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Com base em pesquisas internacionais, a frequência da fibromialgia é de 1 a 5% na população em geral. Nos serviços de Clínica Médica, essa frequência é em torno de 5%, e nos pacientes hospitalizados, 7,5%. Já na clínica reumatológica, por sua vez, essa síndrome é detectada entre 14% dos atendimentos.

No Brasil, alguns trabalhos evidenciam uma prevalência em torno de 10% da população e salientam a influência de fatores socioeconômicos, sendo mais frequente no sexo feminino, correspondendo a 80% dos casos. O início da síndrome varia entre 29 e 37 anos, sendo a idade diagnosticada entre 34 e 57 anos. Porém, podem existir casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.

A fibromialgia afeta negativamente na qualidade de vida dos pacientes por estar relacionada a dor constante e rigidez muscular. O impacto global envolve aspectos pessoais, profissionais, familiares e sociais, correlacionando-se fortemente com a intensidade da dor, fadiga e decréscimo da capacidade funcional.

O que é Fibromialgia?

Sintomas da Fibromialgia

A fibromialgia é uma síndrome reumática de etiologia desconhecida, que pode ser definida como uma síndrome de amplificação dolorosa crônica. Esta síndrome é caracterizada por dor difusa musculoesquelética crônica e generalizada pelo corpo, com duração maior que três meses. Muitas vezes fica difícil definir se a dor é nos músculos ou nas articulações.

Os pacientes costumam dizer que não há nenhum lugar do corpo que não doa. Uma característica da pessoa com fibromialgia é a grande sensibilidade ao toque e à compressão de pontos específicos do corpo. Caracterizada pela dor, a fibromialgia ocasiona problemas físicos e emocionais, interferindo diretamente na capacidade funcional e na qualidade de vida.

Sinais e sintomas da Fibromialgia

Os principais sintomas da fibromialgia são:
• Dor generalizada em todo corpo;
• Sensibilidade ao toque (muitos a referem que não podem ser abraçados ou mesmo acariciados);
• Cansaço físico;
• Fadiga muscular;
• Rigidez mio-articular;
• Insônia ou sono não repador (a pessoa acorda cansada, com a sensação de que não dormiu);
• Dor de cabeça e tontura;
• Queimações e formigamentos;
• Problemas de memória e concentração;
• Alterações intestinais;
• Alterações no humor;
• Ansiedade;
• Depressão.

Causas da Fibromialgia

Não existe ainda uma causa definida. Os estudos mostram que os pacientes apresentam uma sensibilidade a dor maior do que pessoas sem fibromialgia. Os indivíduos fibromiálgicos relatam uma dor diferente, em que não há lesão no corpo, e, mesmo assim, sentem dor. Seria como se o cérebro das pessoas com fibromialgia interpretasse de forma exagerada os estímulos, ativando todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor.

A fibromialgia também pode aparecer a partir de gatilhos, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. Além de se exacerbar após excesso de esforço físico, estresse emocional, infecções, exposição ao frio, sono ruim ou trauma.

Como diagnosticar a Fibromialgia?

O diagnóstico da fibromialgia é essencialmente clínico. O diagnóstico é feito através dos sinais e sintomas relatados durante a avaliação, e também pelo exame físico. Em 1990 o Colégio Americano de Reumatologia (ACR) nomeou um comitê que desenvolveu os critérios para a classificação da fibromialgia e que têm sido utilizados até os dias de hoje.

O diagnóstico de fibromialgia é dado quando o paciente apresenta a combinação de dor difusa, definida como bilateral, sobre e debaixo da cintura, e axial, com pelo menos três meses de duração associada à presença de pelo menos 11 de 18 pontos dolorosos previamente especificados, apresentou uma sensibilidade de 88,4% e uma especificidade de 81,1% para o diagnóstico (tabela I).

 

classificação da fibromialgia

Os pontos anatômicos dolorosos são chamados de “tender points” (pontos sensíveis). Estes pontos são mais dolorosos em portadores da fibromialgia do que em outros indivíduos.

Fatores de risco

As mulheres em idade entre 20 e 50 anos, e pessoas com histórico familiar de fibromialgia apresentam maior predisposição a apresentarem a síndrome do que a maioria da população.

Diferença entre Fibromialgia e Polimialgia

Nos dois casos apresentam condições inflamatórias com sintomas que podem ser difíceis de distinguir. A Polimialgia se refere a condição de dor e rigidez nos músculos repercutindo nos ombros, braços, quadris e pescoço, apresentando-se de forma assimétrica, sentido muitas vezes após um período de descanso. E na fibromialgia, o paciente também relata dor muscular e rigidez nas mesmas partes do corpo, porém de forma simétrica quando realizada a pressão nos tender points.

