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A doença renal crônica (DRC) vem sendo considerada um problema da saúde pública em todo o mundo por suas elevadas taxas de morbimortalidade e impacto sobre os aspectos físicos e biopsicossociais dos doentes.

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a Doença Renal Crônica[GC1]  é conceituada pela perda lenta, progressiva e irreversível das estruturas renais, que afetam as funções glomerulares, tubulares e endócrinas dos rins, levando a incapacidade do organismo em manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico.

A maioria dos pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) são submetidos à hemodiálise.

No Brasil, 89,6% dos pacientes dialíticos fazem seu tratamento por meio dessa modalidade terapêutica, necessitando que esses pacientes tenham um acesso vascular para realização do tratamento.

Continue lendo esta matéria e veja como prevenir complicações com cuidados e recomendações sobre acesso vascular para hemodiálise. Vamos lá?

O que é o acesso vascular?

O acesso vascular pode ser realizado por fístulas arteriovenosas, com utilização de veias autógenas ou próteses, ou por cateteres venosos. Cada uma dessas alternativas de acesso tem suas próprias indicações e restrições de uso.

Para ser eficaz, o acesso vascular deve dispor de fluxo de sangue necessário para o tratamento prescrito, longo tempo de durabilidade e baixos problemas mecânicos relacionados ao acesso.

O uso adequado, as orientações ao paciente e os cuidados com o sistema venoso devem ser uma constância nos serviços de diálises, minimizando as complicações e prolongando o tempo de utilização dos mesmos.

Classificações do acesso vascular

O acesso vascular pode ser classificado em três grupos: cateter de curta permanência, cateter de longa permanência e as fístulas arteriovenosas.

O que são os cateteres venosos de curta permanência?

É uma opção de acesso venoso central, rápida, segura e temporária para realização de hemodiálise por períodos curtos de tempo, em torno de três semanas, enquanto ocorre a maturação do acesso venoso definitivo (fístula arteriovenosa), são inseridos sem contra abertura da pele através de punção direta do vaso.

O local anatômico utilizado para a inserção do cateter de curta permanência, veia jugular, ou veia subclávia ou veia femoral, também foi utilizado para essa classificação.

O que são os cateteres venosos de longa permanência?           

São aqueles que são inseridos por contra abertura da pele. O local anatômico para a inserção do cateter de longa permanência é a veia jugular interna direita.

A taxa de utilização de cateter para realização da hemodiálise é 25% superior  ao da fístula arteriovenosa,  devido principalmente ao diagnóstico e consequentemente, referência tardia  dos doentes renais aos serviços especializados, ocasionando a necessidade de acesso de urgência.

Autores relataram que a porcentagem do uso de cateter aumenta com a idade dos pacientes, por falência da vasculatura superficial e pela doença arterial periférica e em sua casuística, em pacientes menores de 14 anos a utilização é reduzida, entre 14 e 44 anos a porcentagem encontrada foi de 3% e acima dos 74 anos, cresceu para 10,2%.

O que são fístulas arteriovenosas?

As fístulas arteriovenosas são a anastomose entre uma artéria e uma veia superficial, para criação de maior fluxo na veia, ocasionando uma dilatação venosa, para uma futura punção e utilização na hemodiálise, essa dilatação na veia e sua extensão são de grande importância para o funcionamento do acesso, pois durante a hemodiálise a veia receberá duas punções simultâneas.

A fístula arteriovenosa autógena (sem uso de material sintético), localizada na região do punho, onde é confeccionada a anastomose entre a artéria radial e a veia cefálica (rádio-cefálica), é considerada o “padrão de referência”, pois oferece menor risco de complicações, além de apresentar boa durabilidade.

A maturação da fístula arteriovenosa pode ocorrer num período variável entre 4 e 12 semanas. Durante o período pós-operatório da fístula ocorrem diversas alterações nos vasos utilizados, na artéria ocorre uma dilatação da artéria aferente, e aumento do fluxo sanguíneo arterial, já veia ocorre a dilatação, arterialização (espessamento da veia) e aumento do fluxo.

São consideradas acessos vasculares permanentes e estão indicadas em pacientes com insuficiência renal terminal, é considerada o melhor tipo de acesso vascular para hemodiálise crônica.

