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A anatomia do joelho é uma dos assuntos mais importantes para se estudar do corpo humano. Formada por articulações, músculos e ligamentos, o joelho é responsável por grande parte dos movimentos que realizamos do dia a dia. Ele ainda confere sustentação a todo o peso do corpo e, também, recebe grande carga quando praticamos algum tipo de exercício físico.

Um profissional de Fisioterapia deve conhecer a anatomia do joelho para entender como funciona a mecânica dos exercícios físicos e o que pode ser prejudicial para as articulações. Quer saber mais sobre o assunto? Continue lendo este texto para entender mais!

Estrutura do joelho

A anatomia do joelho é considerada a mais complexa em relação às outras articulações do corpo humano. Trata-se de uma articulação do tipo sinovial (responsáveis por realizar comunicação entre duas extremidades ósseas permitindo movimento), composto por três estruturas ósseas:

E duas articulações em sua cápsula articular:

  • Articulação tibiofemoral;
  • Articulação patelofemoral.

Essas estruturas irão permitir a sustentação de grandes cargas e a mobilidade necessária para a realização de atividades locomotoras. Outras estruturas importantes e que fazem parte do joelho são os meniscos, conhecidos também como cartilagens semilunares – devido ao formato em meia lua que possuem.

Segundo alguns autores, a anatomia do joelho possui considerável grau de estabilidade articular e é estabilizado por ligamentos, músculos e pela cápsula articular.

Seus 4 ligamentos possuem um importante papel nessa estabilização. São eles:

  • Ligamento colateral medial;
  • Ligamento colateral lateral;
  • Ligamento cruzado anterior;
  • Ligamento cruzado posterior.

A anatomia do joelho possui principalmente, um grau de liberdade, a flexo-extensão; e de forma acessória como um segundo grau de liberdade a rotação sobre o eixo longitudinal da perna, porém, este último somente aparece quando o mesmo está flexionado.

Mecanicamente, ao mesmo tempo que deve possuir uma grande estabilidade, há também a necessidade de uma grande mobilidade. São duas situações contraditórias que o joelho tenta conciliar da melhor forma possível.

Sua superfície, porém, é feita de encaixes frouxos, para que ocorra a mobilidade necessária, devido à isso é uma articulação que está sujeita a constantes luxações e entorses.

Kapanji considera que a flexão de joelho é uma posição instável e que está sujeita a várias lesões ligamentares e de meniscos. Já em extensão, está mais mais suscetível a fraturas articulares e rupturas ligamentares.

Articulações do joelho

Fonte: Anatomia Online

Articulação tibiofemoral

É uma articulação do tipo gínglimo, pois permite apenas movimentos de flexão e extensão, e alguns rotacionais e laterais.

Os côndilos laterais e medias da tíbia e do fêmur formam duas articulações chamadas de elipsoideas, onde uma extremidade côncava entra em contato com uma convexa limitando o movimento. Os côndilos da tíbia são os platôs tibiais e formam pequenas depressões chamadas de eminência intercondilar.

A tíbia gira lateralmente sobre o fêmur nos últimos graus do movimento de extensão, que é conhecido como movimento de pivô para permitir um certo bloqueio do joelho, um travamento em sua extensão completa.

As curvaturas desses platôs tibiais são assimétricas e irão apresentar diferenças de um indivíduo para o outro. Por isso algumas pessoas apresentam uma maior estabilidade no joelho e uma resistência maior à certos tipos de lesões.

Articulação patelofemoral

É uma articulação que liga a patela ao fêmur, mais especificamente, do tendão patelar ao sulco troclear entre os côndilos femorais, e para reduzir o atrito entre essas duas estruturas, a região posterior da patela é recoberta por cartilagem articular.

A patela realiza uma série de funções biomecânicas, como:

  1. Aumentar o ângulo de tração do tendão do músculo quadríceps femoral – com isso, melhora a mecânica dos músculos que formam o quadríceps femoral ao realizar a extensão do joelho;
  2. Centralizar a tensão divergente dos músculos extensores de joelho – tensão que é transmitida ao tendão patelar;
  3. Aumentar a área de contato entre o tendão patelar e o fêmur – diminui o estresse por contato da articulação patelofemoral;
  4. Proteger a face anterior da anatomia do joelho e o tendão do quadríceps femoral contra os ossos adjacentes.

