O Quadril é formando somente pela articulação acetábulo-femoral. Ela é a responsável pela transmissão das cargas axiais do tronco e membros superiores, para os membros inferiores tanto na posição estática como na dinâmica da locomoção. Saiba como utilizar a Fisioterapia em Patologias do Quadril.
Ela faz a união entre o tronco por meio da cintura pélvica e os membros inferiores. Caracteriza-se pela ótima congruência articular o que lhe proporciona grande estabilidade articular, apresentando ainda boa mobilidade articular com 3 graus de liberdade de movimento. Continue lendo para entender melhor!
Anatomia funcional do quadril
A articulação do quadril permite que a coxa se movimente ao longo de uma grande amplitude de movimento em três direções. A coxa pode se movimentar pelo quadril ao longo de 120º a 125º de flexão e de 10º a 15º de hiperextensão no plano sagital.
Pode ainda realizar abdução ao longo de aproximadamente 30º a 45º e a adução entre 15º a 30º. A coxa também pode realizar os movimentos de rotação medial e lateral numa amplitude entre 30º e 50º. As rotações podem ser aumentadas pela posição em flexão do quadril.
De modo geral as amplitudes de movimentos no quadril costumam ser menores em pessoas com idades mais avançadas, mas as diferenças não são substanciais, ficando na faixa de 3º a 5º.
A estabilidade é necessária para que o quadril cumpra bem sua função de sustentação do peso corporal e sua distribuição para os membros inferiores durante a locomoção. A articulação do quadril deve ser pensada como uma integrante do sistema de cadeia cinética fechada dos membros inferiores, executado nas atividades de vida diária e esportivas.
Caracteriza-se também por ser uma articulação com movimentos planares, mas pensando em termos de funcionalidade, estes movimentos são combinados nas atividades diárias, sendo em grande parte acompanhados pelos movimentos da Pelve e da coluna lombar.
Elementos presentes no quadril
O quadril é uma articulação esferoidal que consiste no encaixe entre o Acetábulo da pelve e a cabeça do fêmur. O acetábulo é a superfície côncava da articulação. Essa cavidade é revestida com uma fibrocartilagem chamada de lábio ou labrum do acetábulo que circunda toda a região e assim como no ombro, serve para aprofundar a depressão do acetábulo aumentando sua estabilidade.
O lábio acetabular proporciona significativa estabilidade ao quadril ao “conter” a cabeça femoral e ao aprofundar o volume do acetábulo em aproximadamente 30%. O selamento formado ao redor da articulação através do lábio ajuda a manter a pressão intra-articular negativa, criando, portanto, uma leve sucção que resiste a distração das superfícies articulares.
O selamento circunferencial também mantém o liquido sinovial no interior da articulação, sendo assim, o lábio indiretamente aumenta a lubrificação e as funções de dissipação de carga da cartilagem articular. O lábio (ou labrum) apresenta pouca vascularização e recebe um reduzido suprimento sanguíneo.
Desta forma ele apresenta baixo potencial de cicatrização. Por outro lado ele possui muito boa inervação aferente o que em caso de lesão desencadeia quadro doloroso importante. Tanto a cabeça do fêmur como o acetábulo são formados por grande quantidade de osso trabecular esponjoso, que facilita a distribuição das forças absorvidas pela articulação do quadril.
A cabeça do fêmur se articula em aproximadamente 70% com o acetábulo em comparação com os 20% a 25% de relação entre a cabeça do úmero e a cavidade glenoide.
Circundando toda a articulação do quadril existe uma forte capsula articular que é reforçada pelos ligamentos iliofemoral, pubofemoral e isquiofemoral. O mais importante deles é o ligamento iliofemoral. Ele reforça a parte anterior da capsula articular tendo fixação proximal até a espinha ilíaca antero-inferior e cruza a articulação, reforçando-a antero-lateralmente.
