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A respiração eficiente depende do trabalho conjunto dos órgãos do sistema respiratório. Mas quando esse processo é interrompido, pode ser necessário adotar medidas para garantir a sobrevivência do paciente, e a traqueostomia é uma delas.

Esse procedimento cirúrgico cria uma abertura na traqueia para permitir a passagem de ar por meio de uma cânula.

Historicamente, a traqueostomia foi mencionada pela primeira vez na Grécia, por volta de 100 a.C. Registros antigos, como um hieróglifo em uma pirâmide egípcia, também mostram o procedimento.

No passado, devido ao conhecimento limitado sobre anatomia, essa cirurgia era realizada apenas em casos muito graves.

Hoje, a traqueostomia é comum em pacientes críticos que precisam de ventilação mecânica por longos períodos, como os que têm câncer ou os que passaram por cirurgias na cabeça e pescoço. 

O procedimento ajuda na limpeza das secreções respiratórias e melhora a ventilação pulmonar. E nesse sentido, a fisioterapia respiratória é fundamental na remoção de secreções, utilizando técnicas como drenagem postural, percussão e huffing para facilitar a eliminação do muco.

Neste artigo vamos entender como esse procedimento funciona, quais são seus benefícios e, principalmente, qual o papel da fisioterapia na recuperação de pacientes traqueostomizados. Boa leitura!

O que é a traqueostomia?

A traqueostomia é uma cirurgia que envolve a realização de um corte no pescoço para criar um acesso à traqueia, permitindo uma nova via de ventilação.

Ela é indicada em casos de obstrução das vias aéreas superiores, pois facilita a passagem do ar, desviando o percurso natural (nariz-boca-laringe-traqueia-brônquios-alvéolos) e permitindo que o ar entre diretamente na traqueia.

Essa intervenção pode ser temporária ou permanente, e estudos mostram que o procedimento é mais bem tolerado do que o tubo orotraqueal, principalmente em pacientes acordados, além de prevenir danos à laringe e reduzir o esforço respiratório.

Em quais casos a traqueostomia deve ser realizada?

Essa cirurgia é classificada como preventiva, paliativa ou curativa, e podem ser de urgência ou eletivas, dependendo do momento em que são realizadas.

As principais indicações incluem a necessidade de ventilação em intubações prolongadas e a limpeza de secreções acumuladas.

O tempo médio para a realização da traqueostomia é de 2 a 14 dias após a intubação. Se feita entre 6 e 8 dias, é chamada de traqueostomia precoce; e entre 13 e 15 dias, é tardia.

A decisão de realizar o procedimento é baseada na avaliação clínica dos médicos, levando em conta as características do paciente.

Vantagens e riscos da traqueostomia

As vantagens da traqueotomia incluem a redução do espaço morto fisiológico e um tempo menor de dependência da ventilação.

Quando realizada precocemente, ela reduz o tempo de internação em UTI e as chances de complicações associadas à intubação prolongada.

No entanto, seu uso prolongado pode causar complicações, como hemorragias e infecções, o que torna a decanulação — a retirada da cânula — um ponto importante na reabilitação respiratória.

A decanulação deve ser realizada quando a ventilação não é mais necessária e as secreções estão sob controle.

Além disso, a traqueostomia pode afetar a função dos músculos do pescoço e do tórax, levando a complicações respiratórias que requerem acompanhamento fisioterapêutico.

Atuação da fisioterapia na recuperação pós cirúrgica

Os fisioterapeutas ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes com traqueostomia, e a reduzir a dependência da ventilação mecânica.

Manter a higiene brônquica é fundamental para a saúde respiratória, e para isso, o fisioterapeuta utiliza técnicas como a aspiração traqueal para remover secreções, melhorando a ventilação e a oxigenação.

A umidificação do ar respirado também é importante, pois ajuda a fluidificar as secreções. Além disso, o fisioterapeuta monitora a troca de fixação da cânula, os sinais vitais e realiza a manutenção geral para evitar complicações.

As técnicas de reabilitação incluem exercícios de respiração e tosse assistida, que ajudam na eliminação das secreções. O fisioterapeuta orienta o paciente em diferentes posições que facilitam a drenagem.

Além do tratamento físico, o acompanhamento fisioterapêutico apoia a reintegração social do paciente, ajudando na adaptação às novas rotinas.

O profissional também orienta os pacientes e familiares sobre os cuidados com a traqueostomia, reduzindo a ansiedade e melhorando a aceitação do procedimento.

Conclusão

A atuação do fisioterapeuta em pacientes que passam pela traqueostomia é abrangente e crucial, abordando tanto os aspectos técnicos quanto o bem-estar do paciente.

Sua contribuição na redução da dependência da ventilação, manutenção da higiene brônquica e reabilitação pulmonar é essencial para o manejo eficaz das condições respiratórias e a prevenção de complicações.

O suporte na reintegração social e nos cuidados paliativos demonstra o compromisso com a qualidade de vida do paciente, enquanto o papel educacional do fisioterapeuta ajuda na compreensão e aceitação do tratamento.

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