A escoliose na coluna é uma deformidade tridimensional caracterizada por uma curvatura lateral associada à rotação das vértebras.
Geralmente, é diagnosticada quando a angulação da curvatura, medida pelo ângulo de cobb, é superior a 10 graus. A escoliose pode ser classificada de acordo com sua causa (Idiopática, congênita, neuromuscular, entre outras) e sua gravidade, variando de casos leves a severos que podem comprometer a função pulmonar e a qualidade de vida.
O tratamento depende do grau da curvatura e pode incluir observação, fisioterapia especializada, uso de órteses (coletes) e, em casos mais graves, intervenção cirúrgica. Quando falamos de fisioterapia específica, significa que nada impede dela ser realizada no ambiente do Pilates.
A seguir, vamos descobrir 8 mitos e verdades sobre a escoliose na coluna e entender como descomplicar o tratamento. Boa leitura!
8 mitos e verdades sobre a escoliose na coluna
Quando se trata da escoliose na coluna, muitas informações circulam, mas nem todas são verdadeiras. Alguns mitos podem gerar confusão e até prejudicar a busca por um tratamento adequado. Por outro lado, conhecer as verdades sobre a condição ajuda na escolha das melhores abordagens para cada caso.
A seguir, vamos esclarecer os principais mitos e verdades sobre o tratamento da escoliose na coluna, para que você saiba o que realmente faz diferença no cuidado com essa condição.
1. “Cirurgia é a única opção para tratar escoliose”
Mito. A cirurgia só é indicada em casos graves (curvaturas acima de 45 a 50 graus e progressivas). A maioria dos pacientes pode ser tratado com a fisioterapia inclusive no ambiente do Pilates, coletes e acompanhamento médico.
2. “Coletes ortopédicos curam escoliose na coluna”
Mito. Os coletes auxiliam no tratamento evitando a progressão da curva, principalmente em adolescentes em fase de crescimento.
3. “Pilates piora a escoliose”
Mito. Quando adaptado corretamente, essa prática pode inclusive servir de tratamento, desde que o fisioterapeuta saiba ensinar a autocorreção da curva ao paciente e adapte isso aos exercícios do Pilates. Porém, exercícios genéricos ou sem orientação adequada podem ser prejudiciais.
4. “Somente crianças e adolescentes devem se preocupar com a escoliose”
Mito. A escoliose na coluna deve ser tratada em qualquer idade para evitar dores e limitações funcionais.
5. “O diagnóstico precoce melhora os resultados do tratamento”
Verdade. Identificar a escoliose cedo permite intervenções menos invasivas, com exercícios e coletes, reduzindo a necessidade de cirurgia.
6. “A escoliose pode piorar com o tempo, especialmente sem tratamento”
Verdade. Se não for acompanhado, a curvatura pode aumentar, principalmente durante os surtos de crescimento.
7. “Escoliose pode afetar respiração e outros órgãos”
Verdade. Em casos severos, a deformidade pode comprometer a capacidade pulmonar e a função cardíaca.
8. “O ambiente de Pilates pode ser uma excelente ferramenta no tratamento da escoliose”
Verdade. Desde que o fisioterapeuta saiba utilizar e avaliar a escoliose na coluna corretamente e consiga trazer os exercícios específicos para a condição dentro do ambiente de Pilates e assim entregar o melhor resultado, pois não podemos esquecer que além de Instrutores de Pilates, somos fisioterapeutas.
Avaliação e autocorreção na escoliose
Para tratar a escoliose na coluna, é essencial avaliar a postura, altura dos ombros, marcação da cintura, eixo coronal, posição da pelve e ângulo de Cobb no raio X. Testes como Adams e Risser ajudam a prever a progressão da curvatura. Com base nesses dados, o fisioterapeuta traça um plano de autocorreção para aplicar nos exercícios de Pilates.
Portanto, no tratamento da escoliose, o objetivo é promover o crescimento axial, expandir a curvatura e realizar a derotação das vértebras, garantindo melhor alinhamento e funcionalidade da coluna.
Exemplo:
Pensamos sempre em crescimento axial para abrir a curva. Levamos o lado da convexidade para a concavidade.
Esses são os princípios de autocorreção. Em um paciente com escoliose na coluna em “S”, com desvio torácico à direita e lombar à esquerda, o foco deve ser o crescimento axial, criando espaço na lombar e direcionando-a para a direita, enquanto o segmento torácico é levado para a esquerda.
A autocorreção deve ser mantida durante os exercícios. Esse é apenas um exemplo, pois cada caso deve ser avaliado individualmente para definir a melhor estratégia.
Conclusão
A escoliose na coluna é uma condição que exige atenção cuidadosa e um tratamento adequado, baseado em uma avaliação detalhada e personalizada.
Ao desmistificar os mitos e compreender as verdades sobre a condição, podemos proporcionar aos pacientes o melhor caminho para o tratamento, seja com fisioterapia, Pilates, coletes ou em casos mais graves, cirurgia.
A prática de Pilates, quando adaptada corretamente, pode ser uma ferramenta valiosa na correção da escoliose na coluna, proporcionando um tratamento eficaz e seguro.
Lembre-se, o acompanhamento profissional adequado é fundamental para garantir os melhores resultados no manejo dessa condição.