Junte-se a mais de 150.000 pessoas

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade!

Qual o seu melhor email?

O complexo do ombro possui muitas articulações, sendo que cada uma delas contribui para o movimento do braço por meio de ações articulares coordenadas. O movimento na articulação do ombro envolve uma integração complexa de estabilizadores estáticos e dinâmicos. Deve haver movimentos livres e ações coordenadas entre todas as quatro articulações. A anatomia do ombro é complexa e deve ser estudada com atenção.

Embora seja possível criar uma pequena quantidade de movimento em qualquer uma dessas articulações consideradas isoladamente, em geral o movimento é gerado nas três articulações ao mesmo tempo quando o braço é levantado ou abaixado, ou se for produzida qualquer ação significativa do braço.

Para aprender mais sobre a anatomia do ombro continue lendo!

Entenda a anatomia do ombro e suas articulações

Articulação esternoclavicular

Na anatomia do ombro o único ponto de fixação esquelética do membro superior ao tronco ocorre na articulação esternoclavicular.

Nessa articulação a clavícula está unida ao manúbrio do esterno. A clavícula tem quatro funções: serve como local de inserção muscular, proporciona uma barreira para a proteção das estruturas subjacentes, atua como suporte para estabilizar o ombro e prevenir o deslocamento medial quando os músculos contraem e previne a migração inferior do cíngulo do membro superior.

Essa articulação é do tipo sinovial deslizante e possui um disco fibrocartilaginoso. Ela é reforçada por três ligamentos: interclavicular, costoclavicular e esternoclavicular, sendo que o ligamento costoclavicular é a principal sustentação para a articulação.

A articulação possui um reforço e apoio muscular, como o curto e o potente subclávio. Além disso existe uma forte cápsula articular que contribui para dar à articulação poder de recuperação para casos de luxação ou ruptura.

Os movimentos da clavícula na articulação esternoclavicular ocorrem em três direções, resultando uma articulação de movimento em 3 graus de liberdade. A clavícula pode se movimentar nos sentidos superior e inferior em movimentos conhecidos como elevação e depressão, respectivamente. 

A clavícula também pode se movimentar nos sentidos anterior e posterior, chamas de protração e retração, respectivamente. A clavícula pode ainda realizar rotação anterior e posterior ao longo do seu eixo longitudinal.

Articulação acromioclavicular

A clavícula está conectada à escápula em sua extremidade distal por meio da articulação acromioclavicular.

Essa articulação é do tipo sinovial deslizante e frequentemente possui um disco fibrocartilaginoso, da mesma forma que na articulação esternoclavicular. Nessa articulação ocorre a maioria dos movimentos da escápula com relação à clavícula, que convive com grandes tensões de contato como resultado de elevadas cargas axiais que são transmitidas através da articulação.

A articulação acromioclavicular se localiza no alto da cabeça do úmero, podendo funcionar como restrição óssea aos movimentos do braço acima da cabeça. Ela é reforçada com uma cápsula densa e um grupo de ligamentos acromioclaviculares situados acima e abaixo da articulação.

Os ligamentos acromioclaviculares dão sustentação à articulação em situações de baixa carga e de pequenos movimentos. 

Junto à essa articulação existe o ligamento coracoclavicular, que ajuda nos movimentos da escápula por funcionar como um eixo de rotação e por proporcionar apoio substancial em movimentos que necessitam de maior amplitude e deslocamento. O cíngulo do membro superior está suspenso da clavícula por esse ligamento, que funciona como principal limitação ao deslocamento vertical.

O ligamento coracoacromial está na região da articulação acromioclavicular, porém não atravessa a articulação. Ele protege estruturas subjacentes no ombro, podendo limitar o excessivo movimento superior da cabeça do úmero.

Articulação escapulotorácica

A escápula está ligada ao tórax por meio da articulação escapulotorácica. Essa não é uma articulação típica que liga osso com osso. 

A articulação escapulotorácica é fisiológica, com estruturas neurovasculares, musculares e bursais que permitem um movimento harmonioso da escápula no tórax. 

São 17 os músculos que se fixam ou têm origem na escápula. Esse osso tem duas funções principais relacionadas ao movimento do ombro. 

Na primeira, a articulação escapulotorácica fornece outra articulação, de modo a aumentar a rotação total do úmero com relação ao tórax, fazendo com que a amplitude de movimento ultrapasse os 120º gerados exclusivamente na articulação no ombro. Durante a elevação do braço na articulação do ombro há um grau de elevação escapulotorácica para cada dois graus de elevação do ombro.

