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As cirurgias de confecção de acessos para hemodiálise são operações cirúrgicas vasculares comuns e necessárias para o tratamento do paciente renal crônico. 

Uma pesquisa realizada com adultos e idosos identificou que 96,9% deles utilizavam a fístula arteriovenosa como acesso vascular para hemodiálise. Em outro, identificou-se 93,4% dos pacientes, por isso, é necessário que ocorra a maturação da fístula arteriovenosa.

A importância de se obter acessos duradouros correlaciona-se com a expectativa de vida do paciente e é de suma importância a manutenção e os cuidados específicos para auxílio do doente.

Quer aprender mais e saber como realizar o tratamento fisioterapêutico para a maturação da fístula arteriovenosa? Então continue lendo esta matéria

O que é uma fístula arteriovenosa?       

Uma boa fístula arteriovenosa para hemodiálise (FAVH) tem que respeitar duas regras básicas para permitir um tratamento adequado ao paciente: ter diâmetro adequado e ter volume de fluxo adequado. 

Normalmente este diâmetro da veia superficial da FAVH aumenta com o passar das semanas de pós-operatório; o mesmo é observado com relação ao volume de fluxo. 

Este aumento é variável e depende de fatores como qualidade dos vasos antes da cirurgia, idade do paciente, comorbidades, entre outros. 

Intercorrências com a FAVH

A maior intercorrência ocorrida nos acessos permanentes dos pacientes é a formação de hematoma, que podem ocorrer quando os pacientes se movimentam inadequadamente ou até mesmo inconscientemente o membro do acesso.

Nos casos de hematomas pós-punção podem ser decorrentes da compressão e cuidado inadequado após sessão dialítica. 

Podem ocorrer também, sinais de inflamação (infecção por estafilocócica), estagnação do acesso e aneurismas. 

Procedimentos

Apesar de ser um procedimento relativamente simples, o planejamento adequado do local da anastomose, os cuidados pré e pós-operatórios e a definição do tempo para início das punções são fundamentais para o sucesso da cirurgia. 

Outros fatores que também podem influenciar na confecção e maturação da fístula arteriovenosa são fatores como: a idade, obesidade, diabetes, doenças vasculares, história prévia de falência de veias ou se seu diâmetro for <2mm3.

O período de pós-cirúrgico é considerado de 20 a 30 dias para a maturação da fístula arteriovenosa em questão para que possa ser puncionada em um processo de hemodiálise. 

O tempo de maturação da FAV é variável, desde que seja utilizada logo após dois meses após a sua confecção, pois se utilizar uma fístula logo após a sua confecção pode acarretar um comprometimento levando a sua destruição, pois ainda não está preparada para ser puncionada.

A utilização do eco-Doppler colorido (EC) para colocação das FAVH facilita a avaliação pré-operatória dos possíveis vasos doadores e receptores, com possibilidade de identificar, com boa acurácia, a qualidade das veias superficiais (cefálicas e basílicas) e o status do defluxo venoso superficial e profundo, que muitas vezes fica dificultado ao exame clínico convencional. 

Também, permite a análise das características da parede e do fluxo arterial, detectando a presença de alterações, que podem colocar em risco o bom funcionamento da fístula arteriovenosa para hemodiálise. 

Com o custo relativamente baixo e não sendo invasivo tem proporcionado melhores resultados técnicos.

Segundo alguns autores, as FAVH podem ser consideradas maduras com mais de 4 mm e que permitem um fluxo de sangue maior que 250 a 500 mL/min. 

Por outro lado, ainda é incerto o tempo exato necessário para que ocorra a maturação da fístula arteriovenosa para hemodiálise, pois dependem muito da evolução clínica do paciente. 

Cuidados e orientações com a fístula 

O paciente deve evitar compressões no membro da fístula, não carregando peso e não dormindo sobre o braço e ainda deve evitar o uso de roupas apertadas, de relógios e pulseiras apertados, pois tais ações podem interromper o fluxo sanguíneo, levando à obstrução do acesso. 

A realização de exercício manual constantemente promove grandes benefícios, já que exercícios de compressão manual, como abrir e fechar a mão contra objeto macio, são indispensáveis para melhorar o desenvolvimento da FAVH. 

O uso de compressas mornas e geladas, é essencial, dada a sensação de dor no local e é fundamental quando existe a formação acidental de hematomas, devendo ser realizada várias compressas de gelo no mesmo dia e, no dia seguinte, fazer muitas compressas quentes. 

Além de orientação de que a aferição da pressão arterial e a administração de medicamentos não podem ser realizadas no braço da fístula. 

Tratamento Fisioterapêutico para maturação da Fístula Arteriovenosa

Os protocolos fisioterapêuticos imprescindivelmente devem ser realizados no início do tratamento dialítico evitando assim as incapacidades físicas. 

Após uma avaliação fisioterapêutica minuciosa, podem ser prescritos exercícios de flexibilidade, fortalecimento e cardiopulmonar entre outros, que serão realizados nas clínicas durante as sessões da hemodiálise e com orientações de exercícios para serem realizados em casa.

Conclusão

A inserção do fisioterapeuta na equipe multidisciplinar tem um papel fundamental durante o tratamento dialítico, realizado também durante o pré e pós operatório da confecção e no processo prévio de maturação da fístula arteriovenosa.

Embora não exista um exercício físico específico, todos podem ser realizados, desde que o paciente tenha condições físicas para realizá-los, apenas recomenda-se evitar exercícios de grande impacto articular. 

Assim, a fisioterapia tem contribuindo para que o tratamento de hemodiálise possa ser conduzido de forma mais adequada e melhore a sobrevida de pacientes renais crônicos. 

 

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