos intervertebrais e outros tipos de desgastes que a coluna sofre. Apesar desse tipo de hipercifose ser comum, não quer dizer que podemos deixar de corrigi-lo.

O aluno sempre precisará de correção eficiente que o ajude a se livrar de tensões e desequilíbrios musculares.

Compensações num corpo com o desvio postural

Você já sabe que as estruturas do corpo estão completamente conectadas. Ao falarmos de um aluno com uma coluna torácica com a cifose aumentada, já dá para imaginar que existirão diversas compensações.

Como a coluna torácica está diretamente ligada à caixa torácica, começarei falando sobre essa relação. A hipercifose é bastante limitante para a respiração. Isso porque a falta de movimentos da coluna e sua curvatura impedem a expansão e retração da caixa torácica para respirar.

Ou seja, os pulmões ficam incapazes de chegar à sua capacidade máxima. Também existe a possibilidade de que a curvatura da coluna torácica influencie nos movimentos do diafragma. Muitos alunos com hipercifose também apresentam um diafragma limitado que deixa nossos alunos com uma respiração ainda pior.

Esses alunos muitas vezes terão dificuldades para fazer atividades físicas mais exigentes. Sabe aquela pessoa que sobe as escadas e fica sem ar? Algumas dessas pessoas talvez apresentem uma Hipercifose Torácica deixando-os com a respiração afetada negativamente.

Pensemos também que uma posição diferente da coluna torácica deixará alguns músculos tensionados e outros enfraquecidos. Ainda pensando na conexão entre a coluna torácica e a cintura escapular.

A caixa torácica está diretamente ligada às escápulas, parte da estrutura do complexo do ombro. A escápula precisa deslizar harmonicamente pela caixa torácica, caso contrário encontraremos limitações e problemas no ombro. Para isso, precisaremos de uma coluna torácica móvel e com boa postura.

Sem os movimentos funcionais adequados da coluna, a caixa torácica não conseguirá auxiliar os movimentos escapulares. Assim, encontraremos um ombro com amplitude de movimentos limitada. E o problema não para por aí. O ombro também desenvolverá dor por ter movimentos limitados e um ritmo escapulotorácico com desequilíbrios.

A posição da caixa torácica e da coluna também levam a uma abdução da escápula. Também encontraremos alterações nas curvas cervicais e lombares. Tudo para compensar a postura.

Dificuldades na vida diária do paciente

Dor na coluna (tanto lombar quanto torácica), ombro e outras regiões é só uma parte do que o aluno experimenta quando possui uma hipercifose. Estudos sugerem que pacientes com hipercifose também costumam apresentar sintomas como:

  • Menor performance física;
  • Dificuldade para se levantar sem o uso dos braços;
  • Pior equilíbrio;
  • Dificuldades na marcha;
  • Menor velocidade para subir escadas.

Perceba que essas dificuldades são extremamente limitantes quando estamos falando sobre alunos idosos. Sabendo que a Hipercifose Torácica é mais comum em pessoas mais velhas, já sabemos que esse público está em risco.

Essas compensações também acabam em um maior risco de queda. Como esses alunos já possuem piores gestos motores devido ao processo de envelhecimento, não podemos deixar que esses movimentos piorem.

A presença de Hipercifose Torácica em idosos também pode estar entre um dos fatores que aumentam a mortalidade dessa faixa etária. Isso se confirma quando lembramos que as quedas estão entre as maiores causas de morte na terceira idade.

Devido a essas dificuldades, um idoso hiper cifótico também terá menor independência. Como resultado, sua qualidade de vida em geral é bastante baixa.

Como tratar a Hipercifose Torácica?

Vimos que um corpo com uma coluna torácica hipercifótica criará uma cadeia de compensações. Isso acontece por dois motivos:

  • O corpo precisa se movimentar, mesmo com o desvio postural.
  • Musculaturas tensionadas fazem com que outras musculaturas criem desequilíbrios aos longos das cadeias musculares.

Com tantos problemas posturais pela frente, muitas vezes ficamos até confusos com o que corrigir. O aluno não tem só uma coluna problemática, todo seu corpo está desequilibrado. Será que só usando o movimento eu consigo trabalhar com esse aluno?

Antes de responder, devemos lembrar de algo. Estudos indicam que a prática de atividade física ajuda a prevenir o desenvolvimento de hipercifose por idade. Assim, percebemos que manter o corpo ativo, com musculaturas fortalecidas e desequilíbrios controlados evita um aumento na cifose torácica. E isso conta para diversos tipos de atividades, contanto que envolvam o corpo globalmente e ajudem a fortalecer musculaturas.

Podemos incluir aí tanto o Pilates quanto o Treinamento Funcional. Quando falamos de hipercifose postural, que é a maioria dos casos, esse fato fica ainda mais interessante. Isso mostra que esse é um desvio postural causado em partes pela falta de movimento. Então por que não poderíamos corrigir usando o movimento?

Essas duas modalidades ainda possuem algumas características especiais para o tratamento da Hipercifose Torácica, o atendimento personalizado e a possibilidade de moldar a técnica às necessidades específicas de cada desvio postural são diferenciais importantes em relação às outras modalidades. A resposta é: sim, podemos fazer a reabilitação através desses métodos de movimento, e logo veremos como.

