A postura é definida como a posição do corpo no espaço, exigindo o mínimo de esforço para evitar a fadiga muscular, assim como também tem relação direta com o equilíbrio estático e dinâmico.
Ela é considerada como uma capacidade de adaptação corporal em cada condição a que seu corpo está exposto, como andar ou praticar esportes.
Diante desses fatores, ter uma postura correta está totalmente atrelada a qualidade de vida e redução das dores. Confira, neste texto, dicas importantes para uma postura correta e fatores de risco que podem ser evitados!
Principais fatores de risco para alterações posturais
Sabemos que a postura está condicionada a diversos agentes, como:
Hereditariedade: alterações familiares podem alterar sua postura – lesões predisponentes como hérnia de disco e até mesmo bons hábitos de vida não influenciados;
Tônus muscular: definido como a força de resistência do músculo ao alongamento, cuja função é executar movimentos de forma contínua, e manter a postura sofre alterações em pacientes idosos e com lesões neurológicas – como um AVC;
Estresse: sabemos que na rotina o estresse está presente, e com o aumento do nível dele, também há o aumento de tensão muscular e, consequentemente, o desalinhamento no padrão postural;
Idade: é natural que, com o envelhecimento, ocorra à perda de massa muscular e óssea, e a prevenção ocorre através da prática de algum esporte ou modalidade – preferencialmente de baixo impacto;
Sedentarismo: a fraqueza muscular causada pela falta de atividade física é o principal motivo pelo qual há alteração postural relacionado a esse agente – assim como a falta de mobilidade, o encurtamento muscular e o desequilíbrio;
Dor: uma pessoa com queixa de dor terá uma postura protetiva – geralmente os ombros ficam prostrados, a hipercifose torácica aumenta, a cervical fica anteriorizada e a cabeça baixa; assim como uma lesão em membro inferior pode acarretar na alteração no padrão de marcha e claudicar, também como medida de proteção;
Lesões anteriores: algumas injúrias que já ocorreram com o indivíduo podem influenciar sua postura, por exemplo, uma fratura de úmero mal consolidada – se o posicionamento ósseo estiver incorreto, a altura dos ombros pode ficar desalinhada, logo a postura estará incorreta.
Profissão: levando em consideração que, em média, passamos de 10 a 12 horas no trabalho, é necessário pensar que existe uma manutenção de uma mesma posição por praticamente essa totalidade de horas.
Seguindo nesse raciocínio, é preciso separar em grupos esses trabalhadores, em pelo menos essas categorias:
- Trabalham em pé;
- Trabalham sentados;
- Misto: em pé e sentados.
E depois disso, ainda definir aqueles que usam mais de força corporal no dia a dia e quem não necessita de tanta movimentação.
Existem então, necessidades diferentes em cada indivíduo. Aqueles que permanecem mais tempo sentados tendem a ser mais encurtados, e apresentar fraqueza de musculaturas diferentes dos que permanecem em ortostase (podemos considerar você, profissional da área e leitor deste artigo nesta categoria?).
Minha experiência com casos posturais
Neste texto quero também trazer minha experiência profissional com a rotina de um Studio de Pilates há 4 anos no mercado.
Depois de conceituar postura e identificar os seus fatores de risco para suas alterações, é preciso saber que esse é um dos motivos de maior procura pelo Método.
Aqui no Studio posso afirmar que é a segunda maior razão pela qual os pacientes buscam o Pilates – a primeira, majoritariamente, é a “dor nas costas” – trazendo na linguagem deles. Então, para isso, sempre busco colocar também como objetivo a melhora postural.
Mas o que seriam essas alterações aos olhos de um fisioterapeuta em avaliação?
Visão anterior
- Cabeça desalinhada;
- Cabeça rodada;
- Ombros desalinhados;
- Pelve inclinada;
- Escoliose;
Visão lateral
- Cabeça anteriorizada;
- Hipercifose torácica;
- Retificação lombar;
- Anteroversão ou retroversão pélvica;
Visão posterior
- Desalinhamento escapular;
- Desalinhamento Espinhas Ilíacas Póstero Superiores;
- Joelhos varos ou valgos;
- Gibosidades.
É sempre válido ressaltar que uma boa avaliação inicia com uma boa anamnese: pergunte ao seu paciente e retire o máximo de informações úteis ao seu tratamento. É preciso saber da sua rotina diária, mas também do seu histórico.
Após ter esses dados, além da avaliação postural, é hora de continuar pensando nele de forma individualizada. Planeje suas aulas com exercícios corretivos a cada alteração apresentada, mas também desafie seu paciente a evoluir cada vez mais: a manutenção dos ganhos também é necessária.
Oriente quanto a frequência semanal, trabalhe de forma multidisciplinar caso haja necessidade, e não se esqueça das outras horas em que você não está com o paciente. Ele precisa estar atento no seu dia a dia sobre a conscientização corporal no auxílio dessa busca pela melhora corporal.
Orientações domiciliares para uma postura correta
- Dormir em posição correta: dormir de lado, com um travesseiro entre os joelhos fletidos, e o abraçando. Criar uma rotina de horário de sono também auxilia na diminuição de estresse e consequente relaxamento muscular;
- Evite carregar pesos: quanto menos, melhor. Mas se for necessário lembre-se da maneira correta em fazer – flexione os joelhos e procure manter uma extensão de coluna durante o movimento. A respiração aqui também é importante: expire ao fazer a força;
- Ergonomia: posição do computador, tipo e altura da cadeira são itens necessários para evitar dores e má postura. Existem profissionais especializados e capacitados para avaliar esses riscos e solicitar ao responsável na empresa para que as alterações necessárias sejam efetuadas;
- Escolha correta do calçado: muitas pessoas acham que o calçado não influencia na postura, porém estão erradas. Nossos pés são a nossa base – se eles estão desconfortáveis ou mal posicionados, por que as outras estruturas não seriam afetadas? Escolha um calçado ergonômico e adequado a sua rotina.
Conclusão
Unindo todos os fatores citados ao longo desse artigo, é possível auxiliar seu paciente na busca pelo objetivo da melhora postural. Ele precisa estar ciente das alterações apresentadas para que possa aderir ao plano de tratamento e potencializar seus resultados.
Use de diferentes recursos ao longo desse período e não se esqueça que seu paciente é único e que nenhum tratamento será igual – com o corpo humano não há receita de bolo. Use sua criatividade com responsabilidade que o crescimento virá não apenas para o paciente, mas para você, como profissional!