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Você já ouviu falar da doença de Parkinson? Ela também é conhecida como mal de Parkinson, mas o termo correto é doença de Parkinson.

A doença de Parkinson teve sua primeira descrição realizada pelo Dr. James Parkinson em 1817 como “paralysis agitans”. Atualmente é a segunda doença neurodegenerativa mais comum e afeta cerca de 2 a 3 indivíduos que possuem idade superior a 65 anos. (POEWE. W et al., 2017; CABREIRA. V. et al., 2019)

Trata-se de um distúrbio neurológico progressivo e degenerativo, que se caracteriza pela perda de neurônios da parte compacta da substância negra, situada no mesencéfalo. Os primeiros sinais da doença se manifestam cerca de 10 a 15 anos antes dela de fato se instalar.

Um estudo publicado em 2017, usou exames de imagem para mostrar a diferença entre um cérebro normal e o cérebro de um indivíduo portador da doença. (POEWE W. et al., 2017)

Reparem que a substância negra na imagem denominada como “PD” está mais fraca em comparação com a imagem ao lado.

Obs: o termo “PD” significa “Parkinson’s Disease”, traduzindo para o português “Doença de Parkinson”.

Atualmente, o Parkinson é descrito como uma doença idiopática, ou seja, não à causa exata que desencadeia o aparecimento da doença.

Acredita-se que fatores ambientais e genéticos causam o desenvolvimento da doença.

A possível junção dos fatores ambientais e genéticos geram estresse oxidativo, inflamação, excitotoxicidade, disfunção mitocondrial e alteração na produção de proteínas. 

O diagnóstico é fidelizado pela apresentação da TRAP:

  1. Tremor de repouso;
  2. Rigidez;
  3. Acinesia (ou bradicinesia);
  4. Postural Instability (Instabilidade Postural).

Sintomas

O Parkinson é uma doença multissistêmica, isso significa que afeta diversos sistemas e então o portador da doença apresenta sintomas motores e não motores causados pela diminuição ou falta da dopamina, que é produzida pelos neurônios da substância negra. (CABREIRA. V. et al., 2019; EGBERTO R. et al. 2005)

Sintomas motores

Dentre os sintomas motores temos bradicinesia caracterizada pela lentidão na realização de movimentos. (CABREIRA. V. et al., 2019; EGBERTO R. et al. 2005) 

A hipertonia plástica também conhecida como rigidez, é uma característica muito evidente nestes pacientes e ocorre durante a movimentação passiva de um determinado membro. (CABREIRA. V. et al., 2019; EGBERTO R. et al., 2005)

A hipomimia refere-se a diminuição da expressão facial. (EGBERTO R.et al., 2005) 

Outro sintoma frequentemente observado é a marcha em bloco. O paciente possui dificuldades em iniciar a marcha, e quando iniciada apresenta passos pequenos associado ao arrastamento dos pés. (EGBERTO R. et al. 2005)

A alteração postural é caracterizada pela flexão de tronco ou anteriorização do tórax, o que consequentemente deixa o indivíduo suscetível a quedas. 

E então chegamos ao tremor de repouso que é o sintoma mais famoso, e está presente na grande maioria dos pacientes. (CABREIRA. V. et al., 2019; EGBERTO R. et al., 2005)

Sintomas não motores

Os sintomas não motores são caracterizados por manifestações neuropsiquiátricas da doença como deterioração cognitiva, depressão, ansiedade, psicose, apatia e fadiga.

Em alguns casos as queixas gastrointestinais como disfagia e obstipação, estão presentes. Além de algumas manifestações sensitivas como dor e hiposmia. (CABREIRA. V. et al., 2019)

O portador da doença também pode apresentar distúrbios visuais como alterações da percepção do contraste, ilusões e alucinações visuais. (CABREIRA. V. et al., 2019)

Distúrbios do sono também podem ser observados como hipersonolência diurna e síndrome das pernas inquietas. (CABREIRA. V. et al., 2019)

O déficit cognitivo é caracterizado por distúrbios na atenção e memória. Ademais,  distúrbios na linguagem, como por exemplo, diminuição da fala, sussurros e micrografia também podem aparecer. (CABREIRA. V. et al., 2019; EGBERTO R. et al., 2005)

Escalas de classificação

Existem duas principais escalas de classificação da doença, sendo elas, a escala Hoehn & Yahr (1967), e a escala Unificada da Doença de Parkinson (1987).

A escala Hoehn & Yahr realiza uma avaliação grosseira da progressão da doença. (Hoehn MM, Yahr MD et. al 1967)

A escala Unificada da Doença de Parkinson, avalia sinais, sintomas auto relato e avaliação.

