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Nos dias atuais nos deparamos com a busca pelo corpo magro e jovem, padrões muitas vezes impostos pela sociedade. Porém não podemos deixar de citar que a cirurgia plástica estética tem finalidade de reparo.

Como exemplo podemos citar a abdominoplastia pós bariátrica ou até mesmo pós gestação onde o músculo reto abdominal perde sua integridade gerando assim diástase que pode levar a quadros mais sérios como uma hérnia.

Pensando nisso, preparei este texto com o objetivo de auxiliar você leitor no entendimento do papel do Fisioterapeuta no pós-operatório de cirurgia plástica estética. Confira!

O que é cirurgia plástica?

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), pode se definir como conjunto de procedimentos cirúrgicos utilizados pelos médicos com finalidade de reparar e reconstituir partes do corpo.

A fisioterapia, dermato-funcional especificamente, foi reconhecida por meio da Resolução 362/2009 como especialidade, logo esse profissional ganhou espaço na área de saúde por utilizar suas técnicas para preparação para intervenção cirúrgica (pré-operatório) e aceleração do processo de recuperação (pós operatório) com finalidade de prevenir e controlar complicações comuns desse procedimento.

Devemos observar também que com o estímulo do conceito social de “corpo perfeito”, inúmeros procedimentos estéticos cirúrgicos estão sendo realizados. O Brasil ocupa o segundo lugar nesse ranking, perdendo apenas para os EUA.

O Brasil está classificado como o segundo no mundo, em número de cirurgias plásticas. O motivo que leva os indivíduos a passarem por estas mudanças estão intimamente ligadas à mídia que propõe um padrão de beleza.

Segundo Netz Vieira (2012), o belo tem sido visto, como uma regra, que para os cidadãos é associado a algo bom. A cirurgia plástica pode proporcionar esta transformação, ajudando- nas as se submeterem a esse procedimento para que melhorem sua autoestima e bem-estar.

Lesões nas cirurgias plásticas

Durante a cirurgia plástica ocorre lesões, além de traumas mecânicos nos tecidos envolvidos e é isso que justifica a importância da fisioterapia no pós-operatório. Uma vez que a mesma, através das técnicas manuais até e recursos elétricos térmicos e fototerápicos, irá devolver a flexibilidade e mobilidade, irá prevenir e tratar complicações que podem ocorrer durante o processo de reparo tecidual e recuperação desse paciente.

As complicações podem ocorrer em qualquer cirurgia, porém quando falamos de cirurgia plástica estéticas, onde o paciente não apresenta enfermidade prévia, essas complicações tem uma redução significativa, mas podem acontecer e as mais comuns seriam: edema, fibrose, equimose, hematoma e deiscência.

Logo a fisioterapia vem ganhando mais espaço e sendo mais recomendada pelos cirurgiões plásticos, principalmente no período pós-operatório.

Processo de cicatrização da cirurgia plástica

É importante compreender o processo de cicatrização e, este pode ser dividido em três fases, independente do tipo de trauma ocorrido sendo elas:

  • Fase inflamatória = é a reação ao trauma, tem inicio quando há o extravasamento do sangue para agregar plaquetas e assim reverter a homeostase. No caso da cirurgia plástica, essa fase tem início logo após o término da cirurgia e dura entre 48 e 72 horas.
  • Fase proliferativa = é nessa fase que vai ocorrer o “fechamento’ da lesão e tem três sub fazes (a reepilação, a fibroplasia e a angiogênese) e, começa entre o terceiro e quarto dia do pós-operatório e dura até o período de duas a quatro semanas.
  • Fase da remodelagem = essa fase é marcada pela tentativa da regeneração do tecido de forma normal, onde esse tecido vai se enriquecer com mais fibras de colágeno e adquirir as características de uma cicatriz. Esta fase tem início por volta do décimo primeiro dia e segue até o quadragésimo dia do pós-operatório.

Porém, devemos lembrar que cada paciente é único, cada organismo tem suas particularidades e cada técnica cirúrgica também. Sendo fundamental observar cada paciente e respeitar sua característica clínica.

Cicatrização no pós-operatório

É importante falarmos também sobre a cicatriz cirúrgica, que também é uma preocupação no pós-operatório, devido a situações como hipertrofia, alargamentos e assimetrias. Neste caso, especificamente, a fisioterapia se limita a minimizar, quando possível, a tensão sob o retalho.

Quando há hipertrofia cicatricial, a manipulação excessiva pode agravar o processo, já no caso de uma cicatriz queloideana ainda não foi estabelecido um método fisioterapêutico eficiente, apesar de haverem estudos com ultrassom, laser (que auxilia na normalização da produção de fibras elásticas e de colágeno).