A porção distal divide-se em duas partes e se fixa na linha intertrocantérica do fêmur. Por se assemelhar a uma letra Y invertida, costuma ser denominado ligamento Y, também conhecido como ligamento de Bigelow. A cápsula se mostra mais densa na parte frontal e superior da articulação onde as cargas são maiores, sendo mais delgada na parte inferior e posterior da articulação.
O fêmur é mantido afastado da articulação do quadril e da pelve pelo colo do fêmur, que é formado por osso trabecular esponjoso com uma fina camada cortical como reforço. A camada cortical é reforçada na superfície inferior desse colo, onde há necessidade de maior resistência em resposta a forças de tensão maiores.
O colo do fêmur se posiciona em um ângulo específico tanto no plano frontal como no transverso para facilitar uma maior congruência articular.
Ângulos do quadril
Ângulo de inclinação é o ângulo formado entre o colo do fêmur e a diáfise femoral no plano frontal. Este ângulo mede aproximadamente 125º. Ele é maior quando nascemos e vai diminuindo quando assumimos a posição bipedal com sustentação de peso. Acredita-se que o ângulo continue a diminuir em aproximadamente 5º na idade adulta mais avançada.
O ângulo de inclinação é importante por determinar a eficácia dos abdutores do quadril, o comprimento do membro e as forças impostas a articulação do quadril.
Um ângulo de inclinação maior que 125º é chamado de coxa valga e pode causar aumento no comprimento do membro, reduzir a eficácia dos abdutores do quadril, aumenta a carga sobre a cabeça do fêmur e diminui a sobrecarga no colo femoral.
A coxa vara o ângulo de inclinação é menor que 125º causando aumento da eficácia dos abdutores do quadril, diminui a carga sobre a cabeça femoral e aumenta a carga no colo do fêmur. Esta posição em varo dá aos abdutores do quadril um ganho mecânico necessário para contrabalancear as forças geradas pelo peso corporal.
O resultado é uma redução na carga imposta a articulação do quadril nas atividades diárias. Não por acaso existe grande prevalência de coxa vara em atletas de performance.
No plano transverso o ângulo do colo do fêmur é chamado de ângulo de antervesão. Normalmente se situa entre 12º a 14º, prevalecendo uma rotação interna do colo do fêmur em relação a diáfise, quando há um aumento do ângulo de anteversão o individuo precisa assumir uma posição de rotação interna do membro inferior para ajustar a cabeça femoral no acetábulo. Aparece também outras alterações como aumento do ângulo Q, alterações patelares como aumento de pressões, pronação excessiva da articulação talocalcânea e aumento da curvatura lombar.
Um ângulo de anteversão menor pode ser chamado de retrovesão causando uma marcha em rotação lateral, um pé mais supinado e uma diminuição do ângulo Q. Geralmente uma criança saudável nasce com cerca de 40º de anteversão femoral.
Com o crescimento, a descarga de peso e a atividade muscular, esse ângulo normalmente diminui para 14º por volta dos 16 anos de idade. A excessiva anteversão em crianças pode estar relacionadas a um padrão de marcha anormal denominado”in-toeing” ( marcha com os pés em adução).
Este padrão de marcha aparentemente é um mecanismo compensatório utilizado para guiar a cabeça femoral excessivamente antevertida, mais diretamente em direção ao acetábulo. Além disso, tem sido demonstrado que uma posição de rotação medial exagerada durante a marcha serve para aumentar o braço de momento dos músculos abdutores do quadril, que se encontra reduzida pela anteversão excessiva.
Uma anteversão excessiva de 25º a 45º é comum em pacientes com paralisia cerebral, sendo a posição excessiva de rotação interna e adução dos pés presentes na marcha destes pacientes.
O Quadril é uma das articulações mais estáveis do corpo humano, graças ao seu ajuste ósseo, seus potentes músculos e os fortes ligamentos. A articulação fica estabilizada pela gravidade durante a posição ereta, quando o peso corporal pressiona a cabeça do fêmur no acetábulo.
