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O Edema Agudo de Pulmão é caracterizado pelo acúmulo anormal de líquido no interstício e nos alvéolos pulmonares, resultando em redução da oxigenação do sangue, da complacência pulmonar e da relação ventilação-perfusão.

Ao diminuir as trocas de gases da respiração, essa condição causa dificuldade de respiração e sensação de afogamento, exigindo intervenções imediatas e especializadas, e nesse sentido, um profissional da fisioterapia nos setores de emergência é fundamental.

As causas do Edema Agudo de Pulmão são multifatoriais, sendo a insuficiência cardíaca congestiva a principal causa, devido ao aumento de pressão nos capilares pulmonares. Normalmente, a pressão nestes capilares é de aproximadamente 8 mmHg, mas, durante um episódio de Edema Pulmonar, essa pressão pode atingir valores entre 25-30 mmHg. 

Além da insuficiência cardíaca, condições como Infarto Agudo do Miocárdio, cardiomiopatias, valvulopatias e pneumonia grave também podem contribuir para a ocorrência do Edema Agudo.

O diagnóstico precoce desempenha um papel crucial na prevenção de complicações severas e na melhoria do prognóstico do paciente. Reconhecer os sinais e sintomas característicos, além de realizar uma avaliação clínica completa e exames complementares, como radiografia de tórax e gasometria arterial, são fundamentais para um resultado preciso. 

A partir do diagnóstico, é possível iniciar imediatamente as medidas terapêuticas adequadas, minimizando os riscos de deterioração clínica e desenvolvimento de Insuficiência Respiratória Aguda.

Assim, a fisioterapia é essencial no controle e tratamento do Edema Agudo de Pulmão, contribuindo significativamente para a melhoria da função respiratória e a redução do acúmulo de líquido nos pulmões. 

Neste artigo, vamos entender como a fisioterapia respiratória ajuda a otimizar o processo de ventilação e na prevenção de complicações respiratórias graves associadas à condição. Acompanhe!

Como ocorre o Edema Agudo de Pulmão?

A fisiopatologia do Edema Agudo de Pulmão envolve um desequilíbrio entre as forças hidrostáticas, que empurram o líquido para fora dos vasos sanguíneos, e coloidosmóticas, que tendem a puxar o líquido de volta para dentro dos vasos, nos capilares do pulmão.

Quando há um aumento na pressão hidrostática, como na insuficiência cardíaca congestiva, lesão pulmonar aguda ou pneumonia grave, o líquido extravasa dos vasos sanguíneos para os espaços alveolares.

Esse acúmulo de líquido dificulta a troca adequada de oxigênio e dióxido de carbono, CO2, nos pulmões, levando a sintomas como dispneia (falta de ar) tosse com expectoração espumosa e hipoxemia.

Quadro clínico do Edema Agudo Pulmonar

Os sinais e sintomas do Edema Agudo de Pulmão dependem do estágio em que a doença se encontra. Na fase I, por exemplo, é possível observar apenas uma dispneia de esforço, enquanto na fase II, já percebemos o acúmulo inicial de líquido no interstício pulmonar, podendo comprometer as vias aéreas de pequeno diâmetro.

Com a evolução para fase III, ocorre o acúmulo de grandes quantidades de líquido no interstício pulmonar, levando ao extravasamento para luz alveolar, que caracteriza o estágio mais severo do Edema Agudo.

Dessa forma, a dispneia se torna grave, gerando dificuldade na comunicação, tosse com escarro rosáceo ou espumoso, sibilos, e atividade simpática aumentada, manifestada por taquicardia, sudorese, palidez e pele fria.

O Edema Pulmonar é uma experiência aterrorizante para os pacientes. As vias aéreas repletas de secreção causam a sensação de afogamento, enquanto o esforço respiratório leva à sobrecarga adicional sobre o ventrículo esquerdo, que se associado a hipóxia, pode desencadear um círculo vicioso e letal.

Fatores de risco do Edema Agudo de Pulmão

Entre os fatores de risco para o Edema Agudo de Pulmão, o mais comum é a insuficiência cardíaca, sendo também a maior causa de mortalidade decorrente da doença, mas, todas as doenças cardíacas que contribuem para o aumento da pressão no lado esquerdo do coração podem causar o episódio de Edema Agudo.

