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A fisioterapia para idosos ou geriátrica é uma área voltada especificamente para tratamento, prevenção e reabilitação de pacientes idosos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a idade considerada idosa é estabelecida conforme o nível socioeconômico de cada nação.

Em países em desenvolvimento (como o Brasil) é considerado idoso aquele que tem 60 anos ou mais de idade.

Objetivos da fisioterapia para idosos

O objetivo da fisioterapia para idosos varia segundo a patologia e as limitações que a idade do paciente apresenta.

De uma maneira geral a fisioterapia para idosos possui:

Objetivos Gerais

A fisioterapia tem como objetivo geral permitir que o idoso mantenha uma boa qualidade de vida dentro das limitações que a patologia ou a idade lhe impõe. De tal modo que o idoso realize suas atividades cotidianas sem a ajuda de cuidadores e familiares.

Objetivos Específicos

  • Aumentar a força muscular
  • Melhorar a flexibilidade
  • Melhorar o equilíbrio
  • Melhorar a qualidade de vida
  • Melhorar a coordenação motora
  • Prevenir o risco de quedas
  • Prevenir complicações respiratórias
  • Prevenir complicações cardiovasculares
  • Promover independência funcional

Benefícios da fisioterapia para a qualidade de vida do idoso

O exercício físico pode aumentar a aptidão física de idosos e das funções essenciais. A fisioterapia trabalha estimulando a realização de exercícios físicos para a parte motora e respiratória.

O aumento das capacidades físicas promovem uma melhora significativa nas atividades de vida diária, reduzindo a fadiga a pequenos esforços. Execícios como força, flexibilidade, potência aeróbia, equilíbrio e coordenação.

A fisioterapia também é benéfica em relação aos riscos de quedas e acidentes. Além de reduzir a vulnerabilidade e fragilidade causada pela inatividade, minimiza as mudanças biológicas trazidas pelo envelhecimento. E ajudam no controle de doenças crônicas, favorecendo a estimulando o idoso a ter uma qualidade de vida muito melhor.

Tipos de fisioterapia geriátrica

Fisioterapia para idosos com alzheimer

A fisioterapia no tratamento de idosos com Alzheimer visa prevenir as contraturas articulares, mobilizar as secreções pulmonares, prevenir os encurtamentos musculares e manter a massa muscular para prevenção de atrofias, com o objetivo de melhorar o equilíbrio e a marcha e prolongar o tempo de independência do paciente.

O fisioterapeuta deve avaliar todos os itens como amplitude articular, força muscular, alterações posturais e capacidade respiratória. Além disso, os itens relacionados à psicomotricidade também devem ser avaliados como coordenação, equilíbrio, marcha, labilidade, autopercepção, imagem corporal e funções de vida diária.

Em fases mais tardias do Alzheimer, quando o idoso apresenta maior comprometimento, a mobilidade muitas vezes só pode ser avaliada de forma passiva.

As técnicas de fisioterapia utilizadas no idoso com Alzheimer são as mesmas utilizas em pacientes da terceira idade que não apresentam demência: alongamentos, exercícios ativos, resistidos e passivos (em casos avançados), treino de equilíbrio, coordenação e marcha, técnicas de higiene brônquica e exercícios respiratórios. Eletroterapia e termoterapia podem ser utilizados caso o idoso apresente algum sintoma de dor ou edema.

A cinesioterapia é utilizada para manter ou melhorar a força muscular e amplitude de movimento. Nas fases iniciais um programa de alongamento, exercícios aeróbios e de fortalecimento com carga são indicados para prevenção de problemas osteoarticulares e cardiovasculares.

Por mais que as técnicas utilizadas sejam as mesmas, a maneira de abordá-las exige habilidade especial por parte do terapeuta. O paciente pode parecer desinteressado durante a terapia pois ele não tem a capacidade de entender que as alterações no seu corpo podem afetar a sua saúde.

Para facilitar, o fisioterapeuta deverá explicar tudo de forma clara e simples. As instruções para realização dos exercícios também devem ser claras e simples, pois o emprego de palavras diferentes pode confundir o paciente.

Os objetivos primários para o tratamento de um idoso com Alzheimer são melhorar a qualidade de vida, maximizar o desempenho funcional dos pacientes e promover o mais alto grau de autonomia factível em cada um dos estágios da doença.

Fisioterapia para idosos em grupo

A fisioterapia em grupo torna-se um grande auxílio na manutenção da qualidade de vida para pessoas da terceira idade.

