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Você provavelmente tem algum amigo ou conhecido que tem asma, não é? Além disso, é provável que já tenha tratado pacientes com a doença. Mas você sabe exatamente o que é e como realizar um bom tratamento de asma brônquica?

Caso não saiba ou tenha vontade de se aprofundar no assunto, continue lendo!

O que é asma brônquica

Segundo as Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma, a patologia é definida como uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e limitação variável ao fluxo aéreo.

Além disso, tem-se que ela pode ser revertida espontaneamente ou com tratamento e se manifesta clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, dor torácica e tosse. Suas causas provém da interação entre carga genética, exposição ambiental a alérgenos e irritantes.

Epidemiologia e quadro clínico da asma brônquica

A prevalência de sintomas de asma entre adolescentes no Brasil, de acordo com estudos internacionais, foi de 20% – uma das mais elevadas do mundo. Nesse sentido, a asma é caracterizada como um problema de saúde pública, devido a uma inflamação obstrutiva crônica dos brônquios com exacerbações agudas reversíveis.

Ela é ocasionada pela reação aumentada por vários estímulos inalatórios ou alimentares. Assim, leva à constrição da musculatura dos brônquios (causando um broncoespasmo), edema e hipersecreção. Esta, por sua vez, causa dispneia, dor torácica, tosse, ausculta com sibilos e roncos pulmonares.

Por fim, temos que ela é recorrente em ambos os sexos, em todas as idades, em todos os grupos raciais e em todos os níveis econômicos. Por isso, trata-se de uma doença comum e que deve ser compreendida, além de ser importante saber como realizar um tratamento de asma brônquica.

Etiologia da asma brônquica

As crises asmáticas podem ser causadas por várias substâncias e microrganismos inalados, tais como:

  • reações alérgicas a antígenos como poeira domiciliar;
  • fungos do ar;
  • ácaros, pólens, pêlos e saliva de animais;
  • penas e baratas;
  • fumaça (cigarro, charuto, cachimbo, fogueira, entre outros);
  • cosméticos (perfume, desodorantes, entre outros);
  • infecções respiratórias;
  • poluentes ambientais;
  • mudança repentina de temperatura;
  • exercícios físicos vigorosos e estado emocional;

Além disso, alguns medicamentos e alimentos também podem desencadear as crises. Entre estes estão os produtos artificiais como corantes, conservantes e acidulantes.

Características patológicas

A asma brônquica tem como componente principal a limitação ao fluxo aéreo, que ocorre em decorrência de 3 fatores: 

1) Vasodilatação e congestão dos vasos brônquicos, com consequente edema. Infiltração de células inflamatórias nos brônquios, principalmente por eosinófilos, linfócitos, mastócitos e macrófagos, com espessamento da membrana basal reticular do epitélio brônquico. 

2) Hipersecreção mucosa, hipertrofia das glândulas mucosas, aumento das células caliciformes com aumento de secreção intraluminal e obstrução das vias aéreas por “rolhas” de muco. 

3) Contração e encurtamento da musculatura lisa que envolve a via aérea com aumento da massa muscular, hipertrofia e hiperplasia muscular.

Diagnóstico de asma brônquica

Antes de realizar um tratamento de asma brônquica, é preciso fazer um bom diagnóstico. Este baseia-se em três pilares: os dados clínicos obtidos pela anamnese, a identificação da sensibilidade alérgica e, em crianças maiores e adultos, em parâmetros de função pulmonar.

Algumas perguntas facilitam a identificação da doença, e devem ser formuladas aos pacientes (ou responsáveis) para se estabelecer ou suspeitar do diagnóstico clínico de asma. Por isso, seguem alguns aspectos dos quais é importante ter conhecimento:

  • o acontecimento de episódios recorrentes de falta de ar (dispneia);
  • ter passado por crises ou episódios recorrentes de chiado no peito (sibilância);
  • ter tosse persistente, particularmente à noite ou ao acordar;
  • acordar por tosse ou falta de ar;
  • ter tosse, sibilância ou aperto no peito após atividade física;
  • apresentar tosse, sibilância ou aperto no peito após exposição a alérgenos como mofo, poeira domiciliar e animais, a irritantes como fumaça de cigarro e perfumes ou após resfriados ou alterações emocionais como riso e choro;
  • usar alguma medicação quando os sintomas ocorrem e, em caso positivo, qual e com que frequência;
  • se há alívio dos sintomas após o uso de medicação;
  • ter antecedentes familiares de doenças alérgicas ou asma;
  • ter ou já ter tido sintomas de rinite alérgica ou eczema atópico; 

O diagnóstico da condição alérgica baseia-se na busca de outras manifestações atópicas pregressas ou familiares (asma, rinite ou dermatite atópica), na relação dos sintomas com fatores específicos (poeira, mofo, animais domésticos) e na identificação de IgE específica. 

