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Os distúrbios respiratórios podem ser amplamente beneficiados pelo Método Pilates, embora muitas vezes isso passe despercebido. 

Quando pensamos no Pilates, a associação imediata costuma ser com mobilidade, alongamento e flexibilidade. Porém, por falta de conhecimento, a técnica ainda é subestimada e muitas vezes limitada à reabilitação músculo-esquelética, deixando de lado seu impacto na melhora da função pulmonar.

Nesta matéria, abordaremos a eficiência do trabalho respiratório através de exercícios de Pilates que ajudam a promover melhora das condições respiratórias e corporais em pacientes que apresentam essas limitações e declínios respiratórios.

Porém, antes de entender essa contribuição do Método Pilates para melhora respiratória, é necessário compreender o que são esses distúrbios respiratórios e o processo da respiração. Vamos lá?

O que são distúrbios respiratórios?

Distúrbios respiratórios são doenças e/ou afecções respiratórias que afetam o processo respiratório. Patologias como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, coronavírus, fibrose cística, entre outras, afetam o sistema respiratório e também causam alterações fisiológicas estruturais e corporais, acarretando em sintomas limitantes e prejudicando a qualidade de vida ao indivíduo.

Essas doenças não só causam distúrbios respiratórios, mas também declínios na capacidade aeróbica, no sistema cardiovascular e metabólico, prejuízo no equilíbrio e interferência no sono. 

O Método Pilates atua de forma única e eficaz, promovendo melhorias nas condições corporais como um todo, com destaque especial para o processo respiratório. Esse trabalho contribui para a função pulmonar e fortalece a musculatura respiratória, sendo especialmente benéfico para pacientes com distúrbios respiratórios recorrentes.

Explicando a respiração do Método Pilates

O Método Pilates, criado por Joseph Pilates na década de 1920, baseia-se em princípios como concentração, centralização, respiração, controle, precisão e fluidez. Seu foco é melhorar a flexibilidade, fortalecer a musculatura e promover a consciência corporal, integrando corpo e mente para alcançar um bom alinhamento postural.

Durante a execução dos exercícios são envolvidas contrações musculares isotônicas (excêntricas e concêntricas) e principalmente isométricas, com destaque nos princípios de respiração e centralização ou centro de força (Power House).

A respiração no Método Pilates é específica e conhecida como respiração lateral. Durante os exercícios, ela envolve a contração ativa dos músculos estabilizadores da coluna, o que gera maior tensão sobre o diafragma e reduz sua excursão para manter a pressão intra-abdominal.

Essa alteração no padrão respiratório exige maior mobilidade torácica e um trabalho mais intenso dos músculos respiratórios costais e acessórios, promovendo uma expansão torácica mais ampla na inspiração e uma retração mais eficiente na expiração, quando comparado às condições respiratórias normais.

Portanto, o treinamento respiratório com o Método Pilates pode promover ganhos consideráveis na função pulmonar e na força muscular respiratória em pacientes com comorbidades e distúrbios respiratórios.

3 benefícios do Pilates nos distúrbios respiratórios

Além de melhorar a postura e o controle motor, o Pilates também traz efeitos positivos quando o foco está na respiração. A seguir, veja alguns dos benefícios mais relevantes para quem apresenta distúrbios respiratórios.

1. Mobilidade torácica

Quando realizamos exercícios que promovem a respiração lateral controlada, conseguimos mobilizar de forma eficiente a região torácica. Se esses exercícios são associados com movimentos de membros superiores (MMSS), podemos recrutar mais fibras musculares ganhando maior flexibilidade, força muscular e ganho expansivo torácico.

2. Melhora da oxigenação

Os exercícios respiratórios promovem trocas gasosas e também fazem a promoção da oxigenação celular. 

O Método Pilates melhora as capacidades pulmonares contribuindo para o reequilíbrio da função, possibilitando a mobilidade tóraco abdominal, aumentando o volume pulmonar e a saturação periférica de oxigênio (SpO2), permitindo que o indivíduo que apresenta essas comorbidades respiratórias melhore a funções pulmonares.

Com a melhora da oxigenação celular através de exercícios, há um desempenho melhor na contração muscular, tornando assim os músculos mais resistentes.

3. Fortalecimento muscular

Durante a prática do Pilates, ao realizar os exercícios com uma respiração adequada, ativamos os músculos profundos do abdômen, fortalecendo o core de forma eficiente, contribuindo para uma maior estabilidade e equilíbrio corporal.

E quanto aos músculos respiratórios, eles apresentam densidade capilar aumentada e maior fluxo sanguíneo, desempenhando melhor contração muscular e tornando-se mais resistentes à fadiga do que outros músculos esqueléticos.