Diferença entre Fibromialgia e Mialgia

A diferença é que a Mialgia é o termo técnico usado para descrever dor muscular, podendo estar associada a várias condições médicas. Pode também afetar músculos, ligamentos, tendões e tecidos conjuntivos ligados aos músculos. Já a fibromialgia refere-se a uma síndrome dolorosa generalizada e crônica. Além da dor muscular, engloba uma série de manifestações clínicas como fadiga, indisposição, distúrbios do sono e depressão.

Tipos de tratamento

As opções terapêuticas para o tratamento da fibromialgia incluem medicações para reduzir a dor e melhorar o sono, programas de exercícios para fortalecer a musculatura e melhorar a aptidão cardiovascular, técnicas de relaxamento para combater a tensão muscular e programas educativos para ajudar o paciente a entender e manejar os sintomas da síndrome.

A fisioterapia é essencial na melhora do controle da dor, no aumento e/ou na manutenção das habilidades funcionais do paciente. Dentro das possibilidades de tratamento, além da fisioterapia convencional, é possível realizar a acupuntura, hidroterapia, Pilates e associar à homeopatia.

Acupuntura

A acupuntura tem sido utilizada para tratamento de dores há séculos, porém sem fortes evidências científicas. Essa modalidade terapêutica apresenta resultados conflitantes na literatura e tão pouco há consenso em recomendá-la para pacientes com fibromialgia.

Mesmo os trabalhos de autores orientais, adeptos da prática, em que o resultado é de uma eficácia maior, afirmam que há necessidade de pesquisas mais aprofundadas, com maior número de pacientes, para confirmar os benefícios no tratamento de pacientes com fibromialgia.

• Hidroterapia

A hidroterapia consiste em realizar exercícios em meio aquático, com água aquecida em torno de 30 °C a 34 °C. Os exercícios são realizados com o corpo em imersão, ou parte deste, favorecendo o relaxamento muscular e diminuindo a dor e a rigidez.

Na hidroterapia utiliza-se efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos a fim de reduzir a perda da mobilidade e da força muscular. A partir disso é possível prevenir a instalação da fraqueza por desuso e as alterações das relações de comprimento e tensão da musculatura, impedindo assim, a perda da função.

Do ponto de vista fisiológico, a imersão do corpo na água desencadeia inúmeras respostas devido à ação das forças físicas sobre o corpo imerso, provocando ativação dos mecanismos termorreguladores e reajustes nos sistemas circulatório, renal, respiratório e musculoesquelético.

• Pilates

O Método Pilates trabalha o corpo como um todo, corrigindo a postura, realinhando as articulações e os músculos, promovendo a estabilidade corporal. A execução de qualquer movimento do Pilates tem início com a ativação do centro de força, trabalhando a respiração e a concentração associada ao controle, precisão e fluidez. O Pilates estimula a oxigenação do sangue, melhorando o condicionamento físico geral, a flexibilidade, a amplitude articular e o alinhamento postural.

• Homeopatia

O tratamento através da Homeopatia vai depender das condições clínicas que o paciente apresenta, e poderá ser associada aos medicamentos alopáticos. A homeopatia não trata da doença exclusivamente, mas abrange também aspectos emocionais que normalmente estão relacionados à fibromialgia. Infelizmente não existem muitos estudos comprovando eficácia do tratamento homeopático na fibromialgia e em outras doenças, mas na prática clínicas é observado melhora dos pacientes.

Melhores exercícios no tratamento da Fibromialgia

O exercício físico é certamente uma das modalidades terapêuticas mais eficazes para o tratamento da fibromialgia. Quando realizados regularmente, melhoram a sensação de dor, melhoram o tônus muscular e os distúrbios do sono, devido à liberação de substâncias, em especial as endorfinas, que agem diretamente no sistema nervoso central (SNC), promovendo sensação de conforto e bem estar, entre outros.

Os exercícios devem ter início leve e a intensidade aumentada gradativamente. Eles devem ser bem planejados para que sejam bem tolerados desde o início, e para que o paciente mantenha a aderência durante a fisioterapia e não desista.

