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Condromalácia patelar muitas vezes parece uma sentença de morte para o aluno. Ele ouve que não pode mais agachar, correr ou praticar seu esporte favorito. E no início isso até parece resolver a dor. Mesmo assim a dor retorna e o paciente precisa aprender a lidar com ela ou buscar ajuda através do movimento. Nós somos dedicados a tratar esses pacientes com exercícios que os ajudem a superar a dor. Mas será que entendemos bem como ela funciona e quais são as causas da condromalácia patelar?

Sem conhecer a condromalácia patelar e suas causas, estamos tratando o aluno sem direção. É importante compreender como os mecanismos estabilizadores do joelho funcionam nesses casos para fornecer o tratamento mais eficiente possível.

Nesse artigo, você entenderá o que leva alguém a desenvolver a condromalácia patelar e como realizar o melhor tratamento possível. Vamos lá?

Anatomia do joelho

Se queremos entender melhor o funcionamento de uma das patologias de joelho mais comum, obviamente precisamos começar compreendendo o joelho.

Como você perceberá, muitos dos fatores etiológicos da patologia estão ligados à estrutura dessa articulação. O joelho é um complexo articular em dobradiça que une:

  • Fêmur;
  • Patela;
  • Tíbia.

Temos nesse complexo duas articulações principais: a femoropatelar e tibiofemoral. A articulação femoropatelar e seus mecanismos de estabilização são nosso principal interesse nesse artigo.

O joelho utiliza uma série de mecanismos de proteção para manter sua estabilidade.

Isso é bastante compreensível considerando sua importância para movimentos dos membros inferiores e a carga ao qual é submetido diariamente. Temos tanto estabilizadores dinâmicos quanto estáticos nesse conjunto articular.

Os estabilizadores estáticos consistem em:

  • Ligamentos;
  • Cápsula articular;
  • Meniscos.

Também existem as cartilagens que realizam a proteção das estruturas articulares durante o movimento. Elas são um tecido que basicamente absorve a força e pressão exercida sobre o joelho e a distribui. A cartilagem está ali para evitar a compressão de estruturas específicas do joelho e o desgaste ósseo.

Já os meniscos são estruturas que ajudam a aprofundar as superfícies articulares que ligam a tíbia ao fêmur. Eles não são tão afetados durante a condromalácia patelar, mas ainda assim exercem um importante papel de estabilização.

Os ligamentos também devem receber atenção, especialmente considerando a patologia de que estamos falando.

Sabemos que existem diversos ligamentos que devem fornecer estabilidade ao joelho, entre eles está o Ligamento Cruzado Anterior (LCA). Quem trabalha com atletas sabe como a lesão desse ligamento é comum.

Ele deveria impedir a hiperextensão de joelho, mas muitas vezes não é o suficiente para isso.

A dificuldade de estabilização do Joelho

Na verdade, nenhum dos mecanismos de estabilização que citei até agora é o suficiente para manter esse complexo articular estável.

Como percebemos na abordagem joint by joint, o joelho é uma estrutura que precisa de estabilidade porque não possui estabilizadores estáticos tão eficientes.

Isso acontece principalmente para permitir uma amplitude de movimento maior. Com ligamentos rígidos e fortes o joelho perderia boa parte da sua movimentação.

Então quem deve realizar a estabilização? Os estabilizadores dinâmicos, que vou comentar a seguir.

Estabilizadores dinâmicos do joelho

Para compensar sua falta de estabilidade estática, o joelho possui também diversos estabilizadores dinâmicos.

Não tem como negar a importância dos músculos em todos os movimentos do joelho. São eles que realmente impedem movimentos exagerados e desequilíbrios articulares.

Entre os principais músculos com essa atuação podemos citar:

  • Glúteos;
  • Adutores da coxa;
  • Extensores de tornozelo;
  • Sóleo;
  • Vasto medial.

Ok, combinando esses músculos com as estruturas de estabilização estática, temos tudo que precisamos para um joelho funcional.

Quando o corpo está ativando essas musculaturas corretamente e não existe compensação entre elas tudo deve ir bem. Mas quem disse que boa parte dos corpos são assim?

