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Você sabia que a Espondilite Anquilosante pode acometer diversas regiões do corpo? Por isso quando diagnosticada, é importante realizar um bom tratamento para ser obter uma reabilitação eficaz. Mas como a Fisioterapia auxilia para este tratamento?

Nesta matéria separei os principais tipos de tratamentos fisioterapêuticos que auxiliam para a reabilitação da Espondilite Anquilosante e de que maneira cada uma dessas atua. Continue lendo e confira!

O que é a Espondilite Anquilosante?

A Espondilite Anquilosante (EA), é uma doença crônica de caráter reumatológico que atinge principalmente o esqueleto axial e articulações, como: a sacrilíaca, ombro, tornozelo, joelhos, entre outras.

É desenvolvido um quadro inflamatório nas regiões próximas as articulações, fadiga muscular, calcificação e alteração postural, além de em casos avançados um provável desenvolvimento de comprometimento cardiovascular e respiratório. A causa da doença é atualmente desconhecida, mas há um peso grande do fator genético.

Essa patologia pode ocasionar, entre diversas disfunções, uma restrição funcional e um quadro doloroso, devido a calcificação das articulações principalmente as da coluna. Quando há um avanço na doença a coluna desses pacientes é nomeada como coluna de bambu, pois nos exames de imagem a coluna vertebral fica semelhante a imagem de um bambu, pois as vertebras se fundem.

Na grande maioria dos casos, a espondilite anquilosante inicia geralmente com aparecimento de uma inflamação na região sacrilíaca, muitas vezes só encontrada através de ressonância magnética.

Nessa doença reumatológica, existe um quadro doloroso bem acentuado que é um dos causadores da limitação funcional e do quadro psicológico. Há casos em que a EA vem acompanhada de outros sintomas além dos articulares, como: uveítes, psoríase, reto colites, padrão respiratório restrito, cefaleias.

Existem diversos meios de avaliação dos pacientes com espondilite anquilosante, alguns deles são:

  • BASDAI (Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index) é considerado um dos mais usados e avalia a progressão e atividade da patologia;
  • BASFI (Bath Ankylosing Spondylitis Functional Index) avalia o caráter funcional do paciente portador e o quanto é afetado nas AVD’s (atividade de vida diárias);
  • Body Chart que avalia a dor do paciente através de locais marcados em um desenho pelo próprio indivíduo.
  • ASQoL (Ankylosing Spondylitis Quality of Life Questionnaire) que analisa a qualidade de vida específico do paciente com EA.
  • DFI (Dougados’ Functional Index) que avalia a capacidade funcional, mas não especifico da EA.

Prevalência: existe um fator genético? O que é o HLA B27?

A prevalência da doença é em homens, pardos, entre 15- 35 anos e que na maioria possui fator HLA-B27 positivo. O HLA-B27 é um fator genético que indica que o paciente tem traços genéticos que sinalizam predisposição a desenvolver doenças como a espondilite anquilosante. É analisado esse fator através de um exame de sangue.

Vale ressaltar que o paciente possuir o HLA B27 positivo não significa que obrigatoriamente vai desenvolvê-la e que existem casos de pacientes que não possuem o marcador genético e são diagnosticados com espondilite anquilosante. Em todo caso é sempre necessário a realização de outros exames clínicos e de imagem.

Tratamento

A espondilite anquilosante ainda não possui cura logo seus tratamentos se dão através de métodos para melhorar qualidade de vida do paciente e para diminuir ou estagnar a velocidade do progresso da doença.

Todos os tratamentos têm evidências clínicas, porém não são comprovados cientificamente que em todos os pacientes de espondilite anquilosante irão ser efetivos e que será um tratamento único para todos.

  • Farmacológico: O tratamento farmacológico mais aplicado nos dias atuais é o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) e imunobiológicos que vão desacelerar a evolução da doença e diminuir o quadro inflamatório e álgico. Assim como com outros fármacos o corpo se adequa e o efeito da medicação no organismo do indivíduo pode diminuir, então ainda tem muito o que explorar na descoberta de outros fármacos.
  • Psicológico: É uma doença que geralmente assusta e causa um impacto psicossocial no paciente. Existe uma necessidade em alguns casos também de acompanhamento psicológico para que haja uma aceitação e entendimento da doença.
  • Nutricional: existem estudos, como o de CHUNG, T.M. (1996), que mostram a importância da intervenção nutricional para a redução do processo inflamatório e redução da dor crônica. Já que é uma patologia que integra um quadro inflamatório e relacionado a inflamação e calcificação de regiões articulares, é necessário uma suplementação e mudanças alimentares na rotina do paciente, orientado por um nutricionista.