Treinamento Funcional e Pilates na correção de desvios posturais

Como já sabemos, essas modalidades nos ajudam a reabilitar pacientes de diversas patologias. Isso porque trabalhamos com exercícios globais que fortalecem todo o corpo. Além disso, a maioria dos exercícios ajudam a fortalecer estruturas estabilizadoras de tronco.

Através deles conseguimos melhorar o posicionamento da coluna, além de estabilizar a pelve e a lombar. Isso nos ajuda aos poucos a recuperar os movimentos funcionais da coluna que estavam originalmente prejudicados.

Quer outra vantagem de usar esses exercícios para alunos hipercifóticos? O Pilates em especial possui uma grande variedade de movimentos que ajudam a recuperar a flexibilidade e mobilidade. Como sabemos, os alunos com essa condição sofrem com uma maior rigidez na região torácica que afeta todo o corpo.

Só fique atento a isso: nem sempre o processo é rápido. Para conseguir ganhar e manter melhorias, nosso aluno com hipercifose torácica terá de passar por um processo de reeducação. Além de consertar desequilíbrios musculares, também precisaremos trabalhar com seus padrões de movimento.

A não ser que a hipercifose tenha surgido por uma patologia, é provável que seu aluno tivesse problemas posturais muito antes do desvio se acentuar. O que quer dizer que ele precisará aprender a se movimentar e manter uma postura correta durante suas aulas.

Muitas vezes a má postura também é sinal de musculaturas abdominais enfraquecidas. O que quer dizer que exercícios para fortalecimento e ativação dessa região são essenciais. Felizmente trabalhamos muito com essa área no Treinamento Funcional e Pilates com movimentos como as pranchas e séries longas que envolvem a flexão da coluna e flexão do quadril em decúbito dorsal.

Como trabalhar a coluna na hipercifose?

Começo já avisando: sempre trabalhe com a coluna em posição neutra durante todos os exercícios. Mesmo que a vontade seja colocar aquela coluna no lugar à força, não podemos exagerar nos movimentos do aluno.

Com a coluna em posição neutra também conseguimos evitar possíveis lesões e dores na região durante o movimento. Incentivando essa posição em aula o aluno começa a aprender como se manter durante o dia-a-dia. Essa é uma ótima maneira de começar o trabalho de reeducação da pessoa.

Posso usar exercícios específicos para a coluna? Sim, com certeza. Inclusive recomendo muito inserir um trabalho de mobilidade para ajudar o aluno a retomar seus movimentos funcionais.

Mesmo assim gosto de lembrar que não é só uma região da coluna que está com problemas. Já falamos sobre como as compensações se espalham e chegam a afetar todo o corpo. Também precisaremos de exercícios globais para corrigir essas compensações espalhadas. Isso inclui o fortalecimento de membros inferiores e bases.

Um corpo com uma base fraca dificilmente terá uma postura correta. Quer um exemplo? Pense nos glúteos. Muitos dos nossos alunos possuem essa musculatura enfraquecida devido à falta de atividades físicas. Isso faz com que o quadril e a coluna fiquem sem sustentação.

Se você quer um aluno com dor lombar e problemas posturais, a melhor maneira é deixar de fortalecer musculaturas de base. Então, reserve um pouco da aula para isso.

Outra dica: use exercícios de estabilidade, mas com moderação. Encontraremos em indivíduos com Hipercifose Torácica uma coluna torácica rígida e uma lombar com pouca estabilidade. É comum querer estabilizar a lombar para evitar ou aliviar possíveis dores. Mas precisamos ter cuidado, já que a real necessidade dessa coluna é a mobilidade.

Você precisará encontrar um equilíbrio entre estabilização e mobilização da coluna. Nossa intenção é adquirir maior estabilidade na lombar e melhorar os movimentos da torácica.

5 exercícios combinados no tratamento da Hipercifose Torácica

Exercícios focados na mobilidade da coluna torácica são ótimos e realmente vão ajudar seu aluno. Mas não fique preso a eles, existem várias maneiras de conseguir mobilidade numa coluna sem precisar trabalhar-lá isoladamente.

Eu costumo optar por exercícios combinados que trabalhem torácica e outras regiões ao mesmo tempo. Uma das principais áreas que merecem atenção é o ombro. Posso te garantir que existirão compensações importantes nessa estrutura que você precisará corrigir.

Portanto, aproveite para utilizar exercícios que combinem as duas regiões. Você consegue corrigir o desvio da coluna torácica e também as dificuldades encontradas no ombro. Deixei algumas dicas de exercícios para você no vídeo abaixo.

No vídeo acima demonstro alguns exercícios que você pode usar no tratamento da Hipercifose Torácica. Eles combinam um trabalho de mobilidade torácica com trabalho de ombro para mais eficiência no tratamento.

Conclusão

A Hipercifose Torácica é um desvio com diversas consequências para nossos alunos. Ele torna-se mais comum a cada dia, portanto nós, profissionais do movimento, devemos saber realizar um bom tratamento para ajudar esses pacientes.

Através de exercícios conseguimos recuperar as curvas fisiológicas da coluna, evitar ou aliviar dores e recuperar os movimentos funcionais do corpo. Então o que você está esperando para tratar esse desvio com Funcional ou Pilates? Comece o tratamento hoje mesmo.

Grupo VOLL

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