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As infecções respiratórias agudas (IRA’s) têm se destacado nos últimos anos, afetando desde as crianças até os idosos. Dentre as IRA’s, a Bronquiolite Viral Aguda (BVA) sobressai como a doença sazonal mais comum do trato respiratório infantil, sendo definida como sendo uma inflamação dos bronquíolos que tendem a aumentar a produção do muco, causar uma alteração na ventilação/perfusão (V/Q) e posteriormente um quadro de hipoxemia. 

O principal agente causador da bronquiolite viral aguda é o vírus sincicial respiratório (VSR) e cerca de 90% de todas as crianças de até 2 anos são infectadas por esse quadro, já que a doença apresenta um período de incubação de 4 a 5 dias. Sendo os sintomas mais leves da doença durante o período de incubação do vírus.

Trata-se de uma patologia que é considerada um problema de saúde pública, pois eleva os números de internação (aumenta cerca 16% o número de internação da faixa etária mais acometida) durante outono e inverno e provoca a morbimortalidade em grupos mais vulneráveis como os pacientes prematuros, baixo peso ao nascer, portadores de doenças pulmonares, cardíacas, neuromusculares e imunodeprimido. 

Sua incidência é maior entre os 3 a 6 meses de vida e cerca de 30% das crianças pertencentes a essa faixa etária apresentam pelo menos um episódio de bronquiolite viral aguda.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria de São Paulo essa doença pode evoluir para uma forma mais grave, então é importante identificar qualquer fator de risco sendo eles relacionados a prematuridade, tabagismo passivo, baixa idade, redução do aleitamento materno, doença pulmonar crônica, cardiopatia congênita e sexo masculino.

Continue a leitura, entenda os principais sintomas da bronquiolite viral aguda e como a Fisioterapia Respiratória pode ser uma grande aliada no tratamento dessa patologia!

Sinais e Sintomas da Bronquiolite Viral Aguda

Os sintomas iniciais da bronquiolite viral aguda são de origem na Via Aérea Superior (VAS) e são caracterizados por congestão nasal e coriza que podem perdurar de 2 a 4 dias, além da febre que está presente em 50% dos casos. 

Os sintomas do trato respiratório inferior se dão pela forma mais progressiva da doença, dentre 6 a 8 dos pacientes podem evoluir para taquipneia e desconforto respiratório (dispneia, retrações/tiragens intercostais e batimento das asas do nariz). Durante a ausculta pulmonar, pode ou não ter a presença de ruídos adventícios como estertores bolhosos e/ou sibilos expiratórios.  

O diagnóstico é realizado de acordo com os sinais e sintomas do paciente, mas como exame complementar, a radiografia de tórax vem auxiliando para um diagnóstico mais preciso da bronquiolite viral aguda. Dessa forma, os achados clínicos que podem ser encontrados numa radiografia de tórax, envolvem um quadro de hiperinsuflação pulmonar, atelectasias e infiltrado peri-brônquico, mas em 10% dos casos essa radiografia está normal.

Os principais fatores de risco englobam ser do sexo masculino, baixa renda família, tabagismo passivo, alta ingestão de carboidrato ou álcool, local onde mora, inverno, desnutrição, falta de aleitamento materno e a prematuridade, sendo este último a causa mais comum da bronquiolite viral aguda decorrente da VSR.

Fisiopatologia da Bronquiolite Viral Aguda

Para entendermos a fisiopatologia da BVA, devemos conhecer os agentes etiológicos. Os quatros vírus mais comuns reconhecidos como desencadeadores: VSR (responsável por desencadear mais da metade das bronquiolite viral aguda), além desse, a doença pode ser causada pelo adenovírus (ADV), vírus influenza tipo A e B e o vírus parainfluenza (PIV) tipo 1, 2 e 3.

Toda patologia é desenvolvida a partir do contato desse agente com as VAS do paciente, que vai se estendendo no pulmão até invadir os bronquíolos e causar a inflamação desse tecido pulmonar. A primeira alteração como consequência dessa inflamação é a necrose do epitélio dos bronquíolos, devido a destruição das células ciliadas. 

