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A paralisia cerebral é uma condição comum, onde no Brasil, cerca de 150 mil pessoas por ano apresentam o caso. À primeira vista, são muitos os questionamentos a respeito do que a fisioterapia pode fazer em desordens neurológicas.

Será que um fisioterapeuta é capaz de auxiliar em quadros tão severos e aparentemente não solucionáveis como a paralisia cerebral? A resposta é sim! Basta saber quais caminhos seguir para obter sucesso em no tratamento!

Um fisioterapeuta pode ser transformar a qualidade de vida de pacientes com paralisia cerebral ou qualquer outra afecção neurológica. Desta forma, preparamos este texto para que você possa entender o que é a paralisia cerebral e de que maneira pode ser feito o tratamento para esse caso. Vamos conferir?

O que é Paralisia Cerebral?

Por definição, Paralisia Cerebral é uma desordem permanente no desenvolvimento da postura e do movimento, causando limitação em diversas atividades. Não obstante, isso acontece devido a um distúrbio não progressivo que ocorre no desenvolvimento encefálico fetal ou na infância.

A desordem motora na paralisia cerebral segundo Rosenbaum (2007), é frequentemente acompanhada por distúrbios de “sensação, percepção, cognição, comunicação e comportamental, por epilepsia e por problemas musculoesqueléticos secundários”.

Causas da Paralisia Cerebral

As causas da paralisia cerebral são inúmeras e normalmente desconhecidas. Frequentemente, a paralisia pode aparecer em qualquer período entre a gestação, o nascimento e até os três anos de idade da criança.

A maioria dos casos de paralisia cerebral se dão principalmente durante a gestação onde a mãe pode passar por situações como:

  • Saúde materna: como por exemplo, a presença de anemias, hemorragias durante a gravidez, eclampsia, hipotensão;
  • Relacionados a infecções congênitas, como rubéola, toxoplasmose, sífilis;
  • Fatores metabólicos maternos, como o diabetes e a subnutrição;
  • Transtornos envolvendo abuso de álcool, drogas e medicamentos, como a talidomida;
  • Alterações devido à radiação, radiografias, radioterapia;
  • Malformações cerebrais congênitas.

Tipos de Paralisia Cerebral

A paralisia cerebral decorre de inúmeras afecções, com várias causas e quadros clínicos, tendo em comum apenas o fato de afetar o sistema nervoso central de forma crônica. Portanto, com essa gama de quadros clínicos, há então diferentes modos de classificação das PCs. São elas:

Extrapiramidal

  • Coreatetóide: Apresenta Hipercinesia e hipotonia.
  • Distônico: Apresenta Hipocinesia e Hipertonia.

Atáxico

  • Padrões anormais de postura/movimento;
  • Perda de coordenação
  • Alteração de forma, ritmo e metria do movimento.

Misto

  • Características espástica e atetóide
  • Hiper e hipotonia;
  • Movimentos involuntários.

Espástico (mais frequente)

  • Padrões anormais de postura/movimento;
  • Aumento de tônus muscular;
  • Reflexos patológicos;
  • Hiperreflexia / sinais de liberação piramidal;

De acordo com a localização do corpo afetado:

  • Tetra ou quadriplegia
  • Monoplegia
  • Paraplegia ou diplegia
  • Hemiplegia (Mais frequente)

Objetivos da fisioterapia no tratamento da Paralisia Cerebral

A fisioterapia tem função importante na facilitação do desenvolvimento motor, no desenvolvendo dos reflexos, ajuda a diminuir bloqueios, contraturas e deformidades. Com isto, o foco do fisioterapeuta deve ser o de se aproximar ao máximo do desenvolvimento motor normal.

Os objetivos com o tratamento fisioterapêutico na paralisia cerebral incluem principalmente o aprimoramento das habilidades existentes, desenvolvendo funções e promovendo a independência, além de colaborar com a prevenção ou diminuição de deformidades.