Várias condições clínicas de origem não cardiológicas também podem ser um risco para o seu desenvolvimento, incluindo a sobrecarga primária de fluidos, a hipertensão grave e a doença renal grave, que são responsáveis por causar pressões de enchimento cardíaco elevadas sem uma doença cardíaca predisponente.

Atuação da fisioterapia e uso da Ventilação Mecânica não Invasiva

O Edema agudo de Pulmão é uma das principais complicações cardiopulmonares que demandam cuidados da fisioterapia nos setores de emergência.

O profissional responsável deve estar atento à monitorização dos sinais vitais, para avaliar a resposta ao tratamento, prever possíveis complicações e definir os ajustes adequados de pressão que devem ser realizados de acordo com as necessidades do paciente, garantindo assim um suporte ventilatório eficaz e seguro.

Entre as intervenções imediatas da fisioterapia, a mais realizada é a Ventilação Mecânica não Invasiva, que atua reduzindo a evolução da Insuficiência Respiratória, e consequentemente, a necessidade de intubação orotraqueal e o risco de mortalidade.

A Ventilação Mecânica não Invasiva é uma técnica terapêutica de ajuda ventilatória sem estabelecimento de uma via endotraqueal. Sua administração é por interfaces, permitindo que ocorra uma melhor sincronia paciente-ventilador. Assim o paciente realiza a respiração de forma espontânea.

Além disso, comparada à ventilação invasiva, o risco de infecções respiratórias associadas é menor, assim como o tempo de internação hospitalar.

A ação da Pressão Positiva Contínua é uma das principais indicações para o Edema Agudo de Pulmão. O Continuous Positive Airway Pressure, aparelho compressor de ar, é capaz de reduzir o trabalho respiratório e assim diminuir o esforço muscular necessário para ventilar os pulmões, contribuindo para melhora da dispneia.

O uso deste aparelho nas vias aéreas promove também uma abertura e estabilização dos alvéolos que foram colapsados, além de melhorar a relação ventilação-perfusão e aumentar a oxigenação dos tecidos.

Uma de suas vantagens para o tratamento do Edema Agudo é a prevenção da retenção de líquidos nos pulmões, uma vez que, através da pressão positiva aplicada pelo aparelho, ocorre a eliminação do excesso de fluidos alveolares, melhorando a função cardíaca e reduzindo a congestão pulmonar, o que contribui para uma melhora significativa dos sintomas e da função respiratória.

No entanto, apesar dos benefícios do Continuous Positive Airway Pressure, algumas contraindicações para o uso em pacientes com Edema Pulmonar devem ser observadas.

Em pacientes que apresentam instabilidade hemodinâmica, o uso do aparelho não é indicado, já que o aumento da pressão nas vias aéreas pode levar a uma diminuição do retorno venoso e fazer com que se agrave a função cardíaca.

Outra contraindicação é a obstrução das vias aéreas superiores, pois o uso pode dificultar ainda mais a passagem do ar.

Embora seu uso seja geralmente seguro e bem tolerado pelos pacientes, é importante ressaltar as possíveis complicações e efeitos colaterais que estão associados a essa terapia, como a intolerância ao dispositivo, lesões cutâneas devido à máscara facial e a possibilidade de barotrauma em pacientes com fragilidade pulmonar.

Diante dessas considerações, é fundamental que o fisioterapeuta esteja habilitado e seguro na aplicação do tratamento. A avaliação contínua do paciente durante a terapia é crucial para identificar precocemente quaisquer sinais de complicações e ajustar o tratamento conforme necessário.

O profissional deve estar atento à escolha adequada do tamanho e tipo da máscara, assim como à pressão utilizada, para maximizar os benefícios e minimizar os riscos associados à Ventilação Mecânica não Invasiva.

Conclusão

A atuação do fisioterapeuta no tratamento do Edema Agudo de Pulmão é indispensável, visto que o paciente necessita de suporte ventilatório adequado e eficaz. 

O uso da Ventilação Mecânica não Invasiva no tratamento do Edema Pulmonar é super eficaz, trazendo diversos efeitos benéficos para a qualidade de vida e restauração de parâmetros normais respiratórios.

A monitorização contínua do paciente é crucial para identificar precocemente qualquer sinal de complicação, garantindo a segurança e a eficácia do tratamento implementado.

Referências

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