Também temos que orientar sobre ressecamento dessa pele, sobre as medidas compressivas que devem seradotadas

Podemos citar ainda a magnetoterapia, tapping ou bandagem elástica, o tens, dentre outros. Enfim a fisioterapia tem um leque de opções quando se fala em tratamento.

Papel do fisioterapeuta no pós-operatório

Os pacientes submetidos à cirurgia plástica, além de buscarem uma boa recuperação com um mínimo de desconforto, querem também que seja breve para voltarem a sua rotina, vale lembrar que há um período de recuperação especifico para cada tipo de cirurgia plástica, mas cada paciente é único e pode ter esse tempo de forma mais rápida ou lenta, com ou sem dor e ate mesmo com ou sem qualquer complicação.

O contato com o fisioterapeuta se torna mais próximo e isso é importante, pois esse profissional que vai orientá-lo tanto nessa fase (conta postura, atitude de movimento que pode ser realizada, postura mais adequada e até mesmo orientar num alívio de dores pelo tempo prolongado de uma só posição), quanto na fase de como será feita a progressão gradual para suas atividades físicas.

Neste aspecto é de suma importância o contato entre os profissionais médicos e fisioterapeuta para troca de informações e sucesso da cirurgia.

Devemos lembrar que em uma cirurgia plástica e fundamental o envolvimento do paciente, pois a conduta proposta para sua recuperação bem como as orientações dadas pelo fisioterapeuta e seguida corretamente pelo paciente ajudarão num resultado final desejado.

Tratamentos utilizados pelo fisioterapeuta

Dentre as “ferramentas” utilizadas pelo fisioterapeuta estão:

Drenagem Linfática Manual (DLM):

Uma das técnicas mais importantes na área de pós-operatório por sua eficácia na prevenção precoces de edemas, hematomas, seromas, friboses, aderências, equimoses, dentre outros. Representada principalmente pelas técnicas de Voldder e Leduc, onde a diferença entre as técnicas esta basicamente no movimento, Voldder utiliza movimento circulares, rotatórios e de bombeio e Leduc propõem movimentos restritos.

A DLM tem como objetivo os resíduos metabólicos e os líquidos exsudados por manobras nas vias linfáticas e linfonodos. A DLM vai atuar reabsorvendo proteínas extravasadas equilibrando assim as pressões hidrostáticas e tissulares reduzindo o edema (ocorre quando o volume intersticial acumulado excede aos 20% do normal), pode iniciar a DLM em até 48 horas após as cirurgias plásticas.

Ultrassom (US):

Vai proporcionar através dos seus efeitos térmicos e não térmicos um aumento do reparo dos tecidos, do fluxo sanguíneos, da extensibilidade do tecido, redução de dor e cura das lesões. Segundo MIGOTTO o US é fundamental do pós-operatório para evitar fibrose.

O US vai aumentar o número de fribroblastos acelerando a fase inflamatória e contração da ferida, no modo pulsado na freqüência de 3 MHz com intensidade abaixo de 0,5 w/cm² para reparo residual. O US terapêutico de 3 MHz é usado na fase inflamatória para absorção de hematoma e diminuir dor e edema.

Agentes térmicos: calor/crioterapia

  • Calor: Deve se estar entre 40 e 45º com o objetivo de melhorar a qualidade do tecido cicatricial, tratar as fibroses e aderências. Normalmente utilizados a partir das fases de proliferação.
  • Crioterapia: Sua utilização promove resfriamento do local onde está sendo aplicado, gerando vasoconstricção, minimizando assim o extravasamento e reduzindo a dor.

Microcorrente (MENS):

Aceleram as sínteses protéicas de adenosina trifosfato de 300 a 500%, com incremento do transporte das membranas e de aminoácidos de 30 a 40%, além de estimular alterações na cicatrização, liberação de íons bactericidas pelo eletrodo e estimulação de fagócitos. Útil em danos de tecidos moles, como feridas, traumas, pós cirurgias.

Corrente galvânica:

Segundo GUIRRO, 2002 esta corrente é usada especificamente para eletroforese (introdução de um fármaco no organismo através da pele), também chamado de administração transdérmica de medicamentos estimulada por uma corrente elétrica de baixa intensidade. Geralmente as substâncias usadas nos pacientes de pós-operatório são a dexametasona (ação antiinflamatória), a hialuronidase (para edemas e fibroses) e óxido de zinco (anti séptico).