Trata-se de uma escala mais complexa, porém completa composta por 42 itens divididos em 4 partes, sendo elas: 

  1. Atividade mental, comportamento e humor;
  2. Atividades de vida diária (AVDs);
  3. Exploração motora;
  4. Complicações da terapia medicamentosa.

Tratamentos para a Doença de Parkinson

O tratamento precisa ser individualizado e deve ser feito com uma equipe multidisciplinar, dentre os profissionais da equipe o fisioterapeuta está incluso.  (TOMLINSON, C. et al., 2012)

Até o momento, não há uma terapia capaz de curar, diminuir ou substituir os neurônios perdidos no processo degenerativo. (CABREIRA. V. et al., 2019) 

Tratamento farmacológico

O tratamento medicamentoso é recomendado, porém os pacientes podem apresentar diminuição da função, atividades de vida diárias e isso causa uma diminuição na independência e consequentemente uma redução da qualidade de vida. (TOMLINSON, C. et al., 2012)

Ele é feito utilizando agonistas dopaminérgicos não-ergotaminas, inibidores da monoamina oxidase B (MAO-B), inibidores da catecol-o’metiltransferase (COMT) e anticolinérgicos. (CABREIRA. V. et al., 2019)

Tratamento fisioterapêutico

O tratamento fisioterapêutico é direcionado aos distúrbios motores, como por exemplo, a postura, marcha, função, equilíbrio, capacidade física e cognitiva, cujo objetivo é aumentar ou manter a independência. (TOMLINSON, C. et al., 2012; KEUS, S. et al., 2007)

É essencial que nos estágios iniciais da doença o paciente seja submetido a tratamento através de movimento, pois essa aplicação do movimento pode retardar os sintomas, e assim, promover a qualidade de vida. (COSTA, A. et al., 2016)

Os principais objetivos são maximizar a habilidade funcional, minimizar as complicações secundárias, fornecer suporte e educação sobre a doença.

A educação para a saúde se caracteriza em apoiar o autocuidado para prevenir a inatividade, ou seja, estimular o aumento nos níveis de atividade física e promover a motivação.

O tratamento terá o objetivo inicial de prevenir o medo de se mover ou cair, precaver e diminuir ao máximo o risco de quedas e aumentar a conscientização.

A maximização da habilidade funcional destaca-se em retardar o início de limitações de atividade, estimular o envolvimento cognitivo utilizando pistas, dupla tarefa, atenção, dentre outros. Além de incentivar a aprendizagem motora, isso inclui novas habilidades motoras ou prática das já aprendidas.

Recomenda-se que o treino de marcha seja realizado junto a estímulos visuais ou auditivos, além de estimular o paciente através do ambiente, como por exemplo, uma pista que pode ou não facilitar o movimento, fornecendo assim, ritmo e um objetivo para o paciente. (KEUS, S. et al., 2007)

O treinamento de equilíbrio é baseado no feedback e no feedforward, isto é, estímulos reativos e antecipatórios, onde os pacientes são ensinados a usar feedback visual e vestibular, também podemos associar o treinamento de força de membros inferiores. (KEUS, S. et al., 2007).

Conclusão

Conclui-se que a doença de Parkinson afeta o paciente em diversos aspectos, e é de extrema importância que esse paciente seja atendido de forma completa, priorizando todos os aspectos que afetam sua vida de uma modo geral.

O fisioterapeuta possui um papel de extrema importância para essa paciente, pois é o responsável por proporcionar segurança, independência e qualidade de vida.

 

Referência

  1. CABREIRA, VERONICA; MASSANO, JOÃO. Doença de Parkinson: Revisão Clínica e Atualização. Acta Médica Portuguesa, v. 32, n. 10, 2019.
  2. POEWE, WERNER et al. Parkinson disease. Nature reviews Disease primers, v. 3, n. 1, p. 1-21, 2017.
  3. BARBOSA, EGBERTO; SALLEM, FLÁVIO. Doença de Parkinson. Revista neurociências, v. 13, n. 3, p. 158-165, 2005.
  4. TOMLINSON, CLAIRE L. et al. Physiotherapy intervention in Parkinson’s disease: systematic review and meta-analysis. Bmj, v. 345, 2012.
  5. HOEHN MM, YAHR MD. Parkinsonism onset progression and mortality. Neurology 1967;17(5):427-442.
  6. KEUS, Samyra HJ et al. Evidence‐based analysis of physical therapy in Parkinson’s disease with recommendations for practice and research. Movement disorders, v. 22, n. 4, p. 451-460, 2007.
  7. COSTA, Antônia Natália Ferreira et al. Efeitos dos programas de exercícios físicos e fisioterapia em indivíduos com Parkinson. Fisioterapia Brasil, v. 17, n. 1, p. 79-83, 2016.

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