Ligamentos do joelho

Os ligamentos do joelho são constituídos de tecido conjuntivo fibroso, dispostos sobre esta articulação e desempenhando a função de impedir uma movimentação excessiva ou anormal dela.

Eles são auxiliados pelos meniscos, atuando também como amortecedores das cartilagens, absorvendo impactos e choques mecânicos. A localização de cada ligamento é que irá determinar a direção em que ele será capaz de resistir com o deslocamento do joelho.

Calais german relata em seu estudo que esses ligamentos possuem uma sensibilidade proprioceptiva, pois são capazes de transmitir informações ao cerebelo que responde através de ordens motoras.

Isso é possível pois os ligamentos são ricos em receptores nervosos sensitivos que são capazes de perceberem a velocidade, o movimento, a posição da articulação, estiramentos e dores. Como citado anteriormente, são 4 ligamentos que compõem a articulação do joelho, formando um elo entre as peças articulares e os moduladores dos movimentos.

Os ligamentos colaterais medial e lateral irão atuar evitando os movimentos laterais da anatomia do joelho. Já os ligamentos cruzados anterior e posterior trabalham limitando o deslizamento para frente e para trás do fêmur sobre o platô tibial durante a flexão e a extensão do joelho, eles também limitam a hiperextensão.

Ligamento cruzado anterior

Origina-se anteriormente à eminência intercondilar da tíbia e sobe posteriormente para a face interna do côndilo femoral lateral.

Possui função de estabilizar o joelho em extensão, impedir o deslizamento anterior da tíbia, rotação externa anormal, executar movimentos finos dessa articulação, controlar, a hiperflexão, a hiperextensão, a rotação interna e mobilidade lateral em flexão e extensão.

Ligamento cruzado posterior

Origina-se posteriormente à eminência intercondilar, cruzando por trás do ligamento cruzado anterior e inserção na face interna do côndilo femoral medial. Possui função de estabilizador do joelho quando flexionado e impedir o deslizamento posterior da tíbia.

Ligamento colateral medial

Insere-se na região superior do epicôndilo femoral medial, inferiormente na tíbia abaixo da cartilagem articular. Função de estabilidade látero-lateral em extensão.

Ligamento colateral lateral

É localizado no epicôndilo lateral do fêmur e estende até a cabeça da fíbula. Possui a mesma função do ligamento colateral medial, estabilizador látero-lateral.

Músculos do joelho

A anatomia do joelho possui uma série de músculos que são biarticulares.

Flexores

  • Flexores primários: isquitibiais, semitendinoso, semimebranoso e bíceps femoral;
  • Flexores acessórios: Grácil, sartório, gastrocnêmio e poplíteo.

Durante a flexão irá ocorrer a proximidade das faces posteriores da perna e da coxa – que são subdivididas em ativas e passivas. No movimento de flexão ativa, durante a contração dos músculos flexores irá formar uma na parte de trás da coxa limitando a flexão. A movimentação passiva, em contrapartida, é mais ampla, permitindo durante o movimento a nádega tocar o calcanhar.

Extensores

  • Quadríceps femoral: vasto medial, vasto lateral, vasto intermédio e reto femoral.

A extensão permite o afastamento da face posterior da perna e da face posterior da coxa.

Rotação

  • Rotação medaial: semitendinoso, semimembranoso, poplíteo, grácil e sartório;
  • Rotação lateral: bíceps femoral.

O movimento de rotação da tíbia sobre o fêmur só é possível com a flexão de joelho e sem carga, pois somente assim irá haver um relaxamento dos ligamentos cruzados e colaterais. O músculo poplíteo é conhecido como liberador da trava do joelho, pois possui uma ação de rodar lateralmente o fêmur em relação à tíbia.

Cargas

Pelo fato de o joelho estar posicionado sobre as duas alavancas ósseas mais longas do corpo, que são a tíbia e o fêmur, há um grande potencial de torque sobre essa articulação, além de apresentar uma importante sustentação de carga.

