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As técnicas da fisioterapia respiratória contribuem para prevenir e tratar vários aspectos das desordens respiratórias, tais como obstrução do fluxo aéreo, retenção de secreção, alterações da função ventilatória, dispneia, melhora no desempenho de exercícios físicos e da qualidade de vida.

Atualmente são utilizados na reabilitação, recursos tecnológicos e manuais da fisioterapia respiratória, capazes de promover uma reabilitação pulmonar eficaz, que pode ser constituída de exercícios físicos orientados.

A junção dessas técnicas proporcionam resultados positivos na melhora da mobilidade e da expansibilidade torácica, além da depuração de secreções, sem a necessidade de intervir com procedimentos que só podem ser realizados nos hospitais. 

Continue a leitura e saiba mais sobre as principais técnicas da fisioterapia respiratória para a recuperação dos pacientes. 

As 5 principais técnicas da Fisioterapia Respiratória

1. Cinesioterapia Respiratória

A cinesioterapia respiratória tem sido citada como ferramenta de tratamento de diversas patologias respiratórias, por melhorar o movimento da caixa torácica, aperfeiçoar a funcionalidade da musculatura respiratória e promover a melhora da ventilação pulmonar e, consequentemente, a oxigenação.

A técnica da fisioterapia respiratória trata de exercícios ou padrões ventilatórios com preconização de ação muscular, fortalecimento e relaxamento, com o objetivo de acionar os músculos a fim de melhorar a ventilação pulmonar, sem o uso de dispositivos ou acessórios que auxiliem ou motivem a ação do paciente. 

Lima aponta que o uso da cinesioterapia respiratória, através dos exercícios, quando aplicados em conjunto com outros exercitadores respiratórios, apresentaram resultados positivos no tratamento de doenças respiratórias. Poucos são os exercícios respiratórios descritos na literatura. 

Concomitante aos exercícios, as técnicas manuais têm sido bastante utilizadas para remover secreções, evitar o colapso alveolar, e consequentemente melhorar a Saturação Parcial de Oxigênio (SpO2). Sendo assim, a cinesioterapia respiratória demonstrou resultados positivos diante de algumas patologias respiratórias, para se atingir a homeostase. 

O Treinamento Muscular Respiratório (TMR) tem como objetivo melhorar a distribuição da ventilação nas zonas pulmonares, aumento da força e aumento da resistência à fadiga. Reduz o risco de complicações pulmonares pós-cirúrgicas, aumento da tosse, promovendo uma higienização brônquica bastante eficaz. 

Também diminui o trabalho respiratório e um incremento na capacidade funcional do paciente para as atividades de vida diária (AVD’s).

O TMR é uma prática comum no cotidiano do fisioterapeuta. Para avaliar a indicação do fortalecimento muscular respiratório, é necessário constatar a fraqueza destes músculos. Assim, é utilizado o manovacuômetro, que monitora as pressões inspiratórias e expiratórias máximas (PImáx e PEmáx). 

Essas pressões avaliam de forma indireta o grau de força muscular respiratória. Quando os valores de PImáx e PEmáx estiverem abaixo do previsto, é indicado o treino de força respiratória.

2. Incentivadores Respiratórios

Os incentivadores respiratórios são os principais aparelhos de TRM e basicamente incentivam a realização de uma inspiração profunda devendo realizar o exercício de forma adequada à orientação do terapeuta voltado à expansão máxima dos pulmões. São divididos em resistores alinerares e lineares.

O treino com resistência alinear é realizado através da respiração em orifícios de diferentes tamanhos, variando de 2mm a 7mm. Um dos problemas de utilizar tais aparelhos é que o padrão respiratório altera a resistência aplicada aos músculos inspiratórios, ou seja, o aumento da taxa de fluxo eleva a resistência inspiratória. 

Dessa forma, a pressão inspiratória gerada depende do tamanho do orifício e da taxa do fluxo inspiratório. Os resistores lineares proporcionam uma carga fixa ajustada em níveis de pressão pré-estabelecidos que variam de 4 a 40cmH2O. Esses dispositivos são os mais utilizados, por não apresentarem dependência da pressão com o fluxo do paciente.

O treino da respiração com incentivadores respiratórios aumenta o volume corrente e dá uma sincronia toracoabdominal adequada, assim favorecendo ao padrão de respiração correto e uma eficaz capacidade pulmonar dos atletas. 

Pois, para um bom desempenho da função respiratória, primeiramente tem que haver uma respiração de forma correta e sincronizada, facilitando o dinamismo pulmonar e consequentemente o aumento do condicionamento físico.

Além dos aparelhos incentivadores respiratórios, há também os exercícios diafragmáticos, que dão uma maior mobilidade torácica, aumentam a expansão toraco pleuro pulmonar e a capacidade inspiratória.  

Alguns exercícios respiratórios foram difundidos por Cuello com o objetivo de aumentar o volume pulmonar. O exercício da respiração associado aos movimentos de membros superiores tem como objetivo aumentar a expansão toraco pleuro pulmonar e a mobilidade desta região.  

Assim como o exercício diafragmático, a respiração fracionada em tempos também provoca um aumento do volume corrente, ocasionando melhor troca gasosa. 

Alongamentos dos músculos respiratórios aperfeiçoam a dinâmica torácica, fazendo com que a musculatura acessória esteja bem preparada para trabalhar eficientemente durante o esforço respiratório, ocasionando mais elasticidade e fazendo com que a musculatura respiratória funcione com mais potência. 

3. Terapia com Pressão Positiva

Existem alguns recursos utilizados para a realização das técnicas da fisioterapia respiratória principalmente no pós-operatório de cirurgia cardíaca.