Durante a terapia, exercícios de alongamento, fortalecimento, equilíbrio e coordenação são realizados em grupo, deixando o atendimento mais lúdico e estimulante, trazendo benefícios físicos e também psicológicos para a saúde do idoso.

Inicialmente é necessária uma avaliação para que o fisioterapeuta possa analisar o grau de comprometimento do idoso para saber se ele está ou não apto para realização de atividades em grupo.

Caso esteja apto, o fisioterapeuta pode montar grupos específicos segundo as limitações de cada um, para facilitar a terapia. Exemplo: Grupo de Alzheimer, Grupo de AVC, Grupo de Parkinson, etc…

De acordo com o grupo o fisioterapeuta pode traçar objetivos específicos ou traçar objetivos gerais, caso possua um grupo misto.

Os objetivos da fisioterapia para idosos em grupo são:

  • Aumentar a flexibilidade
  • Melhorar a força muscular
  • Melhorar a capacidade pulmonar
  • Melhorar o equilíbrio
  • Melhorar a coordenação
  • Melhorar a qualidade de vida

Fisioterapia para idosos com pneumonia

Mesmo com as últimas tecnologias em medicina diagnóstica e das novas terapias as infecções respiratórias ainda são extremamente preocupantes entre os idosos. Considerada o “inimigo especial da velhice”, a pneumonia é uma doença com incidência elevada e alta taxa de mortalidade.

A fisioterapia respiratória, junto com uma equipe multidisciplinar, é capaz de tratar e reabilitar um idoso com pneumonia de forma eficaz e segura.

Para isso o fisioterapeuta pode utilizar manobras de higiene brônquica e drenagem postural para mobilização de secreções, estímulo de tosse para retirada das secreções (ou aspiração caso o idoso esteja intubado), exercícios de reexpansão torácica e exercícios respiratórios para melhorar a mecânica respiratória, aumentar a ventilação pulmonar, aumentar o fluxo expiratório e melhorar a oxigenação.

Fora isso, o fisioterapeuta pode entrar com uma conduta de fisioterapia motora para prevenir complicações originadas do imobilismo da internação como atrofias musculares, encurtamentos, contraturas articulares e úlceras de decúbito.

Para esses objetivos pode-se realizar exercícios ativos ou passivos (caso o idoso esteja muito comprometido), alongamentos, mobilizações articulares, mudanças de decúbito e posicionamento correto no leito.

Fisioterapia para idosos com artrose

A artrose é uma doença degenerativa que consiste em uma sequência de alterações que envolvem os tecidos da cartilagem articular, da membrana sinovial e do osso subcondral. Em sua forma primária pode-se observar além das lesões da cartilagem uma falência dos demais tecidos das articulações diartrodiais.

A prevalência da artrose aumenta com a idade, sendo muito frequente após os 60 anos. Aos 75 anos de vida ou mais, cerca de 85% dos indivíduos tem evidência clínica ou radiológica da doença.

É necessária uma avaliação minuciosa a respeito das condições articulares do paciente e deve-se ter uma atenção especial à grande apresentação de comorbidade encontrada entre os pacientes idosos. Como exemplo, a investigação de uma hipertensão arterial ou osteoporose deve acontecer para direcionar sobre quais exercícios cinesioterápicos são indicados para o paciente em questão.

De uma maneira geral, os objetivos do tratamento fisioterapêutico no idoso com artrose são:

  • Diminuir a dor
  • Diminuir a rigidez articular
  • Diminuir a sensação parestésica
  • Aumentar a funcionalidade
  • Manter a aumentar a força muscular
  • Aumentar a estabilidade articular
  • Aumentar a propriocepção e sensação cinestésica

Para conseguir esses objetivos o fisioterapeuta pode prescrever exercícios de alongamento e fortalecimento com exercícios ativos e resistidos, mobilizações articulares, treinos de propriocepção e estimulação cinestésica.

A eletroterapia e termoterapia podem ser utilizados para controle de dor, aumento da extensibilidade do colágeno e diminuição da rigidez articular. Porém o calor é o contraindicado quando houver algum componente inflamatório evidente, situação em que a crioterapia deve ser preferida.

Além dessa conduta o fisioterapeuta deve orientar o paciente sobre as vantagens da prática da atividade física orientada, recomendar e treinar o uso de órteses para reduzir a descarga de peso, promover a melhora do alinhamento articular e reduzir as instabilidades articulares do paciente.

