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Você conhece a Doença Arterial Obstrutiva Periférica? Essa patologia caracteriza-se pela redução do fluxo sanguíneo causado por uma obstrução parcial ou total das artérias que compõem a porção periférica do sistema cardiovascular, prejudicando os membros inferiores.

Ela atinge até 230 milhões de indivíduos em todo o mundo, principalmente idosos com mais de 65 anos, e tem como sintomas fisgadas recorrentes na perna, especialmente na panturrilha, sensação de fadiga nos membros inferiores e cãibra recorrente.

A doença é um marcador importante quando se trata de complicações cardiovasculares e cerebrovasculares, como o Infarto Agudo do Miocárdio e o Acidente Vascular Encefálico, e ocorre principalmente em indivíduos com outras comorbidades associadas, sendo elas hipertensão, dislipidemia, diabetes e tabagismo. 

Entre os fatores de risco, a diabetes e o tabagismo são os mais importantes, pois contribuem cerca de três a quatro vezes mais para o desenvolvimento da patologia.

Os pacientes que comportam a doença apresentam isquemia, ou seja, redução dos níveis de circulação sanguínea e oxigenação; atrofia e desnervação de fibras musculares; alteração do metabolismo muscular; e redução da força e resistência muscular, o que afeta intensamente a capacidade de caminhar e diminui a autonomia, aptidão física e qualidade de vida.

A utilização do exercício físico com fins terapêuticos tem sido uma proposta de tratamento para pacientes portadores da Doença Arterial Obstrutiva Periférica, pois além de ser eficaz e não invasiva, também é uma ação de baixo custo e alta acessibilidade.

Por isso, a aplicação de técnicas fisioterapêuticas no combate à doença é fundamental para recuperar o movimento e a força muscular, resultando em mais autonomia e qualidade de vida ao paciente.

Se você quer saber como o fisioterapeuta atua no tratamento da Doença Arterial Obstrutiva Periférica, então, este artigo é perfeito para você. Nele, vamos abordar mais aspectos da doença, como as possíveis causas, sintomas e, claro, os tratamentos mais eficazes, entendendo como a fisioterapia colabora com a diminuição dos sintomas. Boa leitura!

Principais aspectos da Doença Arterial Obstrutiva Periférica

Definição

A Doença Arterial Obstrutiva Periférica é um distúrbio que obstrui as artérias periféricas e reduz o fluxo sanguíneo para as extremidades, afetando principalmente os membros inferiores.

Causas

Suas causas são multifatoriais e complexas, e podem estar relacionadas à redução da carga sanguínea, da perfusão tecidual muscular e da capacidade respiratória das células e danos das fibras musculares.

Sendo assim, fatores de risco como a diabetes e o tabagismo são os que mais se destacam em pessoas que convivem com a patologia. Além deles, a idade avançada também colabora com seu desenvolvimento e afeta principalmente as pessoas idosas com mais de 65 anos.

Outro processo capaz de desencadeá-la são os distúrbios homeostáticos, que geram formação de trombos e favorecem a obstrução das artérias periféricas e a estenose, provocada pela formação de placas de aterosclerose acumuladas.

Com isso, a partir do bloqueio aterosclerótico nas artérias responsáveis por abastecer os membros inferiores, há a redução do fluxo sanguíneo e da perfusão dos tecidos, gerando quadro de hipóxia e isquemia no local.

Sintomas

A maioria dos casos da Doença Arterial Obstrutiva Periférica são assintomáticos, principalmente quando a obstrução das artérias é leve, gerando diagnósticos tardios.

Pacientes com obstrução intermediária e avançada apresentam claudicação intermitente, que é o sintoma que implica na dificuldade de caminhar e cãimbras. Nesse contexto, a doença é incapacitante e crônica, com baixa mortalidade, mas com alta morbidade.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença acontece a partir de um indicador atuante como exame complementar à identificação de fatores de risco, de sinais e sintomas e achados no exame físico, o Índice Tornozelo-Braquial.

Esse exame se trata da razão entre a medida da pressão sistólica dos membros inferiores e a medida dos membros superiores, propondo uma comparação entre o fluxo sanguíneo das duas regiões do corpo.

Caso o exame revele uma pressão sistólica diminuída nos membros inferiores, é possível que o paciente tenha isquemia, e assim também diagnosticamos a Doença Arterial Obstrutiva Periférica.

Além disso, exames de imagem como Angiografia por Ressonância Magnética e Ultrassonografia com Doppler têm se destacado para complementação diagnóstica.

Atuação da fisioterapia no tratamento da Doença Arterial Obstrutiva Periférica

O exercício físico para fins terapêuticos tem sido uma opção acessível e com ótimos resultados no tratamento dos pacientes com a Doença Arterial Obstrutiva Periférica.

Além de ser eficaz e não invasiva, essa abordagem também é de baixo custo em comparação com a intervenção cirúrgica. As diretrizes atuais recomendam a terapia de exercícios como o padrão-ouro para todos os pacientes.

Ela é especialmente indicada para pacientes com isquemia de esforço e isquemia em repouso. No entanto, é contraindicada para pacientes com doenças cardíacas, pulmonares ou instáveis.

Nesse contexto, a fisioterapia atua na prescrição de exercícios físicos terapêuticos para a Doença Arterial Obstrutiva Periférica Ela utiliza medidas, testes e treinamentos de força para avaliar a capacidade funcional, melhorar a marcha, aumentar o fluxo sanguíneo e acompanhar a evolução do paciente. 

Como resultado, há uma redução da dor, melhoria na funcionalidade, e facilitação das atividades pessoais e ocupacionais dos pacientes.

Os programas de exercício podem ser realizados em diversos ambientes, como hospitais, centros comunitários e residências, tendo como principal objetivo melhorar o Tempo de Início de Claudicação.

A intervenção inclui exercícios aeróbicos, como caminhada em esteira e bicicleta, alternados com o uso de cicloergômetro para os braços, além de exercícios de resistência, com carga progressiva.

O tratamento também abrange o treino de marcha, equilíbrio e estimulação neuromuscular, juntamente com orientações para mudança de estilo de vida e redução de fatores de risco.

A Estimulação Elétrica Funcional é utilizada clinicamente para fortalecer músculos enfraquecidos e recuperar ou preservar suas funções durante períodos de atividade reduzida ou imobilização.

A mobilização neural articular é essencial na prática terapêutica para restaurar o movimento e a articulação do sistema nervoso, permitindo que ele retome suas funções normais.

Além disso, as técnicas de alongamento são amplamente utilizadas devido à sua capacidade de aumentar a flexibilidade dos tecidos moles, promovendo um bom desempenho osteomuscular.

As mobilizações articulares são técnicas passivas que desativam a habilidade do fisioterapeuta e são aplicadas nas articulações e tecidos moles, usando diferentes velocidades e amplitudes. 

Eles podem ser realizados por meio de acessórios e seus benefícios incluem a restauração dos movimentos artrocinemáticos e interrupção da dor.

Conclusão

A Doença Arterial Obstrutiva Periférica pode levar a sintomas debilitantes, como a perda da capacidade de locomoção, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Assim, a fisioterapia é como uma abordagem não invasiva, acessível e eficaz no tratamento através dos programas de exercícios supervisionados, contribuindo para o fortalecimento muscular, melhoria do equilíbrio e da mobilidade funcional, o que é crucial para pacientes com limitações físicas devido à doença.

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