Terapia manual:

Através de mobilização manual em forma de tensão no tecido em cicatrização ocorre uma organização dos feixes de colágeno de uma maneira mais natural e com mais elasticidade do que quando não há essa tensão, sendo essa técnica muito indicada para fibroses e aderências, uma vez q o colágeno se deposita de forma desorganizada, essa manipulação, feita em todos os sentidos, reorganizará esses feixes de colágeno.

Cinesiologia:

A utilização consciente respeitando os cuidados com as cicatrizes e a liberação médica, são extremamente úteis na prevenção e tratamento de aderências, fibroses ou até limitação no arco de movimento por receio do paciente que fica um tempo sem fazer de forma íntegra, seja por indicação ou até mesmo receio.

Endermoterapia:

Aparelho de pressão negativa que realiza uma “sucção” na pele, e através dessa pressão negativa aplicada na pele irá fazer descolamento do tecido e auxiliando no tratamento de fibroses, promovendo com isso um tecido mais uniforme.

Light Emitting Diode (LED):

São diodos semicondutores que emitem luz e que de acordo com seu comprimento de onda podem ser 405nm (azul) a 940nm (infravermelho). O LED vai fotoestimular: diretamente a célula (em sua permeabilidade), as mitocôndrias estimuladoras, a síntese de ATP e as proteínas como colágeno e a elastina. Atua então como antimicrobiano e antiinflamatório, seu efeito é diretamente no processo inflamatório, provocando aumento do fluxo linfático e da atividade de neutrófilos e macrófagos reduzindo assim o edema e estimulando a resposta imune; o aumento da formação de colágeno, estimula a formação de fibroblastos, aumento da circulação lateral e micro circulação (ESPER, M.A.L.R, 2010)

LASER:

É a abreviação de Light Amplification by Stimuleted Emission of Radiation.  Indicado em procedimentos pós-operatórios por auxiliar e acelerar o processo de cicatrização, diminuição do edema local, diminuição do processo inflamatório entre outros (OLIVEIRA, 2012).

O laser de baixa potência é um recurso eletroterapêutico que tem como objetivo a reparação tecidual” (RAMIRES, 2012).

“A ação do laser após uma lesão de pele possibilita a angiogênese, estimulo da mitose celular, regulação dos fibroblastos, normalizando a produção de fibras elásticas e colágenas, impedindo a ocorrência de quelóides, hipertrofias e alargamentos” (MACEDO, 2010).

Radiofrequência:

É uma forma de corrente elétrica alternada, seu mecanismo de ação se dá pelo aquecimento da derme, a energia térmica gerada nas camadas profundas de tecido favorece a formação de colágeno, porém no pós-operatório está ligado ao tratamento das fibroses tanto recente como tardia, podendo ser aplicada precocemente desde que a sensibilidade térmica do paciente seja perfeitamente mensurável e que o edema não seja acentuado.

Taping:

Também conhecido como bandagem elástica, foi criada na década de 70 e surgiu como técnica de baixo custo com função de limitar a função da pele e assim aliviando a dor.

Essa propriedade elástica da bandagem faz uma elevação da pele favorecendo uma massagem (uma vez que quando colocada deve se aplicar com um nível de tração e tensão específicos para cada tratamento) que gera drenagem dos fluidos corporais em conjunto com o movimento do corpo gerando assim uma troca de pressão entre a primeira camada da epiderme, a derme e a fáscia superficial.

Uma vez aderida vai atuar na abertura e fechamento dos vasos linfáticos e sanguíneos por meio de seus filamentos, reduzindo dor, edema, favorecendo redução de equimoses e também auxiliando na cicatrização natural da cirurgia. Ao se aplicar a bandagem alguns efeitos são observados como diminuição de dores musculares, redução da congestão linfática, além disso podemos utilizar para cicatrizes hipertróficas, fibroses, hematomas.

Diante dessa gama de recursos terapêuticos, sejam eles manuais ou eletrotermofototerapêuticos citados acima, podemos observar como a fisioterapia dermato-funcional vem sendo imprescindível nesse segmento de pós-operatório em cirurgias plásticas, os quais visam preparar os tecidos tanto para o procedimento cirúrgico quanto para sua recuperação no pós-operatório, prevenindo, controlando e orientando os pacientes.

Conclusão

As principais cirurgias plásticas são (não necessariamente nessa ordem): Blefaropastia, Ritidoplastia, Mamoplastia, Abdominoplastia (ou dermolipectomia), lipoaspiração,

O planejamento do tratamento fisioterapêutico durante o pós-operatório vai variar e depender de características do paciente apresentada durante a avaliação.

A análise do trofismo cutâneo muscular, do edema, da cicatriz, da dor e sensibilidade alem do tipo da cirurgia e tempo de pós-operatório.

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