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Hoje em dia a busca pela beleza, silhueta perfeita, estética impecável, bem-estar físico e os tais padrões de beleza que a mídia tanto impõe para a população, está aumentando a cada dia e com isso, cresce o número de pessoas que buscam a Eletrolipólise.

Homens e mulheres sempre que se pegam olhando essas mídias, desejam ter um corpo livre das imperfeições, as detestáveis gorduras localizadas e as terríveis celulites no caso das mulheres. É por este motivo que a cada dia os centros de estética, clínicas e profissionais do ramo da beleza estão sendo procurados com mais frequência ainda.

A gordura localizada é uma disfunção que atinge o tecido adiposo, onde essa gordura acaba se acumulando em algumas áreas mais do que em outras. Nos homens, a pré-disposição deste acúmulo é no abdômen e flancos, já nas mulheres, existe uma divisão, onde algumas tem um acúmulo na região de baixo abdômen, culote e pernas, já outras também tem aquele acúmulo em toda região abdominal. Esses indivíduos são aqueles chamados de maças ou peras.

A fisioterapia dermato-funcional e a estética de uma forma geral, vem sendo procuradas para a resolução deste problema de formas menos invasivas possíveis, já que hoje em dia as pessoas cada vez menos optam por cirurgias plásticas e métodos altamente invasivos para redução de gordura localizada.

Nesta matéria vocês irão entender um pouco sobre a gordura localizada e um tratamento muito interessante para resultados bons, rápidos e duradouros chamado Eletrolipólise.

O que é Eletrolipólise?

A Eletrolipólise é uma técnica que utiliza corrente elétrica despolarizada de baixa ou média frequência (entre 1 e 4.000Hz), com a finalidade de redução da gordura localizada.

Quais são essas correntes?

Hoje no mercado da estética, as correntes mais utilizadas para esta técnica são:

A Corrente Russa que vem com frequência portadora de 2.500Hz e duração de Burst de 10ms e a corrente BMAC (também conhecida como Corrente Aussie®), modulada para estímulo sensorial, com frequência portadora de 4.000Hz e duração de Burst de 4ms.

Na prática, a utilização da Corrente BMAC na Eletrolipólise é muito mais confortável para o tratamento do que a utilização da corrente russa. Também há a prática desta técnica com a TENS (Transcutaneous electrical nerve stimulation ou neuroestimulação elétrica transcutânea), porém sua programação deverá ser realizada de acordo com os objetivos do tratamento proposto, já que existem várias modulações de parâmetros desta corrente.

A maioria dos autores, preconizam a utilização de duas frequências de modulação diferentes para a realização deste tratamento e cada uma delas com uma finalidade. São elas:

A frequência de 10Hz: que é destinada a uma ação preferencial na derme, com o objetivo de estimular as células, principalmente o fibroblasto, que justifica a ação de melhora na tonicidade e sobretudo, a sua ação na drenagem intersticial, visando uma diminuição do edema instalado. Temos aqui, tanto o efeito de vasodilatação pela ativação da microcirculação, como também a ação anti-inflamatória pela reabsorção dos metabólitos.

A frequência de 30Hz: que atua diretamente sobre o adipócito pela estimulação elétrica das terminações do sistema nervoso simpático. Esta estimulação age de forma a desencadear uma liberação do AMP cíclico intra adipocitário, gerando a lipólise.

A aplicação é percutânea na camada subdérmica no tecido adiposo, da região que se deseja realizar a redução de medidas, com agulhas de tamanhos diferentes e de acordo com a camada de gordura presente na área de tratamento.

A espessura da agulha pode variar de 25 ou 30mm, as agulhas de maior calibre concentram uma energia maior, trazendo mais resultados e sempre são utilizadas em pares, para que haja o fechamento do campo elétrico (lembrando que essas agulhas são em aço inoxidável e totalmente descartáveis).

O tempo de aplicação da técnica é de 50 minutos de acordo com a indicação de Guirro & Guirro e outros autores, sendo que a melhor indicação, (como foi dito), é dividir esse tempo nas duas modulações de frequência.

A intensidade da corrente é aumentada de acordo com a sensibilidade do indivíduo. Ao longo do tempo da terapia há uma acomodação natural, sempre que essa houver, aumenta-se a intensidade chegando quase no limite do sensorial.

Um campo elétrico ocasionado pelas agulhas, altera a permeabilidade da membrana do adipócito, com isso, aumenta a eliminação dos triglicerídeos intra adipocitários para o interstício.

Efeitos fisiológicos da Eletrolipólise

Os efeitos fisiológicos da Eletrolipólise são: causar o aumento da temperatura, gerar modificação na polaridade da membrana celular, ativação da microcirculação, melhora da tonicidade da pele e a lipólise.