O plano de tratamento deve estimular o paciente a ter uma vida melhor, permitindo-o que exerça suas atividades com autonomia.

Fisioterapia para idosos com AVC

O AVC se caracteriza por uma incapacitação súbita da circulação cerebral causada por um bloqueio parcial ou total de um ou mais vasos sanguíneos cerebrais. Quando as células do cérebro ficam sem oxigênio por um determinado tempo, ocorre a destruição da célula e morte do tecido cerebral.

De acordo dom a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, o AVC é a primeira causa de óbito no Brasil.

Inicialmente é necessária uma avaliação completa para identificar quais foram as sequelas originadas pelo AVC, para que o fisioterapeuta possa traçar sua conduta de acordo com as limitações que o paciente apresenta.

É importante começar a fisioterapia o quanto antes, para aproveitar o momento em que a neuroplasticidade ocorre de forma mais intensa.

Os objetivos gerais da fisioterapia para idosos com AVC:

  • Diminuir a espasticidade
  • Manter a amplitude de movimento do membro acometido
  • Manter e ganhar força muscular do membro acometido
  • Melhorar o equilíbrio
  • Treinar a marcha
  • Alongar e fortalecer os membros não acometidos
  • Prescrever órteses e dispositivos auxiliares de marcha quando necessário
  • Promover independência funcional

Para diminuir a espasticidade exercícios de alongamento e a termoterapia por calor e frio podem ser utilizados. O FES e o TENS também apresentam bons resultados na diminuição da espasticidade.

No membro acometido, mobilizações articulares e alongamentos devem ser realizados em todos os planos articulares para manutenção da amplitude de movimento, sempre respeitando o limite de dor do paciente.

Em um paciente com hemiplegia exercícios passivos e estimulação elétrica funcional (FES) devem ser realizados para manutenção de força de muscular com o objetivo de evitar atrofias.

Já nas hemiparesias os exercícios ativos, ativos-assistidos e resistidos devem ser realizados para ganho de força muscular.

Treinos de propriocepção e equilíbrio devem ser realizados como uma preparação para um futuro treino de marcha, que deve ser prescrito caso o paciente apresente prognóstico para isso. Pacientes que não possuem prognóstico de marcha devem ser estimulados a manter o ortostatismo por alguns minutos por dia.

O lado não acometido deve realizar treinos de alongamentos e fortalecimento intensos, pois a sobrecarga em cima do lado saudável será maior e a musculatura precisa estar forte e preparada para o excesso de uso.

Órteses devem ser prescritas para evitar contraturas musculares em membros superiores e inferiores. Andadores, muletas e bengalas podem ser indicadas para auxílio de marcha caso seja necessário.

O objetivo é tentar oferecer ao paciente uma independência funcional dentro das limitações que a hemiplegia/hemiparesia lhe impõe.

Porém é importante lembrar que idosos costumam apresentar uma evolução mais lenta e as limitações da doença junto com as limitações da idade podem não permitir que a independência funcional aconteça de forma satisfatória.

Reabilitação através da fisioterapia para idosos

A fisioterapia para idosos trabalha também na reabilitação das mais diversas patologias neurológicas, ortopédicas e respiratórias.

Na neurologia as doenças mais comuns nos idosos são o Acidente Vascular Encefálico (AVC), Doença de Parkinson e Alzheimer.

No AVC a fisioterapia tem como objetivo principal manter a independência funcional e qualidade de vida dentro das limitações causadas pela hemiplegia/hemiparesia.

Na Doença de Parkinson, doença degenerativa e progressiva que apresenta sintomas de lentificação, tremor de repouso, rigidez muscular e instabilidade postural, a fisioterapia tem como objetivo tratar os distúrbios já apresentados pelo paciente e adiar as complicações originadas pela progressão da doença.

No Mal de Alzheimer, a fisioterapia visa manter o idoso o mais ativo e independente possível. De tal modo que haja uma melhora na qualidade de vida segundo as limitações em cada fase da doença.

No processo de reabilitação neurológica são utilizados os recursos de cinesioterapia, eletroterapia, termoterapia, técnicas manuais e técnicas específicas.

As doenças ortopédicas mais comuns na fase senil são as artroses, artrites e osteoporoses.

Todas essas doenças são degenerativas e o objetivo da fisioterapia nesses casos é tratar a fase aguda da doença e entrar com um programa de prevenção para impedir que a doença progrida.

