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A obesidade é um problema extremamente grave que já se tornou realidade na vida de muitos indivíduos da atual sociedade.  Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, 18,9% dos brasileiros são obesos e mais da metade da população (54%) são sobrepeso.

Por se tratar de uma doença crônica, a obesidade também pode estar relacionada à outras disfunções. Isso sem contar com a possibilidade de provocar outras doenças e afetar as demais partes do corpo, por exemplo, alterações na força e mecânica respiratória.

Quer saber mais sobre como a obesidade afeta o sistema respiratório? Então continue lendo esta matéria!

Obesidade no mundo

A prevalência de obesidade cresceu nas últimas décadas, configurando-se como um dos problemas prioritários de saúde pública da atualidade, tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento.

 A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) cita que a Organização mundial da Saúde (OMS) demonstrou que um em cada oito adultos em todo o planeta apresenta obesidade, estima-se que cerca de 2,3 bilhões de indivíduos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões obesos.

Em um estudo realizado por Ferreira e Benicio (2015) é demonstrado que a obesidade é sucessível no sexo feminino e está relacionado também com as experiências gestacionais que modificam o corpo.

O acúmulo excessivo de adiposidade corporal, apresentando complicações significativas para a saúde pode estar relacionada a vários fatores, sendo eles sociais, psicológicos, genéticos e físicos.

Considerada uma doença crônica com diferentes causas, faz com que o indivíduo obeso tenha alterações em diversos sistemas. O acumulo comprime o diafragma, fazendo com que haja mudanças na função respiratória

O excesso de adiposidade infiltrado nos tecidos e órgãos na vida adulta promovem uma substituição lipofílica, fazendo com que haja efeitos compressivos relacionados a diminuição da qualidade de vida.

Estes efeitos interferem no psicológico do paciente, aumentando as chances de transtornos depressivos e transtornos emocionais. Assim como também, pode provocar outras alterações no paciente obeso, como câncer, doenças respiratórias e cardíacas e diabetes.

Classificação da obesidade

Pode ser classificada utilizando-se o índice de massa corporal (IMC), obtido por meio da equação peso/altura2, considerando-se os intervalos de 30-34,9 kg/m2 para o diagnóstico de obesidade grau I, 35-39,9 kg/m2 para obesidade grau II e ≥40 kg/m2 para obesidade grau III, também denominada de obesidade mórbida. A partir de 50 e 60 kg/m2, o indivíduo é considerado super obeso ou super-super obeso, respectivamente.

Alterações na mecânica respiratória na obesidade

Os indivíduos obesos possuem alterações na complacência da parede torácica e da expansibilidade do tórax, o que reduz o volume e a capacidade do pulmão. O acumulo excessivo de adiposidade na parede torácica e abdome provocam alterações estruturais e modificações na mecânica respiratória, interferindo no volume de reserva expiratório (VRE).

Isto tudo está relacionado ao grau da obesidade, sendo que quanto maior o grau da obesidade, maior serão as alterações presentes na mecânica ventilatória do indivíduo obeso. Sendo a disfunção ventilatória proporcional ao índice de massa corporal (IMC) – quanto maior o IMC maiores são as alterações na mecânica respiratória.

As alterações na função pulmonar são citadas como diminuição da capacidade residual funcional (CRF), volume corrente (VC), complacência pulmonar, expansibilidade torácica e diminuição de reserva expiratória (VRE), sendo que a adiposidade abdominal faz com que haja um efeito mecânico sobre o tórax e o diafragma, reduzindo os volumes pulmonares tendo relação com a diminuição de reserva expiratória (VRE) que representa o principal achado de alterações.

Em indivíduos com obesidade grave, há maior frequência respiratória, menor volume corrente e aumento da ventilação por minuto e que a dispneia é uma queixa comum em obesos.

Força muscular respiratória na obesidade

As alterações na função muscular respiratória podem ocorrer em virtude das limitações na mecânica ventilatória apresentadas por indivíduos obesos.

Para que indivíduos obesos possam produzir um trabalho ventilatório mais próximo ao normal, é necessária uma maior atividade da musculatura diafragmática.

O desempenho da musculatura respiratória pode ser diretamente influenciado pela distribuição da gordura em decorrência da compressão exercida na região diafragmática, ocasionando um encurtamento de fibras musculares, além de diminuir a relação tensão-comprimento e interferindo diretamente na capacidade do músculo em gerar força.

Foi investigado o quanto a capacidade cardiorrespiratória de obesos mórbidos é comprometida, comparando-os a pacientes portadores de insuficiência cardíaca (IC). Concluiu-se que pacientes obesos mórbidos apresentaram capacidade cardiorrespiratória próxima à dos pacientes portadores de IC classe funcional III e IV pela New York Heart Association (NYHA), caracterizando a obesidade como um fator preponderante no declínio da capacidade cardiorrespiratória.

Conclusão

A mecânica pulmonar respiratória e a força dos músculos respiratórios estão completamente alteradas nos indivíduos obesos.

É necessário que o fisioterapeuta faça uma avaliação minuciosa para que sejam elaborados programas específicos de fisioterapia respiratória a fim de minimizar as compensações e as alterações pulmonares e assim, promover uma melhora na  qualidade de vida desses indivíduos.

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