A corrente elétrica, que circunda pelo condutor (no caso as agulhas), realiza um trabalho com produção de calor. O aumento da temperatura, que é produzido na Eletrolipólise, não atinge o tecido orgânico, isso porque se trata de uma intensidade muito baixa, porém suficiente para uma vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo na região.

Com isso, será estimulado o metabolismo celular local facilitando a queima de calorias e melhora do trofismo celular. Este efeito fisiológico é chamado de Efeito Joule.

O efeito eletrolítico é realizado pelo campo elétrico gerado por esta corrente da Eletrolipólise, que induz o movimento iônico e traz modificações na polaridade da membrana celular, consumindo energia destas células. Este consumo gera queima calórica.

Efeito de estimulo circulatório: é o rápido aumento da temperatura que se instala na região de tratamento devido ao efeito joule, que contribui para uma vasodilatação, já que a corrente causa um estimulo direto nas inervações gerando uma ativação da microcirculação local.

Efeito neuro-hormonal: nada mais é que a ativação da enzima hormônio-dependente triglicerideolipase, que, em última análise, promove a lipólise, por gerar a quebra de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol. A Eletrolipólise, via corrente elétrica, envia sinais para o Sistema Nervoso Autônomo Simpático para liberação de catecolaminas, e ativa os receptores β-adrenérgico estimulando a adenilato ciclase na conversão do ATP (Adenosina trifosfato) em AMP cíclico intra adipocitário, favorecendo a lipólise. Mas este efeito fisiológico iremos estudar mais a fundo.

Composição do tecido adiposo

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O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo com predominância de adipócitos (células adiposas). Esta célula acumula lipídios e seu conteúdo é composto basicamente por 3 moléculas de ácido graxo e 1 molécula de glicerol, sendo nomeado de Triacilglicerol, ou o famoso triglicerídeo. Todos esses unidos dentro da célula de gordura.

As principais funções do tecido adiposo são: auxiliar no isolamento térmico, ajudar a proteger os órgãos contra traumas externos e ser a principal fonte de energia do metabolismo.

Como funciona a lipólise estimulada pela Eletrolipólise?

A ação lipolítica inicia-se com a estimulação elétrica do sistema nervoso simpático, onde ocorre a liberação da catecolamina, essa libera adrenalina e noradrenalina, que são captadas pelos receptores β-adrenérgico nas membranas celulares e passam a estimular as duas enzimas lipolíticas principais LSH (lípase sensível a hormônio) e LPL (lipoproteína lípase), que atuam respectivamente no interior dos adipócitos e nas lipoproteínas que são ricas em triglicerídeos (TG).

A ação da LSH, causa a liberação do glicerol (glicerol livre) e do ácido graxo livre (AGL) na circulação sistêmica. Os ácidos graxos livres, são captados pela albumina para obtenção de energia para os músculos, no caso da realização de atividades físicas, ocorre logo após. Já o glicerol liberado, vai para o fígado para ser metabolizado. Caso não haja queima metabólica com prática de atividade física, os produtos liberados ficam circulantes para uma produção de corpos cetônicos ou formarem novos triglicerídeos.

Sabendo disso, para obtenção de melhores resultados em todos os artigos científicos que foram publicados com este tema, os pacientes foram submetidos a atividade física aeróbica de 30 a 60 minutos logo após a sessão de Eletrolipólise, para que houvesse o gasto energético da energia (ATP), liberada pela lipólise. Além de uma dieta restrita com o acompanhamento de um profissional nutricionista ou com uma orientação de um profissional adequado.

Resultados da Eletrolipólise

Em um tratamento, foram realizadas 18 sessões de Eletrolipólise, feitas 2 vezes por semana por 50 minutos, obtendo uma redução total de 19,86% de tecido adiposo local.

Um outro exemplo, foi um protocolo de Eletrolipólise onde foram realizados 10 sessões (1 vez por semana), por 50 minutos com frequência de 30Hz. As áreas escolhidas para o tratamento foram abdômen inferior e flancos.

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Nas medidas realizadas com fita métrica foi possível perceber uma redução de 1,5cm na perimetria supra umbilical; redução de quase 4cm na perimetria infra umbilical; e redução de quase 2cm na perimetria umbilical.

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Já nesta segunda tabela, foi realizada uma mensuração com um Ultrassom de Imagem, onde se observou uma redução significativa de gordura em flancos.

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Este tratamento mostrado acima, foi realizado com 20 sessões de Eletrolipólise por 50 minutos com frequência de 30Hz duas vezes na semana. A cliente seguiu uma orientação alimentar com restrição de carboidratos nos dias das sessões e atividade física leve a moderada (caminhada) de 40 minutos 3 a 4 vezes na semana.

