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É necessário um grande nível de conhecimento e compreensão da anatomia, anatomia palpatória e biomecânica humana para o domínio da arte e ciência das órteses e bandagens funcionais.

Além disso, o profissional fisioterapeuta deve compreender os mecanismos de lesão e a cinesiologia de cada articulação a ser estabilizada.

Evidenciando assim um propósito definido para cada bandagem aplicada, que podem ser:

  • Imobilização
  • Restrição de Movimento
  • Suporte de um Músculo ou Ligamento

Utilizando:

  • Ataduras
  • Esparadrapos
  • Bandagem Rígida e Elástica
  • Dentre Outros Materiais

É possível realizar imobilizações muito especificas para cada articulação, mantendo sempre em funcionamento as amplitudes de movimento fisiológicas não patológicas e não lesivas.

Assim possibilitando imobilizar movimentos patológicos, permitindo a funcionalidade das amplitudes das articulações.

As bandagens são largamente utilizadas durante as práticas esportivas por conta de acelerar a recuperação e com isso permitir atividade precoce aos atletas mesmo ainda não plenamente recuperados.

Com isso é possível potencializar a recuperação de diversas patologias, acelerando o processo de recuperação de um segmento lesado.

Elas também são utilizadas para proteger o paciente durante a realização de exercícios de maior impacto com menor risco de lesão.

Uma das primeiras definições sobre bandagens descreveu a técnica de bandagem funcional como:

“Uma técnica que tem por objetivo modificar a biomecânica dos tecidos alterados, melhorando a funcionalidade dos segmentos, recuperando assim, a função, sem anular outras mecânicas naturais vinculadas aos segmentos tratados.”

As bandagens funcionais esportivas, ou simplesmente o “Taping”, como é conhecida mundialmente, tem diversas definições.

De maneira mais simplista podemos afirmar que a técnica de bandagens nada mais é que a utilização de fitas adesivas aplicadas sobre a pele, cujo principal objetivo é a estabilização articular, promovida pela resistência mecânica da fita adesiva aplicada.

Definição de bandagem funcional

A primeira definição de bandagem funcional encontrada na literatura descritas por Ceccaldi e Le Balch, diz que:

“Realizar uma bandagem funcional é manter em seus limites fisiológicos as funções de uma articulação, limitando as amplitudes máximas, para conservar somente o movimento útil de uma zona indolor”.

Podemos observar que é de uma visão puramente mecânica, diferente dos nossos conceitos mais atuais que incluem os efeitos neurofisiológicos das aplicações.

Dentre tantas definições existentes para o termo bandagem funcional, encontra-se por exemplo, a origem da palavra bandagem, definida pelo dicionario Aurélio como: O ato de bandar, o trabalho com bandas, faixas ou ataduras aplicadas sobre um ferimento.

Já a palavra funcional é definida como: Um adjetivo concernente às funções orgânicas ou matemáticas.

Tais como perturbações funcionais ou equações funcionais sendo determinado como algo que responde a uma função determinada, relativo ao funcionamento ou função, com atribuições funcionais.

Tendo como exemplo, perturbações funcionais, as que são perturbações devidas ao funcionamento irregular de um órgão.

Desta forma podemos observar que o termo bandagem funcional é amplo e irrestrito, incluindo outros tipos de bandagens usadas como curativos.

Dentre as técnicas mais utilizadas pela fisioterapia, as técnicas de bandagem funcional se dividem em três tipos:

Bandagem restritiva

Tem o objetivo de preservar os movimentos de uma articulação lesionada e assim inibindo movimentos patológicos, que por algumas vezes, podem até substituir alguns métodos tradicionais e ultrapassados como o gesso, por exemplo, e assim acelerando a recuperação.

As bandagens restritivas podem ser aplicadas  em qualquer articulação, mesmo que o objetivo seja de restrição de movimentos finais das articulações.

As bandagens restritivas preservam o movimento e a função da articulação do paciente, sem fazer com que tenhamos perda força e/ou alongamento muscular mantendo o rendimento.

