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As fáscias fazem parte do tecido conjuntivo que envolve todo o corpo humano. São altamente inervadas, sendo divididas em fáscia superficial e profunda, formando assim uma única estrutura com várias camadas interligadas, constituindo uma peça única.

A fáscia superficial encontra-se imediatamente abaixo da pele, enquanto a fáscia profunda envolve músculos, nervos e vísceras. 

Elas encontram-se em continuidade uma em relação às outras, formando um verdadeiro esqueleto fibroso. Entretanto, pouco se sabe ainda sobre essa estrutura, mas através de alguns estudos em tecido humano vivo, foi possível afirmar que a fáscia não é apenas um tecido rígido e fixo que reveste os músculo, mas sim uma grande rede dinâmica tridimensional altamente inervada e importante para nossos sistemas.

Neste texto vamos entender as funções e características das fáscias, além de sua relação com as lesões no corpo humano. Continue a leitura!

Funções e características das Fáscias

Assim como qualquer outra estrutura do corpo, as fáscias possuem inúmeras funções, como:

  • Proteger as estruturas que envolvem;
  • Separar as estruturas em compartimentos, através da ação de revestimento;
  • Moldar o corpo;
  • Ajudar no deslizamento dos músculos durante o movimento, evitando o atrito;
  • Conexão entre estruturas;
  • Transmissão de movimento;
  • Ajudar na vascularização e inervação.

Por fazerem parte de um sistema bastante complexo, as fáscias apresentam características primordiais como as propriedades de:

  • Viscoelasticidade (o que ajuda no armazenamento de energia);
  • Plasticidade (levando-a a assumir um novo comprimento quando é “esticada”);
  • Biotensegridade (o que gera a absorção e dissipação de impacto, gerando uma reação em cadeia que repercute por todo o corpo);
  • Memória de carga e demandas mecânicas prévias. 

Desordens Miofasciais

As causas das desordens no sistema miofascial podem ser originadas pelo uso excessivo, pelo mau uso, desuso e/ou trauma nas estruturas. Todas essas situações são respostas a demandas impostas ao sistema miofascial, geralmente resultantes de um desequilíbrio nesse sistema ou trauma agudo.

Quando a irrigação do líquido da fáscia está diminuída, além da falta de nutrição, também ocorre um tensionamento que facilita as lesões. Esse tensionamento é gerado devido a imensa capacidade do nosso corpo de se adaptar aos estímulos gerados nele. Por sua vez, essas adaptações constantes e a irrigação inadequada possibilita um enrijecimento da estrutura, tornando o tecido conjuntivo mais fibroso.

Uma vez que o tecido conjuntivo se torna mais fibroso, isso gera quadros de diminuição de mobilidade em resposta à inatividade, que por consequência acaba reduzindo a amplitude de movimento. É um ciclo vicioso!

Sempre que houver uma desordem na função miofascial, haverá prejuízo nas funções principalmente de transmissão de força, transferência de carga e redução de potenciais de deslizamentos.

Um ponto interessante para destacar é que existe uma variável muito importante que gera um efeito deletério sobre a fáscia. Essa variável é a idade! O processo de envelhecimento gera redução de colágeno e elastina, consequentemente diminuindo as propriedades viscoelásticas no tecido (lembre-se desse detalhe no momento de avaliar o paciente).

Síndrome Dolorosa Miofascial

Quando uma desordem miofascial é gerada, frequentemente temos o aparecimento da dor miofascial, que geralmente é apresentada através de pontos hipersensíveis, os chamados trigger points (ou pontos gatilho). Esses pontos localizam-se em bandas rígidas no músculo e/ou fáscia.

Os pontos gatilhos são pontos dolorosos à palpação e podem produzir dor referida (que é aquela dor que se encontra distante da lesão tecidual).

A Síndrome Dolorosa Miofascial é uma das causas mais comuns de dores musculoesqueléticas. Além disso, pelo fato da fáscia ser um único complexo que decorrente de alguma disfunção gera uma reação em cadeia em seu segmento, quando ocorre uma desordem miofascial.

Esses acontecimentos podem prejudicar muito o desempenho de um indivíduo, tornando-o mais propício a lesões sérias como rupturas de tendões por um excesso de força que o músculo irá fazer, já que o tecido conjuntivo não está com seu desempenho total pela rigidez que ele contém ou pelo seu estado álgico. 

Quando a fáscia é alongada rapidamente, ocorre uma laceração e com isso a lesão, mas quando é esticada lentamente de maneira eficiente, ela adquire um novo comprimento, explicando assim sua plasticidade.

Isso significa que, quando nossa fáscia está rígida e fibrosa e realizamos uma atividade de alta demanda, ou suficientemente forte para nosso sistema fascial e muscular sofrer um impacto, o risco de ocorrer uma laceração ou ruptura é muito grande.

Em contrapartida, quando nossa fáscia está suficientemente alongada e nutrida, ela facilita a distribuição das forças, contribui para a flexibilidade muscular, melhora a mobilidade, diminui restrições, e quando combinada com exercícios, aumenta o ganho de força e potência muscular.

Tratamento da Síndrome Dolorosa Miofascial

Existem vários tratamentos que podem ser empregados quando o indivíduo apresenta o quadro clínico da Síndrome Dolorosa Miofascial. Dentre eles destacam-se:

  • Rolo de auto-liberação (que pode ser empregado associado ao exercício físico);
  • Liberação miofascial instrumental ou manual;
  • Exercício físico.

Liberação Miofascial

A liberação miofascial é uma técnica que se baseia no princípio da sobrecarga biomecânica para obter modificações reflexas neurais, mediante estimulação dos mecanorreceptores encontrados nas fáscias. Ela promove:

  • Resposta vasomotora;
  • Aumento do fluxo sanguíneo;
  • Aumento dos nutrientes e oxigênio;
  • Melhora da drenagem linfática;
  • Ajuda no restabelecimento do mecanismo sensorial de propriocepção.

Essa técnica não se caracteriza por massagem. Ela é realizada com suaves pressões e forças de tração aplicadas às restrições encontradas no paciente.

A liberação miofascial pode ser feita antes ou após os exercícios terapêuticos. Quando é feito depois dos exercícios, ajuda na recuperação após a aplicação dos movimentos. Lembre-se de que a liberação jamais deve causar hematomas. É sempre importante que o indivíduo se sinta melhor do que estava após a aplicação da técnica.  

Neste sentido, a utilização desse recurso traz um bom desempenho na reabilitação, proporcionando uma maior flexibilidade e melhorando o desempenho. Tendo um ganho de força, é possível diminuir as restrições e ter o menor quadro álgico, trazendo uma tonificação da estrutura conjuntiva, com respostas imediatas para o fortalecimento dos músculos.

Conclusão 

Quando pensamos na reabilitação do nosso paciente, é importante considerar a mecânica da fáscia, que é uma estrutura conectiva e complexa, promovendo integridade ao corpo. Por isso, não desconsidere esse tecido durante sua avaliação.

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Referências Bibliográficas

Bienfait, M. (1995). Fáscias e pompages. Summus Editorial.

Stuzin, J. M., Baker, T. J., & Gordon, H. L. (1992). The relationship of the superficial and deep facial fascias: relevance to rhytidectomy and aging. Plastic and reconstructive surgery, 89(3), 441-9.

Bordoni, B. (2020). The shape and function of solid fascias depend on the presence of liquid fascias. Cureus, 12(2).

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