Sua estabilidade máxima ocorre numa combinação dos movimentos de flexão + rotação externa e abdução. Esta é uma posição confortável e estável, sendo comum quando sentamos. Uma posição de instabilidade ocorre com a combinação de flexão e adução, ocorrendo normalmente quando cruzamos as pernas.
Mecânica do movimento
A cintura pélvica (Ílio, Ísquio e Púbis) incluindo a articulação do quadril desempenha papel importante na sustentação de peso corporal, ao mesmo tempo que oferece mobilidade ao aumentar a amplitude de movimento no membro inferior. Além disso, é local de inserção muscular para 28 músculos do tronco e da coxa.
A cintura pélvica deve ser orientada para posicionar a articulação do quadril em uma posição favorável para o movimento do membro inferior, portanto, para ações articulares eficientes.
A cintura pélvica e a articulação do quadril fazem parte de um sistema de cadeia cinética fechada no qual as forças avançam superiormente desde o membro inferior passando pelo quadril, pelve e tronco. Também para forças superiores descendentes, atravessando a cintura pélvica, quadril e chegando aos membros inferiores.
O posicionamento da cintura pélvica (pelve) contribui também para a manutenção do equilíbrio postural, mediante ações musculares especificas. A região pélvica é uma área do corpo que apresenta diferenças importantes entre os sexos na população em geral.
As mulheres apresentam a pelve mais leve, delgada e ampla se comparada ao homem. As mulheres pelo advento da gravidez apresenta uma maior mobilidade pélvica se comparada à masculina.
Os movimentos da pelve podem ser descritos tendo como referência as espinhas ilíacas anteriormente posicionadas no ílio. Quando as espinhas se deslocam anteriormente no plano sagital, teremos a flexão dos quadris. Isso pode ocorrer em duas situações: a pelve pode mover anteriormente e o tronco pode acompanhar ou não.
Esta última situação denominamos de anteversão, frequentemente associado aos aumentos das lordoses lombares. Ao contrário, quando as espinhas se deslocarem posteriormente, teremos a extensão do quadril com o tronco acompanhando ou não o movimento.
Nesta última situação o movimento denomina-se retroversão da pelve, associado frequentemente a retificação lombar. Em movimento de sustentação de peso em cadeia cinética fechada, ocorre uma inclinação anterior da pelve. Nos movimentos em cadeira fechada ocorrerá uma inclinação posterior da pelve criada pela extensão do tronco ou por retificação da região lombar.
A pelve pode também realizar a inclinação lateral. Ocorrerá uma tendência à inclinação lateral direita quando o peso estiver sendo sustentado pelo membro esquerdo. Na posição de sustentação de peso em cadeira fechada, se ocorrer elevação da pelve direita a esquerda tende a desabar (ocorre durante a marcha ou na corrida com apoio unipodal e controle pélvico contralateral).
O principal músculo controlador deste evento em cadeia fechada é o Glúteo Médio, não sendo um movimento evidente a não ser que haja debilidade muscular.
Durante o apoio unipodal na marcha, três forças estarão atuando na pelve sobre a articulação do quadril. São elas:
- Forças abdutoras do quadril
- Peso do corpo
- Forças de reação articular.
Estas forças estarão atuando com maior ou menor magnitude dependendo diretamente de seus vetores e suas direções.
Assim como os movimentos envolvendo a articulação do ombro estão associados aos movimentos da cintura escapular, os movimentos do quadril estão associados aos movimentos da pelve e da coluna vertebral, particularmente da coluna lombar.
A combinação coordenada de movimentos destas articulações é denominado ritmo lombopélvico. Em conjunto com as articulações dos quadris e pelve, a região lombar atua como um pivô para maior flexão e extensão do tronco. A diminuição da flexibilidade do quadril ou da coluna lombar pode comprometer o ritmo lombopélvico e sobrecarregar as articulações adjacentes.