Bandagem compressiva

A bandagem funcional compressiva tem como objetivo estimular a drenagem por forças compressivas e/ou mecânica, tendo ainda como objetivo conter o edema por todo o tempo que o paciente utilizar a bandagem.

Ela é utilizada principalmente em conjunto durante o método “PRICE” para conter edemas agudos ou traumáticos junto a utilização da crioterapia.

Bandagens proprioceptivas

Essas bandagens corrigem:

  • Desvios Posturais;
  • Aliviam Dores;
  • Auxiliam o Movimento.

São bastante utilizadas em atletas durante a prática esportiva, e torna-se uma forte aliada dos tratamentos projetada para fornecer um efeito terapêutico sem inibir o movimento, auxiliando no reposicionamento articular, podendo ser normalmente associada a técnicas como de terapia manual e R.P.G.

Mecanismos de ação

Uma das teorias relacionadas as bandagens funcionais se refere aos receptores proprioceptivos, que tem um estimulo elevado através do uso das bandagens aumentado pelo estímulo cutâneo.

Foi demonstrado que os efeitos sensório motor e os mecanismos de feedback proprioceptivo estimulado pelo usa das bandagens, podem ocorrer devido ao retorno do aumento dos receptores proprioceptivos imediatamente.

Já os mecanismos biomecânicos produzidos através do tratamento com aplicação de bandagens funcionais já foram alvos da realização de diversos estudos científicos e são comprovados, pelo bloqueio articular e cinesiológico dos movimentos patológicos da articulação que foi tratada.

Entretanto, o sucesso de tais tratamentos também se dá pelos efeitos produzidos nos sistemas nervoso central e periférico.

Dentre as mais variadas condutas utilizadas no tratamento conservador, a utilização das bandagens funcionais é uma forma de tratamento conservador aplicada em diversas patologias com grande efetividade.

Corrigindo, por exemplo, o desalinhamento patelar decorrente da SDFP, através de suas propriedades biomecânicas.

Pois tem função proprioceptiva que estimula a contração do músculo e promove a estabilidade na articulação, evitando as imobilizações por tempos prolongados.

No entanto, hoje sabemos dos inúmeros males causados pelas imobilizações, e sabemos que o movimento é fator decisivo para uma boa recuperação, acelerando todo o processo de reabilitação, auxiliando uma boa cicatrização dos tecidos.

Hoje só se justifica uma imobilização em casos de fraturas.

História da utilização das bandagens funcionais

Há muito tempo o ser humano vem usando esse recurso das bandagens funcionais como forma preventiva e de tratamento.

A realização de bandagem funcional é uma prática milenar com indícios tão antigos quanto os da medicina, em antigas escrituras gregas e até em pinturas egípcias.

Acredita-se que a utilização de bandagens em atletas se deu inicio na Grécia Antiga, no século X a.C.

Arqueiros faziam bandagens nos punhos e antebraços para protegê-los da corda do arco que com frequência podiam machucar a pele do antebraço e punho, devido fricção em alta velocidade.

Há também evidencias de que no século IV a.C. os espartanos utilizavam bandagens compressivas em suas panturrilhas, para dar força e melhorar a potencia muscular.

As bandagens como forma de intervenção esportiva começou a ser aplicada na década de 1950, por atletas olímpicos e de alto rendimento, porém ainda de forma empírica.

Apenas no inicio da década de 1970 foram encontrados registros dos primeiros estudados científicos e técnicas cientificamente comprovadas com publicações.

Na Austrália, Bryan Mulligan começou a criar sua técnica por volta da década de 60, com o objetivo de complementar o trabalho de manipulação, obtendo assim resultados mais rápidos e duradouros.

Em 1971, na França, foi publicado o primeiro trabalho sobre bandagens funcionais, pelos pesquisadores Ceccaldi e Le Balch, levando pela primeira vez o assunto para o meio cientifico.

Em 1986, Jennifer McConnell lança na Austrália sua técnica, também para complementar o trabalho manipulativo.