Benefícios da fisioterapia para a Paralisia Cerebral

A fisioterapia é muito importante para o tratamento da paralisia cerebral, uma vez que o profissional é responsável por auxiliar no desenvolvimento da independência do paciente, facilitando as atividades de vida diária. Todavia, o tratamento fisioterapêutico se estende, também, à família. Uma vez que possibilita a conscientização dos parentes a fim de fornecer orientações e ensinar técnicas para facilitar a integração ao ambiente familiar.

Além disso, o fisioterapeuta irá tratar também a condição motora do paciente, desenvolvendo um trabalho para diminuir contraturas e deformidades, com o uso de diversos equipamentos.

Fisioterapia aquática como tratamento da Paralisia Cerebral

A fisioterapia aquática se destaca no tratamento da paralisia cerebral devido às particularidades que o tratamento em meio liquido é capaz de exercer sobre o paciente. Assim, uma das vantagens é facilitar a aquisição de postura assim como no controle dos movimentos, na normalização do tônus muscular, no aumento da amplitude de movimento articular, além da melhora respiratória e da socialização do indivíduo.

Os efeitos físicos da fisioterapia aquática também oferecem vantagens ao tratamento, sendo eles:

  • Densidade relativa, de quem depende a capacidade de flutuação;
  • Empuxo, força oposta à gravidade;
  • Tensão superficial, atuando como resistência ao movimento;
  • Pressão hidrostática que é a pressão de imersão, dependente direta da profundidade da imersão;
  • Ambiente agradável e lúdico para as crianças e adolescentes.

Esses benefícios ainda estão ligados ao aumento potencial de confiança, de motivação e de interesse. Isso pelo fato de tornar mais fácil certas tarefas que fora da água seriam difíceis ou até mesmo impossíveis de serem realizadas.

Cuidados a tomar

Decorrente das alterações de postura e movimento, pacientes com paralisia cerebral necessitam de alguns cuidados especiais, de acordo com as características do seu quadro. Crianças com espasmos, por exemplo, devem ser transportadas de modo que suas pernas estejam sempre em abdução, evitando o padrão.

Já os com quadros de atetose, em que há movimentos descoordenados, os membros superiores devem permanecer voltados para frente, com as mãos nos joelhos, unidos.

Portanto, devido às deformidades e contraturas, é necessário que as roupas sejam fáceis de vestir. Além disso, é  importante também que a criança use roupas largas e com fechos em velcro. Durante as sessões, o fisioterapeuta pode ensinar ao paciente como se vestir e se despir de maneira independente, facilitando sua rotina diária.

Pensando ainda nas atividades de vida diária, o fisioterapeuta pode auxiliar o paciente em sua higiene pessoal, fornecendo exercícios que simulem o movimento de lavar as mãos e o corpo. Na alimentação, estimulando a postura sentada, ensinando o uso da colher.

Ao treinar movimentos de coordenação motora fina, como os grafismos, é necessário que o fisioterapeuta observe a posição do paciente. Para corrigir os desarranjos posturais de modo que a coluna fique o mais ereta possível e os braços sejam posicionados em cima da mesa.

É importante não esquecer de estimular a fala do paciente durante todo o tratamento. Portanto, não use linguagem infantil e fale de tudo, dando a oportunidade para que ela responda. Você estará aumentando o vocabulário desse paciente e auxiliando em sua socialização.

Conclusão

Com isto, podemos dizer que a fisioterapia é fundamental para o tratamento da paralisia cerebral, até porque através dela pode-se haver a melhora da qualidade de vida e a socialização do paciente.

A fisioterapia auxilia tanto na facilitação de mobilidade e na independência, quanto na melhora da convivência e compreensão do paciente para com a família e sociedade.

Dessa forma, o tratamento fisioterapêutico da paralisia cerebral, se iniciado logo nos primeiros meses de vida do paciente, pode evitar o agravamento e a instalação de alterações posturais mais severas, evitando contraturas e deformidades.

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