Considerando a ação de inclinar o tronco para frente e para baixo em direção ao solo, mantendo extensão dos joelhos; conforme a cabeça e a parte superior do tronco iniciam a flexão, a pelve desloca-se posteriormente para manter o centro de gravidade do corpo dentro da base de suporte.
O tronco continua a flexionar, sendo controlado excentricamente pelos músculos extensores da coluna. Simultaneamente, ocorre uma inclinação pélvica anterior, sendo controlado pelos músculos glúteo máximo e pelos isquiotibiais, até que seja alcançado o comprimento máximo dos músculos.
A contribuição da articulação do quadril na flexão do tronco é de aproximadamente 70º a 90º e da coluna lombar na mesma direção, é de aproximadamente 40º a 45º. No ritmo lombopélvico, nos primeiros 30º a coluna lombar participa com 2º em cada 3º e a partir desta angulação inverte-se a proporção, sendo o quadril o maior responsável a partir daí, numa proporção de 2:1.
Muitos autores concordam que não existem proporções muito específicas para o ritmo lombopélvico, como ocorre no ritmo escapuloumeral. De modo geral, o movimento se inicia pela coluna lombar predominantemente e gradativamente este movimento passará a ser do quadril.
Ações e interações do quadril
A articulação do quadril é influenciada pela ação de vários músculos. Basicamente os que atuam no membro inferior e também na pelve, todos eles com ação direta ou indireta na articulação do quadril.
A flexão do quadril é importante na marcha, nas corridas, em situações como subir degraus, andar em aclives e em algumas situações esportivas como o chute no futebol. Muitas vezes pouca importância é dada ao movimento de flexão de quadril principalmente no esporte, pois é considerado um movimento secundário, sendo os músculos responsáveis por este movimento negligenciado.
Recentemente tem-se dado mais atenção ao treinamento dos flexores do quadril em corredores fundistas, pois foi demostrado que a fadiga deste grupo muscular pode alterar a mecânica do movimento e causar lesões que poderiam ser evitadas.
O flexor do quadril mais forte é o Iliopsoas, que abrange o psoas maior e menor e o iliaco. O Iliopsoas é um musculo biarticular que atua tanto no tronco como na coxa (quadril). Com o tronco estável o Iliopsoas realizará a flexão do quadril. Se a coxa estiver fixa ele produzirá hipextensão da região lombar, aumentando a lordose lombar, e a flexão do tronco.
O Iliopsoas é intensamente ativado nos exercícios de flexão do quadril com levantamento da parte superior do tronco (como no exercício abdominal completo) ou das pernas. No exercício abdominal com os pés fixos, os flexores de quadril ficam mais ativos e o levantamento das duas pernas, resulta atividade muito mais intensa no ililopsoas.
O Psoas também atua sinergicamente com os músculos paravertebrais e cria uma força de cisalhamento anterior na região lombar, principalmente em L4 e L5.. Não é incomum que pacientes desenvolvam rigidez neste músculo. O Psoas inelástico aumenta a força de cisalhamento e as forças compressivas na junção de L4 e L5.
Além disso, provoca inibição recíproca do Glúteo máximo, dos multifidios, do obliquo interno e do transverso do abdômen. Isso provoca alterações do mecanismo extensor durante padrões de movimentos funcionais. A instabilidade gerada pelas inibições produz a dominância sinérgica dos isquiotibiais e do eretor da coluna durante a extensão do quadril.
Estas alterações também diminuem a capacidade do Glúteo máximo de desacelerar a rotação femoral interna durante o toque do calcâneo, que predispõe um individuo a desenvolver problemas inflamatórios ou ligamentares no joelho, sendo este submetido a forças anormais.
O Glúteo máximo atua de forma concêntrica em cadeia aberta para acelerar a extensão do quadril e a rotação externa. Opera de forma excêntrica para desacelerar a flexão do quadril e a rotação interna. Também atua através de sua inserção no trato iliotibial para desacelerar a rotação interna da tíbia.