Idosos possuem um alto índice de quedas causados por déficit de equilíbrio, fraqueza muscular ou alterações cognitivas, por isso são muito propensos a sofrer fraturas devido as quedas.

A fisioterapia trabalha diretamente no processo de reabilitação de fraturas de idosos, para restabelecer a função muscular do membro fraturado.

Para reabilitação ortopédica de idosos são utilizados os recursos de cinesioterapia, eletroterapia, termoterapia e técnicas manuais.

Na parte respiratória, a pneumonia é a doença mais comum entre os idosos e a fisioterapia pode trabalhar na reabilitação da doença com manobras de higiene brônquica e tosse assistida para retirada de secreções, em um processo multidisciplinar de tratamento.

A fisioterapia respiratória também está indicada para qualquer idoso que apresente algum tipo de comprometimento pulmonar, agudo ou crônico. Pacientes idosos tem mais propensão a desenvolver limitações da função respiratórias após serem submetidos a grandes cirurgias, quadros infecciosos ou neurológicos e períodos prolongados de internação.

Esses pacientes, após a alta hospitalar, devem receber uma atenção especial do fisioterapeuta respiratório no tratamento das disfunções agudas e na prevenção de recidivas dos quadros infecciosos pulmonares.

As técnicas de manobras de higiene brônquica, reexpansão torácica e reeducação respiratória são as condutas indicadas nesses casos. Fora isso, exercícios de alongamento, fortalecimento muscular e condicionamento físico aumentam a mobilidade torácica e a eficiência do ato respiratório e funcionalidade global.

Como montar um plano de fisioterapia para idosos – exercícios

Os exercícios indicados para idosos devem ser sempre pensados de forma simples, porém eficaz.

Os exercícios precisam ser de fácil entendimento, para que o idoso entenda como o exercício deve ser realizado, e de fácil execução, para que ele possa realiza-lo mesmo com suas limitações.

Cada idoso é diferente e por isso cada plano de fisioterapia deve ser montado individualmente, após uma avaliação minuciosa em que todas as limitações e dificuldades possam ser identificadas, a fim de traçar uma conduta que seja especial para a reabilitação do idoso em questão.

Os idosos geralmente apresentam mais que uma queixa principal, apresentando uma série de problemas e sintomas. O fisioterapeuta precisa ter o tato de identificar qual o problema principal. Após identificar, trace sua conduta por etapas, mas sempre com um objetivo final que é melhorar a qualidade de vida.

Após uma avaliação completa, um plano de fisioterapia é traçado de acordo com as queixas apresentadas pelo paciente e identificadas pelo fisioterapeuta.

Exercícios idosos para o equilíbrio

Exercício 1

Idoso em pé, de frente para uma cadeira segurando-a com as duas mãos pelo encosto.

Realize a abdução de quadril de um lado e tente se equilibrar apenas com a perna que está apoiada. Realizar o mesmo exercício do outro lado.

Com a evolução, solicitar que segure a cadeira com 1 só mão. Depois, trocar a cadeira por um bastão e por fim, realizar o mesmo exercício sem nenhum apoio de membro superior.

Exercício 2

Idoso sentado em uma cadeira.

O fisioterapeuta deve jogar uma bola para o idoso em diversas direções, para que ele se desloque para tentar pegá-la.

Com a evolução, trocar a cadeira por uma bola suíça. Por fim, realizar o mesmo exercício em pé.

Trabalho e especialização na fisioterapia para idosos

A população de idosos brasileiros está crescendo consideravelmente. A cada ano que passa expectativa de vida aumenta e junto com ela vem o medo da incapacidade física, da dependência e da perda de autonomia. E em muitos casos o processo natural de envelhecimento vem acompanhado pela diminuição da capacidade funcional do nosso organismo.

Esse medo faz com que as pessoas estejam se cuidando mais. A fim de evitar que essa diminuição natural de capacidade funcional possa causar alterações irreversíveis que culminem num possível processo de dependência funcional.

Há uma preocupação maior com a saúde e isso faz com que sua expectativa de vida cresça ainda mais.

Nos próximos anos os profissionais que cuidam de idosos vão ser cada vez mais requisitados, já que haverá uma população maior para ser tratada e principalmente, uma população que quer ser tratada.

A área de fisioterapia em geriatria vem crescendo a cada dia e tem potencial para crescer ainda mais, já que trabalha diretamente não só no tratamento, mas também na prevenção de doenças em idosos.

