Os distúrbios neuromusculares são um grupo de condições que afetam os nervos e músculos, prejudicando a capacidade do corpo de se movimentar.
Com técnicas como fortalecimento, alongamento e estimulação neuromuscular, a fisioterapia melhora a função muscular e a qualidade de vida dos pacientes. O corpo humano funciona como uma máquina complexa e precisa, impulsionada pelos músculos.
De acordo com um artigo publicado por especialistas em Neurologia da Clínica Unidade Avançada, no Brasil, estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas sofram com essas doenças, embora não existam dados oficiais precisos sobre sua incidência.
A seguir, vamos aprender um pouco mais sobre os distúrbios neuromusculares e o impacto da fisioterapia no tratamento. Boa leitura!
O que e quais são os distúrbios neuromusculares?
Resumidamente, distúrbios neuromusculares são doenças que comprometem a comunicação entre os nervos e os músculos, impedindo os movimentos do corpo. Elas podem levar a sintomas como fraqueza muscular, espasmos e falta de locomoção.
Imagine os nervos como fios elétricos que conduzem sinais do cérebro para os músculos.
Quando essa transmissão falha, o resultado é a perda de força e adversidades para realizar movimentos simples do dia a dia. Podem ter razões variadas, como mutações genéticas, doenças autoimunes e infecções. Conheça algumas das condições mais comuns:
- Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): doença neurodegenerativa que enfraquece os músculos e afeta a respiração e fala;
- Atrofia Muscular Espinhal (AME): condição genética que causa fraqueza muscular progressiva, especialmente em crianças;
- Síndrome de Guillain-Barré (SGB): doença autoimune que provoca fraqueza e paralisia temporária após infecção;
- Distrofia Muscular de Duchenne (DMD): condição genética que causa degeneração muscular e perda de mobilidade, afetando principalmente meninos.
Os distúrbios neuromusculares comprometem a comunicação entre os nervos e os músculos, o que pode causar fraqueza e dificuldades motoras. Compreender essas condições, como ELA, AME, SGB e DMD, é essencial para promover tratamentos que ajudem a melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Qual é o papel da fisioterapia no tratamento de distúrbios neuromusculares?
A fisioterapia neuromuscular é uma especialidade que usa técnicas e exercícios específicos para melhorar a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos. O objetivo principal é manter ou recuperar a mobilidade, melhorar a postura, fortalecer os músculos e reduzir a dor.
Em doenças neurodegenerativas, em que a progressão dos sintomas compromete a mobilidade do paciente, preserva a função muscular e retarda a deterioração física. Diversas técnicas fisioterapêuticas são aplicadas conforme o estágio e as necessidades do paciente.
Os exercícios de fortalecimento muscular, alongamento, técnicas manuais como massagens, manipulação articular e a estimulação neuromuscular elétrica são os principais tratamentos. Eles ajudam a liberar tensões musculares, melhorar a amplitude de movimento das articulações e a resistência física, essenciais para as atividades diárias.
Além de aliviar os sintomas e melhorar a função motora, a fisioterapia também oferece um aspecto importante de prevenção. Ao melhorar a mobilidade, ela reduz o risco de lesões secundárias e sobrecarga muscular, problemas frequentemente observados em pessoas com distúrbios neuromusculares.
Fisioterapia no aumento da mobilidade
Falta de flexibilidade e mobilidade articular podem resultar em dificuldades para realizar tarefas simples, como caminhar, levantar objetos ou até mesmo se vestir. Neste sentido, as estratégias fisioterapêuticas conseguem restaurar parte dessas funções e promover diversos outros benefícios.
Os exercícios de alongamento e fortalecimento são a base do tratamento, e consistem em atividades para melhorar a agilidade e a força muscular. O fortalecimento muscular permite compensar a perda de função causada pela degeneração neural e também contribui para o aumento da resistência e estabilidade.
Para pessoas com distúrbios neuromusculares, é imprescindível personalizar os exercícios alinhados com as limitações e o quadro médico de cada indivíduo. As técnicas manuais e a estimulação muscular, por meio de massagens e manipulação articular, ajudam a reduzir a rigidez, uma queixa comum daqueles que sofrem com essas condições.
Recomenda-se que a estimulação elétrica neuromuscular seja usada para ativar músculos que não estão respondendo adequadamente, devido à degeneração dos nervos. Em alguns casos, o uso de dispositivos auxiliares, como órteses, bengalas e andadores, pode ser necessário para garantir a mobilidade e segurança dos pacientes.
3 dicas além da fisioterapia: como melhorar o dia a dia?
Embora a fisioterapia seja essencial, outras práticas contribuem consideravelmente para melhorar a qualidade de vida das pessoas com distúrbios neuromusculares. Pequenos ajustes na rotina podem trazer grandes benefícios, ajudando a preservar a mobilidade e reduzir os sintomas.
1. Alimentação balanceada
Manter uma alimentação equilibrada é indispensável para um corpo saudável e, quando combinada com a fisioterapia, pode otimizar os resultados do tratamento. Uma dieta rica em proteínas, vitaminas e minerais é essencial para a manutenção da saúde muscular e nervosa.
Alimentos como peixes, ovos, oleaginosas e vegetais verdes fornecem nutrientes importantes para a regeneração muscular e o bom funcionamento dos nervos. Além disso, evitar alimentos ultraprocessados e inflamatórios pode contribuir para a redução da fadiga e do desconforto muscular.
2. Suplementação alimentar
Outra recomendação importante envolve o uso de suplementos alimentares, como o magnésio, que pode ter um impacto positivo na saúde muscular e nervosa.
Muitos se perguntam para que serve magnésio; ele atua na prevenção de cãibras musculares, melhora a função neuromuscular e auxilia na redução da fadiga. É um suplemento útil para diminuir a rigidez muscular e melhorar o relaxamento, além de ajudar no controle do estresse e da ansiedade.
A ingestão de magnésio pode ser feita por alimentos ricos no mineral, como vegetais verdes, castanhas, sementes e leguminosas, ou por meio de suplementos, no entanto, sempre com orientação médica.
3. Rotina de atividades físicas
Manter uma rotina regular de atividades físicas que auxiliam na mobilidade, como natação, yoga ou caminhada, é um dos complementos mais indicados no tratamento fisioterapêutico.
Essas atividades auxiliam para o aumento da resistência cardiovascular, da flexibilidade e a redução do estresse, proporcionando mais disposição e bem-estar geral. Alguns exemplos de exercícios benéficos são:
- Natação: exercício de baixo impacto que trabalha todos os grupos musculares de forma suave e eficiente;
- Yoga: combina movimentos com técnicas de respiração e relaxamento, promovendo equilíbrio entre corpo e mente;
- Caminhada: acessível a todas as idades, melhora a circulação, a mobilidade e o condicionamento físico.
Cuidar da alimentação, complementar com suplementos e manter-se ativo são passos simples que ajudam a melhorar a qualidade de vida e potencializar os efeitos da fisioterapia em distúrbios neuromusculares.
Conclusão
Os distúrbios neuromusculares podem ter um impacto agressivo na vida dos pacientes, limitar suas habilidades motoras e prejudicar as atividades diárias. No entanto, o tratamento adequado, aplicações específicas de fortalecimento, alongamento e estimulação dos músculos mostram-se eficientes para preservar a mobilidade e qualidade de vida desses indivíduos.
Outras estratégias, como suplementação de magnésio e práticas diárias que incentivam o movimento, podem ajudar a retardar a progressão da doença e proporcionar maior independência aos pacientes.
O tratamento deve ser personalizado e realizado sob a orientação de profissionais capacitados para os benefícios serem potencializados ao máximo.