Os melhores exercícios são os da cinesioterapia, o qual compreende dois grandes objetivos da fisioterapia no tratamento da fibromialgia como o de exercitar os músculos doloridos com exercícios de alongamento e melhorar as condições cardiovasculares com exercícios aeróbicos. Os exercícios físicos de baixa intensidade são considerados mais eficazes na diminuição do impacto da síndrome e na qualidade de vida em paciente com fibromialgia.

  • Condicionamento cardiorrespiratório

Estudos realizados demonstram que os exercícios aeróbicos, também chamados de condicionamento cardiorrespiratório têm um importante papel no tratamento, pois estimulam a liberação de neurotransmissores relacionados ao humor como a serotonina e a norepinefrina.

  • Alongamento muscular

Os exercícios de alongamento muscular na fibromialgia permite a recuperação do comprimento muscular funcional, possibilitando alívio de tensões, realinhamento da postura e melhora na amplitude, além de liberdade e consciência de movimento. Porém, embora bastante empregados na rotina clínica fisioterapêutica, por serem de fácil execução e tolerabilidade, parece não existir um consenso sobre o tipo, a frequência e a intensidade de alongamentos mais adequados para o tratamento de pacientes com FM.

  • Fortalecimento muscular

Os exercícios de fortalecimento são importantes para promover ganho de força e resistência muscular aos portadores de fibromialgia, auxiliando na diminuição da dor e da sensação de fadiga. Entretanto, fique atento à escolha do repertório de exercícios.

É importante evitar que o seu aluno sinta dor muscular pós exercício. Nesse caso, evite exercícios excêntricos e mudanças muito bruscas nos estímulos dados. Lembre-se sempre que seu aluno já convive com dor constante e não será benéfico que sinta dores relacionadas ao exercício também.

  • Técnicas de relaxamento

É indicado para prevenir espasmos musculares, e promover o relaxamento da musculatura, prevenindo tensões e contraturas musculares. O relaxamento, não apenas físico, mas também mental, pois visa quebrar um círculo vicioso constituído por dor, estresse, depressão e distúrbios do sono. O paciente poderá incluir em sua rotina exercícios respiratórios, meditação, e até yoga.

A atuação do fisioterapeuta no tratamento da Fibromialgia

A atuação do fisioterapeuta é de grande importância no tratamento da fibromialgia, pois além de promover condicionamento físico, e fortalecimento muscular, estimulam hábitos saudáveis para melhorar a qualidade de vida e reduzir o estresse.

Cuidados e restrições com o paciente

O paciente deverá realizar exercícios físicos com cautela e de forma moderada, evitando os exercícios de alta intensidade, pois estes podem trazer prejuízo ao tratamento, por gerar dor tardia e muita fadiga. É muito importante que o paciente não exceda sua capacidade de realizar exercício físico, pois caso isso ocorra, o exercício se tornará extenuante e agravará suas queixas dolorosas e de fadiga. Estudos científicos mostram que os exercícios leves, progressivos, e em pequena quantidade são favoráveis desde que sejam realizados diariamente, de modo criterioso, regular e obedecendo a uma sequência programada de forma personalizada.

Conclusão

Na fibromialgia é importante um tratamento multidisciplinar que promova educação e informação ao paciente, e promova a “quebra” do ciclo dor/descondicionamento/dor, pois apenas o tratamento medicamentoso por si só não é o suficiente.

A importância da realização de exercícios terapêuticos para melhora física e mental dos portadores de fibromialgia é bastante destacada, uma vez que o destreino agrava a dor na fibromialgia, e esta limita ainda mais a atividade física.

Sendo assim, a fisioterapia nesses pacientes possibilita a redução dos sintomas proporcionando uma maior tolerância ao exercício físico, ao desconforto e diminuição das limitações causadas pela dor, permitindo que continuem suas atividades de vida diárias e ocupacionais com melhor qualidade de vida.

Referências
HEYMANN R. Novos conceitos em fibromialgia. Atualiza DOR – Programa de Educação Médica em Ortopedia.
LORENA SB, LIMA MCC, RAZOLIN A, DUARTE ALBP. Efeitos dos exercícios de alongamento muscular no tratamento da fibromialgia: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 55, p. 167-173, mach-april 2015.
OLIVEIRA CA, SILVA CG, MENDONÇA RMC, ALVES AG, NOGUEIRA MS, ALVES FAVB, MONTEIRO PF. A eficácia da hidroterapia na redução da sintomatologia dos pacientes com fibromialgia. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (6-179)
http://www.fibromialgia.com.br/novosite/index.php/index.php?modulo=pacientes_artigos&id_mat=5

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