As alterações do Glúteo máximo durante atividades funcionais provoca a instabilidade pélvica e a diminuição do controle neuromuscular. Isso pode acabar provocando o desenvolvimento de desequilíbrios musculares e padrões anormais de movimentos gerando lesões.
O reto femoral é outro flexor do quadril cuja contribuição também depende do posicionamento do joelho. Ele é um musculo biarticular sendo também extensor do joelho. É chamado músculo do chute, pois fica na posição máxima para o rendimento no quadril durante a fase preparatória do chute.
Durante a ação do chute ele fica propenso a sofrer lesão e avulsão no seu local de inserção, a espinha ilíaca anteroinferior, sendo que a perda de função do reto femoral irá diminuir a força de flexão do quadril em até 17%.
Temos ainda outros flexores do quadril como o Sartório, Pectineo e Tensor da Fascia Lata, sendo este último considerado um músculo biarticular pois se fixa na faixa fibrosa, o Trato Iliotibial, avançando na parte lateral da coxa.
Funcionamento dos músculos no quadril
A extensão do quadril participa diretamente na sustentação de peso corporal na posição ereta por manter e controlar as ações antigravitacionais. Os músculos extensores do quadril são os isquiotibiais, sendo eles o semitendinoso, semimembranoso e o bíceps femoral. Estes músculos cruzam a articulação do joelho, realizando tanto a flexão como a rotação desta articulação. Sendo assim, sua eficácia no quadril dependerá do posicionamento da articulação do joelho.
Com o joelho estendido os isquiotibiais ficam alongados para uma ação ideal no quadril. Eles também controlam a pelve mediante tração inferior no tubérculo isquiático, o que cria uma inclinação posterior da pelve. Desta forma eles são responsáveis pela manutenção da postura ereta do indivíduo.
Considerando que os flexores e extensores de quadril controlam anteroposteriormente a pelve, é importante que esses músculos fiquem equilibrados tanto em força como em flexibilidade, para que a pelve não se projete para frente ou para trás, em decorrência de maior ou menor força ou flexibilidade, de um destes grupos musculares.
A abdução do quadril é um movimento importante nas atividades diárias e principalmente em alguns esportes. Durante a marcha os abdutores são importantes estabilizadores pélvicos. O principal abdutor do quadril é o Glúteo Médio.
Durante a fase de apoio da marcha ele se contrai para estabilizar a pelve de forma que esta não caia para o lado que não está apoiado, caracterizando o sinal de Trendelenburg. Isso é importante para todas as articulações dos membros inferiores, pois um Glúteo médio fraco pode causar mudanças, como, queda da pelve contralateral e o aumento da adução e rotação do fêmur, resultando em um joelho mais valgo assim como deslocamento excessivo da patela e aumento da rotação tibial e da pronação do pé.
A eficácia do Glúteo médio fica determinada por seu ganho mecânico. Esse músculo será mais efetivo se o angulo de inclinação do colo do fêmur for inferior a 125º como já visto, deixando sua inserção em um ponto mais distante da articulação do quadril.
Com o aumento do ganho mecânico do glúteo médio, a estabilidade pélvica aumenta durante a marcha. Com o glúteo médio debilitado há aumento de tensão na articulação patelofemoral e tibiofemoral, levando também a dominância sinérgica do tensor da fascia lata.
Os músculos adutores do quadril trabalham com os abdutores para equilibrar a pelve. O grupo adutor constitui uma grande massa muscular na qual todos os músculos se originam no osso púbico e se inserem na parte medial da coxa.
Embora os adutores do quadril sejam importantes em atividades específicas, foi demonstrado que uma redução de até 70% na sua função, resulta em uma diminuição apenas leve ou moderada na função do quadril.
