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Nem toda escoliose é igual e muito menos os corpos que a carregam. Quando falamos em aluno com escoliose, não estamos apenas observando curvas na coluna, mas sim um corpo inteiro que se organizou em torno dessas assimetrias, criando padrões únicos de movimento, postura e compensação.

Antes de iniciar um programa de Pilates, é essencial compreender essa complexidade tridimensional. Mais do que aplicar exercícios, a proposta é construir um trabalho ativo e consciente, onde o aluno participa do processo de reorganização postural com autonomia e percepção.

A seguir, vamos explorar os principais pontos de atenção que o Instrutor deve observar antes de começar os exercícios em um aluno com escoliose, entendendo como adaptar o Método de forma precisa, segura e respeitosa.

A importância da autocorreção ativa no aluno com escoliose

O primeiro aspecto a ser investigado é a capacidade do aluno com escoliose em perceber sua própria postura. A autocorreção ativa, fundamento central, não é uma simples instrução para “ficar reto”, mas sim um processo em que o aluno é guiado a explorar, sentir e reconstruir o alinhamento de sua coluna de forma tridimensional, ajustando lateralidades, rotações e a relação entre costelas, pelve e crânio.

O Instrutor deve observar se o aluno entende os comandos, se responde com movimentos eficientes e, sobretudo, se consegue sustentar essa nova organização postural ao longo do tempo e durante o movimento. Sem essa base de consciência ativa, qualquer exercício corre o risco de reforçar padrões disfuncionais.

Controle postural em diferentes posições

Outro ponto fundamental é o controle postural em diferentes posições de base. As posturas clássicas do Pilates, em pé, sentado, em quadrúpede, prono e supino, servem como janelas para observar como o corpo de um aluno com escoliose se organiza no espaço.

  • Em pé: é possível avaliar o alinhamento global, a distribuição de peso nos pés e a simetria do tronco;
  • Sentado: é possível perceber a capacidade de dissociar a pelve da coluna torácica, algo que muitos alunos com escoliose perdem;
  • Em quadrúpede: o Instrutor pode explorar a estabilidade da pelve e a dissociação de membros, o que revela muito sobre o controle motor;
  • Na posição supina: o posicionamento da caixa torácica e o comportamento da lordose lombar fornecem pistas valiosas sobre os padrões compensatórios instalados.

Cada uma dessas posições revela nuances importantes sobre como o corpo do aluno com escoliose se organiza e se adapta.

Entender o padrão do aluno com escoliose

É importante compreender o padrão da escoliose para a escolha dos exercícios. Isso inclui saber se a curva principal é torácica, lombar ou toracolombar, se há curvas compensatórias, qual o lado da convexidade, onde está a gibosidade e como a pelve se posiciona em relação à linha média.

Embora o Instrutor não tenha o papel de diagnosticar, essas observações são importantes para evitar estímulos que aumentem as assimetrias já existentes. Por exemplo, propor um exercício de extensão torácica sem observar o lado da convexidade pode reforçar a rotação indesejada da coluna de um aluno com escoliose.

O papel da respiração no trabalho corporal

A respiração é outro aspecto que não pode ser negligenciado. Muitas vezes, em quadros de escoliose, especialmente nas curvas torácicas, há uma assimetria na expansão costal. O lado côncavo tende a se movimentar menos, o que reduz a mobilidade torácica e compromete a função respiratória.

O Instrutor deve observar como o aluno com escoliose respira, se utiliza a respiração como ferramenta de estabilização, se há bloqueios evidentes ou compensações respiratórias, como o uso excessivo dos músculos acessórios do pescoço.

Trabalhar a respiração de forma tridimensional, consciente e coordenada ao movimento é um dos caminhos mais eficazes para integrar o centro de forma funcional e promover maior mobilidade da caixa torácica.

Fortalecimento do core

O fortalecimento do core deve ser abordado com cautela e inteligência. A ativação dos músculos profundos, como o transverso do abdome, os multífidos e os oblíquos, é frequentemente comprometida no aluno com escoliose, que tendem a compensar com músculos mais superficiais, como o reto abdominal ou os eretores da espinha.

O Instrutor deve avaliar se o aluno é capaz de ativar essa musculatura profunda sem realizar manobras de contenção exageradas ou movimentos de bloqueio, como prender a respiração ou contrair excessivamente os glúteos. O objetivo é restaurar o equilíbrio de forças que sustenta a coluna de dentro para fora, respeitando a individualidade de cada curva.

Avaliação da mobilidade das articulações

Além da coluna, é fundamental avaliar a mobilidade das articulações que influenciam a organização postural: quadris, cintura escapular, tornozelos e caixa torácica. 

Em muitos casos, a rigidez em uma dessas áreas impede o aluno com escoliose de alcançar a correção postural desejada. Por exemplo, uma limitação na mobilidade torácica pode forçar uma compensação lombar. 

Da mesma forma, um quadril bloqueado pode gerar rotações pélvicas que alimentam a assimetria da curva.

Hábitos cotidianos e seus impactos

Por fim, é preciso considerar os hábitos e padrões de movimento do aluno com escoliose fora do Studio. Como ele se senta? Em que posição dorme? Sempre carrega a bolsa do mesmo lado? Esses comportamentos cotidianos muitas vezes mantêm a escoliose ativa, mesmo diante de uma prática corporal bem orientada.

Observar e discutir esses padrões é parte do trabalho de reeducação postural e dá sentido à proposta do Pilates como ferramenta de transformação funcional.

Conclusão

Trabalhar com um aluno com escoliose no Pilates exige mais do que aplicar exercícios. É necessário observar, escutar e adaptar com consciência.

Cada curva traz desafios únicos, e cabe ao Instrutor criar um caminho que respeite essas particularidades, favorecendo o movimento funcional e a autocorreção.

Com sensibilidade, técnica e respeito à individualidade, é possível guiar o aluno por um caminho de mais equilíbrio, mobilidade e bem-estar.

Grupo VOLL

Formação Completa em Pilates (Presencial)

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