Na articulação tibiofemoral, os músculos que cruzam a anatomia do joelho são os principais responsáveis pela compressão entre a tíbia e o fêmur. Entretanto, o glúteo médio contribui de certa forma para a compressão no platô tibial medial.

O platô tibial é uma região cuja função é a sustentação de peso durante o apoio, sua superfície possui uma área maior e uma cartilagem articular mais espessa que do platô tibial lateral – fato que contribui para a proteção da articulação de um desgaste.

A força compressiva da articulação tibiofemoral é três vezes maior do peso corporal durante a marcha na fase de apoio e aumentando até quatro vezes em situações de subida de uma escada.

Os meniscos irão atuar na distribuição de cargas sobre a articulação tibiofemoral para uma área maior, reduzindo assim a magnitude do estresse produzido sobre a articulação e auxiliando absorvendo as forças, sendo capaz de suportar aproximadamente 45% da carga total. Indivíduos que realizaram meniscectomias, total ou parcial, estão mais susceptíveis a desenvolver processos de degeneração da cartilagem.

Em contrapartida, a força compressiva sobre a articulação patelofemoral corresponde somente a metade do peso corporal durante a marcha e triplicando durante a subida de escadas. Essa compressão é aumentada com a flexão de joelho durante o levantamento de peso. Isso acontece porque com a progressão do movimento de flexão o músculo quadríceps femoral é tensionado em excesso para evitar que o joelho se curve contra a gravidade.

O agachamento é um exercício que possui uma grande complexidade e até mesmo pode ser conhecido como um movimento estressante para a articulação patelofemoral. Porém, atualmente existem vários estudos que divergem desse conceito e comprovam a efetividade desse exercício durante uma reabilitação de cirurgias de reconstrução do ligamento cruzado anterior, conhecido também como LCA.

Lesões e patologias do joelho

A anatomia do joelho diz que ele é uma articulação bastante vulnerável e sujeita à lesões. Essas lesões podem ser provocadas por traumas diretos como pancadas, por exemplo, ou por traumas indiretos como as entorses.

O uso excessivo ou inadequado também podem ser as precursoras dessas lesões, sendo as regiões condrais e tendíneas as mais acometidas.

As lesões de LCA são as de maior incidência, por isso irá ser abordada de forma aprofundada posteriormente em um outro estudo. As lesões ligamentares podem ser classificadas de acordo com o grau da lesão:

  1. Grau 1 – leve estiramento;
  2. Grau 2 – ligamento estirado com lesão parcial;
  3. Grau 3 – ruptura ligamentar total.

Devido à complexidade dessa articulação a avaliação fisioterapêutica da anatomia do joelho é imprescindível e deverá abordar vários aspectos, com toda a anamnese do paciente, sinais, sintomas e o exame físico. Além de ser necessário um alto conhecimento sobre suas articulações, femorotibial, femoropatelar e tibiofibular superior.

Conclusão

A anatomia do joelho é composta por diversos ligamentos, articulações e músculos que conferem ao corpo humano força e flexibilidade para exercer movimentos. É com a ajuda dele, que nosso corpo consegue a sustentação necessária para aguentar todo o peso do corpo e, também, recebe grande carga quando praticamos algum tipo de exercício físico.

Conhecer melhor essa parte do corpo e como ela funciona é essencial ao fisioterapeuta que receberá para garantir ao seu paciente o melhor tratamento possível em casos de patologias ou disfunções.

Referências
  • Hall, Susan J. Biomecânica básica / Susan J. Hall; revisão técnica Eliane Ferreira. – 7. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
  • CASTRO, Danielle M et al. Revisão de aspectos pertinentes à fisioterapia. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012;
  • PINHEIRO, Ana. Lesão do ligamento cruzado anterior: apresentação clínica, diagnóstico e tratamento. Rev Port Ortop Traum 23(4): 320-329, 2015;
  • KAPANDJI A. I. Fisiologia Articular 5a edição. São Paulo: editora Médica Panamericana, 2000.

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