De modo geral, os músculos da articulação do quadril devem estar equilibrados de maneira que os extensores não suplantem os flexores e os abdutores sejam equivalentes aos adutores, garantindo assim controle suficiente da pelve. Tendo em vista a sua característica, a melhor metodologia de exercícios para o quadril é em cadeia cinética fechada num momento final.
Os flexores do quadril podem ter melhor ativação, com o individuo na posição supina e elevação da coxa. Considerando-se que os flexores se fixam no tronco e atravessam a articulação do joelho, sua contribuição para a flexão pode ser aumentada pela extensão do tronco.
A flexão do joelho também melhora a flexão do quadril. O posicionamento do tronco também é importante para a ação mais efetiva dos extensores de quadril, sendo sua ação acentuada com a flexão do tronco sendo que esta posição, aumenta a efetividade dos isquiotibiais e do Glúteo máximo.
Principais patologias do quadril
Lesões da articulação do quadril constituem pequeno percentual de lesões dos membros inferiores. De modo geral representam apenas 5% de todas as lesões do corpo humano. Isso pode ser atribuído ao forte apoio ligamentar, ao suporte muscular eficiente e as sólidas características estruturais da região.
Uma patologia frequente e por vezes muito incapacitante é a Osteoartrose ou Osteoartrite do quadril. Caracteriza-se por um distúrbio da articulação do quadril ligado a idade e comumente observado em pessoas idosas. Ela resulta na degeneração da cartilagem articular e do osso subcondral subjacente, estreitamento do espaço articular e crescimento de osteófito intra articular e periarticular.
Essa afecção atinge milhares de pessoas idosas, gerando quantidade significativa de dor e desconforto durante a sustentação de peso e em atividades que envolvam a marcha. Para reduzir a dor articular normalmente o individuo adota postura compensatória que resulte em menor tensão no quadril.
As lesões degenerativas do quadril, aumentaram bastante nas ultimas décadas. Acredita-se que todas as artrose idiopáticas seja devido a pequenas alterações acetabulares e femorais, previamente subestimadas ou não reconhecidas. Existem evidencias crescentes que o impacto femoroacetabular (IFA) desempenhe papel importante na mecânica do desenvolvimento da artrose do quadril
O conceito de Impacto femoroacetabular (IFA) vem ganhando importância como o principal causador da lesão do lábio acetabular. É definido como contato anormal entre o acetábulo e o colo femoral durante a mobilização do quadril, principalmente na flexão e rotação interna, limitando a amplitude de movimento.
O impacto pode resultar de anormalidades morfológicas que afetam o acetábulo e o fêmur proximal ou pode ocorrer em pacientes que submetem o quadril a amplitudes de movimentos extremas. O IFA pode ser completamente assintomático , até o desenvolvimento da artrose secundária.
Dependendo da causa, o impacto femoroacetabular resulta em lesão do lábio e da cartilagem articular. As lesões de partes moles dependem do tipo de impacto: o tipo Cam ocorre desinserções labrais e destacamento condral e do tipo pincer esmagamento labral. Quando cursa com dor importante no quadril denomina-se Síndrome do Impacto femoroacetabular (SIFA).
Mais de 60% das lesões do quadril ocorrem em tecidos moles. Dessas, mais da metade estão associadas a uma má alinhamento do membro inferior ou de diferenças no comprimento do membro. Comumente estas lesões são as bursites e as tendinites.
A lesão de tecido mole no quadril mais comum é a tendinite do Glúteo médio, ocorrendo com maior frequência em mulheres como resultado de uma tração excessiva deste músculo durante a corrida.
Lesões musculares nos isquiotibiais também são frequentes na região do quadril, sendo observado em alguns esportes onde o membro inferior é colocado em níveis máximo de flexão de quadril com extensão de joelho, como na corrida com barreiras.
Esta lesão pode também ocorrer em corridas de velocidade onde o individuo pode apresentar pouca flexibilidade neste grupo muscular. As lesões dos isquiotibiais são comuns e suas causas numerosas. O desequilíbrio com o quadríceps é uma teoria segundo o qual os isquiotibiais devem apresentar entre 60 a 70% de força do músculo quadríceps.