O fisioterapeuta geriatra pode trabalhar diretamente com o idoso na área de home care (fisioterapia domiciliar), em hospitais, asilos, centros de reabilitação e centros de atenção ao idoso.

Para trabalhar nessa área, o fisioterapeuta precisa fazer uma especialização em Fisioterapia em Geriatria e Gerontologia.

Profissionais envolvidos na fisioterapia para idosos

Toda uma equipe multidisciplinar é responsável pela manutenção da saúde dos idosos. Os principais profissionais envolvidos na área de geriatria são:

  • Geriatras
  • Neurologistas
  • Enfermeiros
  • Fisioterapeutas
  • Nutricionistas
  • Psicólogos
  • Farmacêuticos
  • Terapeutas ocupacionais
  • Dentistas

Cuidados especiais durante o tratamento de fisioterapia para idosos

Um idoso merece uma atenção especial durante a sessão de fisioterapia, que já começa durante a avaliação.

A anamnese de um idoso requer um tempo maior, pois pode apresentar diversos sintomas não específicos, dificultando o foco da anamnese. As deficiências sensoriais (alterações auditivas ou visuais) que são muito comuns em idosos também podem interferir no processo de avaliação. Muitas vezes o idoso pode não se lembrar dos sintomas ou achar que certas problemas:

  • crises de dispneia
  • perda de visão
  • incontinência urinária

E de fato são “normais da idade”, mas por vergonha ou outro motivo pode acabar não comentando com o fisioterapeuta.

É importante explicar para o idoso que qualquer sintoma é importante e que nenhum deles deve ser considerado normal.

Durante a terapia é necessário tomar alguns cuidados de acordo com as alterações que o idoso apresenta. Como exemplo, se o paciente apresenta alteração sensorial originada por uma diabetes, o uso de eletroterapia pode não ser indicada já que o idoso não saberá ao certo qual a intensidade ideal do aparelho, podendo causar lesões.

Também é necessário tomar cuidado com a pele do paciente idoso, que costuma ser bastante frágil. Ao usar eletrodos com fita adesiva, dê preferência para fitas de micropore que não machucam a pele.

Idosos com alterações cognitivas precisam de atenção extra, já que muitas vezes eles podem não conseguir falar sobre seus sintomas ou expressar sentimentos de dor ou desconforto durante a terapia. O fisioterapeuta precisa conversar com o idoso ou com o familiar a fim de identificar a melhor forma de comunicação paciente-terapeuta para que a sessão de fisioterapia ocorra sem intercorrências.

Antes de cada sessão de fisioterapia é necessário avaliar a frequência cardíaca, frequência respiratória e pressão arterial. A partir da avaliação, podemos verificar se os dados estão dentro da normalidade.

Após a sessão uma nova avaliação deve ser realizada para analisar se não houve aumento significativo da pressão arterial ou das frequências cardíacas e respiratórias consideradas fora do normal. Caso haja qualquer intercorrência o idoso deverá ser encaminhado para avaliação médica.

Fisioterapia preventiva para idosos

Mais do que tratar, é importante prevenir doenças nos idosos para uma melhor promoção de saúde. Assim, eles terão a oportunidade de ter uma melhor qualidade de vida.

Quando os idosos completam 80 anos a incidência de deficiências aumenta exponencialmente, chegando a alcançar mais da metade da população. Essas deficiências estão altamente relacionadas ao movimento (deslocamento, utilização das mãos e etc).

A fisioterapia preventiva é muito indicada para manter e melhorar os bons estados de saúde e prevenir deficiências nas populações de idosos.

Preservando a função motora do idoso

Sessões de fisioterapia individual podem ser realizadas, porém as sessões em grupo são mais prazerosas e estimulantes para os idosos, sendo não só uma terapia motora, mas também uma terapia de interação social.

As sessões de fisioterapia preventiva devem durar entre 50 e 55 minutos e devem ser realizadas pelo menos duas vezes por semana, porém o ideal é que sejam realizadas três vezes por semana.

Durante a sessão devem ser prescritos exercícios de aquecimento, alongamento dos principais grupos musculares e exercícios de força e mobilidade global.

Exercícios de coordenação, agilidade e equilíbrio também devem ser prescritos, utilizando materiais como bolas, halteres, massas e etc., combinando com jogos e brincadeiras lúdicas e cooperativas.