A segunda função da escápula e facilitar uma alavanca maior para os músculos que se inserem nesse osso. Considerando o seu tamanho e forma, a escápula proporciona grandes movimentos em torno das articulações acromioclavicular e esternoclavicular. Pequenos músculos dessa região podem proporcionar uma quantidade suficiente de torque para ser efetivo na articulação do ombro.

O movimento da escápula na articulação acromioclavicular pode ocorrer em três direções. A escápula pode se mover nos sentidos anterior e posterior com relação a um eixo vertical, chamados de protação ou abdução ou retração ou adução, respectivamente. A protração e a retração ocorrem quando o acrômio se movimenta sobre o menisco na articulação e quando a escápula realizar rotação em torno do ligamento coracoclavicular medial.

O segundo movimento da escápula ocorre quando a sua base oscila nos sentidos lateral e medial no plano frontal, movimentos chamados de rotação para cima e rotação para baixo. Esse movimento acontece quando a clavícula se movimenta sobre o menisco na articulação e quando a escápula realiza rotação em torno da parte trapezóide do ligamento coracoclavicular lateral.

O terceiro movimento é o movimento da escápula para cima e para baixo, chamado elevação e depressão. A elevação e depressão ocorrem na articulação acromioclavicular e não é auxiliado por rotações em torno do ligamento coracoclavicular.

O que são os estabilizadores passivos na anatomia do ombro?

Os movimentos na articulação do ombro estão representados pelos movimentos do braço. Essa articulação é do tipo esferoidal sinovial, que oferece a maior amplitude de movimento e potencial de mobilidade entre todas as articulações do corpo.

Na anatomia do ombro a articulação contém uma pequena cavidade rasa chamada cavidade glenoidal, que tem apenas um quarto do tamanho da cabeça do úmero, que nela deve se encaixar.

O motivo pelo qual o ombro consegue uma mobilidade extrema é essa diferença de tamanho entre a cabeça do úmero e a pequena cavidade glenoidal. Em qualquer movimento, apenas 25% a 30% da cabeça do úmero estará em contato com a cavidade glenoidal.

Levando em consideração que existe um mínimo contato entre cavidade glenoidal e cabeça do úmero, a articulação do ombro depende totalmente das estruturas ligamentares e musculares para manter sua estabilidade. Essa estabilidade é proporcionada por componentes estáticos e dinâmicos, que oferecem contenção e orientação, e mantém a cabeça do úmero na cavidade glenoidal.

Os estabilizadores estáticos passivos são a superfície articular, o lábio glenoidal, a cápsula articular e os ligamentos.

Superfície articular: tem uma forma ligeiramente achatada e uma cartilagem articular mais espessa na periferia, criando uma superfície de interface com a cabeça do úmero. Essa articulação é completamente vedada, proporcionando sucção e resistência a forças de luxação em baixas cargas.

Lábio glenoidal: essa estrutura é uma borda de fibrocartilagem que aprofunda a cavidade articular, que recebe reforço suplementar dos ligamentos e dos tendões circunjacentes. O lábio glenoidal aumenta a área de contato para 75% e aprofunda a concavidade da articulação em 5 a 9mm.

Cápsula articular: a cápsula articular tem aproximadamente o dobro do volume da cabeça do úmero, permitindo que o braço seja elevado ao longo de um considerável arco de movimento. Ela fica retesada em algumas posições extremas e frouxa na faixa média de movimento.

Ligamentos: o último grupo de estabilizadores passivos são os ligamentos. O ligamento coracoumeral restringe a cabeça do úmero no lábio glenoidal ao limitar a translação inferior, impedindo também a translação posterior do úmero durante os movimentos do braço, sustentando o peso.

Os três ligamentos glenoumerais reforçam a cápsula, impedem o deslocamento anterior da cabeça do úmero e ficam retesados quando o ombro faz rotação lateral.

A sustentação dinâmica da articulação do ombro é proporcionada pelos músculos, ao se contraírem em um padrão coordenado para compressão da cabeça do úmero na cavidade glenoidal.

Os músculos posteriores do manguito rotador proporcionam estabilidade posterior, o subescapular proporciona estabilidade anterior, a cabeça longa do bíceps braquial impede a translação anterior e superior da cabeça do úmero e o deltóide e demais músculos escapulotorácicos posicionam a escápula para proporcionar a máxima estabilidade glenoumeral.

Quando todos os músculos do manguito rotador se contraem, a cabeça do úmero é comprimida na articulação, e com uma contração assimétrica do manguito a cabeça do úmero é levada até a posição correta. O manguito rotador também faz rotação e deprime a cabeça do úmero durante a elevação do braço, para que a cabeça do úmero seja mantida em posição.