Agora que você já sabe quais são as características da asma e como realizar um diagnóstico, vamos passar para o tratamento de asma brônquica. 

Tratamento de asma brônquica farmacológico

Entre os medicamentos mais utilizados para tratamento de asma brônquica estão:

  • Agonistas beta2 (constrição pulmonar e a resposta alérgica dos alvéolos);
  • Adrenérgicos (tratamento de sintomas associados); 
  • Anticolinérgicos (inibindo os receptores muscarínicos M3 resultando na broncodilatação e diminuição da secreção de muco); 
  • Expectorantes (liquefazer o muco e desinflamar a mucosa respiratória);

Além disso, alguns fatores podem influenciar no sucesso do tratamento de asma brônquica e, consequentemente, no seu controle, como:

  • Realização de um diagnóstico incorreto; 
  • Falta de adesão ao tratamento indicado; 
  • Uso de drogas que podem diminuir a resposta ao tratamento (anti-inflamatórios não esteroidais e β-bloqueadores); 
  • Exposição domiciliar (a poeira ou fumaça, por exemplo); 
  • Exposição ocupacional; 
  • Tabagismo e outras comorbidades;

Vacinas para asma brônquica

No Brasil, a vacinação contra influenza está indicada para pacientes com asma, uma vez que o vírus está associado a maior morbidade nesses pacientes. Não há contraindicações para a vacinação para esses pacientes. 

Apesar disso, por serem mais susceptíveis à infecção pneumocócica, (especialmente aqueles com asma grave) as vacinas antipneumocócicas (polissacarídica 23-valente e conjugada 10-valente) são indicadas para indivíduos com asma persistente moderada ou grave.

Tratamento de asma brônquica fisioterapêutico

A fisioterapia respiratória é considerada uma intervenção não farmacológica que deve ser instituída quando o paciente estiver em acompanhamento médico regular e com tratamento medicamentoso adequado. 

Os principais objetivos da fisioterapia no tratamento de asma brônquica são:

  • reduzir desconforto respiratório e dispneia;
  • melhorar a mecânica respiratória;
  • melhorar a força muscular respiratória nos casos de fraqueza;
  • proporcionar maior condicionamento cardiorrespiratório;
  • promover a higiene brônquica, quando necessária;
  • proporcionar redução dos eventos/crises, melhorando a qualidade de vida;

A cinesioterapia respiratória, com predomínio de inspirações lentas e profundas que promovam redução na hiperventilação pulmonar, tem boas evidências na melhora da qualidade de vida e controle da asma em adultos (nível de evidência A e B).

O inspirômetro (Respiron e Voldyne), por sua vez, é um equipamento utilizado para auxiliar o paciente a realizar exercícios, pois apresenta retorno visual para que eles sejam melhor realizados. A válvula de PEEP mantém as vias aéreas abertas ao final da fase expiratória pela pressão positiva exercida, o que facilita a expiração – promovendo melhor controle respiratório. 

Já o Treinamento Muscular Respiratório para tratamento de asma brônquica possui evidências científicas indicando benefícios. Mas é importante ressaltar que os pacientes com alteração na mecânica respiratória decorrentes da hiperinsuflação ou da fraqueza dos músculos respiratórios apresentaram melhores resultados na redução da dispneia e no aumento da força muscular respiratória após treinamento.

O exercício físico para reabilitação pulmonar é recomendado com excelente nível de evidência aos pacientes. Ele deve ser prescrito adequadamente conforme a intensidade recomendada, para promover os benefícios da atividade aeróbia sem riscos para o paciente.

Para crianças e adolescentes com asma, o exercício físico deve ser sempre supervisionado. Além disso, a hidroterapia potencializa a função respiratória por melhorar a capacidade aeróbica, promovendo uma redução da hiper-responsividade brônquica.

Nos pacientes hipersecretivos, por fim, podem ser utilizadas técnicas de tratamento de asma brônquica focadas na higiene brônquica (vibração e vibrocompressão) ou o oscilador oral de alta frequência (OOAF) (shaker ou flutter), indicados para promover mobilização de secreção pulmonar associado à fase expiratória do paciente.

Considerações finais

As evidências científicas sustentam que a realização de fisioterapia respiratória em pacientes adultos e pediátricos com asma brônquica traz benefícios significativos. Assim, o tratamento de asma brônquica com exercícios respiratórios que promovam redução na hiperventilação pulmonar, treinamento muscular respiratório e prática de exercício físico (com a intensidade adequada) são intervenções que resultam na redução da sensação de dispneia e intolerância ao esforço físico.

Por isso, tem-se que tais atos promovem uma melhora expressiva na qualidade de vida do paciente. As intervenções, juntamente com a prescrição e acompanhamento do tratamento de asma brônquica devem ser realizadas por um fisioterapeuta especialista na área. Dessa maneira, o paciente estará seguro e os efeitos adversos – como broncoespasmo induzido pelo exercício – serão evitados. 

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