Um pesquisador chamado Rouillon, em 1987 publicou algumas obras que permitiram maior difusão da técnica de Bandagens rígidas, pelo mundo.

Durante todo o processo histórico, as experiências mostraram que as bandagens de compressão, imobilização e estabilização, associadas ao tratamento fisioterapêutico, são capazes de acelerar o processo de reabilitação e evitar traumas ou recidivas de lesões prévias.

Materiais necessários para aplicação

Os materiais utilizados para as aplicações de bandagens vêm se desenvolvendo, de forma a garantir maior conforto e resistência.

As matérias primas utilizadas para fabricação dos materiais de aplicação tiveram um grande salto tecnológico por volta dos anos 80, estando em constante evolução até os dias de hoje.

São necessários para aplicação de bandagens funcionais os seguintes materiais:

  • Tesoura, Para Cortar e Preparar as Tiras das Bandagens, Que Devem Preferencialmente Ter Lamina Longa, Com Teflon, e Ponta Arredondada;
  • Algodão e Álcool – Para Assepsia da Pele e Remoção da Cola da Bandagem;
  • Bandagens Adesivas ou Esparadrapo;
  • Pré bandagem – Para Aplicar Sob as Bandagens Rígidas;
  • Curativos Adesivos (Tipo Band-Aid) – Pra Proteger Pequenas Feridas;
  • E.V.A. Fino – Para Proteção de Áreas de Fricção;
  • Spray Adesivo ou Tintura de Benjoim – Para Melhorar a Fixação e Aderência das Bandagens e Proteção da Pele;
  • Cremes Hidratantes – Para Cuidar da Pele Sempre que Estiver Sem as Bandagens;

Princípios básicos e generalidades das bandagens

  • Realizar uma Ancoragem Distal e uma Proximal a Articulação ou Área que Deverá ser Tratada;
  • Realizar uma Sobreposição das Fitas de Ancoragem para Aumentar a Fixação;
  • A Maioria das Tiras de Estabilização Utilizam um Modelo em “X” Sobre uma Articulação com o Objetivo de Imobilização;
  • Devemos Enxergar Cada Tira Como Sendo um Vetor de Força;
  • Cada Vetor de Força Tem Sua Direção;
  • Como os Membros São Cilíndricos, Os Vetores de Força Normalmente Caminham em um Eixo Espiral.

Mesmo com o material das bandagens sendo considerados materiais rígidos, é normal que aconteça um afrouxamento durante o uso da bandagem, e isso deve ser previsto no momento da sua aplicação, porém a compressão das tiras é inversamente proporcional a sua elasticidade.

Portanto, tratando-se de bandagens funcionais que não permitem muita elasticidade, temos de levar em consideração que podem causar uma grande compressão.

Princípios básicos na aplicação das bandagens funcionais

Para uma melhor aplicação das bandagens funcionais devemos seguir alguns passos, como a prioridade de ter uma devida avaliação e diagnóstico clínico, determinando o tipo e a intensidade de lesão e a necessidade real da utilização das bandagens funcionais.

  • Realizar a Assepsia da Pele e Tricotomia (Como Necessário);
  • Aplicar o Pré-Bandagem ou Tintura de Benjoim;
  • Preparar e Recortar as Tiras Com o Comprimento Desejado da Bandagem para a Fixação;
  • Posicionar a Articulação de Acordo com Cada Tipo de Aplicação Desejada (Cada Aplicação Requer um Posicionamento Específico);
  • Aplicar a Bandagem;
  • Testar o Conforto;
  • Testar a Resistência;
  • Testar a Funcionalidade (Os Efeitos das Bandagens são Observados Imediatamente Após sua Aplicação);
  • Definir o Tempo de Manutenção da Bandagem de Acordo com o Objetivo Proposto.

Normalmente considera-se a aplicação imediatamente antes da atividade esportiva e a remoção logo após o término da atividade (em casos da não utilização esportiva a sua permanência pode ser aumentada, porém não deve ultrapassar 48 horas).