A parte anterior da articulação a sustentação é proporcionada pela cápsula, lábio glenoidal, ligamentos glenoumerais, três reforços na cápsula, ligamento coracoumeral, fibras do subescapular e peitoral maior.

O ligamento coracoumeral e o glenoumeral médio oferecem suporte e sustentação ao braço relaxado, oferecendo também suporte funcional ao longo da abdução, rotação lateral e extensão.

Na anatomia do ombro, a parte posterior da articulação é reforçada pela cápsula, lábio glenoidal e fibras do redondo menor e infraespinhal, que também se unem à cápsula.

Já a parte superior da articulação do ombro é reforçada pelo lábio glenoidal, ligamento coracoumeral e músculos que são sustentação à essa parte superior do ombro. O supraespinhal e a cabeça longa do bíceps braquial reforçam a cápsula.

Acima do músculo supraespinhal encontram-se as bolsas subacromiais e o ligamento coracoacromial. Essas estruturas formam uma espécie de arco por baixo da articulação acromioclavicular.

A bolsa é um saco repleto de líquido, localizado em pontos estratégicos em torno das articulações sinoviais com a função de reduzir a fricção na articulação. 

Conclusão

Ao analisarmos a anatomia do ombro, concluímos que ele é a articulação com maior amplitude de movimento do corpo, ao mesmo tempo em que é a articulação mais instável.

Ele possui sua estabilidade através de ligamentos e músculos da região, que mantém o úmero no local e permite toda a amplitude de movimentação. Por ser uma articulação instável, o ombro tem maior predisposição a lesões de suas estruturas.

 

 

Bibliografia

HAMILL, J.; KNUTZEN, K.M. Bases Biomecânicas do Movimento Humano. 3ªed. São Paulo: Manole, 2012. 906p.

FILHO, T.E.P.B.; CAMARGO, O.P.; CAMANHO, G.L. Clínica Ortopédica: Volume 1. 1ªed. São Paulo: Manole, 2012. 906p.

KISNER, C.; COLBY, L.A. Exercícios terapêuticos: Fundamentos e técnicas. 5ªed. São Paulo: Manole, 2009. 939p.

COOK, C.E.; HEGEDUS, E.J. Testes Ortopédicos em Fisioterapia. 2ªed. São Paulo: Manole, 2015. 533p.

CIPRIANO, J.J. Manual fotográfico de testes ortopédicos e neurológicos. 2ªed. São Paulo: Manole, 2005. 487p.

BARBOSA, R. S. P. A síndrome do ombro doloroso e as principais patologias que causam disfuncionalidades na cintura escapular e o impacto socioeconômico desses distúrbios. Disponível em: < http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/45_-_SYndrome_do_ombro_dol._e_as_principais_pat._q_causam_disfunc._na_cintura_escapular_e_o_impacto_socioeconYmico_desses_distYrbios.pdf> Acesso: 20/08/2018.

FELLET, A. J. Ombro doloroso. Disponível em: <http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/02/tapoiocapsulite-ombro-dolorosodoc.pdf> Acesso: 18/08/2018.

CAMPOS, R.P et al. Contribuição da natação para a reabilitação da bursite de ombro pós-fase aguda. Revista Brasileira de Ciências do Movimento, Brasília, v. 20, n. 2, p. 119-126, 2012.

GONZAGA, K.A; MORAES, A.A; ARAUJO, V.R.Q. Efeitos do protocolo fisioterapêutico na síndrome do impacto do ombro: relato de experiência. Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde. Disponível em: < http://www.editorarealize.com.br/revistas/conbracis/trabalhos/TRABALHO_EV071_MD1_SA9_ID1336_01052017224729.pdf> Acesso: 17/08/2018.

LIVEIRA, L.A.G. DORT’s – Aspectos Clínicos na Tendinite de Ombro. Especialize Revista Online, Goiânia, 2010.

METZKER, C.A. Tratamento conservador na síndrome do impacto no ombro. Revista Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 23, n. 1, p. 141-151, 2010.

MARTINS, L.V. Avaliação da eficácia de programa fisioterapêutico no tratamento de desordens do manguito rotador entre profissionais de enfermagem, segundo indicadores de qualidade de vida e satisfação no trabalho. 2011. 194 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. 2011.

PEREIRA, D.D. A relação das tendinopatias do manguito rotador com as atividades cotidianas: uma contribuição para o design ergonômico. 2015. 126 f. Dissertação (Mestrado em Design) – Universidade Estadual Paulista, Bauru. 2015.

Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

O nome deve ter no mínimo 5 caracteres.
Por favor, preencha com o seu melhor e-mail.
Por favor, digite o seu DDD + número.