É importante acrescentar alguns momentos de repouso entre os exercícios para evitar a sobrecarga e o cansaço excessivo.

A fisioterapia preventiva ajuda a prevenir síndromes frequentes em indivíduos idosos como:

  • Doenças do sistema respiratório (obstrução de passagem de ar, diminuição da elasticidade do parênquima, alterações musculoesqueléticas do tórax);
  • Doenças do aparelho locomotor (alterações na coluna vertebral e em grandes articulações, perda de força e potência muscular, diminuição da amplitude de movimento, transtornos neurológicos com expressão locomotora);
  • Síndromes vasculares centrais e periféricas (hipertensão, vasculites periféricas e arteriosclerose).

Fisioterapia para idosos acamados

O objetivo da fisioterapia para idosos acamados é prevenir as complicações causadas pelo imobilismo no leito.

Exercícios de alongamento são indicados para prevenção de encurtamentos e contraturas musculares. As órteses também podem ser utilizadas para prevenção de contraturas.

Para prevenir as atrofias os exercícios de fortalecimento são indicados. Se colaborativo e apresentar um bom grau de força muscular os exercícios podem ser ativos e resistidos, com cargas leves. Em idosos não colaborativos ou com alto grau de fraqueza muscular os exercícios passivos devem ser realizados.

A fisioterapia respiratória deve ser realizada para prevenir complicações respiratórias. As manobras de higiene brônquica, drenagem postural e tosse assistida são indicadas para mobilização e retirada de secreções.

Exercícios de reexpansão pulmonar e fortalecimento de músculos respiratórios são indicados para melhorar a mecânica pulmonar, a oxigenação e aumentar a ventilação pulmonar.

O idoso deve sempre ser posicionado de forma correta no leito e a mudança de decúbito deve ocorrer a cada duas horas para prevenção de escaras.

O fisioterapeuta deve ainda orientar os cuidadores e familiares a respeito dos cuidados de posicionamento e mudança de decúbito e sobre a realização de alguns exercícios nos dias em que não há sessão de fisioterapia.

EXTRA – Quanto ganha um fisioterapeuta para idosos – salário

O salário de um fisioterapeuta varia de acordo com a região e o tipo de serviço para qual ele trabalha. Seja em hospital, asilo, centro de reabilitação, etc.

Em média, um fisioterapeuta geriatra ganha aproximadamente o piso salarial da fisioterapia, em média R$2.390,00.

Conclusão

A fisioterapia para idosos está em constante crescimento já que a população de idosos e a expectativa de vida aumenta mais a cada dia.

Atualmente os idosos estão cada vez mais preocupados com a saúde. Há uma procura maior por terapias para tratamento e prevenção de doenças, com o objetivo ter uma boa qualidade de vida por mais tempo.

Os profissionais da área de gerontologia são os responsáveis pela manutenção da saúde dos idosos e a fisioterapia em geriatria pode ser considerada uma das profissões do futuro, já que segundo o IBGE, entre 2010 e 2050 a população de idosos triplicará. E quanto mais idosos, mais fisioterapeutas geriatras serão necessários para promoção de saúde.

Leia também:

Como Liberar o Ponto-Gatilho e Aliviar a Dor
A Influência da Postura Corporal na Qualidade de Vida
Tratamento Fisioterapêutico da Síndrome do Trato Iliotibial

 

Bibliografia
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  4. ANJOS, A.C.F et al. Abordagem Clínica e Fisioterapêutica em pneumonia: um estudo da literatura brasileira. In: Simpósio de Saúde Pública da Região Sudoeste: O SUS e a saúde do idoso, 1, 2012, Jequié, BA. Anais (on-line). Disponível: http://files.simposiosp.webnode.com/200000082-53334542d9/15_18%20ABORDAGEM%20CL%C3%8DNICA%20E%20FISIOTERAP%C3%8AUTICA%20EM%20PNEUMONIA_%20UM%20ESTUDO%20DA%20LITERATURA%20BRASILEIRA.pdf Acesso em 15/05/2017.
  5. FERREIRA, F.F.P; IZZO, H; FILHO, W.J. Impacto da capacidade física na saúde percebida entre idosos em velhice avançada. Revista Saúde Coletiva, São Paulo, 4, n. 17, p. 154-257, 2007.
  6. http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,populacao-idosa-vai-triplicar-entre-2010-e-2050-aponta-publicacao-do-ibge,10000072724

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