Isso é feito, pois, existe a possibilidade de uma irritação cutânea, por conta dos altos índices de látex existentes na composição da bandagem.

As bandagens funcionais podem ser aplicadas no socorro imediato e emergencial, pós trauma ou como parte das condutas realizadas durante o tratamento Fisioterapêutico.

Lesões que podem ser tratadas com as bandagens funcionais

  • Contusões
  • Fissuras de Costela
  • Lesões Ligamentares
  • Estiramentos Musculares
  • Lesões Articulares
  • Lesões Musculares
  • Desequilíbrios Musculares Posturais
  • Deformidades
  • Lesões Tendinosas
  • Subluxações e Luxações
  • Lesões Capsulares e Frouxidão da Cápsula
  • Edemas
  • Instabilidade Articular
  • Imobilizações de Algumas Fraturas
  • Bolhas

Contraindicações das bandagens funcionais

  • Fraturas Completas e Recentes
  • Rupturas Completa dos Tendões
  • Rupturas Completa dos Ligamentos
  • Grandes Ferimentos Abertos e Infecções
  • Alergias aos Materiais Adesivos
  • Problemas Circulatórios de Retorno (Quando For Usar Bandagens Rígidas)
  • Alterações de Sensibilidade

Reações alérgicas são raras, devido à natureza dos materiais utilizados para a aplicação das bandagens, sendo eles provenientes de adesivo hipoalergênico, porém com a precaução por conta da presença de látex no tecido.

Normalmente quando algum tipo de irritação ou reação alérgica ocorre, geralmente acontece rapidamente, ou seja, dentro de 15 – 30 minutos e são caracterizadas por:

  • Rubor
  • Hiperemia na Pele
  • Coceira
  • Sensação de Formigamento
  • Erupção do Tecido Que Surgirá ao Longo das Tiras da Fita Utilizadas

Quando houver qualquer tipo de reação alérgica, a fita deve ser removida imediatamente e a sua utilização deve ser descontinuada.

Um teste com um pequeno pedaço é recomendado antes de aplicar a bandagens funcionais se você ou o paciente tiver quaisquer preocupações deste tipo.

Diversos tipos de tape irão produzir uma reação que ocorre depois de dois ou três dias. Isto é devido ao ambiente úmido que é criado pela permanência da bandagem após a sudorese ou a umidificação da bandagem.

As bolhas de tração e/ou fricção podem ocorrer quando uma das tiras da bandagem traciona continuamente a pele ou quando alguma dobra ou buraco de preenchimento fica entre as tiras da bandagem.

Normalmente as bolhas, aparecerão nas extremidades das tiras quando ocorrer, ou onde ficaram os vincos e dobras nas tiras ou nos pontos de tensão que foram criados ao longo das tiras, devido ao tracionamento ou compressão irregular durante a aplicação da bandagem.

Normalmente esse tipo de lesão inicia com uma sensação de coceira ou queimação sob a bandagem, portanto é conveniente orientar sempre o paciente a retirar a bandagem ao primeiro sinal de alguns desses sintomas.

Conclusão

Para aplicar as bandagens funcionais é necessário que o fisioterapeuta tenha vasto conhecimento sobre anatomia e entender o que a lesão pede em cada caso.

Cada bandagem tem seu proposito específico, sendo divididas em:

  • Imobilização
  • Restrição de Movimento
  • Suporte de um Músculo ou Ligamento

As bandagens também são extremamente indicadas nos esportes, devido ao fato que elas aceleram a recuperação e permitem que a pessoa pratique atividades antes mesmo de estar 100% curado. Potencializando sua recuperação.

Além disso, também são utilizadas para proteger o paciente durante a realização de exercícios de maior impacto com menor risco de lesão.

Já na Fisioterapia, três são as técnicas de bandagens funcionais utilizadas:

  • Bandagem Restritiva;
  • Bandagem Compressiva;
  • Bandagens Proprioceptivas.

Em resumo a bandagem funcional é uma forma efetiva e conservadora de tratar diversas patologias.

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