Essa necrose e futuras fibrinas formam rolhas que obstruem a luz do bronquíolo, podendo esta obstrução ser parcial ou total, gerando edema e exsudato inflamatório, no qual acarreta o aprisionamento de ar nos bronquíolos, prejudicando a relação V/Q, podendo causar hipoxemia e atelectasias pulmonares, trazendo pior evolução ao quadro.

A importância do tratamento fisioterapêutico

A fisioterapia respiratória tem por principais objetivos proporcionar melhora ao paciente por meio técnicas de remoção das secreções, mobilizando e induzindo a expectoração, desobstruindo as vias respiratórias e gerando melhora da ventilação pulmonar.

A aplicação das técnicas de higiene brônquica previnem atelectasias, diminuem a resistência das vias aéreas e o trabalho ventilatório. Os estudos observaram a aplicação das técnicas de fisioterapia diariamente, pois os resultados apresentaram diminuição dos sinais clínicos e dos sintomas respiratórios.

Dentre estes resultados, constataram redução da febre, dispneia e a melhora da ausculta pulmonar, resultados positivos e essenciais a partir da intervenção fisioterapêutica.

As manobras de higiene brônquica, além de facilitar a remoção das secreções, reduz a produção de muco e melhora as trocas gasosas. As técnicas fisioterapêuticas podem ser iniciadas em qualquer fase da patologia, independente do ambiente ser hospitalar ou ambulatorial. 

O uso da técnica de DRR em lactentes com bronquiolite viral aguda mostrou ter efeitos positivos imediatos diminuindo a ocorrência de complicações e sinais de esforço respiratório em comparação com a aspiração nasofaríngea. 

Em alguns casos, indivíduos acometidos pela bronquiolite viral aguda precisam de suporte de Oxigenoterapia. Esses cuidados são indicados para crianças com a saturação de oxigênio (SO2) menor que 92% e as crianças com esforço respiratório de moderado a grave. A oxigenoterapia é uma técnica que consiste em oferecer O2 ao paciente para corrigir a hipoxemia e manter a saturação de oxigênio em níveis normais.

A Ventilação Mecânica (VM) é utilizada nas Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) como estratégia no manejo de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica, tendo como objetivo a manutenção das trocas gasosas, reparando a hipoxemia e a hipercapnia, impedindo a fadiga da musculatura respiratória, além de minimizar os índices de morbidade e mortalidade.

O decúbito ventral, também conhecido como posição prona, consiste no posicionamento do lactente de maneira a manter o suporte diafragmático e estabilização da caixa torácica constantes, através do contínuo contato da caixa torácica e do abdome com o leito. 

A posição prona auxilia na melhora da oxigenação durante a VM, promovido pelo aumento do volume pulmonar, melhorando a mobilidade de secreções, reexpandindo alvéolos e redistribuindo sua ventilação, expandindo a região dorsal dos pulmões e diminuindo as chances de atelectasia.

A posição prona associada a VM, em lactantes e com bronquiolite viral aguda, melhora tanto a eficácia respiratória quanto cardíaca, reduzindo o tempo de suporte ventilatório no lactente. Tais achados alertam para a importância das mudanças de decúbito em lactantes estáveis internados em UTIP, por se tratar de um método não invasivo e de baixo custo, que promove benefícios para o seu desenvolvimento e minimiza os prejuízos resultantes da utilização prolongada da VM.

Contudo a atuação fisioterapêutica na bronquiolite viral aguda beneficia a diminuição dos sinais clínicos e dos sintomas respiratórios, promovendo melhora da capacidade cardiopulmonar e redução do tempo de internação.

Conclusão

A fisioterapia respiratória promove melhora do desconforto respiratório em pacientes com bronquiolite viral aguda, além da manutenção de oxigenação adequada em todos os momentos com efetividade de diferentes técnicas fisioterapêuticas.

Conheça como a mecânica respiratória e treinamento muscular respiratório são aliados no tratamento fisioterapêutico respiratório das patologias específicas.

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Referências Bibliográficas

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