Mesmo atletas de alto rendimento podem ter compensações musculares (na verdade, é muito comum que tenham). No caso do joelho, a ativação glútea ou do vasto medial pode estar ineficiente, causando um movimento mais instável. É por isso que vemos tantos casos de lesões nos joelhos.

Como acontece a Condromalácia Patelar

As causas da condromalácia patelar ainda provocam um pouco de confusão entre pesquisadores. Boa parte das pessoas parece acreditar que o trauma direto ou indireto no joelho é o grande vilão da história.

Mesmo assim, vemos um número enorme de pessoas com condromalácia patelar ou alterações da cartilagem do joelho.

Essas alterações costumam ter início na segunda década de vida e continuam progredindo com o tempo. Apesar disso, nem todos os pacientes com alterações similares à condromalácia apresentam dor.

Esses pacientes não sentem sintomas, apesar de ter uma cartilagem mais macia que o normal ou com a presença de fissuras.

Para complementar, nem todos pacientes com condromalácia patelar tem histórico de traumas nos membros inferiores ou diretamente no joelho.

A não ser que você trabalhe com atletas, uma pessoa normal com a patologia provavelmente nunca tinha sofrido uma lesão do joelho antes. Como disse, atletas são casos especiais já que eles costumam exercer atividades de alto impacto no joelho e grandes chances de trauma e lesão.

Precisamos juntar esses dois fatos: boa parte das pessoas têm alterações na cartilagem da patela sem apresentar sintomas e muitas das que apresentam sintomas não sofreram traumas no joelho.

Perceba então, que a causa vai muito além das lesões e que precisamos entendê-las para realmente tratar esse aluno.

Desequilíbrios musculares que causam a dor patelofemoral

Existem dois fatores principais que determinam quem vai ter uma condromalácia patelar com sintomas ou não. Eles são: formação anatômica do joelho e quadril e desequilíbrios musculares.

Sabemos que a condromalácia está muito mais presente em mulheres que homens. Isso acontece porque o ângulo Q do quadríceps é aumentado nelas por causa das variações de tamanho do quadril. Assim, elas estão mais propensas a desenvolver desgastes da cartilagem da patela.

Mas calma, isso não quer dizer que toda mulher terá dor patelofemoral durante a vida. Na verdade, nem toda mulher atleta precisa estar sujeita a isso. O que realmente conta para o desenvolvimento dessa patologia são os desequilíbrios musculares.

Mesmo pacientes que a desenvolveram por causa de traumas provavelmente já possuíam desequilíbrios anteriores que deixaram o joelho mais vulnerável. Na hora de tratar um paciente com condromalácia patelar precisamos trabalhar os estabilizadores dinâmicos do joelho.

Sem a presença da cartilagem para amortecer o impacto dos movimentos eles serão os únicos responsáveis por proteger as estruturas articulares.

Nossa dica depois de toda essa discussão é: trabalhe com fortalecimento e ativação muscular.

Mesmo que o aluno tenha medo de se mover ou que o médico diga que ele nunca mais pode agachar, precisamos mudar isso. Boas musculaturas estabilizadoras são a melhor maneira de evitar a dor que esse paciente sem dúvida vai sentir se manter seu padrão de movimento alterado.

Conclusão

Ao trabalhar com as causas da condromalácia patelar podemos imaginar que é simplesmente mais um caso de lesão que veio de um trauma. Na verdade, é uma patologia complexa que exige seu completo entendimento para realizar um tratamento eficaz.

O amolecimento da cartilagem do joelho não é tão simples e inevitável como alguns parecem pensar. A dor que vem com ele também é algo que podemos aliviar e até curar através do movimento.

O grande problema de joelhos com condromalácia patelar é a falta de estabilidade. É por causa dela que a cartilagem fica sujeita a maior atrito e pressão, levando a seu desgaste precoce.

Por causa dela as estruturas articulares do joelho podem inflamar e gerar aquele quadro de dor aguda que conhecemos tão bem.

Então o principal papel do profissional do movimento será fornecer estabilidade através de exercícios para condromalácia patelar.

Grupo VOLL

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