Para quem sofre de dores crônicas em alguma região do corpo, é comum sentir esse problema se agravar em dias mais frios ou quando a temperatura começa a cair.
Existem várias explicações por trás desse fenômeno. Quando está frio, os vasos sanguíneos tendem a se contrair, como uma resposta natural do corpo para conservar o calor. Isso reduz o fluxo sanguíneo para algumas regiões, tornando os músculos mais sensíveis e, consequentemente, a dor aumenta.
Além disso, as baixas temperaturas também aumentam a rigidez e o enrijecimento das articulações. Para pessoas com fibrose ou artrite, por exemplo, os episódios de dor se tornam mais intensos.
Em casos de problemas articulares que envolvem processos inflamatórios, o frio agrava essas inflamações, intensificando o nível da dor. A sensibilidade nervosa também é comprometida, principalmente em pessoas com problemas crônicos, que já estão predispostas a sentir algum tipo de dor.
Neste texto, vamos abordar como, independentemente do problema, a fisioterapia surge como uma alternativa eficaz para lidar com o agravamento das dores crônicas durante as estações mais frias do ano. Boa leitura!
Como a fisioterapia ajuda no tratamento das dores crônicas?
Na fisioterapia, por meio das orientações adequadas, um profissional realiza uma avaliação detalhada para compreender o impacto do frio e da queda de temperatura, levando em consideração todos os fatores mencionados anteriormente.
A partir dessa avaliação, o fisioterapeuta traça um plano de tratamento individualizado, adaptado às necessidades específicas do paciente.
Esse plano pode envolver uma variedade de técnicas e modalidades terapêuticas, cada uma projetada para abordar os aspectos únicos da condição do paciente, considerando a intensificação do problema nesse cenário específico.
Durante a fisioterapia, em situações como essa, alguns passos são aplicados. A mobilização articular e os exercícios terapêuticos são fundamentais para tratar dores crônicas que pioram com o frio.
A mobilização visa restaurar a amplitude do movimento, ajudando a reduzir a rigidez, muitas vezes responsável pelos episódios de dor.
Já a aplicação dos exercícios terapêuticos auxilia no fortalecimento dos músculos, fundamentais para sustentar as articulações. Com esses exercícios, proporciona-se uma maior estabilidade e alívio da pressão.
O que são as dores crônicas?
As dores crônicas são um tipo de dor persistente por um período prolongado, geralmente definido como mais de três meses, e muitas vezes perduram por anos.
Essas dores resultam de várias causas subjacentes, como lesões prévias, doenças crônicas, condições médicas debilitantes, inflamações persistentes ou problemas neurológicos.
Uma característica distintiva das dores crônicas é a sua persistência, ou seja, o que diferencia as dores agudas são temporárias e geralmente têm uma causa identificável.
As dores crônicas podem variar de qualquer parte do corpo e variação de intensidade, desde um desconforto leve até uma dor debilitante e incapacitante.
Além disso, podem ter um impacto significativo na qualidade de vida, no funcionamento diário e no bem-estar emocional das pessoas que as experimentam.
As dores crônicas são frequentemente comuns em diferentes categorias, como dor neuropática (causada por danos nos nervos), dor inflamatória (associada a processos inflamatórios crônicos), dor musculoesquelética (relacionada a músculos e ossos) e dor de origem desconhecida.
Alguns exemplos comuns de condições que podem causar dores crônicas incluem a artrite reumatóide e fibromialgia, dor lombar crônica, enxaqueca crônica e a síndrome do intestino irritável.
Dores crônicas também podem ser tratadas
Em tratamentos para dores crônicas que se agravam no frio, também são realizados exercícios focados em técnicas de alongamento e relaxamento. Essas técnicas são utilizadas para aumentar a flexibilidade, melhorar a circulação sanguínea e reduzir a sensibilidade nervosa, contribuindo para maior conforto e mobilidade.
Outro aspecto importante a ser considerado no caso das dores crônicas é a necessidade de manter um acompanhamento regular com o fisioterapeuta durante todo o ano e, se necessário, intensificar durante os meses mais frios.
Isso permite ajustar o plano de tratamento conforme necessário e garante que o paciente esteja recebendo o suporte adequado não apenas para enfrentar o agravamento das dores crônicas causadas pelo frio, mas também para fazer o possível para prevenir tal piora.
Usando diferentes temperaturas no corpo
Dado que se trata de dores crônicas que se agravam com temperaturas mais baixas, os tratamentos fisioterapêuticos costumam utilizar técnicas de aquecimento ou crioterapia (aplicação controlada de frio para tratar lesões).
O aquecimento prévio durante o tratamento pode ajudar a relaxar os músculos e as articulações, facilitando a eficácia das intervenções fisioterapêuticas.
Por outro lado, a aplicação controlada de frio, mesmo em dias de temperatura baixa, pode ser benéfica para reduzir a inflamação e a sensibilidade em determinadas áreas, contribuindo para a melhora dos episódios de dores crônicas.
Inclusive, a utilização de aquecimento é uma boa estratégia para quem precisa lidar com esse tipo de problema. Há pessoas que até optam por painéis solares para esse fim.
Conclusão
A fisioterapia emerge como uma grande aliada no tratamento de dores crônicas que se agravam com o frio. No entanto, é preciso considerar o tratamento de forma abrangente.
Antes de tudo, é essencial investigar e compreender as causas. Esse problema pode afetar pessoas de qualquer idade, embora às vezes seja mais comum em idosos. Assim, o tratamento se apresenta como uma forma de tornar a gestão dessas dores mais tranquila e saudável.
Além disso, o problema não se restringe apenas a dores ou condições mencionadas anteriormente, mas abrange também questões relacionadas a traumas ou fraturas, por exemplo.