Quando andamos, inconscientemente apoiamos o peso do corpo em partes específicas do pé. O simples ato de pisar de uma forma específica pode ser algo prejudicial à saúde, especialmente para quem pratica esportes no dia a dia, ou seja, os tipos de pisada afetam o desempenho esportivo e aumentam os riscos de lesões, podendo gerar algumas consequências graves em longo prazo.
Você já pode ter percebido que os solados dos seus sapatos costumam ser mais gastos em pontos específicos. Isso indica qual é seu tipo de pisada e quais áreas estão recebendo mais peso; no geral, classificamos as pisadas em três tipos: neutra, pronada ou supinada.
A neutra seria a mais comum e também a mais segura, em que o peso é distribuído de forma equilibrada entre todos os pontos de apoio dos pés.
Já a pisada pronada é aquela em que o peso pende mais para a lateral interna do pé, geralmente indo do dedão até o calcanhar. O indivíduo utiliza apenas metade do pé para suportar seu peso, o que costuma acontecer devido a algum tipo de desalinhamento no joelho, levando algumas articulações a girar para dentro.
A supinada funciona da mesma forma, porém do lado oposto, contemplando a lateral externa.
Como os tipos de pisada podem atrapalhar no esporte?
Cada uma dessas pisadas influencia em tipos de lesões diferentes. A sobrecarrega de músculos e articulações, em detrimento de outros, pode desencadear uma série de malefícios aos esportistas, impactando negativamente o desempenho atlético.
No caso da pronada, a tendência de deslocar o peso para a parte interna do pé aumenta a probabilidade de lesões, como fascite plantar e tendinite do tibial posterior, devido à sobrecarga na região medial.
Além disso, a rotação excessiva para dentro pode causar uma instabilidade no tornozelo, aumentando o risco de torsão. A síndrome da banda iliotibial e a dor no joelho são comuns nessa anatomia, pois a rotação interna do joelho pode resultar em atrito e tensão excessiva na região.
Na pisada supinada, a concentração do peso na borda externa do pé pode levar a complicações como a sobrecarga do lado lateral do pé e tornozelo, levando a dores por exaustão dessa área, além de também facilitar entorses laterais.
Em caso de grandes impactos ou a longo prazo, se não tratada, a absorção inadequada de peso que ocorre nesse tipo de pisada pode levar a choques mais intensos transmitidos às articulações superiores, o que causa lesões nos joelhos, quadris e coluna vertebral.
Fisioterapia é o melhor tratamento para os tipos de pisada
Para corrigir esse tipo de problema, há algumas opções, sendo a fisioterapia a mais comumente indicada no tratamento de padrões de pisada supinada e pronada, oferecendo abordagens personalizadas para corrigir desequilíbrios biomecânicos e prevenir complicações associadas.
O fisioterapeuta consegue realizar uma análise individual da pisada, o que é essencial para compreender a mecânica do pé, tornozelo, joelho e quadril do paciente para desenvolver um plano de tratamento eficaz.
Quando o andar é supinado, na qual o peso do corpo é transferido para a parte externa do pé, a fisioterapia pode incluir exercícios de fortalecimento específicos para os músculos do pé, tornozelo e perna, visando corrigir a supinação e melhorar a estabilidade.
Técnicas de alongamento também são empregadas para aliviar a tensão em áreas afetadas, como os músculos da panturrilha e a fáscia plantar, que é uma faixa de tecido fibroso e alongado que da parte inferior do pé, e se estende desde o calcanhar até os dedos.
Para quem se enquadra no quadro pronado, em que há suporte excessivo na região interna do pé durante, a terapia concentra-se em fortalecer e estabilizar os músculos que sustentam o arco do pé.
Isso pode envolver exercícios para os músculos intrínsecos do pé, além de técnicas de mobilização articular para melhorar a posição dos ossos durante o movimento.
Em ambos os casos, o acompanhamento fisioterapêutico pode incluir educação sobre padrões de movimento adequados, incentivando um andar mais consciente para educar o corpo e modificar o estilo de vida para otimizar a biomecânica do pé.
O profissional trabalha em estreita colaboração com o paciente para desenvolver um programa de reabilitação que aborde as causas subjacentes da pisada supinada ou pronada, visando não apenas aliviar os sintomas, mas também prevenir recorrências.
Além disso, o tratamento pode envolver o uso de técnicas de liberação miofascial e terapia manual para melhorar a mobilidade articular e reduzir a tensão muscular associada aos padrões de pisada anormais.
Exercícios funcionais, como treinamento de equilíbrio e propriocepção, são incorporados para melhorar a consciência corporal e a estabilidade durante as atividades diárias.
No geral, a fisioterapia desempenha um papel integral no tratamento da pisada supinada e pronada, utilizando uma abordagem multifacetada que inclui exercícios específicos, técnicas de mobilização, educação e, em alguns casos, o uso de dispositivos auxiliares, como palmilhas ortopédicas.
O objetivo é corrigir desequilíbrios biomecânicos, melhorar a função musculoesquelética e proporcionar ao paciente uma marcha mais eficiente e livre de desconfortos.
Conclusão
O uso de palmilhas ortopédicas personalizadas pode ser recomendado pelo ortopedista ou fisioterapeuta para oferecer suporte adicional e corrigir a postura do pé durante a marcha.
Existem modelos para ambos os tipos de pisadas, tanto pronada quanto supinada, cada um trazendo um design específico para melhorar a sustentação do pé, de acordo com o problema do usuário. Para ser mais eficiente, esse acessório não pode ser genérico, deve ser feito levando em consideração medidas precisas e individuais do paciente
Para casos menos acentuados, já existem diversos calçados que são desenvolvidos especificamente para auxiliar as pessoas a manterem uma pisada neutra.
Esses são bem populares e fáceis de encontrar, há diversos modelos de tênis da Nike feminino ou masculino para corrida, por exemplo, que têm esse propósito. Graças a um design anatômico, o peso consegue ser sustentado de forma mais equilibrada.