Complicações do acesso vascular

As complicações mais comuns do acesso vascular definitivo para hemodiálise compreendem em complicações como a diminuição do fluxo sanguíneo, trombose da fístula, a infecção, a hipertensão venosa e a degeneração aneurismática além de hemorragias, hematomas e rupturas.

A trombose é a causa mais comum da perda da fístula arteriovenosa, resultante na maioria das vezes da hiperplasia miointimal, sendo necessário a implementação de medidas preventivas para manutenção adequada do acesso.

Cuidados do acesso vascular

O cuidado do paciente renal crônico em tratamento hemodialítico envolve o incentivo ao autocuidado, prevenção de infecções, fornecimento de informações ao paciente e família em relação ao seu tratamento e complicações, como também prover um local seguro e confortável para a realização do tratamento.

É necessário existir uma preocupação com a manutenção do acesso, de forma ocasionar em mudanças de hábitos e dos cuidados de si, como o banho (evitar de molhar o acesso) e a maneira de dormir, manter a pele intacta e com boa proteção, manter o curativo limpo e seco, reforçando que o mesmo só pode ser trocado e manipulado pela equipe de saúde responsável no serviço de seu tratamento, o curativo deve ser feito no momento em que realizam as sessões de hemodiálise. Medidas realizadas a fim de evitar complicações no cateter venoso central, ou na fístula arteriovenosa.

Importante ficar atento aos sinais de infeção: eritema (vermelhidão), edema, dor, taquicardia ou febre.

Conclusão    

A Doença Renal Crônica configura-se como um dos agravos e que alcança altos índices de incidência no Brasil e no mundo. A sobrevivência e a qualidade de vida dos nefropatas crônicos dependem da performance dos acessos para diálise, que constituem um importante desfecho, porém com inúmeras dificuldades, limitações e complicações. 

O cuidado de si emerge a partir do conhecimento e aceitação de sua condição atual, com mudanças nos hábitos, possibilitando a manutenção do tratamento por meio do cuidado com o acesso e outras mudanças em suas rotinas.

 

Referências

EVERLING, J. et al. Eventos associados à hemodiálise e percepções de incômodo com a doença renal. Av. Enfermagem, Bogotá, v. 34, n. 1, p.48-57, jan. 2016.

LAGES JS. Controle e avaliação da doença renal crônica no sistema único de saúde, 2015.

MARCHESAN, M.; KRUG, R. R.; BARBOSAC, A. R.; ROMBALDI, A. J. Percepção de pacientes em hemodiálise sobre os benefícios e as modificações no comportamento sedentário após a participação em um programa de exercícios físicos. Rev Bras Ciênc Esporte. v.39, n.3, p.314:321, 2017.

MENDES, M. L. et al. Abordagem da oclusão trombótica dos cateteres de longa permanência dos pacientes em hemodiálise: uma revisão narrativa. Jornal Brasileiro de Nefrologia, São Paulo, v. 37, n. 2, p.221-227, jun. 2015.

PEREIRA, O. R.;  FERNANDES, J. S.; MENEGAZ, T. N. Avaliação do Tempo de Maturação das Fístulas Rádio-Cefálicas para Hemodiálise, Arq. Catarin Med. v.45, n.2, p.02-10, 2016.

SANTOS,  I.; ROCHA,  R. P. F.; BERARDINELLI, L. M. M. et  al. Qualidade  de  vida  de  clientes  em  hemodiálise  e  necessidades  de orientação de enfermagem para o autocuidado, v.15, n.1,  p.3-38, 2015.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. SBN Informa. 2019.

TAKEMOTO, A. Y.; OKUBO, P.; BEDENDO, J. et al. Avaliação da qualidade de vida em idosos submetidos ao tratamento hemodialítico. Rev. Gaúcha Enferm. Porto Alegre, v.32, n.2, p.256-62, 2011.

ZICA,  D. S.  Manual  educativo  sobre  cuidados  com  acesso  vascular  para  hemodiálise. Dissertação  (Mestrado Profissional  em  Ciências Aplicadas à Saúde) – Universidade do Vale do Sapucaí, Pouso Alegre, 2016.  


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