Outras possibilidades são: fadiga, postura inadequada na corrida e na marcha, discrepância de membros, diminuição da amplitude de movimento e desequilíbrio entre os músculos isquiotibiais medial e lateral.
Lesões no Iliopsoas podem ocorrer em atividades como corridas de velocidade, onde a flexão do quadril é rápida e vigorosa ou ainda em atividades em o músculo é utilizado excentricamente para desacelerar a extensão do quadril.
Nesta lesão o desconforto pode ser leve no início, mas evolui para dor moderada e forte incapacidade funcional.
A síndrome do Piriforme – A lesão do Piriforme pode ser causada por rotação lateral excessiva (ele é um rotador lateral do quadril) e abdução excessiva, quando o quadril está sendo flexionado. Consiste na compressão do nervo ciático na sua passagem pelo músculo Piriforme, sendo agravado pela caminhada.
A irritação do nervo ciático gera dor na região das nádegas podendo se deslocar paraa parte posterior da coxa, possivelmente para panturrilha e parte lateral do pé. A dor ciática é quase sempre em sensação de queimação. Cerca de 15% da população, o nervo ciático passa através do musculo piriforme, dividindo-o em dois.
Esse problema é mais comum em mulheres do que em homens. A causa mais comum de irritação do nervo ciático entre os atletas, em especial nos esportes de contato, é o impacto direto sobre a nádega.
A Bursite trocantérica (bursite do trocanter maior) é causada pela hiperadução da coxa principalmente em corredores; especialmente em corredores com pelve larga (mulheres), aqueles que apresentam um angulo Q alterado e por desequilíbrio entre os abdutores e os adutores do quadril.
A bursite pode também ser provocada por trauma direto ou por esforço de repetição. Uma das causas possíveis é por irritação provocada pelo atrito do trato iliotibial na inserção do Glúteo máximo. A bursite troncatérica por esforço de repetição é muito encontrada em corredoras mulheres que tenha o Angulo Q aumentado.
Adutores de quadril tensos, pode fazer com o pé da corredora cruze a linha média, resultando em inclinação excessiva da pelve e provocando forças de atrito anormal na Bursa.
As lesões ósseas do quadril são normalmente resultantes de uma forte contração muscular que pode criar uma fratura por avulsão. As fraturas por estresse podem se desenvolver na região do quadril, sendo comum em atletas corredoras de resistências (maratonista mulheres).
Fratura por estresse no colo do fêmur representa de 5 a 10 % de todas as fraturas deste tipo. Fraturas por estresse na parte inferomedial do colo do fêmur são observadas mais frequentemente em jovens, sendo causadas por forças compressivas importantes.
Em pessoas idosas, a fratura por estresse no colo do fêmur será observada mais comumente na parte superior, sendo causadas por forças tensivas importantes. Acredita-se que estas fraturas por estresses estejam ligadas a algum tipo de necrose vascular, em que a irrigação sanguínea fica deficiente, ou a alguma debilidade hormonal que reduza a densidade óssea no colo femoral. Essas fraturas normalmente cursam com dor irradiada para a virilha e dificuldade na marcha.
Conclusão
O acometimento do quadril pode ocorrer por diferentes razões, que revisaremos mais à frente, mas que costumam desencadear dor em região de glúteos, virilha, lombar, ou ainda em joelhos e tornozelos.
A fisioterapia pode ser utilizada para tratar diversas patologias do quadril. É impressível que o profissional entenda quais são as principais doenças e qual o melhor método deve ser utilizado para que o paciente saia da clínica completamente satisfeito com o tratamento que recebeu.
Quando estou deitada de lado acordo com uma dor enorme que custa a passar .De dia quando mais ,Maria Fernanda Freitas e passo o dia a andar ,aparece a dor na anca que me incomoda muito e tenho dificuldade em andar.agradeço a informação