Um ponto muito importante para o tratamento desses indivíduos com espondilite anquilosante é que o mesmo deve ser multidisciplinar e com todos os profissionais envolvidos se comunicando e traçando uma linha de intervenção. A comunicação entre profissões traz avanços em qualquer tratamento partindo do princípio que você obterá mais informações e controle sobre o quadro clínico.

Além do tratamento farmacológico, nutricional e psicológico é indicado também o tratamento fisioterapêutico.

Tratamento fisioterapêutico na Espondilite Anquilosante

Não existe um tratamento ou protocolo fisioterapêutico único e centralizado, pois não há estudos suficientes que tenham notoriedade científica onde pode afirmar que sempre a fisioterapia tem efeito positivo e efetivo em todos os pacientes.

Pesquisas e relatos de caso mostram que a intervenção fisioterapêutica nesses pacientes acarreta em uma evolução ou manutenção da qualidade de vida e aspecto funcional do indivíduo. E através disso, com poucos estudos, a fisioterapia é classificada clinicamente como essencial junto aos fármacos para o tratamento da doença e prevenção dos sintomas.

Como explanado no início, a espondilite anquilosante é uma doença que afeta principalmente as articulações, em foco principal as articulações intervertebrais, que traz uma diminuição da capacidade funcional, alteração postural, quadro doloroso e consequente restrição nas atividades diárias do indivíduo.

Vale atentar que durante o quadro inflamatório agudo ativado da doença é aconselhado que se evite atividades como corridas, exercícios que sobrecarregue a coluna, saltos, abdominais, pois pode piorar o quadro álgico do paciente.

A partir desse ponto é indicado que seja frequente a realização de exercícios físicos, mas evitando aqueles que possuam alto impacto articular, seja na fase de agudização da dor ou não, para não sobrecarregar e nem ativar um quadro inflamatório.

A melhora na qualidade de vida e independência funcional do paciente com EA deve ser o objetivo principal do fisioterapeuta. Um ponto muito positivo do uso de técnicas e modalidades fisioterapêuticas para esses pacientes é o estímulo a movimentar o corpo que traz junto aos milhares benefícios, o prazer (endorfina) liberado pela atividade física realizada.

Exemplo de alguns tipos de modalidades fisioterapêuticas são:

  • Hidroterapia;
  • Reeducação postural global;
  • Eletroterapia;
  • Termoterapia;
  • Fototerapia;
  • Pilates;
  • Exercícios resistidos;
  • Exercícios domiciliares.

Hidroterapia

A Hidroterapia é uma modalidade terapêutica muito utilizada em patologias reumatológicas, como a EA, pois a água, principalmente quando aquecida, auxilia:

  • no relaxamento muscular;
  • diminuição de fadiga;
  • melhora da circulação sanguínea;
  • diminuição do quadro álgico;
  • e melhora da função respiratória.

Em consequência aos efeitos da submersão da água aquecida melhora a amplitude de movimento e torna mais efetivos os exercícios de fortalecimento muscular, além de ser uma atividade de baixo impacto nas articulações.

Além de todas essas vantagens, a hidroterapia é vista por alguns pacientes como uma terapia relaxante e que não trará aumento da dor.

Pilates

O pilates é uma atividade de baixo impacto ideal para esses pacientes.  A alteração postural é um dos sinais mais clássicos da patologia, logo, se é essencial atividades que trabalhem exercícios com atenção voltado à manutenção e correção postural.

Também existe um trabalho de relaxamento e de respiração que auxilia na diminuição das dores, melhoria do padrão respiratório restrito, em alguns pacientes, e na melhora de autoestima dos pacientes que tem que lidar com um diagnóstico difícil.

O profissional especializado sempre deve ficar atento a um quadro presente de fadiga muscular e de dor na definição de exercícios quanto a intensidade e execução. Quanto a frequência e tempo de duração da atividade varia de cada paciente e evolução do mesmo na atividade.

Eletrotermofototerapia

O uso de recursos, como: TENS (neuroestimulação elétrica transcutânea), FES (estimulação elétrica funcional), ultrassom, infravermelho, crioterapia, entre outras diversas modalidades terapêuticas, tem sua importância, pois quando associados a exercícios ou a fármacos (iontoforese) tem seus efeitos potencializados.

Esses recursos como já dizem, trabalham com ondas de choque estimulantes, ondas sonoras inaudíveis ao ser humano, infravermelho e uso da mudança térmica local para intensificar o tratamento.

Esses meios quando combinados com outras técnicas são ideais para:

  • redução da dor articular e muscular;
  • fortalecimento;
  • relaxamento;
  • melhora na amplitude de movimento.