O tratamento realizado neste caso durou 10 semanas e as fotos foram tiradas com intervalos de 6 meses. Isso nos mostra que após mais de 3 meses do término do tratamento, a cliente ainda obteve resultados satisfatórios, mantendo a redução das medidas. Acredita-se que este resultado satisfatório e essa indução ao emagrecimento se dá à liberação dos hormônios que ocorrem via sistema nervoso.

Tecnologias utilizadas nas associações da Eletrolipólise

As tecnologias mais utilizadas hoje em dia nas associações são:

Correntes de fortalecimento muscular (visando a melhora da tonicidade muscular, trazendo ao indivíduo mais resistência e condicionamento);

Ultrassom (trabalhará mais lipólise, potencializando os resultados, porém deverá se ter um cuidado, pois haverá maior liberação de ácido graxo e glicerol);

Ultracavitação ou Lipocavitação (essas tecnologias estimulam a apoptose celular, o que traz para a área de tratamento um resultado mais duradouro por estimular a morte celular);

Carboxiterapia (dependendo de como será feita a aplicação, em qual plano dérmico, podemos estimular a lipólise ou estimular a produção de colágeno para melhorar a qualidade da pele do indivíduo);

Massagem Modeladora (auxilia na remodelagem tecidual, se utilizada com produtos que contenham princípios ativos lipolíticos, esses auxiliarão na lipólise);

Drenagem Linfática (uma associação que auxiliará para redução na retenção dos líquidos e melhora de toda a circulação sanguínea e linfática);

Endermoterapia (é uma técnica de massagem mecânica que atua diretamente no tecido conjuntivo, tornando-se uma extensão da mão, ativando a circulação sanguínea para uma remodelagem corporal e gerando mecanotransdução do sinal nos fibrablastos, já quando a endermoterapia é utilizada para realizar drenagem linfática, as pressões são reduzidas trabalhando apenas no carregamento da linfa para os gânglios, gerando a redução do edema local);

Radiofrequência (será associada aos tratamentos que o indivíduo necessitar também de trabalho na pele, para melhorar a flacidez, com estímulos na produção de colágeno);

Criolipólise (poderá ser associada em algumas áreas do corpo, quando o indivíduo tiver um acúmulo de gordura localizada muito compactado, com esta técnica poderemos obter um resultado mais rápido após a ação da criolipólise).

Cuidados e restrições

Ainda é importante entender que este como todos os outros tratamentos, quando falamos em utilização de corrente elétrica, possuem algumas contraindicações e todo profissional deverá ficar atento a elas, que são:

  • Portadores de marcapasso;
  • Gestantes;
  • Processos infecciosos ou inflamatórios;
  • Patologias circulatórias graves (uso de medicação anticoagulante);
  • Insuficiência cardíaca, renal ou hepática grave;
  • Neoplasias;
  • Epilepsia;
  • Aversão ao uso de agulhas;
  • Qualquer tipo de lesão na área de tratamento.

Existem alguns sinais de que indicam caso a técnica não esteja sendo feita corretamente, como por exemplo: o paciente sentir dor no momento de colocação da agulha. Como ela é colocada no tecido subcutâneo, o indivíduo não sente desconforto algum e caso sinta, está errado. Por isso, caso aconteça, é necessário retirar a agulha e introduzi-la novamente.

Caso durante a sessão o paciente relatar espasmos ou contrações musculares, é um sinal de que a agulha está muito perto ou na musculatura, o que é errado. Caso aconteça, retire a agulha e faça novamente a técnica.

Um outro sinal de que algo deu errado é no momento de retirada na agulha, após o término da sessão, havendo então um sangramento excessivo. Este é um sinal de que houve o rompimento de um vasinho e gerou este extravasamento de sangue, não é comum acontecer, porém não é um erro grave, mas ficará um hematoma na região.

Hoje no mercado da estética e da fisioterapia dermato-funcional, se fala muito em associações.

Quando pensarmos em associações para a técnica de Eletrolipólise temos que levar em consideração primeiramente uma boa avaliação do paciente / cliente, entender qual é a real necessidade deste indivíduo para que as associações entrem para potencializar o tratamento e os resultados, mas sempre tomando o cuidado com as contraindicações e as reações que podemos causar (ainda mais quando falamos em lipólise), para que não haja sobrecarga no fígado.

Conclusão

A Eletrolipólise é um processo que auxilia para a perda de gordura acumulada no corpo, além de auxiliar para a eliminação de medidas.

Sabendo de todas essas técnicas em conjunto com as associações e suas potencializações com a Eletrolipólise, só nos cabe agora as “mãos à obra”, ou melhor, mãos às agulhas!

Mas não se esqueça de tomar todos os devidos cuidados para que esse tratamento seja realizado de forma eficaz, garantindo os benefícios que essa intervenção pode proporcionar ao paciente.

Grupo VOLL

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