Ou seja, o treinamento dos músculos respiratórios melhoram a mecânica ventilatória, consequentemente melhorando também a qualidade de vida desses indivíduos.

3 exercícios de Pilates para distúrbios respiratórios

Para enfatizar o trabalho respiratório no Método, vale apostar em exercícios educativos e de consciência corporal. Eles ajudam a ativar a musculatura respiratória, melhorar a mobilidade torácica e trazer mais eficiência para os movimentos em alunos com distúrbios respiratórios

A seguir, separamos 3 exercícios práticos que podem ser inseridos em aula para estimular a respiração e beneficiar alunos com alterações pulmonares. Confira abaixo:

1. Educativo respiratório diafragmático

A respiração diafragmática é uma técnica que envolve a utilização do diafragma, um músculo localizado abaixo dos pulmões. Essa técnica é fundamental no Pilates, pois permite uma respiração mais profunda e completa.

Realização da respiração diafragmática:

  • Em decúbito dorsal no solo, com os joelhos flexionados e os pés apoiados no chão, coloque uma mão no peito e a outra no abdômen, próximo ao umbigo; 
  • Realize a inspiração profunda pelo nariz, sentindo o ar encher o abdômen e empurrar a mão que está no abdômen para cima após expire lentamente pela boca, esvaziando completamente o ar dos pulmões e sentindo o abdômen voltar à posição inicial.

A respiração diafragmática ajuda a relaxar os músculos do pescoço e dos ombros, promovendo uma sensação de calma e bem-estar durante a prática do Pilates.

2. Educativo respiratório costal 

A respiração costal é outra técnica utilizada no Pilates, que envolve a expansão das costelas durante a inspiração. Essa técnica ajuda a melhorar a mobilidade da caixa torácica e a aumentar a capacidade pulmonar.

Realização da respiração costal:

  • Sentar-se em uma posição confortável, nos isquiotibiais com alinhamento corporal;
  • Coloque as mãos nas laterais do tórax, com os dedos apontando para frente;
  • Inspire profundamente pelo nariz, expandindo as costelas para os lados e sentindo as mãos se afastarem e expire lentamente pela boca, contraindo suavemente os músculos abdominais. 

A respiração costal contribui para o fortalecimento dos músculos intercostais, que são responsáveis pela expansão das costelas, além de melhorar a capacidade respiratória. Uma alternativa complementar nesse posicionamento é o uso da faixa elástica ao redor da região torácica, favorecendo a consciência corporal ao estimular a percepção da expansão das costelas durante a inspiração e sua depressão na expiração.

3. Exercícios associados com membros superiores

Os movimentos respiratórios associados aos membros superiores (MMSS) são uma excelente estratégia para melhorar a expansão torácica, aumentar a mobilidade da caixa torácica e fortalecer os músculos respiratórios primários e secundários.

Esses exercícios podem ser realizados de várias maneiras:

  • Em diferentes planos e eixos, como frontal, sagital e transversal;
  • Unilateral ou bilateral, dependendo do foco desejado para o treinamento;
  • Em diferentes posições, como em sedestação, ortostatismo ou decúbito dorsal;
  • Com o uso de acessórios, como Faixa Elástica, Over Ball, Bola Suíça, Magic Circle e Bastão.

Exercícios como flexões de ombro, abdução de ombro, abdução e adução horizontal, movimentos em cadeia cruzada e circundução são opções excelentes para recrutar fibras musculares e melhorar a expansão torácica.

É importante destacar que todos os exercícios do Método Pilates têm um impacto no processo respiratório, visto que a respiração é um dos princípios fundamentais da técnica.

Com uma abordagem estratégica, é possível melhorar de forma significativa a troca gasosa e a oxigenação celular, contribuindo para a contração muscular, o alívio das algias(dores) e o relaxamento, promovido pela nutrição celular e eliminação de catabólitos.

Conclusão

O Método Pilates, quando bem aplicado, traz benefícios claros para pacientes com distúrbios respiratórios. Ele ajuda no fortalecimento músculo-esquelético e também promove a melhora da função respiratória, com foco na capacidade pulmonar.

Ao integrar a respiração controlada aos exercícios, o Pilates ativa os músculos respiratórios e aumenta a mobilidade torácica, facilitando a troca de gases e uma respiração mais eficiente. Esses exercícios específicos ajudam na recuperação e no funcionamento adequado do sistema respiratório.

Ao incorporar a respiração aos movimentos, o Pilates alivia tensões musculares e oferece maior sensação de bem-estar, permitindo que os pacientes se sintam mais equilibrados e com mais energia para suas atividades diárias, melhorando a saúde respiratória de forma integrada.

Grupo VOLL

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