Muitos deles principalmente o infravermelho, parafina e o uso da manta térmica, que trabalham com o calor, tem ação vasodilatadora onde acarreta uma melhora no quadro álgico e relaxamento muscular. Vale ressaltar a importância de que esses meios sejam aplicados por um profissional capacitado no manejo dessas técnicas e mecanismos.

RPG (Reeducação postural global)

O RPG é uma técnica fisioterapêutica que busca correção postural, alongamento muscular e melhora da amplitude de movimento. Como já citado, a EA tem como um dos sinais e evolução a alteração postural, que causa dor, aumento do quadro inflamatório e redução da qualidade de vida do paciente.

A aplicação dessa modalidade em pacientes com espondilite anquilosante traz muitos benefícios, principalmente na prevenção do avanço dos sinais e sintomas que afetam a funcionalidade e mobilidade.

O RPG age principalmente na correção/ manutenção postural, nos alongamentos de músculos que se encontram atrofiados e em problemas respiratórios que podem ser desenvolvidos na evolução da doença.

Exercícios resistidos assistidos

Em casos clínicos, onde foi aplicado exercícios com halteres, tornozeleiras, bolas suíças, faixas elásticas, entre outros meios de resistência, haviam resultados positivos na melhora postural, fortalecimento, diminuição de quadro álgico e aumento da estabilidade e equilíbrio. Nessas intervenções o maior objetivo era o fortalecimento da musculatura antagonista e agonista de um movimento, e a maioria estabilizadores postural.

Por exemplo, exercícios realizados em superfície instável como na bola suíça, trabalham o equilíbrio e a estabilidade da coluna desses pacientes. Assim evitando ou reduzindo uma alteração postural e as dores causadas pelo progresso da doença. Os exercícios e sua carga dependem de cada paciente e capacidade, vai desde a resistência 0 ou manual, até uso de cargas maiores.

A avaliação da amplitude de movimento (goniômetro), grau de força muscular (tabela de Oxford), mobilidade e capacidade funcional (Timed Up and Go ou Teste de sentar e levantar), equilíbrio (escala de equilíbrio de Berg) e da carga suportada pelo paciente, são alguns tipos de testes que se tornam essenciais para que não haja sobrecarrega articular e muscular e que seja alcançado o objetivo almejado pelo terapeuta e paciente.

Quanto a series e repetições não se tem um padrão pois depende de “N” fatores que deverão ser analisados, como a capacidade de entendimento e realização do paciente e complexidade dos exercícios.

Prescrição de exercícios em casa e atividade física

A importância da prescrição de exercícios, de acordo com CARDOSO, CAPELA, PIRES (2010), para esses pacientes é vantajosa quando se analisa que não há nenhum gasto financeiro e a simples execução, mas inicialmente se fazendo necessário o acompanhamento e detalhamento sobre os exercícios.

Orientar os pacientes a fazer exercícios em casa com segurança e de fácil realização é muito importante. Ao mesmo tempo, para que os exercícios sejam realizados de forma segura e sem risco de maiores lesões ao paciente, deve ser avaliado como é o ambiente domiciliar e se existe a possibilidade desses exercícios.

É necessário que o paciente além de frequentar sessões de fisioterapia tenha outro meio de realizar exercícios, seja em casa como um esporte dentro das possibilidades do quadro clínico.

Assim como esses exercícios em ambiente domiciliar, também é necessário que o paciente pratique atividade física, além da fisioterapia, e de acordo com suas limitações com acompanhamento de um profissional que nesse caso se encaixa um profissional de educação física.

Algumas das atividades que são recomendadas:

  • Natação;
  • Musculação;
  • Yoga;

Conclusão

Existe ainda uma carência em comprovação científica e estudos que afirmem ou tracem um protocolo único para todos portadores dessa doença. Mas quando a estudos clínicos, estão mostrando que cada vez mais a fisioterapia nesses pacientes tem uma gama de opções que podem trazer diversos benefícios, seja com o diagnóstico precoce da patologia ou tardio. Portanto, os tratamentos nesses pacientes devem sempre ser com acompanhamento profissional qualificado e que tenham controle e conhecimento do quadro clínico.

Referência 

  • CARDOSO, C.F.L.S.; CAPELA, J.I.L.D.A.; PIRES, E.S.D.M.A.- Papel Actual da Reabilitação na Espondilite Anquilosante. Vol 19 I Nº 2 I Ano 18 (2010) I Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação.
  • CHUNG, T.M. – Escola de Coluna – Experiência do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Acta Fisiátrica 3(2): 13-17, 1996.

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