Como manobras de fisioterapia, pressão positiva contínua na via aérea (CPAP), pressão positiva contínua em dois níveis pressóricos nas vias aéreas (BIPAP), pressão positiva expiratória (EPAP), respiração com pressão positiva intermitente (RPPI) e incentivador respiratório (IR), que são recursos seguros e de fácil aplicação em pacientes em pós-operatório. 

Existem diferenças técnicas de fisioterapia respiratória entre esses recursos, pois cada um atua de uma forma específica na recuperação da função pulmonar e mecânica respiratória.

A Ventilação Não Invasiva (VNI) constitui-se da aplicação de pressão positiva na via aérea do indivíduo, por meio de uma interface, que auxiliará na abertura dos alvéolos e evitará o colabamento destes durante o ciclo respiratório, trazendo melhoras sobre a relação ventilação/perfusão, a troca gasosa, a oxigenação e a capacidade residual funcional, reduzindo o débito cardíaco, o retorno venoso e a pré e pós carga de ventrículo esquerdo.

Estes efeitos da pressão positiva culminam na redução do trabalho respiratório e do desconforto respiratório.

4. Higiene Brônquica

A higiene brônquica inclui manobras bastante usadas no ambiente de terapia intensiva, tendo como objetivo ajudar na limpeza e exclusão de substâncias maléficas – depuração – mucociliar e promover a prevenção de agravos a partir do acúmulo de secreções nas vias aéreas. 

As técnicas usadas nessa higiene podem ser passivas – fisioterapeuta realiza, sem auxílio do paciente – ou ativas – o paciente é instruído e, assim, realiza a técnica – e, ainda, há aparelhos específicos para ajudar nesse processo. 

Dentre essas manobras desobstrutivas destaca-se a drenagem postural, as manobras manuais e a expiração com pressão positiva.

Drenagem postural

Essa manobra faz uso da ação da gravidade – posicionando o paciente de forma a permitir essa ação de acordo com o local em que se encontra os brônquios afetados – para que haja o escoamento da secreção dos brônquios de forma distal para vias aéreas proximais e centrais.

Esse procedimento é eficaz em casos de excessiva produção de muco (>25 a 30ml por dia) que será eliminado por tosse ou aspiração, tempo de manutenção do paciente no posicionamento determinado depende da quantia, da viscoelasticidade e da adesividade do muco. 

Dentre as principais indicações tem-se atelectasia a partir do tamponamento pelo muco, bronquiectasia ou pneumopatia com cavitação, retenção de secreção e eliminação de secreção dificultada.

Manobras manuais

Vibrocompressão

É uma técnica de vibroterapia ou vibratoterapia, realizada pelas mãos do fisioterapeuta – vibrocompressão – podendo ter o auxílio de aparelhos mecânicos de vibração ou coletes de higiene brônquica. 

Envolve movimentos de oscilação, rítmicos e progressivos no tórax do paciente, por contração isométrica com o antebraço do profissional, palma da mão ou polpa dos dedos, em conjunto à respiração do paciente, em que ele inspira pelo nariz e expira pela boca, tendo aplicação de maior pressão durante a expiração. 

Tem como objetivo a mobilização de secreções para os brônquios com maior calibre – vias aéreas mais baixas para as mais altas, resultando na expectoração.

Percussão

A percussão pode ser realizada de três formas: tapotagem – mais utilizada – percussão cubital e digito percussão ou punho percussão

Sua realização, basicamente, acontece com as mãos em forma de concha sobre o tórax, alternando as mãos de forma rítmica, gerando oscilações que atingem os pulmões – as vias aéreas – aumentando a pressão intratorácica e assim, deslocando a secreção. 

Em casos pediátricos, há a afirmação de que se pode evitar com a tapotagem e exercícios respiratórios casos de hipoxemia e broncoespasmos, sendo usada para remover a secreção causada pela excessiva produção de muco, além da possibilidade de ser eficaz no estímulo da tosse.

Expiração com Pressão Positiva

É uma terapia que faz uso da Pressão Expiratória Positiva (PEP), alterando as pressões expiratórias de 5 a 20cmH2O e uma resistência nessa expiração para gerar tal pressão nas vias aéreas, por meio de um dispositivo – máscara nasal ou orotraqueal ligado ao ventilador. 

Segundo Johnstonm, James e Mackney, a positividade de seu uso está na depuração da secreção, na capacidade residual funcional e na oxigenação dos pacientes.

5. Manobras de Reexpansão Pulmonar

Essas manobras à estimulação do paciente para realizar uma inspiração mais profunda, podendo acontecer por meio de dispositivos que aumentem o volume inspirado e que mantenham uma pressão positiva ao final da expiração, reduzindo as chances de haver um colapso alveolar, mudança de decúbito e movimentação de membro superior associados a todo processo de respiração. 

As manobras de reexpansão são indicadas quando há redução do volume pulmonar ou quando há possibilidade de ocorrer esse colapso alveolar – casos de atelectasias, fibrose pulmonar, derrames pleurais, deformidades torácicas e obesidade.

Conclusão

Pode se observar que as principais técnicas de fisioterapia respiratória se fazem presente de forma a auxiliar na manutenção e possibilitar a depuração de secreções, a função respiratória e ventilatória eficiente, a desobstrução do fluxo aéreo e reabilitação pulmonar, podendo ser realizadas de forma manual, por meio dispositivos e com equipamentos auxiliares.

No entanto, percebe-se que, apesar das muitas técnicas se mostrarem eficientes, é necessário que mais estudos e pesquisas práticas sejam realizados para atualização dos dados evidentes.

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